quarta-feira, 4 de março de 2015

Audiência: sem honra para os idosos, não há futuro para os jovens.


PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Quarta-feira, 4 de Março de 2015

Locutor:

Figuras importantes na família são os avós, a reserva sapiencial da vida. Infelizmente uma certa cultura do lucro insiste em fazer aparecer os idosos como um peso, que se deve descartar. Isto não se diz abertamente, mas é assim que se procede. Com o progresso da medicina, foi possível alongar a vida, mas a sociedade não soube “alargar-se” para a acolher e rejubilar com ela. A Igreja não pode nem quer conformar-se com o modelo consumista actual que olha com impaciência, indiferença e desprezo para a velhice. Os idosos são homens e mulheres, pais e mães que percorreram, antes de nós, as mesmas estradas, estiveram na mesma casa, travaram a mesma luta diária por uma vida digna. São homens e mulheres de quem muito recebemos. Temos de despertar o sentimento colectivo de gratidão, apreço, hospitalidade, que faça sentir o idoso como parte activa da sua comunidade. O idoso é cada um de nós daqui a alguns anos; inevitavelmente, embora não pensemos nisso. Todos os idosos são frágeis; mas há alguns que o são de modo particular porque sem ninguém e a braços com a doença: dependem absolutamente dos cuidados e da solicitude dos outros. Mas, por esse motivo, vamos abandoná-los? Uma sociedade, onde a gratuidade e o afecto desinteressado vão desaparecendo – mesmo para com os de fora da família –, é uma sociedade perversa. A Igreja, fiel à Palavra de Deus, não pode tolerar tais degenerações. Uma comunidade cristã, onde deixassem de ser consideradas indispensáveis a proximidade e a gratuidade, com elas perderia a sua alma. Onde não são honrados os idosos, não há futuro para os jovens.

Palavra de Vida: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me!”


Viajando pela Galileia, Jesus pergunta aos discípulos o que pensam dele. Pedro, em nome de todos, confessa que Ele é o Cristo, o Messias esperado há séculos. Para evitar toda possibilidade de equívoco, Jesus explica claramente como pretende atuar a sua missão. Libertará, sim, o seu povo, mas pagando em primeira pessoa: deverá sofrer muito, ser rejeitado, ser morto e, três dias depois, ressuscitar. Pedro, como muitos outros, imaginava o Messias como alguém que agiria como poder e força, vencendo os romanos e dando à nação de Israel seu devido lugar no mundo. E recrimina Jesus que, por sua vez, o repreende: “Não tens em mente as coisas de Deus, e sim, as dos homens” (cf 8,31-33).

Jesus retoma o caminho, dessa vez rumo a Jerusalém, onde se cumprirá o seu destino de morte e ressurreição. Agora que seus discípulos sabem que Ele irá para morrer, será que ainda querem segui-lo? As condições que Jesus coloca são claras e exigentes:

“Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me!”

Todos tinham ficado fascinados por Ele, o Mestre, enquanto lançavam as redes para a pesca ou estavam à mesa dos impostos. Tinham abandonado barcos, redes, a mesa, pai, casa, família, para segui-lo. Viram milagres, ouviram palavras de sabedoria. Seguiram-no animados por alegria e entusiasmo.

No entanto, seguir Jesus significava compartilhar plenamente sua vida e seu destino: o insucesso e a hostilidade, até mesmo a morte, e que tipo de morte! A mais dolorosa, reservada aos assassinos e aos mais atrozes delinquentes. Uma morte que as Escrituras definiam “maldita” (cf Dt 21,23). Até o nome “cruz” aterrorizava. É a primeira vez que essa palavra aparece no Evangelho. Quem sabe que impressão ela deixou naqueles que o escutavam.

Agora que Jesus afirmou claramente sua própria identidade, pode mostrar com igual clareza a identidade do seu discípulo. Se o Mestre ama seu povo até o ponto de morrer por ele, também o discípulo deverá deixar de lado seu próprio modo de pensar, para compartilhar em tudo o caminho do Mestre, a começar pela cruz.

terça-feira, 3 de março de 2015

Comunicado da CNBB sobre as manifestações sociais


COMUNICADO DA CNBB SOBRE 
AS MANIFESTAÇÕES SOCIAIS

Diante de informações divergentes veiculadas em redes sociais a respeito de seu posicionamento quanto às manifestações sociais anunciadas para os dias 13 e 15 do corrente mês, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – sente-se no dever de vir a público para reafirmar que não toma partido em relação às propostas dos responsáveis pela convocação e realização das referidas mobilizações.

Vós também quereis ir embora?


O Censo de 2010 indica uma perda contínua e acentuada de católicos em nosso país. Em média, somos ainda 61% da população e, a julgar pela realidade que vemos à nossa volta, essa porcentagem tende a cair mais. Mencionar isso no começo dessa reflexão é importante, pois o evangelho que acabamos de ouvir nos coloca diante de um momento crítico da vida de Jesus: a perda de discípulos. Não apenas a perda de pessoas (as multidões e os judeus, que estavam com ele no início do capítulo 6 de São João e que depois o deixaram), mas a perda de discípulos!

Enquanto algumas análises feitas pela nossa Igreja procuram atenuar o impacto da perda de católicos – quem sabe para não abalar a fé dos que permanecem na Igreja –, o evangelho não tem nenhum problema em admitir que “muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele” (Jo 6,66). “Muitos discípulos”, não alguns, não meia dúzia; muitos. O motivo? “Muitos dos discípulos de Jesus que o escutaram, disseram: ‘Essa palavra é dura. Quem consegue escutá-la?’” (Jo 6,60). Eis, então, o motivo: a palavra de Jesus é dura!

A geração de hoje é uma geração que se melindra facilmente, uma geração que não aceita ouvir “não”, “não pode”, “não deve”, “é contrário à vontade de Deus”.  A geração de hoje tem audição seletiva: ouve o que quer ouvir, ouve apenas aquilo que gosta de ouvir. A respeito dela a Escritura diz: “Virá um tempo em que alguns não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, segundo os seus próprios desejos... se rodearão de mestres. Desviarão os ouvidos da verdade, orientando-os para as fábulas” (2Tm 4,3-4).   

segunda-feira, 2 de março de 2015

O Crescimento do Islamismo no mundo


O mundo está mudando. A cultura global, a herança de nossas crianças, será tremendamente diferente do que temos hoje. Você vai testemunhar agora um relatório sobre as mudanças demográficas do mundo feito em 2009 e publicado em vídeo no youtube. Esse estudo faz uma projeção sobre as gerações vindouras e apresenta fatos sobre o crescimento do Islamismo no mundo:


Para que uma cultura seja mantida por mais de 25 anos é requerida uma taxa de fertilidade de 2,11 de crianças por família.

Qualquer número menor que esse a cultura entrará em declínio.

Historicamente nenhuma cultura sobreviveu com uma taxa de 1,9. Uma taxa de 1,3 é impossível de reverter, por que são necessários 80 a 100 anos para corrigir esse problema, e não há poder econômico que sustente a cultura por esse tempo.

Em outras palavras, se dois casais tem um filho só, então se terá a metade de filhos que havia de pais, se esses filhos têm apenas um filho haverá apenas ¼ de pessoas de netos do que havia de avós.

Se nascesse apenas 1 milhão de pessoas em 2006, seria muito difícil ter 2 milhões de adultos na força de trabalho em 2026, enquanto a população encolhe, o mesmo acontece com as culturas.

Posso comungar de joelhos?


“Ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos abismos” (Filipenses 2, 10).

Os fiéis têm direito de comungar de joelhos e na boca? A resposta é positiva. Quem quiser comungar na boca e/ou de joelhos, pode fazê-lo.

“Os fiéis comungam de joelhos ou em pé, segundo estabeleça a conferência dos bispos, com a confirmação da Sé Apostólica”, diz a instrução “Redemptoris Sacramentum”, sobre algumas coisas que devem ser observadas ou evitadas acerca da Santíssima Eucaristia, no número 90.

E acrescenta: “Assim, não é lícito negar a Sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de ele querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé” (RS, 91).

A Instrução Geral do Missal Romano indica, no número 160, que, “quando comungam de pé, recomenda-se fazer, antes de receber o sacramento, a devida reverência”.

É um gesto simples, mas muito significativo, pois expressa devidamente que a pessoa é consciente de estar diante do Senhor, presente no pão eucarístico. 

No que diz respeito a comungar na mão ou na boca, “todo fiel tem sempre direito de escolher se deseja receber a sagrada comunhão na boca” (RS, 92) ou na mão.

O que não está permitido é tomar a Hóstia diretamente da âmbula. E tampouco recebê-la na mão quando se comunga sob as duas espécies. Os dedos não podem ser usados como pinças para pegar a hóstia da mão de quem a distribui.

domingo, 1 de março de 2015

O caminho de Jesus sempre nos leva à felicidade, diz Papa no Angelus


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 22 de fevereiro de 2015

Irmãos e irmãs, bom dia.

Domingo passado a liturgia nos apresentou Jesus tentado por Satanás no deserto, mas vitorioso sobre a tentação. À luz desse Evangelho, tomamos novamente consciência de nossa condição de pecadores, mas também da vitória sobre o mal oferecida àqueles que seguem o caminho da conversão e, como Jesus, querem fazer a vontade do Pai. Neste segundo domingo da Quaresma, a Igreja nos indica a meta deste caminho de conversão, ou seja, a participação na glória de Cristo, que resplandece no rosto do Servo obediente, que morreu e ressuscitou por nós.

O Evangelho narra o evento da Transfiguração, o cume do ministério público de Jesus. Ele está a caminho de Jerusalém, onde se cumprem as profecias do "Servo de Deus" e se consumirá o seu sacrifício redentor. As multidões não compreendem isso: diante da perspectiva de um Messias que contrasta com suas expectativas terrenas, o abandonam. Eles achavam que o Messias seria um libertador do domínio romano, um libertador da pátria e esta perspectiva de Jesus não agrada, e eles o deixam. Também os Apóstolos não entendem as palavras com que Jesus anuncia o êxito da sua missão na paixão gloriosa paixão, não entendem! Jesus, então, toma a decisão de mostrar a Pedro, Tiago e João, uma antecipação de sua glória, que acontecerá após a ressurreição, para confirmá-los na fé e encorajá-los a segui-lo no caminho da prova, no caminho da Cruz. E assim, em um monte alto, imerso na oração, se transfigura diante deles: o seu rosto e toda a sua pessoa irradia uma luz fulgurosa. Os três discípulos se assustam, enquanto uma nuvem os encobre e soa do alto- como no Batismo no Jordão - a voz do Pai: "Este é meu Filho muito amado; ouvi-o" (Mc 9,7). Jesus é o Filho que se fez Servo, enviado ao mundo para realizar através da Cruz o projeto de salvação, para salvar a todos nós. A sua plena adesão à vontade do Pai torna sua humanidade transparente à glória de Deus, que é Amor.

Jesus revela-se como o ícone perfeito do Pai, o esplendor da sua glória. É o cumprimento da revelação; por isso, ao lado dele transfigurado aparecem Moisés e Elias, representando a Lei e os Profetas, como se quisesse dizer que tudo termina e começa em Jesus, na sua paixão e na sua glória.

A mensagem para os discípulos e para nós é esta: "Escutai-o!". Escutem Jesus, Ele é o Salvador: sigam-no. Ouvir Cristo, de fato, consiste em assumir a lógica do seu mistério pascal, colocar-se em caminho com Ele para fazer da própria existência um dom de amor aos outros, em dócil obediência à vontade de Deus, com atitude de despojamento das coisas mundanas e de liberdade interior. Em outras palavras, estar preparado para "perder a própria vida" (cf. Mc 8,35), doando-a a fim que todos os homens sejam salvos: assim, nos encontraremos na felicidade eterna. O caminho de Jesus sempre nos leva à felicidade, não se esqueça! O caminho de Jesus sempre nos leva à felicidade. Haverá sempre uma cruz no meio das provas mas no final sempre nos leva à felicidade. Jesus não nos engana, nos prometeu a felicidade e nos dará se seguirmos em seus caminhos.

Com Pedro, Tiago e João subamos também nós hoje ao Monte da Transfiguração e paremos para contemplar o rosto de Jesus, para colher a mensagem e traduzi-la em nossas vidas, para que nós também possamos ser transfigurados pelo amor. Na realidade, o amor é capaz de transfigurar tudo. O amor transfigura tudo! Vocês acreditam nisso? Sustente-nos neste caminho a Virgem Maria, que agora invocamos com a oração do Angelus.

Quem pode abrir ou fechar o sacrário?


Antes de refletir sobre este tema, recordemos a essência da Eucaristia. Nosso Senhor Jesus Cristo nos deixou o tesouro da Eucaristia na Última Ceia, na Quinta-Feira Santa. A Igreja cuida com imenso carinho e esmero desse tesouro.

Mas a Igreja não é uma abstração, uma ideia: a Igreja somos todos nós, batizados. Os bispos e padres existem para santificar, reger, ensinar e também cuidar do tesouro da Eucaristia; estas são suas principais responsabilidades. E os fiéis são chamados à corresponsabilidade na vida eclesial e a desempenhar um serviço inclusive litúrgico.

Mas desempenhar um ofício na liturgia não é necessário para que um fiel possa participar ativa e frutuosamente da missa. Mais ainda: devemos respeitar a dignidade dos leigos, evitando toda “clericalização”. Ninguém pode pensar que os fiéis que desempenham ofícios litúrgicos são melhores cristãos.

Feitos estes dois esclarecimentos, é preciso dizer que o ministro ordenado (o padre), que é ministro ordinário da comunhão, é a única pessoa que normalmente pode e deve abrir o Sacrário para verificar as Hóstias sagradas, para trazer ou levar a reserva, fazer a exposição do Santíssimo etc.