“Ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na
terra e nos abismos” (Filipenses 2, 10).
Os fiéis têm direito de comungar de joelhos e na
boca? A resposta é positiva. Quem quiser comungar na boca e/ou de joelhos, pode
fazê-lo.
“Os fiéis comungam de joelhos ou em pé, segundo
estabeleça a conferência dos bispos, com a confirmação da Sé Apostólica”, diz a
instrução “Redemptoris Sacramentum”, sobre algumas coisas que devem ser
observadas ou evitadas acerca da Santíssima Eucaristia, no número 90.
E acrescenta: “Assim, não é lícito negar a Sagrada
Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de ele querer receber a
Eucaristia ajoelhado ou de pé” (RS, 91).
A Instrução Geral do Missal Romano indica, no
número 160, que, “quando comungam de pé, recomenda-se fazer, antes de receber o
sacramento, a devida reverência”.
É um gesto simples, mas muito significativo, pois
expressa devidamente que a pessoa é consciente de estar diante do Senhor,
presente no pão eucarístico.
No que diz respeito a comungar na mão ou na boca,
“todo fiel tem sempre direito de escolher se deseja receber a sagrada comunhão
na boca” (RS, 92) ou na mão.
O que não está permitido é tomar a Hóstia
diretamente da âmbula. E tampouco recebê-la na mão quando se comunga sob as
duas espécies. Os dedos não podem ser usados como pinças para pegar a hóstia da
mão de quem a distribui.
Quem optar por comungar na mão, saiba que há uma
forma correta: colocar a mão esquerda, com a palma virada para cima, com os
dedos estendidos e unidos, sobre a mão direita, também com a palma virada para
cima e com os dedos estendidos e unidos, formando um trono digno.
Uma vez que a Hóstia consagrada foi colocada na
palma esquerda, a pessoa a pega com o polegar e o indicador direito, e a leva à
boca, dirigindo a mão esquerda na direção do queixo, como uma patena, para
evitar que as partículas possam cair no chão.
Depois, é preciso revisar as mãos e dedos, para
consumir as possíveis partículas que tenham caído. Não se deve levar
diretamente à boca a Hóstia que está sobre a palma da mão esquerda.
Comungar na mão não é estender uma mão como quem
pede ou recebe qualquer coisa, ou como quem recebe a porção de algum alimento
que lhe é oferecido no supermercado para degustação.
Então, é importante recordar como posicionar as
duas mãos para expressar que se é consciente de que não se recebe algo comum,
mas extraordinário: o próprio Deus!
Em suma, é lógico, portanto, pensar que os
ministros ordenados ou os ministros extraordinários da comunhão nunca devem
impor aos fiéis nenhuma maneira de comungar.
Então, o mais plausível é comungar de joelhos e na
boca, mas também é válido comungar em pé e na mão.
Porém, independentemente de como se comunga, é
preciso fazê-lo em estado de graça, com o devido respeito e amor, com a
consciência de Quem estamos recebendo, com a boa disposição de continuar
crescendo na condição de discípulos do Senhor e com o compromisso de levá-lo
aonde formos, como sacrários vivos.
Isso implica na necessária preparação, não só da
alma, mas também do corpo – entre outras coisas, com o jejum eucarístico.
Como é bonito ver nos adultos essa candidez e
alegria espiritual das crianças quando fazem sua primeira comunhão, mantendo
essa abertura e simplicidade que as crianças têm ao querer se aproximar de
Jesus para melhorar sua vida espiritual.
Nossa maneira de comungar mostra a importância que
o Senhor tem para nós; é um apostolado. Mas recebemos Jesus com amor, respeito
e adoração porque Ele merece, e não para ficar bem na frente dos outros.
O segredo é exteriorizar o amor: a melhor maneira
de exteriorizar esse amor, sem a pretensão de ficar bem na frente dos outros, é
comungar de joelhos (em atitude de adoração) e na boca; assim se sublinha, com
sinais de admiração, a presença real do Senhor Jesus.
Por que não é tão recomendável comungar na mão?
As mãos são menos dignas; comungar na mão implica
algum risco de profanação, como já se viu em muitos casos; existe o perigo de
que haja partículas da Hóstia na mão ou nos dedos; não é o mais higiênico, ao
ter as mãos sujas devido a que quem comunga veio da rua, talvez tenha mexido em
dinheiro na hora da coleta, deu a mão no rito da paz a pessoas que podem ter
gripe ou outro mal contagioso e, além disso, os fiéis não têm as mãos
consagradas.
Recomenda-se, então, comungar de joelhos e na boca.
Mais ainda: quem quiser comungar dessa maneira dará um bom exemplo nos lugares
onde não é comum comungar dessa forma.
Se este direito lhe for negado, exija-o. De
qualquer maneira, as demonstrações externas de amor a Jesus Eucaristia são tão
belas como estar limpos interiormente.
Para terminar, um dado final. Cada um tire suas
próprias conclusões: santa Margarida Maria Alacoque contou que Jesus lhe disse:
“Entristeço-me com a frieza e menosprezo que têm para comigo neste sacramento
de amor”.
A outros santos e santas, Jesus revelou que lhe
entristecia ver as pessoas comungando como se estivessem pegando um pedaço
qualquer de pão.
Pe. Henry Vargas Holguín
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Aleteia
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