quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Sorriso de família é capaz de vencer falta de amor, diz Papa


PAPA FRANCISCO

AUDIÊNCIA GERAL

Praça São Pedro
Quarta-feira, 2 de Setembro de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Neste último trecho do nosso caminho de catequese sobre a família, abramos o olhar sobre o modo como ela vive a responsabilidade de comunicar a fé, de transmitir a fé, quer no seu seio quer fora.

Num primeiro momento, pode vir-nos à mente algumas expressões evangélicas que parecem contrapor os laços da família com o seguimento de Jesus. Por exemplo, aquelas palavras fortes que todos conhecemos e ouvimos: «Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim, não é digno de mim; quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim» (Mt 10, 37-38)

Naturalmente, com isso Jesus não quer cancelar o quarto mandamento, que é o primeiro grande mandamento para as pessoas. Os primeiros três estão em relação com Deus, este em relação com as pessoas. E nem podemos pensar que o Senhor, depois de ter realizado o seu milagre pelos esposos de Caná, depois de ter consagrado o vínculo conjugal entre o homem e a mulher, depois de ter restituído filhos e filhas à vida familiar, nos peça para ser insensíveis a estes vínculos! Esta não é a explicação. Ao contrário, quando Jesus afirma a primazia da fé em Deus, não encontra um termo de comparação mais significativo dos afectos familiares. E, aliás, estes mesmos laços familiares, dentro da experiência da fé e do amor de Deus, são transformados, são «repletos» de um sentido maior e tornam-se capazes de ir além de si mesmos, para criar uma paternidade e uma maternidade mais amplas, e para acolher como irmãos e irmãs também aqueles que estão nas margens de cada vínculo. Um dia, a quem lhe disse que fora a sua mãe e os seus irmãos andavam à sua procura, Jesus respondeu, indicando os seus discípulos: «Eis aqui minha mãe e meus irmãos! Aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe» (Mc 3, 34-35) 

Papa aos jovens do MEJ: “As tensões se resolvem com o diálogo”.


DISCURSO DO PAPA FRANCISCO
AOS JOVENS DO MOVIMENTO EUCARÍSTICO JUVENIL (MEJ)

Sala Paulo VI
Sexta-feira, 7 de Agosto de 2015


Muito obrigado pelas perguntas!

Na introdução das perguntas, há duas palavras que me impressionaram, e trata-se de palavras que se vivem na vida diária, tanto na sociedade como em família. Elas são: «tensão» e «conflito». Magat Diop falou de «tensão» nas relações familiares, e Gregorius Hanzel referiu-se aos «conflitos». O conflito. Mas o que seria — pensemos — uma sociedade, uma família, um grupo de amigos, sem tensões, sem conflitos? Sabeis o que seria? Um cemitério! Pois as tensões e os conflitos só não existem nas realidades mortas. Quando há vida, há tensão e conflito; e por isso é necessário desenvolver este conceito e procurar, na nossa vida, quais são as verdadeiras tensões, como elas surgem, porque se trata de tensões que dizem que estamos vivos; e como são tais conflitos. Somente no Paraíso eles não existem! Todos estaremos unidos na paz com Jesus Cristo. E cada um deve identificar as tensões da própria vida. As tensões fazem-nos crescer, desenvolvem a coragem. E os jovens devem ter a virtude da coragem! Um jovem sem coragem é um jovem «diluído», um jovem já idoso. Às vezes desejo dizer aos jovens: «Por favor, não vos aposenteis!». Porque há jovens que vão para a reforma com vinte anos: na sua vida tudo é seguro e tranquilo; vivem sem «tensões».

É claro que nas famílias existem tensões. Mas como é que se resolve uma tensão? Mediante o diálogo! Quando em família há diálogo, quando há a capacidade de dizer espontaneamente o que pensamos, as tensões resolvem-se bem. Mais alto, mais alto... Não se pode ter medo das tensões. Mas é necessário também estar atento, porque se gostares da tensão por causa da tensão, isto prejudicar-te-á, e serás um jovem conflituoso em sentido negativo, alguém que ama estar sempre em tensão. Não, isto não! A tensão vem para nos ajudar a dar um passo rumo à harmonia, mas também a harmonia provoca outra tensão para ser mais harmoniosa.

Para o dizer de modo claro: primeiro, não tenhamos medo das tensões, porque elas nos fazem crescer; segundo, resolvamos as tensões mediante o diálogo, porque o diálogo une, tanto em família como no grupo de amigos, e encontra-se uma senda para caminhar juntos, sem perder a própria identidade; terceiro, não devemos apegar-nos demais a uma tensão, porque isto nos prejudicará. Está claro? As tensões fazem-nos crescer, as tensões resolvem-se mediante o diálogo, e devemos estar atentos a não nos apegarmos demais a uma tensão, porque no fim ela nos destrói. Eu disse que um jovem sem tensões é um jovem «aposentado», um jovem «morto»; mas um jovem que só consegue viver em tensão é um jovem doente. É preciso distinguir isto. 

A verdade sobre a maçonaria


Serge Abad-Gallardo foi membro da maçonaria durante mais de 25 anos, chegou a ser mestre de 14º grau. Depois de uma peregrinação ao Santuário de Lourdes, tudo mudou e começou seu caminho de conversão, que logo o levou a escrever um livro. Na entrevista ao grupo ACI, ele explica também a relação que existe entre o demônio e a organização.

“Fiz parte da maçonaria e pensei que tinha que escrevê-lo primeiro para me entender mais e depois para contar às pessoas. Cada pessoa tem a liberdade para fazer o que ela quiser, mas na maçonaria não se fala francamente”, relata o autor do livro “Por que deixei de ser maçom”, publicado apenas em espanhol.

“Através do meu livro quero demonstrar que o catolicismo e a maçonaria não podem ser praticados juntos”, explica o ex-maçom.

Serge é arquiteto e entrou na loja maçônica através um amigo, tentando encontrar nela as respostas às perguntas mais profundas do homem.

“Eu não pensava deixar a maçonaria. Tive alguns problemas sérios na minha vida e me perguntava qual a resposta que a maçonaria poderia me dar a esses problemas, porém não encontrei nenhuma resposta. Entretanto, no caminho com Cristo, sim as encontrei”, afirmou.

Abad-Gallardo contou que o caminho para deixar a Maçonaria foi difícil: “Durante um ano ou ano e meio, estava convencido que tinha encontrado a fé e não sabia se deveria permanecer na maçonaria, esse podia ser um lugar onde falaria aos maçons do Evangelho. Mas conversando com um sacerdote, ele me explicou que não adianta tentar falar-lhes da Palavra de Deus, porque eles não estavam dispostos a escutar”.

Após os repetidos comentários anticlericais de vários altos graus da maçonaria, Serge não podia ficar calado e defendia a Igreja. Além das críticas à Igreja e ao Papa descobriu que no ritual do início do ano maçônico "se dava glória a Lúcifer". “Eles não dizem que se trata do diabo, mas usam a etimologia da palavra e dizem que é ‘o portador de luz’”, explica o espanhol ao grupo ACI.

Algo parecido também ocorreu quando viu que entre os altos graus da maçonaria elogiam a serpente do livro do Gênesis, a mesma que tentou a Adão e Eva cometerem o pecado original. “Dizem que a serpente trouxe a luz e o conhecimento que Deus não queria conceder ao homem. Isto é uma perversão muito grave”, declara. 

Bartolomeu: "Libertar o homem do lixo espiritual para proteger a criação"


"Como cristãos ortodoxos fomos instruídos pelos padres da Igreja a limitar, na medida do possível, as nossas necessidades. Opomos ao princípio do consumismo o princípio do ascetismo, reduzindo as necessidades ao indispensável. Isto não envolve privação, mas a racionalização do consumo e a condenação ética do desperdício. Quando, portanto, temos o que comer e o que vestir, ficamos felizes (1 Timóteo 6, 8)", como nos exorta o apóstolo de Cristo”. Este foi o convite do patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu, na mensagem divulgada por ocasião do Dia Mundial de Oração para o Cuidado da Criação que a Igreja Ortodoxa celebrou ontem, 1º de setembro, juntamente com a Igreja Católica.

Em sua mensagem – publicada no L'Osservatore Romano - Bartolomeu sublinha que, infelizmente, "nós, homens, tanto individualmente como na totalidade, nos comportamos, às vezes, contrariamente. Oprimimos a natureza de tal forma que as mudanças climáticas e ambientais surjam de formas inesperadas e indesejada”. O próprio Cristo - disse o primaz ortodoxo - depois da multiplicação dos pães e dos peixes e de ter saciado cinco mil homens, além de mulheres e crianças, deu ordens para recolher o que sobrou ‘para que nada se perca’ (João, 6, 12). Infelizmente as sociedades de hoje abandonam a realização deste mandamento, desperdiçando e usando irracionalmente para satisfazer as percepções vaidosas de prosperidade”. 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Cantalamessa: "A criação foi feita para ser contemplada e não possuída".


O “domínio” do homem sobre as criaturas de Deus não é "destinado a seu próprio interesse", mas "ao das criaturas que ele cria e conserva”. Disse o o Pe. Raniero Cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia, em sua homilia durante a Liturgia da Palavra, celebrada ontem à tarde na basílica de São Pedro, por ocasião da Jornada Mundial para o Cuidado da Criação.

"Para a Bíblia, o modelo final do dominus, do senhor, não é o soberano político que explora seus súditos, mas o próprio Deus, Senhor e Pai", disse Cantalamessa, acrescentando que "a fé em um Deus criador e no homem feito à imagem de Deus, não é, portanto, uma ameaça, mas sim uma garantia para a criação, e a mais forte de todas”.

Não só o homem não é o "senhor absoluto das outras criaturas", mas deve "dar conta" dos talentos recebidos, antes de todos, a "terra".

A Bíblia não incentiva “o abuso do homem sobre a criação”. Tanto é assim que “o mapa da poluição não coincide com o da difusão da religião bíblica ou de outras religiões, mas coincide com a de uma industrialização selvagem, que busca só o lucro, e com aquela corrupção que fecha a boca de todos os protestos e resiste a todos os poderes”, continuou o Pregador da Casa Pontifícia.

O que, pelo contrário, afirma a Escritura é a "hierarquia da vida", segundo a qual os minerais nutrem os vegetais, estes, os animais, e, por fim, “todos os três servem à criatura racional, que é o homem”. 

Lefebvrianos agradecem ao Papa por considerar válidas as confissões dos fiéis com os padres da Fraternidade São Pio X durante o Jubileu


Foi recebida com gratidão pela Fraternidade Sacerdotal de São Pio X a mão estendida ontem por Francisco, em sua carta pelo Jubileu da Misericórdia enviada a dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. No último parágrafo da carta, dirigindo um pensamento "aos fiéis que, por diversas razões, frequentam as igrejas oficiadas pelos sacerdotes da Fraternidade de São Pio X", o papa comunica a decisão de que aqueles que durante o Ano Santo da Misericórdia recorrerem ao sacramento da reconciliação junto aos sacerdotes da comunidade receberão válida e licitamente a absolvição dos seus pecados".

A declaração suscitou grande reconhecimento entre os membros da fraternidade fundada pelo arcebispo tradicionalista Marcel Lefebvre em Friburgo. Em comunicado, eles definem o gesto do Sumo Pontífice como "paterno". A nota diz: "No ministério do sacramento da penitência, esta sempre se apoiou, com absoluta certeza, na jurisdição extraordinária conferida pelas Normae Generales do Código de Direito Canônico (...) Durante este ano de conversão, os sacerdotes da Fraternidade São Pio X trarão no coração o exercício generoso e renovado de seu ministério no confessionário, seguindo o exemplo de dedicação contínua que o Santo Cura d'Ars deu a todos os sacerdotes".

A disposição de Francisco nasce do desejo de "não excluir ninguém" da misericórdia do Senhor, que o Ano Santo quer comemorar, mas também e especialmente das solicitações de bispos do mundo inteiro que referiam ao papa o "desconforto" de alguns fiéis que "vivem condições pastoralmente difíceis". É necessário, portanto, tornar concreta essa busca de "soluções para recuperar a plena comunhão com os sacerdotes e superiores da Fraternidade", como o próprio papa augura na carta. 

Card. Schönborn: "É um escândalo que certos países europeus não recebam os refugiados”.


"É um escândalo que na Comunidade Europeia haja países que fazem o que humanamente é uma obrigação e outros não. É escandaloso que alguns países que fazem fronteira com a Áustria tenham um "milésimo" do número de refugiados que se encontram na Áustria. É escandaloso que não aceitem refugiados... Portanto, espero que ocorra um despertar Europeu...". Assim, o cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, expressou a sua amargura pela urgência dos migrantes em uma entrevista à TV Tg2000, o telejornal da Tv2000.

"Na Áustria - explicou - há medo e rumores xenófobos como na Itália, mas a minha impressão é que existe muita solidariedade no povo, compaixão e disponibilidade para ajudar estes pobres que chegam sem nada”. Toda a Igreja na Áustria – relatou então Schönborn – reuniu-se em oração pelas 71 vítimas, incluindo quatro crianças, encontradas em um caminhão na rodovia Budapeste-Viena: "Este trágico acontecimento - disse - a incrível morte de 71 pessoas foi um choque, um susto incrível para muitas pessoas. A Catedral estava lotada de pessoas, apesar de ser um dia de trabalho, e quase todo o governo estava lá”.

O Arcebispo de Viena também explicou que a oração foi dedicada "a estas pobres pessoas, das quais não sabemos ainda a identidade porque não tinham documentos. Uma situação cínica: estavam em um furgão frigorífico para carne, apertados como sardinhas. Não é possível imaginar o sofrimento dessas pessoas morrendo sufocadas, uma depois da outra. Muitos já perceberam que não é possível continuar assim". 

Mês da Bíblia 2015: Evangelho de João


Caros leitores e leitoras,

Graça e paz!

Neste ano, o livro proposto pela CNBB para aprofundamento no mês da Bíblia é o Evangelho de João. O lema escolhido é “Permanecei no meu amor para produzir muitos frutos”, e o tema, “Discípulos missionários a partir do Evangelho de João”. O mandamento do amor de uns para com os outros, sinal do discipulado, é o principal legado do Evangelho de João. Não se trata de um “amor” qualquer, lembrando que a palavra “amor” é muito banalizada e usada para tudo em nossos dias. Trata-se de amor que tem como meta e como ideal o amor de Cristo. A vivência desse amor nas comunidades cristãs e dos cristãos para com o todo da criação é a principal força missionária. Como tem repetido o papa Francisco, a Igreja cresce não por proselitismo, mas pela força de atração que vem do testemunho.

Aspectos muito concretos do contexto da comunidade de João ocasionaram a ênfase dada ao mandamento do amor e a busca por fortalecer e aprofundar a fé. A comunidade era formada por significativa diversidade: judeus convertidos, samaritanos, pagãos convertidos, galileus, pobres, ricos, membros do grupo de João Batista. Isso exigiu maior abertura para conviver com pessoas de mentalidades diferentes. A convivência e os vínculos de fraternidade foram possíveis por meio do amor, força capaz de ultrapassar as barreiras e preconceitos e ideal de uma nova aliança baseada na solidariedade. A comunidade também era marcada por conflitos e perseguições por parte das autoridades judeu-farisaicas e do império romano, além de manter divergências com outras correntes filosóficas e religiosas. Tanto pela diversidade cultural como pelos conflitos e dificuldades gerados pelas perseguições, a comunidade precisou aprofundar os laços de amor e a fé para resistir e manter-se fiel.