sexta-feira, 27 de março de 2015

Sobre os ritos da Semana Santa


A Semana Santa é a memória dos mais importantes Mistérios de nossa fé e o Tríduo Pascal é o coração do ano litúrgico. Portanto, sabemos dos antiquíssimos e detalhados ritos que nos acompanham nesses dias, tentando ao máximo exprimir ao nosso espírito os sentimentos pelos textos, pelos cantos, pelos gestos. Luz, escuridão, fogo, água, óleo, silêncio e sinos nos acompanham durante estes 7 intensos dias.

Devido à multiplicidade de detalhes e a uma certa contradição nos textos dos livros litúrgicos, um maior estudo, o auxílio do rito antigo no que é possível e a prática das rubricas também no Vaticano nos ajudam a ter os detalhes melhor esclarecidos. Portanto, o Direto da Sacristia apresenta a seguir um guia feito com base nessas referências, desejando que ele ajude a todos nas comunidades que celebram com fervor espiritual, decoro e solenidade estes dias do triunfo, morte, paixão e ressurreição de Nosso Senhor.

Às vezes, o incenso é confundido apenas com dias festivos, excluindo-o do Advento, da Quarta-feira de Cinzas, da Quaresma inteira e da Semana Santa. Além de o incenso ser permitido, na forma nova, em qualquer Missa, também os dias da Semana Santa são solenes e neles o incenso pode ser usado, exceto na Celebração da Paixão do Senhor.

De acordo com a tradição litúrgica, o canto das orações e dos demais textos não deve ser acompanhado por instrumentos musicais, mas sim a resposta do povo pode ser somada a eles.

Àqueles obrigados à recitação do Ofício Divino, em virtude do seu estado religioso ou clerical, a Igreja dispensa a recitação daquelas Horas canônicas que coincidem com as celebrações litúrgicas. Assim sendo, quem participa da Missa da Ceia do Senhor é dispensado da obrigatoriedade de recitar as II Vésperas da Quinta-feira Santa e quem participa da Celebração da Paixão do Senhor é dispensado de rezar as Vésperas da Sexta-feira Santa. Nos outros dias, as Horas devem ser recitadas normalmente.

Uma regra de ouro: Diáconos e leigos não podem fazer os ritos da Semana Santa apenas excluindo deles a consagração. Onde não há Presbítero para celebrar a Semana Santa, outros não podem abençoar os ramos, fazer o rito do lava-pés, transladar o Santíssimo Sacramento, fazer a prostração e a adoração da cruz na Sexta-feira Santa e abençoar o fogo, preparar o Círio no Sábado Santo, entre outros ritos. Somente com um Presbítero ou um Bispo os ritos podem ser feitos integralmente. 

Maria, a Mãe dolorosa que permaneceu de pé na hora mais cruel da história


"Stabat mater dolorosa" ("A mãe dolorosa permanecia em pé") é um dos hinos espirituais mais pungentes da Idade Média. Composto no século XIII, o poema medita sobre a dor de Maria ao pé da cruz, durante o sacrifício do filho Jesus no Calvário. Não há certeza sobre a autoria do hino, que pode ter sido escrito pelo papa Inocêncio III ou pelo frade franciscano Jacopone da Todi.

Em vários lugares do mundo cristão, durante a Via Crúcis rezada na Quaresma, as estrofes do "Stabat Mater" costumam ser cantadas de duas em duas durante a passagem de uma estação para a outra.

Confira no vídeo a interpretação cantada e, logo abaixo, o texto em latim e a versão ao português feita por Ricardo Dias Neto.


quinta-feira, 26 de março de 2015

Homilética: Paixão do Senhor: "A Cruz representa Cristo e o amor que Ele tem por nós".


Hoje, a Igreja mantém-se em profundo silêncio. O Esposo foi retirado. Neste dia, a Igreja não celebra a Eucaristia. O Altar, despojado após a Missa da Ceia do Senhor, é sinal desse jejum eucarístico.

Pelas 15h, os cristãos se reúnem para uma solene celebração: a Celebração da Paixão do Senhor. Ela consta de três partes: (1) uma Liturgia da Palavra, (2) a Adoração da Cruz e (3) a Comunhão eucarística.

A Liturgia da Palavra ilumina o mistério da cruz do Senhor. Olhada somente com os olhos da razão, a cruz não tem sentido; ela é a maior prova de que Deus não existe e, se existisse, seria inútil, cruel, indiferente à dor humana! A cruz, à luz do nosso entendimento, é sinal de que não vale a pena ser bom, não adianta lutar por um mundo melhor, porque o mal triunfa! Mas, quando escutamos a Palavra do Senhor, o mistério da cruz aparece como luz, como sabedoria admirável de Deus! É isto que as leituras nos revelam: a Primeira, é o quarto cântico do Servo Sofredor; tão impressionante que o chamam de Paixão segundo Isaías. Aí, o Servo humilhado e destruído para salvar a humanidade, triunfará e será salvação da multidão. O Salmo 30 é uma impressionante oração que revela os sentimentos de Jesus na sua dor. É neste Salmo que se encontra a última palavra de Jesus: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu Espírito”. A Segunda Leitura é da Epístola aos Hebreus. Ela apresenta Jesus como nosso Sumo Sacerdote que, pelo seu sacrifício, entrou no Santuário verdadeiro: o céu. Entrou, não com sangue de animais irracionais, mas com o seu próprio sangue, sinal de um amor que se doa totalmente e, por isso, nos purifica. Finalmente, a impressionante narrativa da Paixão segundo São João. A Liturgia da Palavra é concluída com a solene Oração Universal, na qual a Igreja, unida ao seu Senhor, intercede por toda a humanidade.

A Adoração da Cruz exprime a profunda reverência e admiração da Igreja pelo mistério da Paixão e Morte do Senhor. Não se trata de adorar o lenho materialmente, mas o que ele significa.

Finalmente, a Comunhão eucarística. Apesar de não haver Missa, comungar no Corpo do Senhor morto e ressuscitado, revela bem o quanto Cristo vive para sempre.

Papa lança jornada mundial de oração pela paz por ocasião dos 500 anos do nascimento de Santa Teresa de Àvila

Francisco reza pela paz no mundo / 
Foto: Arquivo-L’Osservatore Romano

O Papa deu início, nesta quinta-feira, (26/03), durante a missa celebrada na Casa Santa Marta, à oração mundial pela paz em vista dos 500 anos do nascimento de Santa Teresa d’Ávila, celebrados em 28 de março de 1515. Francisco proferiu as seguintes palavras:

“Queridos irmãos e irmãs, 

Depois de amanhã, 28 de março, celebraremos o quinto centenário de nascimento de Santa Teresa de Jesus, Virgem e Doutora da Igreja. A pedido do padre geral dos Carmelitas Descalços, presente aqui hoje com o padre vigário, naquele dia se realizará em todas as comunidades carmelitas do mundo, uma hora de oração mundial pela paz. Uno-me de coração e esta iniciativa para que o fogo do amor de Deus vença os incêndios da guerra e da violência que afligem a humanidade e que prevaleça o diálogo sobre o confronto armado. 

Santa Teresa de Jesus intercede por esta nossa súplica”, concluiu o pontífice.

O superior geral dos Carmelitas Descalços, Pe. Saverio Cannistrá, recorda numa nota que este evento foi preparado durante os últimos anos em todos os mosteiros, conventos e irmandades do carmelo secular. 

A Sagrada Comunhão


1. Disposições para receber a sagrada Comunhão

80. A Eucaristia seja apresentada aos fiéis também «como antídoto que nos livra das culpas quotidianas e nos preserva dos pecados mortais» [160], como transparece claramente em diversas partes da Missa. Quanto ao acto penitencial situado no início da Missa, tem por fim dispor a todos para celebrar dignamente os santos mistérios [161]; «carece, contudo, de eficácia do sacramento da Penitência» [162] e, no respeitante à remissão dos pecados graves, não se pode considerar um substituto do sacramento da Penitência. Os pastores de almas dediquem diligente cuidado à instrução catequética, de modo a transmitir aos fiéis a doutrina cristã a este respeito.

81. O costume da Igreja afirma, além disso, a necessidade de que cada um se examine a si mesmo profundamente [163], a fim de que ninguém celebre a Missa nem comungue o Corpo do Senhor com a consciência de estar em pecado grave sem ter feito antes a confissão sacramental, a não ser que não haja uma razão grave e não haja a oportunidade de se confessar; neste caso, lembre-se de que está obrigado a fazer um acto de contrição perfeita que inclui o propósito de se confessar quanto antes [164].

82. Além disso, «a Igreja deu normas que visam favorecer o acesso frequente e frutuoso dos fiéis à mesa eucarística e, ao mesmo tempo, determinar as condições objectivas em que se deve abster totalmente de distribuir a Comunhão» [165].

83. É certamente coisa óptima que todos aqueles que participam numa celebração da Santa Missa e estão nas devidas condições nela recebam a Sagrada Comunhão. Acontece no entanto, por vezes, que os fiéis se aproximam da sagrada mesa em massa e sem o necessário discernimento. É tarefa dos pastores corrigir com prudência e firmeza esse abuso.

84. Ademais, se se celebra a Santa Missa para uma grande multidão ou, por exemplo, nas grandes cidades, é necessário que se esteja atento a fim de que, por ignorância, não acedam à Sagrada Comunhão também os não católicos ou, até, os não cristãos, sem se ter em conta o Magistério da Igreja no âmbito doutrinal e disciplinar. Compete aos pastores advertir os presentes no momento oportuno sobre a verdade e a disciplina a observar rigorosamente.

85. Os ministros católicos administram licitamente os sacramentos só a fiéis católicos, que de igual modo, só de ministros católicos os recebem validamente, salvas as disposições do cânone 844, §§ 2, 3 e 4, e do cânone 861, § 2 [166]. Além disso, as condições estabelecidas pelo cânone 844, § 4, das quais nada pode ser derrogado [167], não podem ser separadas umas das outras; consequentemente, é necessário que sejam todas sempre requeridas simultaneamente.

86. Os fiéis sejam insistentemente incitados a recorrer ao sacramento da Penitência fora da celebração da Missa, sobretudo em horários estabelecidos, de modo que a sua administração se realize com tranquilidade e de forma proveitosa para os mesmos, sem que eles fiquem impedidos de uma participação activa na Missa. Aqueles que se habituaram a comungar todos os dias ou muito frequentemente sejam instruídos no sentido de se aproximarem do sacramento da Penitência com regularidade, segundo as possibilidades de cada qual [168].

87. A Primeira Comunhão das crianças deve ser sempre antecedida da confissão sacramental e da absolvição [169]. Além disso, a Primeira Comunhão deve ser sempre administrada por um Sacerdote e nunca fora da celebração da Missa. Salvo em casos excepcionais, é pouco apropriado administrá-la na Quinta-Feira Santa «na Ceia do Senhor». Escolha-se preferentemente outro dia, como os domingos II-VI da Páscoa ou a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo ou os domingos do «Tempo Comum», dado que o domingo é justamente considerado o dia da Eucaristia [170]. Não se aproximem para receber a Eucaristia «as crianças que ainda não tiverem atingido a idade da razão» ou que o pároco «tenha julgado insuficientemente preparadas» [171]. Contudo, quando acontecer que uma criança, de modo excepcional em relação à idade, seja considerada amadurecida para receber o sacramento, não se lhe negue a Primeira Comunhão, desde que esteja suficientemente instruída.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Papa: ligação entre Igreja e família é sagrada e inviolável


PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Quarta-feira, 25 de Março de 2015

Locutor:

Hoje, dia 25 de março, celebramos a solenidade da Anunciação, quando o Arcanjo Gabriel anunciou à Virgem Maria que ela daria à luz o Filho de Deus feito homem. Tem assim  início do mistério da Encarnação do Verbo divino, que quis nascer numa família humana. Hoje também se celebra a Jornada pela vida. Neste contexto, é preciso reafirmar o compromisso da Igreja junto da família, duas realidades unidas por um laço sagrado e inviolável. A Igreja, como mãe, nunca abandona a família, mesmo quando ela cai no pecado ou se afasta da Igreja. Esta não poupa esforços para cuidar, curar e convidar as famílias à conversão e à reconciliação com o Senhor. Para cumprir esta missão, a Igreja precisa de muita oração! Por isso, renovamos hoje o apelo a rezar a oração pelo Sínodo dos Bispos sobre a família, que se realizará no próximo mês de outubro. Esta oração ajudará a Igreja no compromisso de dar testemunho da verdade do amor de Deus e da sua misericórdia pelas famílias, de modo que nenhuma se sinta excluída ou continue «cansada e abatida, como ovelha que não tem pastor». 

Sacrilégio: mulher destrói imagem sacra com enxada em Belo Oriente - MG

Dona de casa cometeu crime sem se importar com 
outras pessoas que presenciaram a ação; 
ela não disse à polícia a motivação para o ato de vandalismo

Nesta terça-feira, 24, os moradores de Belo Oriente, na região do Rio Doce, interior de Minas Gerais, ficaram escandalizados ao ver uma mulher de 48 anos destruir a imagem de Nossa Senhora da Piedade localizada na porta da igreja a golpes com o machado.

De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, a corporação recebeu pelo telefone 190 denúncias de que a dona de casa estava na porta da Igreja Católica Nossa Senhora da Piedade, localizada em uma praça no centro, atacando a imagem sacra.

No local, militares flagraram a mulher dando golpes de enxada na imagem, que teve avarias nas laterais e na parte frontal. A enxada utilizada foi apreendida, e a mulher foi encaminhada para a delegacia de polícia.

Como viver uma boa Semana Santa?


A vida é uma celebração. Tudo nela tem traços de alegria e festa, desde que nascemos até que morremos – daí que diversas culturas acompanhem os rituais de exéquias com danças. Os acontecimentos são acompanhados de comida e bebida para todos os convidados, exaltando, com isso, o fato que toca diretamente o coração. Ainda que tais momentos sejam acompanhados de certos rituais e logísticas próprios, nunca podemos esquecer o essencial, para não nos distrairmos com o acessório.

Por isso, independente da forma como se comemora, é importante conhecer o que se está celebrando. Não pode existir uma verdadeira comemoração quando não há conhecimento do fato celebrado.

Nestes dias, a Igreja se prepara para celebrar o acontecimento que marcou a história do início da sua evangelização: a Páscoa de Cristo, ou seja, a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Resumimos estes fatos em uma semana que costumamos chamar de “Semana Santa”.

Nela, fazemos um percurso pelos últimos acontecimentos vividos por Jesus antes de morrer na cruz e ressuscitar para a nossa salvação. Certamente, é um período utilizado por muitos para descansar e passear, mas os que têm fé no Senhor Jesus são convidados a unir-se a Ele na contemplação do seu mistério redentor.

A razão pela qual muitas vezes não entendemos o caráter de uma comemoração qualquer se deve a que não conhecemos o homenageado ou não assimilamos, em nossa consciência emocional, o motivo que nos reúne para celebrar.

Em outras palavras, às vezes sabemos o que se comemora, mas nem sempre amamos o celebrado. Em uma festa qualquer, por exemplo, existem os convidados e possivelmente alguns “convidados dos convidados”, que talvez nem conheçam o homenageado.