terça-feira, 27 de outubro de 2015

Homilética: Solenidade de Todos os Santos (1º de Novembro*): A Igreja Santa, na Terra e no Céu


Celebrando a Solenidade de Todos os Santos de Deus, comungamos com aqueles que já se encontram na casa do Pai e vivem em plenitude as bem-aventuranças. Nós também somos proclamados felizes, porque formamos a grande família de Deus e procuramos seguir a multidão dos que nos deixaram exemplo de fidelidade e amor. Encontramos em cada um dos santos e das santas um mesmo perfil. Poderíamos mesmo desenhar o seu retrato-robô comum. Por muito frequentarem Cristo, deixaram-se modelar pelos seus traços.

Somente Deus é santo! A ele toda a glória e adoração! É isso que nós dizemos em cada celebração eucarística: Santo, Santo, Santo! Desta maneira nós celebramos a transcendência de Deus, que está acima de tudo e do qual tudo depende. Diante do Deus Santo e, neste sentido, do Totalmente Outro, a nossa proclamação acaba por emudecer-se, pois diante dele cessam as palavras humanas: “à medida que nos aproximamos do cimo, as nossas palavras diminuirão e, no final da subida a essa montanha, nós estaremos totalmente mudos e plenamente unidos ao Inefável” (Pseudo-Dionísio Areopagita, Teologia Mística, c. 3).

Não obstante, Deus quis fazer-nos participantes da sua santidade. Por seu desígnio salvador, nós fomos consagrados no momento do nosso batismo e nos aproximamos da montanha da santidade. A partir daquele momento, a santidade para nós pode ser descrita como um processo no qual confluem a graça de Deus e a generosa correspondência humana. Neste processo tem lugar uma luta constante na qual um filho de Deus vai se parecendo cada vez mais com o seu Pai-Deus à espera que um dia se manifeste a plena semelhança com a divindade no próprio ser da criatura.

A santidade é acessível a todos porque Deus quer que todos os homens e mulheres sejam santos, isto é, participem da sua Vida e do seu Amor. O Pai deseja que, através da ação do Espírito Santo em nós, nos pareçamos cada vez mais com o seu Filho Jesus Cristo. Em resumo, a santidade é o desenvolvimento da nossa filiação divina: “desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é” (1 Jo 3,2).

Como Jesus, os santos tiveram que viver muitas vezes em sentido contrário às ideias recebidas e aos comportamentos do seu tempo. Viver as Bem-aventuranças não é evidente: ser pobre de coração num mundo que glorifica o poder e o ter; ser suave num mundo duro e violento; ter o coração puro face à corrupção; fazer a paz quando outros declaram a guerra…

Os santos foram pessoas “em marcha” (segundo uma tradução judaizante de “bem-aventurado”), isto é, pessoas ativas, apaixonadas pelo Evangelho… Os santos foram homens e mulheres corajosos, capazes de reagir e de afirmar a todo o custo aquilo que os fazia viver. Eles mostram-nos o caminho da verdade e da liberdade.

Aqueles que frequentaram os santos – aqueles que os frequentam hoje – afirmam que, junto deles, sentimos que nos tornamos melhores. O seu exemplo ilumina. A sua alegria é o seu testemunho mais belo. A sua felicidade é contagiosa.

As três leituras da solenidade de Todos os Santos nos apresentam um fato: Deus, o Santo, quer fazer de nós imagens suas. A santidade não é uma realidade só para alguns, mas para todos. Não é um tema simplesmente da vida privada, mas, envolvendo nosso ser mais pessoal, faz parte de nosso testemunho diante do mundo. Ela também não é algo a ser vivido só na outra vida, mas começa agora o que depois se plenificará.

Apelo de cardeais e bispos católicos de todo o mundo à COP 21 - Para um acordo justo e vinculante sobre o clima


Um apelo inspirado pela carta encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco foi assinado por cardeais, patriarcas e bispos, representantes das conferências episcopais continentais das diversas partes do mundo, e dirigido à COP 21, à Conferência das partes sobre a mudança climática que terá lugar em Paris de 30 de Novembro a 11 de Dezembro próximos, com o convite a trabalhar pela aprovação de um acordo sobre o clima que seja equitativo, juridicamente vinculante e que leve a uma mudança verdadeira.

Representando a Igreja Católica dos cinco continentes, nós, Cardeais, Patriarcas e Bispos, juntámo-nos para expressar, em nosso próprio nome e em nome das populações ao nosso cuidado, a esperança muito difusa de que um acordo climático justo e juridicamente vinculativo será alcançado nas negociações da COP 21, em Paris. Apresentamos uma proposta de linhas de orientação com dez pontos, a partir da experiência concreta de pessoas de todos os continentes, e estabelecendo um elo entre as alterações climáticas e a injustiça social e exclusão social dos nossos cidadãos mais pobres e mais vulneráveis.

Alterações Climáticas: desafios e oportunidades

Na sua carta encíclica, Laudato Si’ (LS), dirigida ‘a cada pessoa que habita neste planeta’ (LS 3), o Papa Francisco sustenta que ‘as mudanças climáticas constituem atualmente um dos principais desafios para a humanidade’ (LS 25). O clima é um bem comum, que pertence a todos e a todos se destina (LS 23). ‘O meio ambiente é um bem coletivo, património de toda a humanidade e responsabilidade de todos’ (LS 95).

Quer sejamos crentes ou não, estamos hoje de acordo que a terra é essencialmente uma herança comum, cujos frutos se destinam ao benefício de todos. Para os crentes, trata-se de uma questão de fidelidade ao Criador, uma vez que Deus criou o mundo para todos. Por conseguinte, qualquer abordagem ecológica deve integrar uma perspetiva social que tenha em atenção os direitos fundamentais dos pobres e mais desfavorecidos (LS 93).

Os danos provocados no clima e no meio ambiente têm enormes repercussões. O problema gerado pela dramática aceleração das alterações climáticas tem efeitos globais. Constitui um desafio à redefinição das nossas noções de crescimento e de progresso. Coloca uma questão de estilo de vida. É imperativo que encontremos uma solução que seja consensual, devido à escala e à natureza global do impacto do clima, pelo que se exige uma solidariedade que seja universal, uma ‘solidariedade entre as gerações’ e ‘entre os indivíduos da mesma geração’ (LS 13, 14, 162).

O Papa define o nosso mundo como ‘a nossa casa comum’ e, no exercício do nosso ofício de administradores, temos de dar atenção à degradação humana e social que é consequência de um meio ambiente deteriorado. Apelamos a uma abordagem ecológica integral, apelamos a que a justiça social ocupe um lugar central, ‘para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres’ (LS 49).

O desenvolvimento sustentável deve incluir os pobres

Enquanto deplora o impacto dramático das rápidas alterações climáticas no nível dos oceanos, em fenómenos climáticos extremos, nos ecossistemas em deterioração e na perda de biodiversidade, a Igreja é também testemunha de como as alterações climáticas estão a afetar as comunidades e populações vulneráveis, que são gravemente prejudicadas. O Papa Francisco alerta-nos para o impacto irreparável das alterações climáticas desenfreadas em muitos países em desenvolvimento do mundo. Além disso, no seu discurso às Nações Unidas, o Papa afirmou que o abuso e a destruição do meio ambiente são também acompanhados de um persistente processo de exclusão1. 

Sínodo reafirma doutrina da Igreja e ressalta beleza da família


Os trabalhos sobre o Sínodo dos Bispos terminaram na noite de sábado, 24, no Vaticano e o relatório final, produto da reflexão de todos os padres sinodais, reafirmou a doutrina católica sobre o matrimônio, sua indissolubilidade; e ressaltou a beleza da família e do plano de Deus para ela.

O texto, composto por 94 numerais foi votado um por um. Todos foram passados com os dois terços requeridos como mínimo: neste caso 177 votos.

No numeral 1, votado unanimemente por todos os bispos presentes (260 votos), o Sínodo agradece “ao Senhor pela generosa fidelidade com que tantas famílias cristãs respondem a sua vocação e missão, inclusive ante os obstáculos, as incompreensões e os sofrimentos”.

Nesse mesmo numeral, os bispos reunidos no Sínodo recordam as palavras do Papa Francisco na homilia de abertura do dia 4 de outubro, quando explicou que Deus criou o homem e a mulher. O Senhor, disse logo o Santo Padre nessa ocasião, “une os corações de duas pessoas que se amam e os une na unidade e na indissolubilidade”.

“Isto significa que o objetivo da vida conjugal não é somente viver juntos, mas também amar-se para sempre. Jesus restabelece assim a ordem original e originária (…) Somente à luz da loucura da gratuidade do amor pascal de Jesus será compreensível a loucura da gratuidade de um amor conjugal único e usque ad mortem” (até a morte).

No numeral 5, aprovado por 256 votos, os bispos ressaltam: “Hoje também o Senhor chama o homem e a mulher ao matrimônio, acompanha-os em sua vida familiar e se oferece a eles como dom inefável”.

No numeral 23, intitulado “Migrantes, prófugos e perseguidos”, aprovado por 253 votos contra 4 votos, os bispos afirmam que “a história da humanidade é uma história de migrantes: esta verdade está inscrita na vida dos povos e das famílias. Também nossa fé o reafirma: todos somos peregrinos”.

Este numeral indica ainda que quando a migração é forçada e é “consequência de situações de guerra, perseguição, pobreza, injustiça, marcada pelas aventuras de uma viagem que põe com frequência em perigo a vida, traumatiza as pessoas e desestabiliza a família”. “O acompanhamento aos migrantes exige uma pastoral específica com as famílias em migração, mas também com os membros dos núcleos familiares que ficam nos lugares de origem”, adicionou. 

Sínodo dos bispos abre portas para integrar divorciados recasados


O Sínodo de Bispos sobre a Família votou com ampla maioria um documento final de 94 parágrafos, que propõe “a integração” na Igreja dos divorciados que voltarem a se casar, após a análise de “caso a caso”.

O texto foi entregue ao papa Francisco, que o divulgou ao público imediatamente.

Os 270 “padres sinodais”, entre bispos e cardeais, que representam os bispos de todo o mundo, aprovaram a suspensão de várias proibições aos divorciados que se casarem novamente, entre elas a de serem padrinhos de batismo e de casamento.

Os padres sinodais insistem, contudo, em que é necessário um “discernimento”, um exame “caso a caso”, para autorizar o acesso aos sacramentos, como a comunhão e a confissão.

Com isso, os bispos fizeram algum movimento no sentido de uma Igreja mais acolhedora com os casais que vivem juntos e com os católicos em situação irregular, ecoando o pedido do papa argentino a favor de uma instituição que pare de julgar e de condenar.

Três parágrafos tiveram um consenso menor – sobretudo, os de número 85 e 86, dedicados a temas bastante sensíveis para a Igreja Católica. Superando a maioria mínima necessária de dois terços (177), os parágrafos 85 e 86 estão entre os menos votados, com 178 votos a favor e 80 contra.

Nesses parágrafos, os bispos sinodais propõem que “os batizados que tiverem se divorciado e voltado a se casar civilmente sejam reintegrados à comunidade cristã, na medida do possível, evitando gerar escândalo”. O texto não especifica se poderão realizar a comunhão.

“Os divorciados que voltarem a se casar não devem se sentir excomungados e podem viver e envelhecer como membros vivos da Igreja, sentindo-a como uma mãe que acolhe sempre”, acrescenta o texto.

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, lembrou que se trata de propostas dirigidas ao papa, que decidirá se será necessário elaborar um documento papal sobre a família.

“Não se pode negar que, em algumas circunstâncias, a responsabilidade (da crise do casal) pode ser menor, ou anulada (…) As consequências de alguns atos não podem recair sobre todos por igual”, defendem os prelados, ao se referirem aos divorciados.

No encerramento do sínodo, o papa Francisco elogiou a liberdade de expressão que reinou ao longo das três semanas de trabalho e criticou abertamente “os métodos não de todo benévolos” empregados pelos setores conservadores contra suas propostas de reforma. 

Espiritismo cristão? Não existe!


Por que católicos vivem postando frases de Chico Xavier? Para quê? Ainda que seja correta e a frase faça sentido, para quem não sabe e nem vê perigo em ser espírita, esta pode ser uma maneira de fazer crer que a doutrina que Xavier defende deve e pode ser coisa boa, a ser seguida e praticada.

Chico Xavier é um médium que fala com os mortos (a necromancia, a evocação dos mortos, é 'abominação' para nós, católicos). Quando ele afirma que "quem acredita realmente em sua religião não tem tempo nem necessidade de criticar a fé dos outros", há aí uma evidente contradição.

Os espíritas dedicam grande parte de seu tempo a ofender o cristianismo, particularmente a Igreja Católica, acusando-a de deturpar e manipular as Sagradas Escrituras. A Igreja teria retirado da Bíblia a referência à reencarnação*, anunciada, segundo eles, pelo próprio Cristo, ao referir-se a João Batista como nova encarnação de Elias. Bobagem.

Aliás, criticam a Igreja mas, quando Allan Kardec criou a doutrina espírita, a primeira providência foi apropriar-se da figura de Jesus Cristo, orientando para que o espiritismo 'fingisse' ser cristão para angariar adeptos.  

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Os casais em segunda união após o Sínodo


Pelo que se depreende da leitura da Relatio Synodi, divulgada aos 24 de outubro de 2015, há novas perspectivas para os divorciados recasados. A norma geral, fundamentada principalmente na exortação Familiaris Consortio (1985), de são João Paulo II, continua sendo não permitir que frequentem os sacramentos os irmãos que, objetivamente falando, se encontrem em estado de pecado grave. Esta é a situação dos que se divorciaram e convolaram a novas núpcias, sem obter a declaração de nulidade do primeiro casamento.

Os recasados, no entanto, veem uma luz no fim do túnel, à medida que o documento final do Sínodo estimula a verificação de caso a caso, para se aferir a responsabilidade subjetiva. Este é um procedimento de confessionário que, de certa forma, fora adotado com frequência. De fato, o confessor faz as vezes de Deus para o penitente contrito. Mas, a grande novidade reside no apoio que o Sínodo está dando a esse tipo de solução. Isto provoca toda a diferença!

Outro ponto bastante relevante diz respeito à insistência com a qual o documento final e o próprio papa Francisco explicam que os divorciados não estão excomungados. Ora, em sendo assim, os divorciados recasados têm de ser aceitos na paróquia onde residem e, se autorizados pelo confessor, devem comungar nessa comunidade, com os demais paroquianos e não em local distante, para não escandalizarem os casais regulares, como se costumava fazer até aqui. 

Papa lembra refugiados e afirma que Igreja não os abandona


PAPA FRANCISCO

ANGELUS

Praça de São Pedro
Domingo, 25 de outubro 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Esta manhã, com a Santa Missa celebrada na Basílica de São Pedro, concluiu-se a Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a família. Convido todos a dar graças a Deus por estas três semanas de trabalho intenso, animado pela oração e por um espírito de verdadeira comunhão. Foi difícil, mas foi um verdadeiro dom de Deus, que certamente trará muitos frutos.

A palavra "sínodo" significa "caminhar juntos". E o que vivemos foi a experiência da Igreja em caminho, especialmente com as famílias do povo santo de Deus espelhado pelo mundo. Por isso me impressionou a Palavra de Deus que vem a nós hoje na profecia de Jeremias. Ele diz: “Eis que eu os trarei do país do Norte e os reunirei desde as extremidades da terra; entre eles há cegos e aleijados, mulheres grávidas e parturientes: são uma grande multidão os que retornam". E o profeta acrescenta: "Eles chegarão entre lágrimas e eu os receberei entre preces; eu os conduzirei por torrentes d’água, por um caminho reto onde não tropeçarão, pois tornei-me um pai para Israel"(31,8-9).

Esta Palavra de Deus nos diz que o primeiro a querer caminhar conosco, a querer fazer "sínodo" conosco, é Ele, nosso Pai. Seu "sonho", desde sempre e para sempre, é formar um povo, reuni-los, levá-los para a terra da liberdade e da paz. Este povo é constituído de famílias: "a mulher grávida e a parturiente"; é um povo que, enquanto caminha leva adiante a vida, com a bênção de Deus.

É um povo que não exclui os pobres e os desfavorecidos, na verdade, os inclui. O Profeta diz: "Entre eles os cegos e os coxos". É uma família de famílias, aonde quem se cansa não é marginalizado, não é deixado para trás, mas caminha junto com os outros porque este povo caminho com o passo dos últimos; como se faz nas famílias e como nos ensina o Senhor, que se fez pobre com os pobres, pequeno com os pequenos, último com os últimos. Não o fez para excluir os ricos, os maiores e primeiros, mas porque este é o único modo para salvá-los, para salvar todos: andar com os pequenos, com os excluídos, com os últimos.

Confesso-lhes que comparei esta profecia do povo em caminho com as imagens dos refugiados em marcha nas estradas da Europa: uma realidade dramática dos nossos dias. Também a eles Jesus diz: ‘Partiram no pranto, eu os consolarei após o sofrimento’. Estas famílias que sofrem, extirpadas de suas terras, também estiveram conosco no Sínodo, em nossa oração e nos nossos trabalhos, por meio da voz de alguns pastores presentes na Assembleia. Estas pessoas, em busca de dignidade, essas famílias que procuram a paz, permanecem conosco, a Igreja não as abandona, porque fazem parte do povo que Deus quer libertar da escravidão e conduzir à liberdade.

Assim, nesta Palavra de Deus, se reflete tanto a experiência sinodal que vivemos, como o drama dos refugiados em marcha nas estradas da Europa. O Senhor, por intercessão da Virgem Maria, nos ajude também a colocar na prática as indicações emersas em fraterna comunhão.

Depois do Angelus

Com quem Caim se casou?


Algumas pessoas ficam intrigadas com o casamento de Caim. Perguntam: Se no início da criação, Deus criou Eva e Adão, eles tiveram Caim e Abel. O primeiro matou o segundo, e Caim se casou… De onde surgiu a esposa dele, se havia só Adão, Eva e Caim?

Antes de tudo é preciso lembrar que o Gênesis não é um livro de ciências naturais e nem de história, de geografia e nem de etnologia, mas apenas um livro que revela verdades fundamentais sobre o mundo e o homem. Na Catequese feita pelo Papa Bento XVI, no dia 06 de fevereiro de 2013, explicou como o Gênesis deve ser interpretado:

“Como devemos compreender as narrações de Gênesis? A Bíblia não quer ser um manual de ciências naturais; quer, em vez disso, fazer compreender a verdade autêntica e profunda das coisas. A verdade fundamental que os relatos de Gênesis nos revelam é que o mundo não é um conjunto de forças entre conflitantes, mas tem a sua origem e a sua estabilidade no Logos, na Razão eterna de Deus que continua a sustentar o universo”.

Lendo a narração da morte de Abel por seu irmão Caim (Gn 4, 1-16) vemos que o autor já supõe um estado avançado da humanidade, onde os homens já domesticam os animais, Abel é pastor, e já cultivavam a terra; Caim é agricultor (4,2). É o período neolítico da humanidade, bem depois da Criação do homem em Adão e Eva. Caim funda uma cidade (4,17), tem medo de se encontrar com outros homens que o possam matar, etc.