A Semana Santa é
a memória dos mais importantes Mistérios de nossa fé e o Tríduo Pascal é o
coração do ano litúrgico. Portanto, sabemos dos antiquíssimos e detalhados
ritos que nos acompanham nesses dias, tentando ao máximo exprimir ao nosso
espírito os sentimentos pelos textos, pelos cantos, pelos gestos. Luz,
escuridão, fogo, água, óleo, silêncio e sinos nos acompanham durante estes 7
intensos dias.
Devido à
multiplicidade de detalhes e a uma certa contradição nos textos dos livros
litúrgicos, um maior estudo, o auxílio do rito antigo no que é possível e a
prática das rubricas também no Vaticano nos ajudam a ter os detalhes melhor
esclarecidos. Portanto, o Direto da Sacristia apresenta a
seguir um guia feito com base nessas referências, desejando que ele ajude a
todos nas comunidades que celebram com fervor espiritual, decoro e solenidade
estes dias do triunfo, morte, paixão e ressurreição de Nosso Senhor.
Às vezes, o
incenso é confundido apenas com dias festivos, excluindo-o do Advento, da
Quarta-feira de Cinzas, da Quaresma inteira e da Semana Santa. Além de o
incenso ser permitido, na forma nova, em qualquer Missa, também os dias da
Semana Santa são solenes e neles o incenso pode ser usado, exceto na Celebração
da Paixão do Senhor.
De acordo com a
tradição litúrgica, o canto das orações e dos demais textos não deve ser
acompanhado por instrumentos musicais, mas sim a resposta do povo pode ser
somada a eles.
Àqueles
obrigados à recitação do Ofício Divino, em virtude do seu estado religioso ou
clerical, a Igreja dispensa a recitação daquelas Horas canônicas que coincidem
com as celebrações litúrgicas. Assim sendo, quem participa da Missa da Ceia do
Senhor é dispensado da obrigatoriedade de recitar as II Vésperas da
Quinta-feira Santa e quem participa da Celebração da Paixão do Senhor é
dispensado de rezar as Vésperas da Sexta-feira Santa. Nos outros dias, as Horas
devem ser recitadas normalmente.
Uma
regra de ouro: Diáconos e leigos não podem fazer os ritos da Semana
Santa apenas excluindo deles a consagração. Onde não há Presbítero para
celebrar a Semana Santa, outros não podem abençoar os ramos, fazer o rito do
lava-pés, transladar o Santíssimo Sacramento, fazer a prostração e a adoração
da cruz na Sexta-feira Santa e abençoar o fogo, preparar o Círio no Sábado
Santo, entre outros ritos. Somente com um Presbítero ou um Bispo os ritos podem
ser feitos integralmente.