segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Papa fala sobre a comunicação entre Deus e o homem


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 06 de setembro de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho de hoje (Mc 7,31-37) narra a cura de Jesus a um surdo-mudo, um evento milagroso que mostra como Jesus restabelece a plena comunicação do homem com Deus e com os outros homens. O milagre acontece na região da Decápole, ou seja, em pleno território pagão; portanto, aquele surdo-mudo que é trazido a Jesus torna-se um símbolo do não-crente que realiza um caminho rumo à fé. Na verdade, a sua surdez expressa a incapacidade de ouvir e entender não só as palavras dos homens, mas também a Palavra de Deus. E São Paulo nos lembra que "a fé vem pela pregação" (Rm 10, 17).

A primeira coisa que Jesus faz é levar aquele homem para longe da multidão: não quer dar publicidade ao gesto que está prestes a realizar, mas não quer nem mesmo que a sua palavra seja coberta pelo barulho das vozes e das conversas do ambiente. A Palavra de Deus que o Cristo nos transmite precisa de silêncio para ser ouvida como Palavra que cura, que reconcilia e restaura a comunicação.

Em seguida, destaca-se dois gestos de Jesus. Ele toca os ouvidos e a língua do surdo-mudo. Para restaurar o relacionamento com aquele homem "travado" na comunicação,  procura, primeiro, restabelecer o contato. Mas o milagre é um dom do alto que Jesus implora do Pai; por isso ele eleva os olhos ao céu e manda: “abra-se!”. E os ouvidos do surdo são abertos, desfaz-se o nó da sua língua e começa a falar corretamente (cfr. V.35).

A lição que tiramos desse episódio é que Deus não é fechado em si mesmo, mas abre-se e se coloca em comunicação com a humanidade. Na sua imensa misericórdia, supera o abismo da infinita diferença entre Ele e nós, e vem ao nosso encontro. Para realizar esta comunicação com o homem, Deus se faz homem: não só nos fala por meio da lei e dos profetas, mas se torna presente na pessoa do seu Filho, a Palavra feita carne. Jesus é o grande "construtor de pontes", que constrói em si mesmo a grande ponte da plena comunhão com o Pai. 

Vamos à luta, filhos da pátria!


No mês em que se comemora a independência do Brasil,  os católicos devem se lembrar que este país nasceu com uma santa missa, celebrada no longínquo 1500. Desde aquele ditoso ano, nossa nação está vocacionada ao amor, porque a eucaristia é a bondade de Deus que se espraia no torrão nacional.  

Com a independência, sucedida centúrias após o descobrimento, os filhos desta “mãe gentil” se enlaçam num projeto único: construir uma pátria justa e fraterna. Com efeito, a atual constituição federal preceitua que um dos objetivos do Brasil, isto é, o porquê de ele existir, consiste na erradicação da pobreza (artigo 3.º, III).

O Brasil foi fundado há 500 anos e a Igreja católica Cristo fundou 2000 anos atrás. Cuida-se de duas sociedades perfeitas que visam ao bem comum, sendo que  ambas realizaram uma opção preferencial pelos pobres, não exclusiva nem excludente. Sem dúvida, o maior bem que os portugueses nos legaram é a religião católica! 

A palavra de ordem clama por uma luta em favor do direito, da paz e da justiça, principalmente em face dos irmãos inermes, que não têm voz nem vez. Daí a conferência episcopal (CNBB) promover todo ano o “grito dos excluídos”.Vamos, pois, à luta, filhos da pátria e da Igreja! 

“Nossos peitos, nossos braços são muralhas do Brasil”! Deveras, os brasileiros, católicos e acatólicos, estão decerto dispostos a dar a vida pela terra natal, porém, o que se espera não é uma lide cruenta; nosso destino repousa na revolução incruenta da solidariedade, alicerçada nos valores cristãos. 

domingo, 6 de setembro de 2015

Vaticano acolhe duas familias de refugiados e Papa pede que cada paróquia faça o mesmo


O Papa renova o apelo para o acolhimento de refugiados. Este domingo, na Praça de São Pedro, Francisco pediu "que cada paróquia, comunidade religiosa, mosteiro, santuário da Europa acolha uma família". O Papa acrescentou que o pedido começará por ter efeito bem perto: "Também as duas paróquias do Vaticano irão acolher por estes dias duas famílias de refugiados."

Segundo o Papa, “perante a tragédia de dezenas de milhares de deslocados que fogem da morte pela guerra e pela fome procuram uma esperança de vida, o Evangelho chama-nos e pede-nos que sejamos próximos dos mais pequenos e abandonados".

"Não basta dizer: 'coragem, paciência'. A esperança cristã é combativa com a tenacidade de quem vai em direção a uma meta segura", acrescentou.

Francisco lembrou que se aproxima o Jubileu da Misericórdia e sugere o seguinte: "dirijo um apelo às paróquias, às comunidades religiosas, aos mosteiros e aos santuários de toda a Europa para exprimirem o lado concreto do evangelho e acolherem uma família de refugiados, um gesto concreto como preparação do ano Santo da Misericórdia." 

Grito dos Excluídos: grito para quem?


As notas do hino do Grito dos Excluídos anunciam o lema desta edição de 2015: “Que país é este que mata gente, que a mídia mente e nos consome”.

O Grito chega à sua 21ª edição propondo em especial dois temas para o debate: violência e mídia. Em pauta, a reivindicação daqueles que lutam por igualdade, justiça e vida digna, e os que têm seus direitos negados e violados.

Na tarde desta quinta-feira (03/09), será realizada em São Paulo a coletiva nacional de imprensa. Entre os convidados, estão Dom Pedro Luis Stringhini, bispo da Diocese de Mogi das Cruzes, vice-presidente da Regional Sul da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); o presidente da União Social dos Imigrantes Haitianos, Fedo Bacourt; e Rosilene Wansetto, da Coordenação Nacional do Grito e Rede Jubileu Sul Brasil.


sábado, 5 de setembro de 2015

Rezemos o Terço pela paz na Síria!


A guerra na Síria está mais encarniçada do que nunca. Em Agosto, os ataques dos jihadistas tomaram um novo alento. Nem a capital já escapa. Mosteiros bombardeados, aldeias ocupadas, milhares de pessoas em fuga. Os Cristãos da Síria voltam-se agora para Nossa Senhora de Fátima, a quem pedem as nossas orações. É a última esperança para a paz.

No início de Agosto, o Patriarca melquita greco-católico Gregório III pediu expressamente ao Santuário de Fátima a imagem Peregrina de Nossa Senhora para ser levada a Damasco, para que os sírios pudessem implorar à Senhora do Céu o fim da guerra. Rezar pela paz é o que resta nestes dias de apocalipse.

A visita da imagem estava prevista para os dias 7, 8 e 9 de Setembro. Tudo estava preparado até que chegou um telefonema urgente a cancelar a deslocação. A evolução da guerra agravou-se de tal forma que já não é possível garantir a segurança. Até a imagem de Nossa Senhora de Fátima está ameaçada pela guerra na Síria. Os Cristãos estão encurralados. Não têm como fugir. Só lhes resta rezar e esperar.  

Bispos da Venezuela em defesa dos direitos humanos


“Pedimos que a normalidade seja retomada o mais rápido possível, porque existem muitas dificuldades e ansiedades em meio a quem vive em ambos os lados do confim, e não só entre eles, mas em toda a população dos dois países, que seguem com indignação os acontecimentos que degradam a condição de seres civilizados e irmãos”. Assim se expressa a Comissão “Justiça e Paz” da Conferência Episcopal da Venezuela sobre a atual situação de conflito na região de confim com a Colômbia, que provocou o fechamento da fronteira entre os dois países decidida pelo Presidente venezuelano, a expulsão de cerca de mil colombianos e a convocação de seus embaixadores, informou a Agência Fides.

A motivação é a defesa dos direitos humanos e da segurança alimentar dos venezuelanos, pois segundo o governo, quase metade dos gêneros alimentícios venezuelanos é contrabandeada na Colômbia. A fronteira também é usada cotidianamente por contrabandistas, traficantes de seres humanos e narcotraficantes, em seus crimes. 

A Comissão Justiça e Paz “está profundamente preocupada com as várias denúncias de graves violações de direitos humanos no âmbito do decreto de suspensão das garantias constitucionais em diferentes municípios do confim, é uma situação que afeta todos nós que vivemos na Venezuela, já que é notável a presença de colombianos em nossa terra e existem muitas relações de fraternidade e cooperação... Não se pode estigmatizar todo um grupo de presumíveis crimes sem um justo processo e o direito à defesa”.

Assim - informa Fides - os Bispos lançam um apelo às autoridades venezuelanas para que garantam “um justo processo e a integridade física das pessoas, especialmente pelo direito à vida”, segundo estabelecido pela Constituição e pelas leis. Às autoridades garantes dos direitos humanos dos dois países, pedem que este problema “tenha uma rápida solução e não se torne uma questão ideológica ou política, nem uma ocasião para promover a xenofobia ou o desprezo de qualquer cidadão por causa de sua origem”. Solidários com milhões de colombianos que enriqueceram a Venezuela com seus valores e capacidades, os Bispos convidam à responsabilidade, à calma e à oração, auspiciando que o fato de se declarar cristãos movimente a solidariedade, a misericórdia, o perdão, e rechace tudo o que leva ao desprezo, à violência e à guerra.

“Muitos dos expulsos não puderam pegar suas coisas, que deixaram no território venezuelano – prosseguem os Bispos – é justo restituir aos proprietários os bens imóveis e outros objetos; é urgente que as famílias se reúnam na totalidade de seus membros, a fim de evitar uma crise humanitária causada pelas deportações de massa; como venezuelanos, queremos ver a resposta do Poder Moral em plenitude, trabalhando para que sejam respeitados os direitos humanos de todos os cidadãos, venezuelanos ou colombianos”.

Mês da Bíblia 2015


O tema proposto para o mês da Bíblia de 2015 é o Evangelho segundo João (Jo), sob a perspectiva do discipulado missionário, conforme o enfoque do Projeto de Evangelização: “O Brasil na missão Continental”. O tema escolhido fundamenta-se nos cinco aspectos essenciais do processo do discipulado: o encontro com Jesus Cristo, a conversão, o seguimento, a comunhão fraterna e a missão.

O lema “Permanecei no amor, para dar muitos frutos” (cf. Jo 15,8-9) foi indicado pela comissão bíblico-catequética, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), juntamente com as instituições bíblicas, entre elas o Serviço de Animação Bíblica (SAB/Paulinas).

João cita aproximadamente 36 vezes a palavra “vida”, mais que o dobro dos outros Evangelhos e geralmente vem acompanhada da expressão “eterna” (aproximadamente 17 vezes). A vida eterna não é somente a vida após a morte, mas é viver o nosso cotidiano conforme o projeto de Deus, que deseja vida plena aqui e agora. Como diz uma canção popular: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Por isso, a tradição associou o quarto evangelho à águia, capaz de atingir os mais altos cumes celestes, mas com o olhar penetrante na profundidade terrestre. O leitor precisa de asas para elevá-lo ao alto, mas é necessária a capacidade de discernir a realidade daqui de baixo.

O Filho Unigênito, a Palavra que vem de Deus, o enviado do Pai, encarnando-se na história e retornando ao Pai como o Filho Glorioso e Todo Poderoso, envia o Espírito sob os discípulos para que possam continuar a sua missão, como anunciadores do Reinado de Deus. Nós também somos convidados a crer que Jesus Crucificado é o Glorificado e Ressuscitado e acreditar no seu plano salvífico, que envolve a todos e a totalidade do ser humano. 

‘Parem a guerra na Síria, não queremos ir para a Europa’


Após a ampla divulgação das fotografias de Aylan Kurdi, um menino sírio três anos que foi encontrado morto em uma praia turca na tentativa de entrar na Europa com sua família, as repercussões não demoraram a chegar.

Kinan Masalmeh, um jovem de 13 anos, foi entrevistado por um jornalista da Al Jazeera em uma cidade húngara. O vídeo, no qual a criança pede o fim da guerra no seu país, enquanto é retido pela Polícia junto com centenas de refugiados sírios nas redondezas de uma estação de trem, começou a circular por todo o mundo através das redes sociais.

"A polícia não gosta dos sírios. Nem na Sérvia, nem na Hungria, nem na Macedônia, nem na Grécia", Kinan explica ao jornalista. "Qual é a sua mensagem, então?", pergunta o entrevistador. E o menino responde em Inglês: "A minha mensagem é, por favor, ajudem os sírios. Os sírios precisam de ajuda agora. Parem a guerra, não queremos vir para a Europa. Basta parar a guerra na Síria. Só isso".