Depois de anos de uma série de afirmações diretas e
indiretas sobre o tema, o Cardeal alemão Reinhard Marx se pronunciou a favor de
admitir ao sacramento da Comunhão os divorciados recasados, uma postura
contrária à doutrina católica.
Em sua intervenção, no dia 14 de outubro, ante os
bispos provenientes de distintas partes do mundo para participar do Sínodo da
Família, o Cardeal Marx afirmou que “devemos
considerar seriamente a possibilidade – olhando cada caso individualmente e não
de modo geral – de admitir aos divorciados em nova união os sacramentos da
Penitência e da Santa Comunhão”.
Isto deve ser permitido, prosseguiu, “quando a vida compartilhada em um
matrimônio canonicamente válido fracassou definitivamente e o matrimônio não
pode ser anulado, as responsabilidades deste matrimônio se resolveram, existe
um arrependimento pela falta que é a ruptura do vínculo matrimonial e exista a
vontade de viver o segundo matrimônio civil na fé, educando os filhos na fé”.
A intervenção do Cardeal Marx aconteceu depois de
alguns anos de uma série de pedidos dos bispos alemães a fim de mudar as normas
da Igreja a respeito, apesar de nos últimos 50 anos os Papas terem rejeitado
esta proposta por ser contrária à doutrina da Igreja, a qual estabelece que o
matrimônio é indissolúvel e que este vínculo somente termina com a morte de um
dos esposos.
No voo de retorno da Filadélfia para Roma no fim de
setembro, o Papa Francisco disse aos jornalistas que dar a Comunhão aos
divorciados em nova união era uma solução “simplista” ao problema.
Além disso, o Santo Padre anunciou recentemente uma
reforma do processo das causas de nulidade que gerarão maior brevidade e menor
custo dos mesmos.