"Nosso califado resiste e avança na
direção correta.
Nós combatemos os cruzados e a 'rafidah' [a comunidade xiita]
e,
dia após dia, o Estado Islâmico se fortalece", afirmou líder
|
O grupo jihadista Estado Islâmico aceitou o
juramento de lealdade dos islamitas nigerianos do Boko Haram, segundo uma
gravação de áudio apresentada como um discurso do porta-voz do EI, difundida
nesta quinta-feira nas redes sociais.
"Anunciamos a boa nova da expansão do califado
para a África Ocidental porque o califa, que Deus o preserve, aceitou a
lealdade dos nossos irmãos do grupo sunita para a pregação e a jihad",
disse Mohammed al-Adnani, porta-voz do EI, em alusão ao nome em árabe do Boko
Haram.
Ele mesmo uma radicalização do Islã sunita, o EI
tomou grandes pedaços do território iraquiano e da Síria, onde declarou um
"califado", e também recebeu declarações de lealdade de jihadistas no
Egito e na Líbia.
No sábado, em uma gravação atribuída ao líder do
Boko Haram, Abubakar Shekau, ele disse, "nós anunciamos nossa lealdade ao
Califa dos Muçulmanos, Ibrahim ibn Awad ibn Ibrahim al-Husseini
al-Qurashi", referindo-se ao líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi.
Shekau já tinha mencionado Baghdadi em mensagens de
vídeo publicadas anteriormente, mas até agora não tinha prometido lealdade
formalmente.
Mas tem havido sinais crescentes de que os
militantes nigerianos, cuja insurgência de mais de seis anos já custou a vida
de mais de 13 mil pessoas e 1,5 milhões de refugiados, buscava uma aproximação.
O Boko Haram, cujo número de combatentes se estima
em vários milhares, multiplica os atentados sangrentos em grandes cidades do
norte da Nigéria e massacres de moradores de regiões remotas deste país e de
nações vizinhas.
Na gravação, com cerca de trinta minutos, Adnani
também convocou os muçulmanos para que se unam aos militantes no oeste da
África e insistiu em dizer que o califado está crescendo.
"Nosso califado resiste e avança na direção
correta. Nós combatemos os cruzados e a 'rafidah' [a comunidade xiita] e, dia
após dia, o Estado Islâmico se fortalece", afirmou Adnani.
Ele insistiu em afirmar que o grupo jihadista está
"certo de sua vitória", apesar dos desafios que tem enfrentado.
Por meses, o EI tem sido alvo de ataques aéreos da
coalizão internacional, comandada pelos Estados Unidos, e sofrido retrocessos
na Síria e no Iraque.
Forças do governo iraquiano fecharam o cerco à
cidade de Tikrit esta semana na tentativa de livrá-la do controle jihadista.
O chefe de Estado-maior das forças americanas,
general Martin Dempsey declarou recentemente que "o aspecto militar"
da campanha anti-jihadista "transcorre bem" e que no grupo islamita
está "sob pressão em quase todo canto do Iraque".
Mas, para Adnadi, "as vitórias proclamadas
pela coalizão não são mais que vitórias ilusórias, que consistem na retomada de
pequenos pedaços de terra no Iraque".
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Aleteia
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