Nos
últimos tempos, a Igreja parece andar ocupada, mais do que tudo, em acolher as
minorias. Desde a "opção preferencial pelos pobres", o zelo pela Sã
Doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo e pela Verdade do Evangelho parece às
vezes ter se tornado, – na prática, – uma questão secundária ou menos
importante. Será que a misericórdia cristã implica abrir mão da difusão do
Evangelho? Da busca pela santidade?
Neste
cenário, vem oportunamente o Cardeal Dolan, Arcebispo de Nova York, pedir que a
Igreja dedique um pouquinho de atenção a um novo tipo de minoria excluída,
até mesmo dentro da própria santa Igreja: os fiéis católicos. Segue abaixo
o conteúdo integral da carta:
CARTA
A inclusão tem sido um inovador e
consistente tema do Sínodo [sobre a família]. A Igreja, nossa família
espiritual, congratula-se com todos, especialmente com aqueles que se sentem
excluídos. Entre estes, do que ouvi dos observadores e Padres sinodais, estão
os solteiros, aqueles que são atraídos pelo mesmo sexo, os divorciados, os
viúvos, os imigrantes que acabaram de chegar a um novo país, as pessoas com
deficiência, os confinados, as minorias étnico-raciais, os idosos. A Igreja é
uma família que ama a todos e congratula-se com suas necessidades.
Poderia eu sugerir que há uma nova
minoria no mundo, e até mesmo na Igreja? Estou pensando naqueles que, confiando
na Graça e Misericórdia de Deus, se esforçam para viver na virtude e na
fidelidade, – dado o fato de que, apenas na América do
Norte, somente metade dos casais que se casam procuram a Igreja
para contrair o Sacramento do Matrimônio; – casais que, inspirados
pelo ensinamento da Igreja, afirmam que o casamento é para sempre, e perseveram
nas provações; casais que recebem o Dom divino de ter vários filhos; homens e
mulheres jovens que optam por não viver juntos antes do Matrimônio; um homem
'gay' ou uma lésbica que querem viver em castidade; um casal que decidiu que
ela vai desistir de uma carreira promissora para ficar em casa e criar seus
filhos. Essas maravilhosas pessoas muitas vezes se sentem como uma minoria em
seu ambiente cultural, sim, e às vezes até mesmo dentro da Igreja!