O ser humano teima em não aprender com a própria
historia. Como se já não fossem absurdas todas as guerras que houve entre
religiões e todas chacinas racistas que procuraram dizimar outros povos, hoje
nos vemos, em contraste com níveis altíssimos de desenvolvimento da
civilização, no meio de mais uma explosão de cruéis perseguições religiosas.
É necessário que a sociedade seja bem informada e
que nós, cristãos, não ignoremos a dimensão deste horror. Mas não para “jogar
lenha na fogueira”, provocando reações que piorem o nível de violência, e sim
para responder como cristãos, com fortaleza, dignidade e exigência de soluções
de paz. Todos os cristãos atualmente perseguidos e martirizados devem ser, para
nós, um profundo incentivo contra a nossa comodidade e mediocridade.
É possível que o maior número absoluto de vítimas
da intolerância religiosa no mundo atual esteja entre os muçulmanos perseguidos
por outros muçulmanos, na sangrenta rixa entre xiitas e sunitas. Além disso, as
minorias muçulmanas na Rússia e na China sofrem acosso dos respectivos
governos, o que também acontece com os bahai por parte do xiismo iraniano, com
os tibetanos por parte do comunismo chinês e com os judeus nas sociedades em
que persiste o antissemitismo.
A lista de religiões perseguidas é longa e leva a
uma conclusão clara: a intolerância religiosa ainda condiciona o comportamento
de importantes setores governamentais e sociais de todo o planeta.
O que o Ocidente finge não ver é o quanto o
cristianismo também sofre essa intolerância. Javier Rupérez, membro da Real
Academia de Ciências Morais e Políticas da Espanha, levantou uma série de dados
assustadores sobre a perseguição religiosa mundial contra os cristãos.