Tive uma experiência pouco comum ao celebrar a
missa na paróquia de Santa Maria (Old St. Mary, em Washington). Era uma missa
solene e, excepcionalmente, foi celebrada em latim.
Não era um dia muito diferente da maioria dos
domingos, mas algo muito impressionante estava prestes a acontecer.
Como vocês sabem, a antiga missa em latim era
celebrada "ad orientem", ou seja, orientada em direção ao Oriente
litúrgico. O sacerdote e os fiéis ficam todos de frente para a mesma direção, o
que significa que o celebrante permanecia, na prática, de costas para as
pessoas. Na hora da consagração, o padre se inclina com os antebraços sobre o
altar, segurando a Hóstia.
Nesse dia, pronunciei as veneráveis palavras da
consagração em voz baixa, mas de maneira clara: "Hoc est enim Corpus
meum" ("Isto é o meu Corpo"). Quando me ajoelhei, os sinos
tocaram.
Logo atrás de mim, houve algum tipo de tumulto,
agitação, e eu ouvia sons incongruentes que vinham dos bancos da parte
dianteira da igreja, bem atrás de mim, à minha direita. Em seguida, um gemido e
um grunhido, como um rosnado.
"O que foi isso?", pensei. Não pareciam
sons humanos, mas ruídos de algum animal grande, como um javali ou um urso, junto
a um gemido melancólico que tampouco parecia humano. Elevei a Hóstia e
novamente me perguntei: "O que será que foi isso?". Depois, houve
silêncio. Ao celebrar o rito antigo da missa em latim, o padre não pode ficar
virando para trás. Mas eu continuei pensando: "O que foi aquilo?".