O Brasil está no limite da governabilidade. A
inconformidade com o resultado eleitoral, as denúncias de corrupção, as medidas
governamentais contrárias a interesses localizados, a frustração diante de
expectativas não realizadas, são fatores que levam ao clima de
descontentamento, que se traduz em inquietações generalizadas, com risco de
graves equívocos, que colocam em risco a normalidade democrática e a
estabilidade constitucional.
Diante disto se faz necessária uma redobrada
atenção, para não agravarmos a situação com atitudes precipitadas,
inviabilizando as soluções mais adequadas.
Neste contexto, emerge com evidência um critério a
ser seguido com absoluta prioridade: o respeito à ordem constitucional. Pois só
a garantia constitucional pode assegurar a validade do procedimento democrático
que permite avançar soluções viáveis e consensuadas.
Em consequência, devem ser esconjuradas todas as
tentativas de quebra constitucional. O zelo pela democracia nos impele a
rejeitar com firmeza toda tentativa de golpe.
Portanto, fora o golpe, e fora todas as manobras
que induzem a ele!
Pois na verdade, o clima de tensão e de anseio pela
superação da crise, podem nos levar a apoiar posições que escondem a intenção
de provocar a instabilidade, e assim encontrar respaldo para medidas de
exceção, com legalidade aparente e forjada.