A Semana Santa é
a memória dos mais importantes Mistérios de nossa fé e o Tríduo Pascal é o
coração do ano litúrgico. Portanto, sabemos dos antiquíssimos e detalhados
ritos que nos acompanham nesses dias, tentando ao máximo exprimir ao nosso
espírito os sentimentos pelos textos, pelos cantos, pelos gestos. Luz,
escuridão, fogo, água, óleo, silêncio e sinos nos acompanham durante estes 7
intensos dias.
Devido à
multiplicidade de detalhes e a uma certa contradição nos textos dos livros
litúrgicos, um maior estudo, o auxílio do rito antigo no que é possível e a
prática das rubricas também no Vaticano nos ajudam a ter os detalhes melhor
esclarecidos. Portanto, o Direto da Sacristia apresenta a
seguir um guia feito com base nessas referências, desejando que ele ajude a
todos nas comunidades que celebram com fervor espiritual, decoro e solenidade
estes dias do triunfo, morte, paixão e ressurreição de Nosso Senhor.
Às vezes, o
incenso é confundido apenas com dias festivos, excluindo-o do Advento, da
Quarta-feira de Cinzas, da Quaresma inteira e da Semana Santa. Além de o
incenso ser permitido, na forma nova, em qualquer Missa, também os dias da
Semana Santa são solenes e neles o incenso pode ser usado, exceto na Celebração
da Paixão do Senhor.
De acordo com a
tradição litúrgica, o canto das orações e dos demais textos não deve ser
acompanhado por instrumentos musicais, mas sim a resposta do povo pode ser
somada a eles.
Àqueles
obrigados à recitação do Ofício Divino, em virtude do seu estado religioso ou
clerical, a Igreja dispensa a recitação daquelas Horas canônicas que coincidem
com as celebrações litúrgicas. Assim sendo, quem participa da Missa da Ceia do
Senhor é dispensado da obrigatoriedade de recitar as II Vésperas da
Quinta-feira Santa e quem participa da Celebração da Paixão do Senhor é
dispensado de rezar as Vésperas da Sexta-feira Santa. Nos outros dias, as Horas
devem ser recitadas normalmente.
Uma
regra de ouro: Diáconos e leigos não podem fazer os ritos da Semana
Santa apenas excluindo deles a consagração. Onde não há Presbítero para
celebrar a Semana Santa, outros não podem abençoar os ramos, fazer o rito do
lava-pés, transladar o Santíssimo Sacramento, fazer a prostração e a adoração
da cruz na Sexta-feira Santa e abençoar o fogo, preparar o Círio no Sábado
Santo, entre outros ritos. Somente com um Presbítero ou um Bispo os ritos podem
ser feitos integralmente.
DOMINGO
DE RAMOS
Bento XVI durante a procissão do Domingo de Ramos
Praça de São Pedro, 17 de abril de 2011
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Informações gerais
Só pode haver
bênção de ramos se houver procissão, com todo o rito anterior à Missa, ainda
que seja na porta da própria igreja onde será celebrada a Missa. Esta é a
segunda forma do rito, a entrada solene: todo o rito descrito a seguir é feito
pelo Celebrante fora do altar, enquanto os fiéis estão à porta da igreja e
depois fazem a procissão. Depois, o Celebrante e os outros ministros caminham
até o altar, o Celebrante o venera, o saúda com o beijo e o incensa e já recita
a oração do dia, ao que se segue a Liturgia da Palavra.
A leitura do
Evangelho da Paixão pelos leigos é uma concessão pastoral em vista da falta de
ministros ordenados. No rito antigo, a saber, leigos não pode fazer essa
leitura, como vemos no Vaticano. Sendo assim, se na Missa houver ministro
ordenado além do Celebrante, eles podem ler o texto e reservar ao povo apenas a
parte da multidão.
Se o tradicional
costume de velar as imagens for observado, os tecidos devem ser vermelhos.
Durante a semana, voltam a ser roxos até a Missa da Ceia do Senhor.
Sobre a
procissão, na forma mais tradicional
1. Como a missa é iniciada aqui, convém que seja preparado
um altar com toalha branca e velas, crucifixo e ambão para o Evangelho.
2. Esta é a única celebração da Semana Santa na qual é
permitido o uso do pluvial, mas é facultativo. Portanto, o Celebrante e, se
houver, os Concelebrantes podem usar a alva com estola e pluvial ou com estola
e a casula da Missa, sempre em cor vermelha. O Diácono sempre usa a dalmática.
3. Enquanto os ministros se aproximam do lugar, todos
entoam o canto de entrada. Depois, o Celebrante inicia a Missa como de costume,
ou seja, com o sinal da cruz e a saudação “A graça de Nosso Senhor” ou outra
prevista. A seguir, com as palavras do Missal, recebe os fiéis no ofício
celebrado. Abençoa os ramos com uma das 2 orações previstas e os asperge
depois. Entrega os ramos aos ministros presentes, tanto ordenados como leigos,
enquanto cantam algo adequado.
4. Em pé, o
Celebrante coloca incenso no turíbulo, o abençoa e ou proclama o Evangelho ou
este é proclamado pelo Diácono ou, se não houver, por um Concelebrante. Se o
Celebrante não proclamar o Evangelho, recebe o ramo enquanto cantam a
aclamação; se for ele quem proclama, um ministro segura o seu ramo.
Esta proclamação
do Evangelho é solene, ao contrário da proclamação do Evangelho da Paixão.
Portanto, levam velas até o ambão, o leitor ordenado saúda a assembleia como de
costume, faz o sinal da cruz sobre o livro e sobre si e o incensa.
5. Embora uma
homilia seja prevista, ela geralmente não é feita. Se for, que seja breve. Após
a homilia ou a proclamação do Evangelho, o Celebrante convida a todos para a
procissão.
6. A procissão é
comum: turiferário à frente (queimando incenso, que é renovado para a
incensação do altar), cruz processional com velas, o Celebrante, os outros
ministros e o povo, todos com ramos nas mãos. A cruz pode ser ornada com um
ramo preso por uma fita vermelha.
7. Durante o
percurso para igreja na qual a Missa continuará a ser celebrada, devem ser
executados cantos apropriados.
8. O rito de
bater com a haste da cruz processional na porta da igreja é exclusivo do rito
antigo e não é previsto e sequer permitido na forma nova.
9. Na igreja, os
ministros aguardam todos entrarem e depois continuam a procissão até o altar.
Sobre a
Missa
Antes de oscular e beijar o altar, o Papa
Francisco veste a casula
depois de ter usado o pluvial na Missa do Domingo de
Ramos
Praça de São Pedro, 24 de março de 2013
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10. Os livros
litúrgicos se contradizem quanto ao momento de o Celebrante tirar o pluvial e
vestir a casula. Contudo, de acordo com o senso comum, tanto na prática do
Vaticano quanto nas outras celebrações com procissão antes da Missa, o correto
é que o Celebrante vista a casula ao fim da procissão e antes de fazer
reverência ao altar. De modo decoroso e discreto, enquanto todos entoam o canto
de entrada da Missa, os ministros o auxiliam a vestir outra estola e a casula.
Depois, o Celebrante oscula o altar, o incensa, vai para a cadeira e de lá
recita a oração do dia, isto é, a Coleta.
11. Durante a
aclamação do Evangelho, não é posto incenso no turíbulo, nem são levadas velas
ao ambão, mas o Celebrante abençoa o Diácono; se não houver Diácono ou
Concelebrante, o Celebrante não abençoa o leigo leitor principal do texto. Se
não for possível que ministros ordenados leiam a história da Paixão, reserve-se
ao Celebrante a parte do Cristo. Contudo, se houver um outro ministro ordenado,
eles podem ler a história e deixar ao povo apenas a parte da multidão.
O cronista não
saúda o povo, não faz o sinal da cruz sobre o livro e sobre si e não o incensa.
Ao fim da leitura, o ministro, ordenado ou não, não beija o livro.
Os livros
litúrgicos só pedem ao Bispo que permaneça sentado tanto para impor incenso
quanto para abençoar o ministro ordenado que proclamará o Evangelho.
12. Pode haver
uma breve homilia.
13. A Missa
prossegue como de costume.
QUINTA-FEIRA
SANTA
Missa
Crismal
Embora a Crismal
não seja comum a todas as comunidades e sim da comunidade eclesiástica, é bom
que os fiéis leigos participem e vejam a comunhão do presbitério de suas
dioceses. Também temos leitores que preparam essa liturgia episcopal. Além
disso, como parte dos ritos da Semana Santa e dada a sua beleza, eis alguns
comentários.
Os Santos Óleos
são abençoados na Quinta-feira Santa porque a Missa da manhã é a última antes
da Vigília Pascal. Portanto, como tradicionalmente o Óleo do Crisma e dos
Catecúmenos são usados pela primeira vez durante o batismo no Sábado Santo, o
lugar mais conveniente de abençoá-los, junto com o Óleo dos Enfermos, é antes
do início do Tríduo, ou seja, na manhã da Quinta-feira. Também é prevista
renovação das promessas sacerdotais por parte dos Presbíteros, em memória da
instituição do sacerdócio ministerial durante a Última Ceia.
Nas dioceses nas
quais é difícil reunir o clero na manhã desse dia, as rubricas permitem que a
Missa própria seja celebrada em outro dia, desde que próximo à Páscoa. O prazo
conhecido onde isso acontece é até 1 semana antes da Quinta-feira Santa, na
quinta-feira anterior, mas também no sábado véspera do Domingo de Ramos.
Sobre o
rito
14. A menos que
os vasos com os óleos a serem abençoados sejam grandes, uma mesa deve estar em
frente ao altar para recebê-los, mas de modo que não atrapalhe a visão da
assembleia.
15. A Missa
decorre normalmente até a proclamação do Evangelho. Na homilia, o Bispo deve
exortar os Presbíteros sobre a sua fidelidade ao que prometeram e sobre a
renovação pública desse compromisso.
16. Terminada a
homilia, o Bispo, de mitra e báculo, sentado, faz com os Presbíteros o diálogo
sobre as promessas sacerdotais contido no Pontifical Romano e também no Missal.
17. Não há
recitação do Credo e nem oração dos fiéis.
Bento XVI assopra sobre o vaso com o óleo
que será consagrado no Crisma
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18. Segundo a
tradição litúrgica latina, a bênção dos Óleos dos Enfermos é feita antes da
doxologia “Por Cristo” da Oração Eucarística, devido ao costume antigo que
abençoava aqui os primeiros frutos das colheitas. Contudo, ainda que os livros
litúrgicos permitam de outro modo, não se sabe o motivo usado para que isso não
seja observado. Como trata-se apenas de mudança de lugar dos ritos, isso não
altera o tempo de duração da Missa. Embora seja uma permissão, unicamente por
motivos particulares, é mais comum que o rito dos Óleos seja feito antes do
Ofertório.
19. Se o rito
for feito inteiramente antes do Ofertório, seja assim:
O vaso dos óleos
são levados cada um por um ministro, mas ao menos o do Crisma seja portado por
um ordenado e atrás de todos os outros. À frente de todos, um 4º ministro leva
o recipiente com o perfume para o Crisma, se a mistura o Bispo quiser que seja
feita antes da consagração deste óleo. Enquanto isso, canta-se o hino “Acolhei,
ó Redentor” ou outro apropriado.
O último
ministro diz, definindo o uso do óleo que porta: “Eis o óleo para o Santo
Crisma”, apresenta o vaso ao Bispo mitrado e o põe sobre a mesa. O primeiro
ministro também diz: “Eis o Óleo dos Enfermos” e o segundo diz: “Eis o Óleo dos
Catecúmenos”, sempre apresentando-os ao Bispo e depois os depondo sobre a mesa.
Todos os
Concelebrantes aproximam-se da mesa e a cercam dispostos em forma de coroa, mas
só tomam parte na consagração do Crisma. O Bispo, sem mitra, recita a oração de
bênção do Óleo dos Enfermos, de mãos postas, e traça o sinal da cruz onde
prescreve a fórmula. Depois, mas de braços abertos, abençoa o Óleo dos
Catecúmenos rezando a fórmula prevista e traçando o sinal da cruz onde é
indicado. Por fim, se não tiver misturado o perfume ao óleo para o Crisma, o
faz agora; convida todos à oração; e, se for oportuno, assopra sobre o vaso com
o óleo, segundo a tradição litúrgica, em referência ao Espírito Santo.
Seguidamente, de braços abertos, recita a oração de consagração, escolhendo uma
das 2 previstas; a primeira faz uma maior referência ao significado do óleo
vindo da oliveira e usado nas consagrações dos sacerdotes profetas e reis, além
de relacioná-lo ao batismo. Enquanto isso, no trecho indicado, os
concelebrantes estendem a mão direita em direção ao óleo, mas não o Mestre de
Cerimônias e Cerimoniários, pois nem isto é prescrito e, portanto, não deve ser
feito; também eles não devem usar estola em cima da sobrepeliz.
20. Cada vaso
pode ser revestido, desde antes das bênçãos, com um véu de cor específica: roxo
para o dos Enfermos, verde para o dos Catecúmenos e branco (ou outra cor
festiva) para o do Crisma. É uma tradição litúrgica antiga que não contradiz as
rubricas atuais.
21. Se o Bispo
quiser manter o costume litúrgico, os vasos são trazidos da mesma forma em procissão
no Ofertório, à frente dos fiéis que levam o pão, o vinho e a água. Apresentam
tudo ao Bispo, mas os vasos são postos sobre a mesa destinada a isso. Antes da
doxologia da Oração Eucarística, o Prelado abençoa o Óleo dos Enfermos e, após
a Comunhão, abençoa pela forma prescrita o dos Catecúmenos e consagra o do
Crisma.
22. Para Missa
Crismal é a única que a Liturgia menciona o uso de incenso na procissão final,
voltando para a sacristia, enquanto os vasos são portados logo após a cruz
processional. Na verdade, o incenso na procissão inicial tem a ver com a
incensação do altar; uma vez que não há necessidade de incenso na procissão
final, ele não é prescrito, apesar desse erro ser um costume em muitos lugares.
Na Missa Crismal, o uso do incenso tem a ver com a veneração dos Santos Óleos.
TRÍDUO
PASCAL
Na Missa da Ceia
do Senhor, encerra-se a Quaresma.
O Tríduo não é
uma preparação para a Páscoa. Ao contrário, ele já é a Páscoa!
O Mistério
Pascal é a Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor, memorados em cada
celebração dos 3 dias. Essa unidade de uma única celebração pascal em três
ações rituais é demonstrada pelo início comum na Missa da Ceia do Senhor (“Em
nome do Pai”), que não é visto na Celebração da Paixão do Senhor e o rito
habitual de despedida ao fim da Vigília Pascal, ainda que com a presença dos
dois Aleluias). Portanto, o Mistério Pascal é celebrado desde a Missa da Ceia
do Senhor na Quinta-feira Santa e estende-se até o Domingo de Pentecostes,
período no qual satisfazemos o preceito da Comunhão anual.
O Tríduo Pascal
não pode ser celebrado se não houver fiéis participantes e ministros e cantores
que contribuem para a solenidade necessária. Onde não for possível, os fiéis
participem em outra igreja maior e mais liturgicamente bem provida.
Missa
da Ceia do Senhor
Informações gerais
Não é Missa “do
Lava-pés”; este é apenas um rito dentro da Missa da Ceia do Senhor que, embora
seja muito eloquente e parte integrante da memória do que aconteceu na Última
Ceia, pode ser omitido por motivo grave. Isso quer dizer que ele não é
propriamente necessário ao rito da Missa, mas é bom que seja feito. No rito
antigo, ele é uma celebração à parte da Missa, com a leitura do Evangelho do
“Mandato”, ou seja, do mandamento do Senhor que fosse feito o gesto de serviço,
expressado no ato de lavar os pés dos Apóstolos.
Constitui um
erro e até mesmo um abuso litúrgico que o Celebrante, se for um Presbítero, ou
vista a casula sobre a dalmática ou, depondo a casula para o rito do lava-pés,
vista a dalmática. Isto não é previsto para os Presbíteros, mas apenas para os
Abades e Bispos, aos quais a Liturgia restringiu o uso da dalmática na Missa
sob a casula e, no rito do lava-pés, continuam vestido somente com ela, quando
também tiram a casula. Embora os Presbíteros também possuam obrigatoriamente o
grau do Diaconato, há séculos não lhes é mais permitido usar a dalmática sob a
casula e somente no rito antigo um Presbítero pode usar somente a dalmática
enquanto exerce a função de Diácono. Por fim, ainda que o Papa Francisco mude a
estola sacerdotal ao modo dos Diáconos, em uso transversal, isso é uma decisão
pessoal e que não altera a rubrica litúrgica que não permite isso, à cuja
obediência todos estão obrigados até que o Papa decida alterar. Enquanto isso,
esse gesto é restrito à vontade do Papa durante a execução do rito.
Cuide-se que
seja consagrado o Sacramento em número suficiente de hóstia para a Comunhão de
toda a comunidade durante a Celebração da Paixão do Senhor.
O translado do
Santíssimo Sacramento não deve ser feito no ostensório e não é solene exposição
eucarística na Capela da Reposição, de modo que o Santíssimo não fica
diretamente exposto, mas somente na âmbula, coberta por um véu, quando é levada
à Capela e, depois, dentro do tabernáculo até antes da Sagrada Comunhão da
Vigília Pascal.
Aos fiéis, em
estado de graça e tendo comungado nessa Missa, concede-se indulgência plenária
quando recitar o “Tão sublime Sacramento”, a fórmula “Do céu lhes destes o pão”
e a oração “Senhor Jesus Cristo, neste admirável Sacramento”, conforme o
“Enchiridion Indulgentiarum”.
Sobre a
Missa
23. Durante o
canto do Glória, podem tocar a sineta do altar ou o sino da igreja, mas não é
preciso que eles acompanhem todo o momento enquanto todos cantam: só são
necessários alguns segundos, senão, um som abafará e atrapalhará o outro e,
numa confusão aos ouvidos, prejudicará a harmonia da Liturgia.
24. Após o fim
do canto do Glória, os instrumentos musicais só devem ser utilizados enquanto
todos cantam, evitando arranjos instrumentais. Convém ainda mais, se for
possível, que os cantos sejam “a cappella”, sem acompanhamento de instrumentos,
reservando isso ao Glória da Vigília Pascal.
25. Convém
também que os lugares para os participantes do rito do lava-pés sejam fora do
presbitério, mas de modo que sejam facilmente vistos pela assembleia. Cuide-se
que o rito não seja uma apresentação teatral e os fiéis sejam instruídos a não
verem nele um ato para pura começão, mas sim o cumprimento do que Cristo mandou
fazer. A tradição litúrgica (e isso é explicitamente dito pelo Cerimonial dos
Bispos) prescreve que, em vista da presença dos Apóstolos na Última Ceia,
somente homens sejam escolhidos para terem os pés lavados. Isso é reafirmado
pela Carta “Paschalis Sollemnitatis”, da Congregação para o Culto Divino, de
1988, ainda em vigor.
O pé direito de um sacerdote é
molhado
por Bento XVI durante o rito do lava-pés
Arquibasílica do Latrão, 05 de abril de
2017
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26. O Celebrante
pode retirar a casula, a fim de não molhá-la e até mesmo sujá-la durante o
rito. Somente ao Bispo é previsto que se cinja com um gremial. Por outro lado,
o rito antigo pede que o Celebrante, sem casula, prenda uma toalha ao seu
cíngulo. Os ministros devem ajudar o Celebrante com a jarra e o recipiente que
recebe a água usada e com as toalhas que secam os pés. O costume litúrgico
também reza que seja o direito o pé a ser lavado a cada um dos 12 homens. Enquanto
isso, entoa-se o canto adequado. Ao fim, o Celebrante volta para a cadeira,
lava as mãos e, discreta e dignamente, veste de novo a casula.
27. Omite-se o
Credo e é feita a oração dos fiéis.
28. Durante o
Ofertório, além do pão, do vinho e da água, fiéis podem levar ao altar
donativos para os pobres, que são apresentados ao Celebrante e depois
recolhidos para fora do altar.
29. Convém muito
usar a Oração Eucarística I, que possui um trecho próprio e só usado nesta
Missa, narrando mais explicitamente que a Eucaristia foi instituída naquele
dia, de modo especial enquanto diz: “Na noite em que ia ser entregue, para
padecer pela salvação de todos, isto é, hoje”. O Celebrante também atente para
o “Em comunhão” próprio da Missa da Ceia do Senhor.
Com casula e sob a umbela, Bento XVI
translada o cibório
com o Santíssimo Sacramento envolvo no véu umeral
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30. Após a
Comunhão dos fiéis e purificados o cálice e a patena, a âmbula com a reserva
eucarística é deixada sobre o altar, coberta por um véu próprio, enquanto
também é rezada a oração Depois da Comunhão. O Celebrante põe incenso no
turíbulo, ajoelha-se e incensa o Santíssimo Sacramento com 2 movimentos por 3
vezes. Recebe o véu umeral, com ele cobre a âmbula e toma o último lugar na
procissão até a Capela da Reposição, após a cruz processional e as velas e
imediatamente atrás do turiferário com incenso fumegando, entre candelabros com
velas, seguido dos outros ministros e dos fiéis, que também levam velas. Dois
turíbulos podem ser usados, conforme fala o Cerimonial dos Bispos. Enquanto
isso, entoa-se “Canta, Igreja”, de São Tomás de Aquino, reservando o trecho “Tão
sublime Sacramento” para quando depositar a âmbula sobre o altar da Capela da
Reposição. Outro canto eucarístico também pode ser entoado, desde que “Tão
sublime” seja entoado na capela. Nela, o Celebrante coloca incenso no turíbulo
e, de joelhos novamente, incensa o Santíssimo Sacramento. Em seguida, fecha o
tabernáculo, faz um pouco de adoração silenciosa e todos voltam à sacristia,
depois de fazerem genuflexão.
Se não for
possível deixar numa só âmbula todas as hóstias suficientes, as outras âmbulas
sejam conduzidas veladas atrás do Celebrante.
Capela da Reposição em igreja dos Cônegos
Regulares de São João Câncio
Notem o tabernáculo e o seu formato, como
é comum nesta ocasião
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31. A adoração
eucarística deve ser entendida e feita como companhia do Senhor em Seu
sofrimento. Portanto, o bom senso deve guiar as orações e os cânticos. Além
disso, a adoração só pode ter solenidade até a meia-noite da Quinta-feira
Santa; após isso, devem-se repensar a forma de fazê-la, excluindo excessos.
32. A Capela da
Reposição deve ser mantida até o Rito da Comunhão da Vigília Pascal e as
comunidades devem se preparar de tal modo que os fiéis se revezem na adoração
eucarística.
Sobre a
desnudação dos altares
33. Esse costume
evidencia que a Igreja não renova o sacrifício até a Vigília Pascal.
34. A forma nova
do rito romano é mais tímida em como isso deve ser feito. Ao passo que o rito
antigo prescreve que o Celebrante, após retirar a casula e a estola da Missa,
continua de alva e cíngulo e veste a estola roxa. À medida que lentamente reza
o Salmo 21 “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”, alternando os
versículos com os ministros auxiliares, retira as toalhas do altar, com a ajuda
dos demais, que as dobram respeitosamente e as põem na credência. Se o altar
for consagrado pelo Crisma e tiver mais de uma toalha (conforme a tradição
litúrgica), mantém sobre ele a toalha menor, chamada de crismal, que só reveste
o cima da mesa do altar. Os acólitos apagam as velas e retiram os tapetes.
Desnudação do altar segundo o costume
antigo,
com o Sacerdote de alva e estola roxa
Santa Concesa (Itália)
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Se a igreja
possuir mais de um altar, outros ministros podem desnudá-lo ou o próprio
Celebrante, se achar conveniente.
Se a igreja
possuir pias de água benta, os acólitos também a secam. Elas deverão ser
levadas para receberem a água benzida na Vigília Pascal.
É também um
antigo costume que os altares de pedra sejam lavados dignamente, mas de modo
privado, não à vista dos fiéis. Esse ato, antiquíssimo e muito louvável, foi prescrito
pelo Papa Bento XIV, na metade do século XVIII, e usa água e vinho na ablução
do altar, limpando-o de qualquer impureza, simbolizando a imolação do Cordeiro
e ensina aos fiéis a pureza com que devem participar do Santo Sacrifício.
Celebração
da Paixão do Senhor
Informações gerais
O altar deve
continuar sem cruz, castiçais e toalhas, reservando isso ao Rito da Comunhão.
Convém que todos
os ministros, ordenados e leigos, permaneçam fora do presbitério, uma vez que
não é celebrada Missa. Somente após o rito da adoração da cruz, todos devem
ascender ao altar.
A celebração
deve ocorrer na tarde da Sexta-feira, mas de modo que se encerre antes do
anoitecer.
O incenso não
deve ser usado, nem matracas durante a procissão com o Santíssimo Sacramento
até o altar.
O Celebrante não
pode usar pluvial, mas sim a casula. Diáconos usam a dalmática. Sacerdotes
outros devem usar ou alva e estola ou veste talar, sobrepeliz e estola. Todos
os paramentos são de cor vermelha, própria do ofício.
As orações podem
ser cantadas.
Sem sapatos, como pede a 3ª edição do
Missal Romano,
e sem a casula, Bento XVI desce os degraus
para a adoração da cruz,
na Sexta-feira
Santa, em 10 de abril de 2009
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A adoração não é
feita à cruz, mas sim ao Mistério da Paixão. Só deve haver uma e mesma cruz na
celebração; se houver muitos fiéis e for preocupação o tempo necessário a
todos, não se use mais de uma cruz e sim a adoração pelos fiéis seja feita
apenas em silêncio, de longe, enquanto o Celebrante a ergue por um momento.
Aos fiéis em
estado de graça e que recebem a Sagrada Comunhão nesse dia, também adorando a
Santa Cruz, é concedida indulgência plenária, segundo o “Enchiridion
Indulgentiarum”.
Se houver
procissão ou Via Sacra, os ministros ordenados devem usam paramentos roxos ou
pretos, ainda que já tenha passado a Quaresma. Essas cores não são apenas de
pura tristeza, mas também de luto.
Sobre a
Celebração
A prostração do corpo é uma das formas
previstas
para expressar a tristeza pelo sofrimento redentor de Cristo
Basílica de São Pedro, 06 de abril de
2007
© Alessandra Benedetti
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35. A procissão
inicial não deve ter cruz e velas. Todos os ministros dispõem-se em 2 filas.
Perto do altar, ao qual todos fazem reverência, somente os ministros ordenados
devem ou se prostrar ou se ajoelhar; o Mestre de Cerimônias e os Cerimoniários
sempre se ajoelham. Os demais ministros já se dirigem para os seus lugares. Os
fiéis ajoelham-se ao mesmo tempo que todos os outros.
36. De sua
cadeira, o Celebrante diz, de mãos unidas, uma das 2 orações previstas no
Missal.
37. Segue-se a
Liturgia da Palavra conforme comum.
38. A leitura da
história da Paixão segue conforme foi dito no número 4: sem bênção àquele que
fará a leitura, sem incenso, sem velas, reservando ao Celebrante a parte do
Cristo. Se houver outro ministro ordenado, reservem ao povo somente a parte da
multidão. Após isso, se for oportuno, pode ser feita uma breve homilia. Convém
manter um tempo de silêncio depois.
39. A oração
universal pode ter as intenções propostas pelo diácono, ou por outro Presbítero
do ambão, e o Celebrante recita as orações ou de sua cadeira ou do altar, de
braços abertos. Entre a intenção e a oração, pode ser feito o convite de todos
se ajoelharem e se levantarem após uns segundos de oração. Os fiéis, contudo,
podem permanecer o tempo todo ou de joelhos ou em pé. Lembre-se que na menção
do nome do Bispo não se ajunta títulos como “Dom”, “Arcebispo” ou “Cardeal”; se
houver Bispo(s) Auxiliar(es), pode(m) ser mencionados. Se forem vários, sua
menção será apenas dizendo “e seus Auxiliares”. Também o Bispo Coajutor faz as
vezes de Bispo Auxiliar até o Bispo residente ter sua renúncia aceita pelo
Papa.
Bento XVI desvela a segunda parte da
cruz,
o braço direito, durante a Celebração da Paixão do Senhor
Basílica de São Pedro,14 de abril de 2006
© AP Photo/Gregorio Borgia
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40. A cruz pode ser levada, entre 2 velas, pelo
centro da igreja até o altar estando coberta por um véu vermelho e somente o
Celebrante desvelá-la ou, durante o percurso, em três momentos, o Diácono ou o
próprio Celebrante pode desvelá-la gradualmente: primeiro descobre-se a parte
superior da cruz, depois o seu braço direito e depois a desvela inteiramente,
enquanto, a cada vez, o Celebrante ou o Diácono canta “Eis o lenho da cruz”,
conforme o Missal. Após cada parte, todos se ajoelham por uns segundos.
Ajoelhado, sem casula e sem os sapatos,
Bento XVI oscula a cruz durante a
adoração na Sexta-feira Santa
|
41. À entrada do
presbitério, a cruz é deixada entre os dois castiçais. O primeiro a adorá-la é
o Celebrante: sem casula, sem barrete e, se oportuno, também sem os sapatos.
Pode apenas fazer genuflexão ou também oscular os pés do Crucificado. Depois
vão os outros ministros ordenados presentes, os ministros leigos e os demais
fiéis.
42. Terminada a
adoração, a cruz é posta ao meio do altar, como para a Missa.
43. A coleta
para a Terra Santa pode ser recebida enquanto os ministros preparam o altar e a
Santa Reserva é buscada na Capela da Reposição, de modo que todos estejam
atentos quando a procissão estiver chegando ao altar.
44. Prepara-se o
altar com uma toalha, corporal e o Missal. O próprio Celebrante ou, se houver, o
Diácono ou outro ministro ordenado deve buscar a reserva eucarística na Capela
e conduzi-la ao altar pelo trajeto mais curto. Se houver outras âmbulas, também
são conduzidas dignamente. Na falta de outros ministros ordenados, os Ministros
Extraordinários da Comunhão podem auxiliar o Celebrante. Também a procissão
deve ter 2 velas, que depois são postas no altar para o Rito da Comunhão.
Novamente, a umbela (ou, em sua falta, o pálio) é usada para cobrir o ministro
que traz a Santa Reserva.
45. A rubrica do
Pai Nosso do Rito de Comunhão é a mais clara que diz que somente o Celebrante
abre os braços enquanto reza com o povo.
46. Não se reza
o embolismo do Pai Nosso e nem oração pela paz. O Celebrante toma uma hóstia, a
apresenta ao povo dizendo a fórmula do Missal e depois comunga. Terminada a
Sagrada Comunhão dos fiéis, a Reserva é levada novamente para fora do altar
principal.
47. Sem conceder
a bênção, o Celebrante reza a Oração sobre o povo e todos se retiram em
silêncio. Os ministros fazem genuflexão à cruz.
48. Novamente, o
altar é desnudado após o término da celebração, mas sem os ritos da
Quinta-feira Santa.
Vigília
Pascal
Informações gerais
A mãe de todas
as vigílias. Já é Domingo de Páscoa, a solenidade das solenidades.
Antes da reforma
litúrgica da Semana Santa feita por Pio XII, a Vigília Pascal era celebrada
durante o dia, destoando da primitiva tradição litúrgica. Para tanto,
proporcionando o escuro que ainda hoje é requerido, tampavam as janelas das
igrejas. Mas agora, tanto na forma nova quanto no rito antigo, é ordenado que a
Vigília só seja celebrada à noite, pelo menos depois que o sol se ponha e antes
de amanhecer o domingo.
Quem participar
da Vigília Pascal já cumpre o preceito dominical. Mesmo assim, também podem
comungar nos 2 dias.
São previstas
até 9 leituras, contando com a Epístola e o Evangelho. Contudo, pode-se
escolher, por brevidade, até apenas 2 do Antigo Testamento (não excluindo nunca
a do capítulo 14 do Êxodo, a páscoa judaica) e a mesma Epístola e o mesmo
Evangelho citados.
Somente 1 Círio
Pascal pode ser preparado: nem pode fazer outro para outra igreja e nem um
leigo pode prepará-lo na Celebração da Palavra. Deve-se ter em mente isso, com
estrita obediência: ainda que o Círio seja um grande sinal pascal, ele só pode
existir onde tiver sido celebrada a Missa da Vigília de Páscoa. Por isso, não
podemos colocar critérios e justificativas acima.
Mesmo que não
haja um Diácono ou um Concelebrante, o Evangeliário pode ser usado e já deixado
sobre a altar desde antes da Missa.
Por fim, os
Santos Óleos do ano passado podem ser postos em algodão ou outro tecido e
queimados, para darem lugar aos novos.
Sobre a
Missa
49. O Celebrante
deve usar os paramentos brancos próprios da Missa, excluindo deles o pluvial.
De fato, nenhum livro litúrgico prevê que se use o pluvial durante o início da
Missa e a procissão até o altar.
50. Para o lugar
onde o povo está reunido não se levam cruz processional nem velas acesas.
51. O Celebrante
inicia o rito com o sinal da cruz e o saúda como na Missa. Depois faz a
explicação do significado da Vigília, conforme diz o Missal, e abençoa a fogo.
O turiferário põe no turíbulo brasas também do fogo novo.
52. Enquanto um
ministro leigo, se não houver Diácono, segura o Círio e o Celebrante traça com
um estilete (ou mesmo um dos 5 cravos) uma cruz, ainda que ela já esteja
desenhada. O mesmo acontece às letras alfa e ômega e aos algarismos do ano em
curso, respectivamente, acima e abaixo e entre os ângulos da cruz: ainda que já
sejam desenhados no Círio, o Celebrante passa sobre eles o estilete quanto diz
o que é previsto no Missal. Se os cravos já possuírem grãos de incenso, o
Celebrante diz “Pelas suas santas chagas” sem espetar novos grãos na cruz. Após
dizer “A luz de Cristo que ressuscita”, acende o Círio com o fogo novo.
53. Antes de
começar a procissão para a igreja, o Celebrante coloca incenso no turíbulo. À
frente vai o turiferário, seguido do Celebrante ou do Diácono com o Círio, os
outros ministros e os fiéis. No início do percurso, aquele que está com o Círio
canta: “Eis a luz de Cristo”. Depois segunda vez, à porta da igreja, todos
acendem suas velas depois de cantarem a resposta e entram na igreja. Por
último, diante do altar, canta pela terceira vez e acendem-se as luzes do
altar.
O Círio Pascal posto ao lado direito do
ambão, na Basílica de São Pedro
|
54. O Círio é
colocado ou ao lado do ambão ou no centro do presbitério. O Celebrante ou, se
houver, o Diácono incensa o Círio e faz a Proclamação da Páscoa, pelo texto do
Missa ou outro competentemente aprovado, estando no ambão. O texto também pode
ser cantado por um ministro leigo, mas ele não deve pedir a bênção ao
Celebrante; também se for um leigo, não diz o trecho “E vós, que estais aqui”
nem a saudação “O Senhor esteja convosco”, próprios de quem é ordenado. Todos
se mantêm em pé e com suas velas acesas, até mesmo o Celebrante.
55. Concluída o
Precônio Pascal, apagam-se as velas e todos se sentam. O Celebrante, antes das
leituras, introduz a todos na Liturgia da Palavra, conforme é descrito no
Missal.
56. Após cada
leitura e salmo correspondente, o Celebrante levanta-se e canta a oração
própria.
57. Depois da
última leitura do Antigo Testamento e de seu salmo, todos se levantam, um
ministro leigo toma o fogo do Círio e com ele acende as velas do altar,
tocam-se os sinos por uns segundos, enquanto todos cantam o Glória. Evite-se,
como na Missa da Ceia do Senhor, que os sinos sejam tocados durante todo o
canto. Após o Glória, o Celebrante recita a oração do dia.
58. O leitor lê
a Epístola.
59. Durante a
aclamação do Evangelho, se o Celebrante cantar o Aleluia nos três tons,
conforme a tradição, somente quando todos estiverem cantando a estrofe é que
ele, em pé, coloca incenso no turíbulo. Se for Bispo, sentado, põe incenso e
abençoa quem proclamará o Evangelho. Ainda que o Círio não esteja ao lado do
ambão, não se levam velas. Isso só acontece na Vigília Pascal; após esta, a
solenidade da proclamação do Evangelho volta ao normal. Também quem proclama
diz a saudação a todos e faz o sinal da cruz sobre si e sobre o livro, que
depois é incensado
60. Após a
homilia, inicia-se a liturgia batismal. Se não houver batismo, deve ser
abençoada a água para aspersão.
61. Os ministros
caminham até o batistério ou a pia batismal ou um digno recipiente com água é
posto no próprio presbitério. Os catecúmenos aproximam-se com os padrinhos. O
Celebrante convida a todos para o canto da Ladainha de Todos Santos, observando
as particularidades se tem ou não batismo.
62. Diante do
recipiente que contém a água, um qualquer ou a pia batismal, o Celebrante, de
mãos postas, recita a oração de bênção ou a cantando em tom de Prefácio.
Enquanto diz “Nós vos pedimos, ó Pai”, pode mergulhar o Círio por três vezes,
mas em profundidades crescentes até tocar o fundo na terceira vez, na qual o
mantém e continua “E todos os que, pelo batismo”.
O Papa Francisco batiza um garoto
italiano durante a Vigília Pascal
Basílica de São Pedro, 19 de abril de
2014
© AP
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63. O Celebrante
procede ao diálogo sobre a renúncia ao demônio e a profissão de fé e, depois, a
unção de cada catecúmeno no peito ou nas duas mãos com o Óleo dos Catecúmenos,
seguido do batismo de cada um. É feita uma nova unção, mas na testa com Óleo do
Crisma, e a entrega da veste batismal (que pode ser um lenço branco) e da vela
acesa, com fogo tomado do Círio. Se o Celebrante for Bispo ou se tiver
delegação episcopal para crismar os neo-batizados, a unção crismal é feita
segundo o rito da Confirmação, simplesmente ajudando a fórmula: “N, recebe por
este sinal”.
64. Se não
houver batismo, com as adaptações feitas desde antes da Ladainha de Todos os
Santos, deve ser abençoada a água a ser aspergida sobre todos como recordação
do batismo. O Celebrante, então, segue a oração de bênção sobre a água na pia
batismal ou noutro recipiente no presbitério, pergunta a todos, de velas
acesas, sobre a renúncia ao demônio e a profissão de fé, conforme previsto no
Missal, e, a seguir, indo atrás da igreja, asperge a todos com a água benta,
tirada parte do lugar onde foi abençoada, depois de ter tocado em sua própria
testa com o aspersório.
65. Omite-se o
Credo e é feita a oração dos fiéis.
66. Durante o
Ofertório, os fiéis levam ao altar o pão, o vinho e a água e tudo segue
conforme o costume.
67. É muito
conveniente rezar a Oração Eucarística I, em vista das 2 partes próprias da
Vigília Pascal.
68. Os
neo-batizados recebem a Sagrada Comunhão sob as 2 Espécies, diante do altar.
69. Pode-se usar
a fórmula própria da bênção solene da Páscoa. Ao fim da Missa, o Celebrante, ou
o Diácono, despede a todos ajuntando 2 Aleluias, que será feito até o fim da
Oitava da Páscoa.
Domingo
de Páscoa
Informações gerais
É louvável que o
ato penitencial seja substituído pela aspersão da água abençoada na Vigília
Pascal. O uso do pluvial durante a aspersão da água benta só é requerido e
permitido no rito antigo, uma vez que é feita antes da Missa. Na forma
ordinária, portanto, o Celebrante continua com a casula enquanto asperge os
presentes.
Também as pias
nas igrejas recebam a água abençoada na noite anterior.
70. O Círio
Pascal deve permanecer no lugar posto na Vigília Pascal, não deve ser trazido
em procissão.
71. É um erro
que o atual Missal Romano, nem na sua edição latina, tenha uma fórmula própria
para usar em aspersão a água abençoada na Vigília Pascal. Contudo, o Missal
permite que o Celebrante convide o povo com outras palavras, diferentes das do
Missal. Portanto, espontânea e brevemente, fale-se aos fiéis do rito a seguir.
72. Após
aspergir a si mesmo e a todos, o Celebrante, em pé diante de sua cadeira, de
mãos unidas, diz “Que Deus todo-poderoso nos purifique”, conforme está na
página 1004 do Missal da edição brasileira.
73. Canta-se o
Glória, mas sem ser acompanhado pelo toque dos sinos.
74. Após a
segunda leitura, ainda sentados, todos entoam a sequência pascal “Victimae
Paschali laudes” ou uma versão litúrgica aprovada.
75. Durante a
aclamação ao Evangelho, é preparado o turíbulo com o incenso e velas são
levadas ao ambão.
76. Convém,
novamente, que seja rezada a Oração Eucarística I, com seus trechos próprios
para o Domingo e a Oitava Pascais.
77. Pode-se usar
a fórmula própria da bênção solene da Páscoa. Ao fim da Missa, o Celebrante, ou
o Diácono, despede a todos ajuntando 2 Aleluias, que será feito até o fim da
Oitava da Páscoa.
Detalhes mais
conhecidos e comuns não citados aqui estão expressos no Missal Romano.
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