Homilia
do Papa Francisco na celebração da
canonização
de quatro novas santas
VII
Domingo de Páscoa, 17 de maio de 2015
“Os Atos dos Apóstolos nos apresentaram a Igreja
nascente no momento em que elege aqueles que Deus chamou para tomar o lugar de
Judas no Colégio Apostólico. Não se trata de assumir um cargo, mas um serviço.
E de fato Matias, sobre quem recai a escolha, recebe uma missão que Pedro
define assim: “É preciso que um deles se junte a nós para testemunhar Sua
ressurreição” – a ressurreição de Cristo.
Com estas palavras ele resume o que significa fazer
parte dos Doze: significa ser testemunha da ressurreição de Jesus. O fato que
diga “junte-se a nós” faz entender que a missão de anunciar Cristo ressuscitado
não é individual: deve ser vivida em modo comunitário, com o Colégio Apostólico
e com a comunidade. Os apóstolos fizeram a experiência direta e estupenda da
ressurreição; são testemunhas oculares de tal evento.
Graças ao seu respeitável testemunho, muitos
acreditaram; e da fé em Cristo ressuscitado nasceram e nascem continuamente as
comunidades cristãs. Também nós, hoje, fundamos nossa fé no Senhor
ressuscitado, no testemunho dos apóstolos chegado até nós mediante a missão da
Igreja. A nossa fé está firmemente ligada ao seu testemunho como a uma corrente
ininterrupta desdobrada no decorrer dos séculos não somente pelos sucessores
dos Apóstolos, mas por gerações e gerações de cristãos. À imitação dos
Apóstolos, de fato, cada discípulo de Cristo é chamado a se tornar testemunha
da sua ressurreição, sobretudo naqueles ambientes humanos onde é mais forte o
esquecimento de Deus e a perda do homem.