Hoje nas orações de sexta-feira em todas as 2500
mesquitas da França será distribuída uma “declaração solene”, acordada pelo
Conselho de Ímãs da França, depois dos atentados de París. É a primeira
vez que algo assim acontece.
Os imãs franceses condenam duramente aqueles que
fizeram do Islã uma seita odiosa e que manipulam os jovens franceses para se
tornarem bombas terroristas.
A declaração diz que acabou o momento dos
muçulmanos franceses esconderem a cabeça na areia, como o avestruz, porque
estão usando o nome da sua religião para justificar tais barbaridades. Segue
abaixo a tradução feita por ZENIT do texto do Conselho dos Ímãs da
Franca:
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Caras
muçulmanas e muçulmanos,
O Islã, a
religião da paz tornou-se refém nas mãos de extremistas e ignorantes. O Islam
existe na Europa há um século. Este sempre viveu em harmonia e coexistência com
as sociedades europeias até a chegada de alguns muçulmanos que vocês conhecem
porque pregam conosco dentro das nossas mesquitas. Eles são jovens nascidos na
Europa, que não falam a língua árabe e que não têm nenhum título em teologia
muçulmana. Nós temos utilizado certos imãs do exterior que nem sequer falam a
língua francesa e que não conhecem os problemas reais que estes jovens franceses
e europeus enfrentam no seio das sociedades ocidentais.
Caros
muçulmanos e caras muçulmanas,
há anos que
se diz que o Islã no ocidente não é semelhante ao Islã que se conhece. Segundo
a ideologia destes islamitas ignorantes, o Islã da tolerância, do humanismo e
da abertura e do diálogo inter-religioso se tornou uma traição e uma
colaboração com o Ocidente, de modo que os imãs tolerantes foram ameaçados
dentro das suas próprias mesquitas por esses extremistas que escolheram a
dureza e ódio contra qualquer um que seja diferente, até mesmo se os diferentes
são muçulmanos.
Os
responsáveis do Islã na França não estão à altura dos verdadeiros valores do
Islã, nem à altura dos verdadeiros valores da república. Eles fizeram do nosso
Islã universal uma religião sectária e odiosa que não aceita a abertura e a
adaptação aos valores europeus. Estes imãs incompetentes como esses líderes
fracassados devem deixar seus postos para outros que são mais competente e mais
abertos, porque estes não foram capazes de tranquilizar nem os muçulmanos, nem
os franceses.
Caros
muçulmanos, caras muçulmanas,
essa onda de
radicalismo só vai parar com a colaboração dos imãs, dos pregadores religiosos,
dos muçulmanos comuns com o Estado, dos legisladores, da sociedade civil, no
interesse da sociedade, mas especialmente no interesse do futuro dos filhos dos
muçulmanos da Europa. Esse futuro está em perigo mais do que nunca.
Caros
muçulmanos e caras muçulmanas, prestem atenção às pessoas que tentam justificar
o injustificável em nome do racismo, da marginalização e da história da
colonização. São pretextos para dissimular o seu ódio e os seus fanatismos
religiosos em nome de um Deus que nos criou para o amor e a fraternidade e não
para a guerra e a barbárie.
Os
terroristas tinham seus pais, tinham famílias. O que eles ensinaram? Foram
vencidos pela internet e as redes sociais?