O Papa Francisco enviou uma carta aos bispos da
Nigéria assegurando a sua proximidade a todos aqueles que nesse país sofrem as
ameaças do extremismo como o dos terroristas muçulmanos do Boko Haram que
persegue e mata os cristãos neste território.
A carta, publicada dia
17 de março, tem a data de 2 de março. À continuação apresentamos a
carta na íntegra:
'Enquanto com toda a Igreja percorremos o caminho
quaresmal para a Ressurreição do Senhor, vos envio, queridos arcebispos e
bispos, uma saudação fraterna, que estendo às amadas comunidades cristãs
confiadas ao vosso cuidado pastoral. Também quero compartilhar convosco algumas
reflexões sobre a situação que atualmente vive o vosso país.
Nigéria, conhecida como o "gigante da
África", com mais de 160 milhões de habitantes, está chamada a desempenhar
um papel importante não só nesse continente, mas também em todo mundo. Nos
últimos anos a sua economia experimentou um crescimento e se apresenta no
cenário internacional como um mercado de grande interesse tanto por seus
recursos naturais como por seu potencial comercial. Oficialmente já se
considera a maior economia africana. Também se distinguiu como interlocutor
sócio-político por seus esforços na solução das crises do continente.
Ao mesmo tempo, vossa nação enfrenta sérias
dificuldades, incluindo novas formas violentas de extremismo e fundamentalismo
étnico, social e religioso. Tantos nigerianos foram assassinados, feridos e
mutilados, sequestrados e privados de tudo: de seus seres queridos, de suas
terras, de seus meios de vida, de sua dignidade, de seus direitos. Muitos não
puderam retornar aos seus lares. Os fiéis, tanto cristãos como muçulmanos,
viram-se unidos em um trágico final às mãos de pessoas que se proclamam
religiosas, mas que abusam da religião para fazer dela uma ideologia moldada de
acordo com os próprios interesses ultrajantes e de morte.