terça-feira, 14 de abril de 2015

O fato da Ressurreição


A revista VEJA da Semana da Páscoa (8 de abril de 2015) trouxe interessante reportagem sobre a Ressurreição de Jesus, “o grande dogma do cristianismo”, ressaltando que a comemoração do domingo de Páscoa reafirma o poder da fé na Ressurreição do Filho de Deus morto na Cruz, “ideia”, constata a reportagem, “que se fortalece com a passagem dos milênios”. E pergunta: “por que, depois de pouco menos de 2000 anos, a crença na ressurreição de Jesus Cristo, um dos mais extraordinários mistérios da fé, ainda exerce efeito tão arrebatador?” E constata que, se nada houvesse ocorrido na Páscoa daquele ano, ou seja, se a Ressurreição do Senhor não fosse um fato extraordinário atestado e comprovado, não se conseguiria explicar a miraculosa e extraordinária expansão do cristianismo diante de tantas forças contrárias do paganismo.

Houve tentativas modernas de se negar a Ressurreição de Jesus como fato histórico. Segundo algumas dessas teorias, Jesus teria ressuscitado “dentro do Kerigma”, segundo a fórmula de Rudolf Bultmann, famoso teólogo protestante, ou seja, a ressurreição significaria apenas que os discípulos haviam reconhecido que “a causa de Jesus continua”! Por isso, torna-se muito elucidativa para nós a tese de Heinrich Schlier, discípulo de Bultmann, sobre a Ressurreição de Jesus, provando o fato histórico, base da fé cristã.

Heinrich Schelier era pastor luterano, professor de exegese na Alemanha, e, depois, fez parte da “Igreja confessante”, ou seja, a parte da comunidade evangélica alemã que tentava salvaguardar a substância cristã do luteranismo, não aceitando que esse se desintegrasse no movimento que apoiava o nazismo. Depois da guerra, lecionou Novo Testamento e História da Igreja na Faculdade Teológica Evangélica de Bonn. Em 1953, para surpresa do seu mestre Bultmann, converteu-se à Igreja Católica e disse que sua conversão ocorrera de uma forma completamente protestante, ou seja, a partir de sua relação com a Escritura, segundo nos conta Ratzinger. Em 24 de outubro de 1953, foi recebido na Igreja Católica. No dia seguinte, recebe a primeira comunhão e, depois, a confirmação. Tem inúmeras obras teológicas, especialmente essa sobre a Ressurreição de Jesus, prefaciada pelo então Cardeal Joseph Ratzinger.   

Mensagem do Papa para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações 2015


MENSAGEM
Mensagem do Papa Francisco para o
52º Dia Mundial de Oração pelas Vocações
Terça-feira, 14 de abril de 2015

O êxodo, experiência fundamental da vocação

Amados irmãos e irmãs!

O IV Domingo de Páscoa apresenta-nos o ícone do Bom Pastor, que conhece as suas ovelhas, chama-as, alimenta-as e condu-las. Há mais de 50 anos que, neste domingo, vivemos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Este dia sempre nos lembra a importância de rezar para que o «dono da messe – como disse Jesus aos seus discípulos – mande trabalhadores para a sua messe» (Lc 10, 2). Jesus dá esta ordem no contexto dum envio missionário: além dos doze apóstolos, Ele chamou mais setenta e dois discípulos, enviando-os em missão dois a dois (cf. Lc 10,1-16). Com efeito, se a Igreja «é, por sua natureza, missionária» (Conc. Ecum. Vat. II., Decr. Ad gentes, 2), a vocação cristã só pode nascer dentro duma experiência de missão. Assim, ouvir e seguir a voz de Cristo Bom Pastor, deixando-se atrair e conduzir por Ele e consagrando-Lhe a própria vida, significa permitir que o Espírito Santo nos introduza neste dinamismo missionário, suscitando em nós o desejo e a coragem jubilosa de oferecer a nossa vida e gastá-la pela causa do Reino de Deus.

A oferta da própria vida nesta atitude missionária só é possível se formos capazes de sair de nós mesmos. Por isso, neste 52º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, gostaria de reflectir precisamente sobre um «êxodo» muito particular que é a vocação ou, melhor, a nossa resposta à vocação que Deus nos dá. Quando ouvimos a palavra «êxodo», ao nosso pensamento acodem imediatamente os inícios da maravilhosa história de amor entre Deus e o povo dos seus filhos, uma história que passa através dos dias dramáticos da escravidão no Egipto, a vocação de Moisés, a libertação e o caminho para a Terra Prometida. O segundo livro da Bíblia – o Êxodo – que narra esta história constitui uma parábola de toda a história da salvação e também da dinâmica fundamental da fé cristã. Na verdade, passar da escravidão do homem velho à vida nova em Cristo é a obra redentora que se realiza em nós por meio da fé (Ef 4, 22-24). Esta passagem é um real e verdadeiro «êxodo», é o caminho da alma cristã e da Igreja inteira, a orientação decisiva da existência para o Pai. 

A casa de Jesus e as provocações infantis de alguns “ateus amigáveis”


Você deve ter visto as notícias, faz algumas semanas, da descoberta da “possível” casa de Jesus em Nazaré. As manchetes de vários sites e jornais diziam: “Arqueólogos podem ter descoberto a casa da infância de Jesus”.

A tal casa já tinha sido encontrada, na verdade, em 1880: uma ordem de freiras descobriu por acaso uma antiga cisterna, começou a cavar em torno dela e achou um complexo de paredes, estruturas e cavernas que tinham ficado enterradas durante muito tempo. Em 1930, um padre que tinha sido arquiteto fez mais algumas escavações no local e descobriu um pouco mais das estruturas enterradas.

Tudo ficou por isso mesmo até que o arqueólogo Ken Dark, da Universidade de Reading, começasse a fazer extensas escavações no local ao longo dos últimos anos. Ele encontrou evidências arqueológicas que o convenceram de que aquele era um lar judaico do século I. E não só isto: ele observou que, sobre aquela casa, tinha sido construída uma igreja bizantina, que, por sua vez, foi substituída alguns séculos mais tarde por outra igreja, desta vez do tempo das cruzadas. Com base nos indícios materiais e históricos, Ken Dark especulou que a igreja bizantina fosse a Igreja da Nutrição, construída sobre uma casa que os bizantinos acreditavam ter sido o lar da infância de Jesus em Nazaré.

A recente divulgação dessas pesquisas não fez afirmação alguma de que aquela casa fosse “com certeza” o lar em que Jesus passou a infância. O artigo publicado por Ken Dark simplesmente declarava que, com base nos indícios encontrados, havia essa possibilidade.

E o que tudo isso tem a ver com os ateus?

Ultimamente, eu tenho lido alguns blogs mantidos por ateus porque quero entender melhor em que os ateus acreditam e por quê. Afinal, se pretendo falar sobre ateísmo, não quero deturpar os pensamentos e crenças deles, mas sim tentar compreendê-los e dialogar com eles.

Foi assim que achei um artigo no blog “Friendly Atheist” [“Ateu Amigável”], escrito por alguém que atende pelo nome de Terry Firma. Um dos artigos desse blog pretendia dar uma resposta ao anúncio de que fora descoberta a possível casa de Jesus em Nazaré. 

Cruzadas, Inquisição e Guerra contra as Mulheres: é hora de derrubar mitos


Em tempos de terrorismo disseminado por todos os continentes, não faltam afirmações gratuitas de todo tipo, seja para reduzir todos os muçulmanos a farinha do mesmo saco dos terroristas, seja para tentar livrá-los dessa generalização mediante mais generalizações a respeito de outras religiões (de preferência, a católica). Entre os chavões mais batidos, voltam à berlinda as indefectíveis acusações do tipo “Não se esqueça dos atos bárbaros cometidos em nome de Cristo durante as Cruzadas e a Inquisição!", além de reducionismos da ordem do dia, como a assim chamada “Guerra contra as Mulheres”, expressão que está na moda aqui nos Estados Unidos e em boa parte da Europa ocidental.

Mas há fatos históricos que são cuidadosamente deixados de lado a respeito desses três clichês. Vejamos alguns deles.

Será verdade que os cruzados não passavam de saqueadores e vândalos cruéis que distorciam o cristianismo, como afirma a visão popularizada desses episódios da história medieval?

Thomas F. Madden, historiador das Cruzadas e diretor do Centro de Estudos Medievais e Renascentistas da Universidade de Saint Louis, afirma que não. Ele vem travando a sua própria “cruzada de um homem só” para desmascarar os mitos populares sobre as supostas atrocidades patrocinadas pela Igreja católica entre os séculos XII e XVI.

Madden explica que os guerreiros do islã, com enorme energia, começaram a combater os cristãos logo depois da morte de Maomé. E os muçulmanos foram extremamente bem sucedidos nessa empreitada, a ponto de que a Palestina, a Síria e o Egito, que antes eram as regiões mais fortemente cristãs do mundo todo, sucumbiram rapidamente. Até o século VIII, os exércitos muçulmanos já tinham conquistado todo o Norte da África e a Espanha, que também eram, anteriormente, áreas cristãs. No século XI, os turcos seljúcidas conquistaram a Ásia Menor (atual Turquia), que tinha sido cristã desde os tempos do Apóstolo São Paulo. O antigo Império Romano do Oriente, que os historiadores modernos preferem chamar de Império Bizantino, foi reduzido a pouco mais que o território da Grécia atual. Desesperado, o imperador bizantino, cuja sede ficava em Constantinopla (atual Istambul, na Turquia), enviou uma mensagem aos cristãos da Europa ocidental pedindo ajuda para defender os seus irmãos e irmãs no Oriente.

Foi este o contexto que deu à luz as Cruzadas. Elas não foram fruto da imaginação de um papa ambicioso ou de cavaleiros vorazes, mas uma resposta a mais de quatro séculos de conquistas muçulmanas que já tinham dominado dois terços do velho mundo cristão. O cristianismo, como fé e cultura, precisava tomar uma decisão: ou se defendia ou era engolido pelo islã. As Cruzadas foram a estratégia adotada para a reação em defesa própria.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Paz para os cristãos


No período da Páscoa, os cristãos saúdam com freqüência desejando a paz: “paz a você!” “A paz esteja contigo!” Foi assim que Jesus Cristo saudava os apóstolos nos encontros com eles, depois da sua ressurreição: “a paz esteja com vocês! Não tenham medo!” (cf Lc 24,36; Jo 20,19-26).

Com estas palavras, Jesus Cristo queria serenar o ânimo dos discípulos, muito assustados com o fato de verem o Mestre novamente, depois de ele ter sido crucificado e sepultado há vários dias... Estavam apavorados também com o temor de que algo de pior também pudesse acontecer a eles, pois eram bem conhecidos como o grupo de seguidores do Nazareno. Jesus devolve-lhes a paz e a alegria, dando-lhes a certeza de estar novamente com eles.

Sabemos que essa paz durou pouco para os apóstolos, pois bem depressa desabaram sobre eles e os primeiros cristãos ameaças, prisões, torturas e mortes violentas. Tudo porque anunciavam o Evangelho de Cristo, partindo da sua ressurreição dentre os mortos. E assim continuou ao longo dos dois mil anos de Cristianismo, durante os quais houve poucos momentos de paz e tranquilidade... Em alguma parte do mundo, sempre houve perseguições, repressão e martírio para os cristãos. O próprio Jesus havia advertido que a vida de seus seguidores não seria fácil: “o discípulo não é maior que o mestre: se perseguiram a mim, perseguirão também a vós” (Jo 15,20).

Atualmente, os cristãos são, de longe, o grupo religioso mais perseguido ou reprimido no mundo. Só para lembrar alguns fatos mais recentes: no último dia 2 de abril, alguns guerrilheiros do grupo Al Shebab, provenientes da Somália, entrou na Universidade de Garissa, no leste do Quênia, e escolheu especificamente os cristãos, deixando os demais irem embora. Foram mortos ao menos 147 pessoas, só porque eram cristãs. Em março de 2015, houve o seqüestro de 150 cristãos no noroeste da Síria; ainda em março, 14 cristãos foram mortos e mais de 70 ficaram feridos em conseqüência de dois atentados suicidas numa igreja católica e noutra, evangélica. 

O dia em que o Padre Fábio de Melo voltou a defender o casamento gay no Twitter

Resposta à defesa da união gay feita pelo Pe. Fábio

A imprensa que adora difundir o gayzismo como um valor universal, adorou.  Contudo, não foi a primeira vez que o padre se posiciona dessa forma. Em uma participação no programa Altas Horas, da TV Globo, ele declarou:

“A gente precisa dividir bem a questão. Uma é a questão religiosa, o posicionamento das religiões, que têm todo o direito de não aceitar, de não ser a favor. É um direito de cada religião. Se você faz parte daquela religião, daquela instituição, você vai submeter-se à regra. Só que há também a questão cível, que não podemos interferir, que não é religiosa, que é o direito de duas pessoas reconhecerem uma sociedade que existe entre elas”, disse na época.

Poderíamos discorrer horas sobre o quão incoerente é uma personalidade usar de seu sacerdócio para se rebelar contra a Igreja, mas gostaríamos, nesse primeiro momento, de responder à questão do casamento homossexual do ponto de vista estatal (Esperamos que do ponto de vista teológico já conheça).

Ele diz: A união civil entre pessoas do mesmo sexo não é uma questão religiosa. Portanto, cabe ao Estado decidir.” De fato, a questão não é religiosa, é da natureza das coisas. Do ponto de vista estatal, por definição, o casamento deve ser um contrato de direitos (ao qual reclamam os gayzistas) e consequentemente de obrigações. A mais elementar das obrigações é a de cumprir o papel conjugal. Agora, reverendíssimo padre, nos explique quem tem qual papel e por que. Num casamento hétero, evidentemente, esse problema não existe porque existe uma diferença anatômica que torna elementar os direitos e obrigações conjugais de cada parte. Se o Estado concede que um casamento possa ser feito com um contrato entre dois sexos idênticos, ele evidentemente está concedendo que as obrigações conjugais caiam por terra. Ora, se não existe obrigação baseada na natureza, logo não tem sentido algum que um casamento seja feito com “apenas” duas partes. Desta forma, o Estado que ignora a natureza e concede o “direito” do casamento gay, deve, por definição, aceitar o casamento poligâmico. 

Cristãos perseguidos no século XXI: números estarrecedores


O ser humano teima em não aprender com a própria historia. Como se já não fossem absurdas todas as guerras que houve entre religiões e todas chacinas racistas que procuraram dizimar outros povos, hoje nos vemos, em contraste com níveis altíssimos de desenvolvimento da civilização, no meio de mais uma explosão de cruéis perseguições religiosas.

É necessário que a sociedade seja bem informada e que nós, cristãos, não ignoremos a dimensão deste horror. Mas não para “jogar lenha na fogueira”, provocando reações que piorem o nível de violência, e sim para responder como cristãos, com fortaleza, dignidade e exigência de soluções de paz. Todos os cristãos atualmente perseguidos e martirizados devem ser, para nós, um profundo incentivo contra a nossa comodidade e mediocridade.

É possível que o maior número absoluto de vítimas da intolerância religiosa no mundo atual esteja entre os muçulmanos perseguidos por outros muçulmanos, na sangrenta rixa entre xiitas e sunitas. Além disso, as minorias muçulmanas na Rússia e na China sofrem acosso dos respectivos governos, o que também acontece com os bahai por parte do xiismo iraniano, com os tibetanos por parte do comunismo chinês e com os judeus nas sociedades em que persiste o antissemitismo.

A lista de religiões perseguidas é longa e leva a uma conclusão clara: a intolerância religiosa ainda condiciona o comportamento de importantes setores governamentais e sociais de todo o planeta.

O que o Ocidente finge não ver é o quanto o cristianismo também sofre essa intolerância. Javier Rupérez, membro da Real Academia de Ciências Morais e Políticas da Espanha, levantou uma série de dados assustadores sobre a perseguição religiosa mundial contra os cristãos. 

Papa Francisco chama mortes na Armênia de genocídio e "desaponta" Turquia

Francisco considera que o massacre dos cristãos armênios
foi o primeiro genocídio do século XX

'Ferida que sangra'[1]

O papa usou pela primeira vez a palavra genocídio para classificar as mortes há dois anos, o que levou a um protesto da Turquia.

Na missa de domingo na Basílica de São Pedro, ele disse que a humanidade havia vivido "três tragédias consistentes e sem precedentes" no século passado.

"A primeira, que é amplamente considerada como 'o primeiro genocídio do século 20', atingiu o seu próprio povo armênio", disse ele, fazendo referência a palavras usadas pelo papa João Paulo II em 2001.

O papa Francisco também se referiu aos crimes "cometidos pelo nazismo e pelo stalinismo" e disse que outros genocídios haviam se seguido no Camboja, Ruanda, Burundi, Bósnia e massacres de hoje pelo Estado Islâmico.

Ele disse que era seu dever honrar a memória daqueles que foram mortos.

"Ocultar ou negar o mal é como permitir que uma ferida siga sangrando sem enfaixá-la", acrescentou o papa.

Para o correspondente da BBC em Roma, a fala é um lembrete das raízes da Igreja Católica no Leste da Europa e no Oriente Médio.

O presidente armênio, Serzh Sargsyan, estava presente na cerimônia. A polêmica ainda hoje azeda as relações entre a Armênia e Turquia.

O papa estava perfeitamente consciente de que ao usar a palavra "genocídio" ele iria ofender a Turquia, que considera o número de mortes de armênios durante a extinção do Império Otomano exagerado e continua a negar a extensão do massacre.

O foco hoje do papa Francisco sobre a Armênia, o primeiro país a adotar o cristianismo como religião do Estado, mesmo antes da conversão do imperador romano Constantino, serve como mais um lembrete de raízes amplamente difundidas da Igreja Católica na Europa Oriental e do Oriente Médio.

Mais de 20 Igrejas orientais católicas locais, incluindo a de Armênia, permanecem em comunhão com Roma.

Neste domingo, o papa também homenageou o místico do século 10 São Gregório de Narek, declarando-lhe um doutor da Igreja. Segundo a agência de notícias AP, apenas 35 pessoas já receberam este título.

A Armênia considera o dia 24 de abril de 1915 como o início dos assassinatos em massa. O país tem uma longa campanha para que haja mais reconhecimento do que ele considera como um genocídio.