"Stabat mater dolorosa" ("A mãe dolorosa permanecia em pé") é um dos hinos espirituais mais pungentes da Idade Média. Composto no século XIII, o poema medita sobre a dor de Maria ao pé da cruz, durante o sacrifício do filho Jesus no Calvário. Não há certeza sobre a autoria do hino, que pode ter sido escrito pelo papa Inocêncio III ou pelo frade franciscano Jacopone da Todi.
Em vários lugares do mundo cristão, durante a Via
Crúcis rezada na Quaresma, as estrofes do "Stabat Mater" costumam ser
cantadas de duas em duas durante a passagem de uma estação para a outra.
Confira no vídeo a interpretação cantada e, logo
abaixo, o texto em latim e a versão ao português feita por Ricardo Dias Neto.
STABAT MATER DOLOROSA
A Mãe Dolorosa permanecia em pé
1 Stabat Mater dolorosa iuxta crucem lacrimosa dum
pendebat Filius.
De
pé, a mãe dolorosa junto da cruz, lacrimosa, via o filho que pendia.
2 Cuius animam gementem contristatam et dolentem
pertransivit gladius.
Na
sua alma agoniada enterrou-se a dura espada de uma antiga profecia
3 O quam tristis et afflicta fuit illa benedicta
Mater Unigeniti
Oh!
Quão triste e quão aflita entre todas, Mãe bendita, que só tinha aquele Filho
4 Quae moerebat et dolebat Pia Mater dum videbat
nati poenas inclyti
Quanta
angústia não sentia, Mãe piedosa quando via as penas do Filho seu!
5 Quis est homo qui non fleret Matri Christi si
videret in tanto supplicio?
Quem
não chora vendo isso: contemplando a Mãe de Cristo num suplício tão enorme?
6 Quis non posset contristari Matrem Christi
contemplari dolentum cum filio?
Quem
haverá que resista se a Mãe assim se contrista padecendo com seu Filho?
7 Pro peccatis suae gentis vidit Iesum in tormentis
et flagellis subditum
Por
culpa de sua gente, viu Jesus inocente ao flagelo submetido
8 Vidit suum dulcem natum moriendo desolatum dum
emisit spiritum
Vê
agora o seu amado pelo Pai abandonado, entregando seu espírito
9 Eia Mater, fons amoris, me sentire vim doloris
fac ut tecum lugeam
Faze,
ó Mãe, fonte de amor que eu sinta o espinho da dor para contigo chorar
10 Fac ut
ardeat cor meum in amando Christum Deum ut sibi complaceam
Faze
arder meu coração do Cristo Deus na paixão para que o possa agradar
11 Sancta Mater, istud agas crucifixi fige plagas
cordi meo valide
Ó
Santa Mãe, dá-me isto: trazer as chagas de Cristo gravadas no coração
12 Tui nati vulnerati tam dignati pro me pati
poenas mecum divide
Do
teu filho que, por mim, entrega-se à morte assim, divide as penas comigo
13 Fac me tecum pie flere crucifixo condolere donec
ego vixero
Oh,
dá-me, enquanto viver, com Cristo compadecer chorando sempre contigo
14 Iuxta crucem tecum stare et me tibi sociare in
planctu desidero
Junto
à cruz eu quero estar, quero o meu pranto juntar às lágrimas que derramas
15 Virgo virginum praeclara mihi iam non sis amara
fac me tecum plangere
Virgem,
que às virgens aclara, não sejas comigo avara: dá-me contigo chorar
16 Fac ut portem Christi mortem passionis fac
consortem et plagas recolere
Traga
em mim do Cristo a morte, da Paixão seja consorte, suas chagas celebrando
17 Fac me plagis vulnerari fac me cruce inebriari
et cruore filii
Por
elas seja eu rasgado, pela cruz inebriado, pelo sangue de teu Filho!
18 Inflammatus et accensus, per te, Virgo, sim
defensus in die iudicii
No
Julgamento consegue que às chamas não seja entregue quem por ti é defendido
19 Christe cum sit hinc (iam) exire da per matrem
me venire ad palmam vicoriae
Quando
eu do mundo partir, dai-me, ó Cristo, conseguir por vossa Mãe a vitória
20 Quando corpus morietur fac ut animae donetur
paradisi gloria. Amen.
Quando
meu corpo morrer, possa a alma merecer do Reino Celeste a glória. Amém.
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Fonte: Aleteia
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Fonte: Aleteia
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