sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

CBJP divulga nota sobre a decisão de acolhida de pedido de impeachment contra a presidente Dilma


Para onde caminha o Brasil?

A Comissão Brasileira Justiça e Paz, organismo da CNBB, no ensejo da ameaça de impeachment que paira sobre o mandato da Presidente Dilma Rousseff, manifesta imensa apreensão ante a atitude do Presidente da Câmara dos Deputados.

A ação carece de subsídios que regulem a matéria, conduzindo a sociedade ao entendimento de que há no contexto motivação de ordem estritamente embasada no exercício da política voltada para interesses contrários ao bem comum.

O País vive momentos difíceis na economia, na política e na ética, cabendo a cada um dos poderes da República o cumprimento dos preceitos republicanos.

A ordem constitucional democrática brasileira construiu solidez suficiente para não se deixar abalar por aventuras políticas que dividem ainda mais o País.

No caso presente, o comando do legislativo apropria-se da prerrogativa legal de modo inadequado. Indaga-se: que autoridade moral fundamenta uma decisão capaz de agravar a situação nacional com consequências imprevisíveis para a vida do povo? Além do mais, o impedimento de um Presidente da República ameaça ditames democráticos, conquistados a duras penas. 

Catolicismo e escravidão: a história demonstra que a Igreja sempre combateu o comércio de pessoas


Uma das acusações costumeiras contra a Igreja é que ela teria apoiado o sistema escravocrata, especialmente o ocorrido na África entre os séculos XVI e XIX. A verdade, no entanto, é bem diferente da versão dos laicistas dogmáticos.

Em dezembro de 2012, o deputado brasileiro Jean Wyllys, eleito apesar dos votos insuficientes graças às caronas eleitorais permitidas pela "democracia" brasileira, publicou no Twitter uma das suas frequentes investidas contra a Igreja:

A “ferida grave infligida à justiça e à paz”, @pontifex (Bento XVI), foi a escravidão de negros e africanos, apoiada pela Igreja Católica.

Quem lhe respondeu e contestou com fatos concretos, em fevereiro de 2013, foi Ricardo da Costa, historiador medievalista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), através de um artigo publicado pelo jornal Gazeta do Povo, de Curitiba. O professor destaca os seguintes fatos:

- Com a ascensão social e política da Igreja na Idade Média, a pressão a favor dos pobres, das mulheres e dos escravos tornou-se maior. No distante século VI, por exemplo, uma lei criada por pressão da Igreja conseguiu impedir que os escravos fossem presos caso estivessem dentro de um templo católico. Parece muito pouca coisa, mas foi, na época, uma grande conquista em favor dos escravos. Ao longo de toda a Idade Média, o catolicismo pressionou as sociedades cristãs a considerarem a escravidão algo ultrajante, já que, pela fé em Jesus Cristo, todos são filhos de Deus.

- Apesar disso, a escravidão só foi diminuindo lentamente. Ela deu lugar à servidão, um conceito que parece idêntico, mas não é: no regime feudal, a dignidade humana dos chamados "servos" estava consideravelmente acima da escravidão. O escravo era visto apenas como um objeto; já o servo, embora tivesse muitos deveres, também tinha direitos reconhecidos, entre eles o direito à inalienabilidade da terra. Mesmo assim, a escravidão na Europa medieval continuou sendo comum e precisou ser reiteradamente condenada pela Igreja, como aconteceu nos concílios de Koblenz (922) e de Londres (1022) e no Conselho de Armagh, na Irlanda (1171).

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Quem terá a última palavra?


Com a solene festa de Cristo, Rei do Universo, chegamos ao final de mais um Ano Litúrgico; e já iniciamos um novo, com o primeiro domingo do Advento. Este momento do Ano Litúrgico nos faz pensar no “tempo de Deus”.

Deus é eterno e não está sujeito ao tempo; mas entrou no tempo do mundo e dos homens, caminhando com eles, participando de sua vida, mostrando-se um Deus Salvador; o momento alto dessa revelação de Deus foi a vinda do Filho de Deus ao mundo, sua vida entre os homens, sua paixão redentora, sua ressurreição e glorificação e o envio do Espírito Santo.

Por outro lado, Deus também é Senhor do tempo e da história, continuando a realizar no presente e no futuro seu desígnio de amor e salvação para conosco e com o mundo. O início e o final do Ano Litúrgico nos convidam a dar orientação e rumo à nossa vida e a todas as nossas iniciativas. Que sentido tem nossa vida? Para onde vamos? Para onde caminha a humanidade? Quem tem a palavra final sobre o mundo e o destino dos homens?

Não dominamos o começo, nem o final de nossa vida; fazemos projetos e a maioria deles fica a meio caminho; sonhamos e conseguimos realizar apenas poucas coisas. Quem, ou o quê nos faz buscar, sonhar, projetar, esperar? No final de tudo, cantarão vitória os mais espertos? Os corruptos? Os honestos? Os mais ricos? Os políticos mais poderosos? Os cientistas? Os soldados? 

Igreja Católica Etíope


A Igreja Católica foi fundada por Jesus Cristo há dois mil anos. Jesus confiou à sua Igreja seus doze apóstolos, os primeiros bispos, que espalharam a fé cristã em todo o mundo conhecido. A palavra "católico" significa "universal". De fato, hoje a Igreja Católica está presente em todos os lugares do mundo: há mais de um bilhão de cristãos católicos, tornando-se uma das maiores religiões do mundo.

O líder que garantiu a unidade original dos Doze Apóstolos foi o apóstolo Pedro que se tornou bispo de Roma e lá foi martirizado.

A Igreja Católica está presente na África desde a sua criação há quase dois mil anos atrás. Segundo a tradição bíblica, o próprio Jesus passou três anos de sua infância no Continente Africano, no Egito. Desde então, mais de dois milênios, incontáveis ​​gerações de bispos africanos católicos e sacerdotes, religiosas e irmãos, homens fiéis, mulheres e crianças, transmitiram e em alguns casos até mesmo morreram por sua fé. A Igreja Católica na África tem dado os primeiros Papas mundiais como Saint Victor, grandes teólogos como o quarto século Saint Augustine do Norte de África, mártires corajosos como Uganda São Carlos Lwanga e seus companheiros, Blessed Gebre Michael na Etiópia e testemunhas como Santa Josefina Bakhita do Sudão.

A Igreja Católica está presente na Etiópia desde o início do cristianismo. Atos da Bíblia dos Apóstolos narra como um dos primeiros convertidos ao cristianismo foi um etíope, batizado pelo Apóstolo São Filipe (Atos 8,26-40).

No entanto, devido a alguns problemas, como a falta de padres, a localização distante do país a partir da Santa Sé, o fechamento dos principais meios de comunicação com o mundo cristão por não-cristãos, e especialmente os obstáculos por uma igreja local privilegiado pelo Governo até os últimos anos, a expansão da Igreja Católica na Etiópia foi lento.

Por volta do ano 341 dC, São Frumentius (Abune Salama Kesatie Berhan) foi consagrado o primeiro bispo da Etiópia pela grande Santo Atanásio, patriarca de Alexandria, que estava em união com o Bispo de Roma. Assim, o Bispo de Alexandria foi a ponte entre o Bispo de Roma e do Bispo da Etiópia.

Quando a Igreja em Alexandria e na Etiópia se separou da Igreja de Roma no século VI, devido a um mal-entendido cristológico infeliz, a Igreja, que antes era uma só tornou-se dividida. 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

248 horas de adoração eucarística e reparação pela profanação de Pamplona


A perpétua Adoração Eucarística da Diocese de Alcalá dos Henares convocou 248 horas (mais de dez dias) de adoração eucarística em reparação à profanação cometida por Abel Azcona, usando hóstias consagradas para uma exposição em Pamplona.

Comunicado sobre a Adoração Eucarística Perpétua 
na Diocese de Alcalá de Henares

Nos últimos dias de novembro os católicos da Espanha têm vivido com dor a profanação pública da Santa Eucaristia em um salão de exposições da cidade de Pamplona. O autor de tal profanação foi a 248 missas em que, simulando receber a Sagrada Comunhão, roubou e guardou para uso em sua obra consagrada “Hosts”. As Sagradas espécies eucarísticas foram expostas ao público jogadas no chão formando a palavra "pedofilia".

De acordo com um comunicado da imprensa, um cidadão anônimo indignado com esta terrível verdade, entrou no salão de exposição, removeu as espécies eucarísticas e as levou para uma paróquia onde foram reservados no Tabernáculo.

Agradecemos ao Senhor por essa pessoa e lhe pedimos para recompensá-lo com todo o amor do seu Sagrado Coração por esse ato de fé no sacramento da Eucaristia. Da mesma forma pedimos ao Senhor pela conversão de Abel Azcona, autor da profanação e para todos os pastores e fiéis da Igreja, que esse ato deplorável nos ajude a olhar com mais cuidado a distribuição e a recepção da Sagrada Eucaristia.

O Arcebispo de Pamplona-Tudela em uma declaração de 24 de novembro, disse:

Condeno fortemente este acontecimento doloroso que constitui um ataque contra a fé da comunidade católica dos fiéis desta Arquidiocese e de todos os católicos. Um católico que comete tal ato incorre em excomunhão imediata reservada à Sé Apostólica, como indicado no Código de Direito Canônico, cân. 1367, que afirma: "Quem derramar as espécies consagradas ou as tira ou mantém-nas para uma finalidade sacrílega, incorre em excomunhão latae sentenciae reservada à Sé Apostólica”. 

Papa na Audiência: “Tive a alegria de levar a palavra de esperança de Jesus ressuscitado”.


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 2 de dezembro de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Nos dias passados, realizei a minha primeira viagem apostólica à África. É bela a África! Dou graças ao Senhor por esse seu grande dom, que me permitiu visitar três países: primeiro o Quênia, depois Uganda e enfim a República Centro-Africana. Exprimo novamente o meu reconhecimento às autoridades civis e aos bispos destas nações por terem me acolhido e agradeço a todos aqueles que de tantos modos colaboraram. Obrigado de coração!

O Quênia é um país que representa bem o desafio global da nossa época: proteger a criação reformando o modelo de desenvolvimento para que seja igualitário, inclusivo e sustentável. Tudo isso se reflete em Nairóbi, a maior cidade da África oriental, onde convivem a riqueza e a miséria: mas isso é um escândalo! Não somente na África: também aqui, em todo lugar. A convivência entre riqueza e miséria é um escândalo, é uma vergonha para a humanidade. Em Nairóbi tem sede o escritório das Nações Unidas para o Ambiente, que visitei. No Quênia, encontrei as autoridades e diplomatas e também os moradores de um bairro popular; encontrei os líderes das diversas confissões cristãs e das outras religiões, os sacerdotes e os consagrados e encontrei os jovens, tantos jovens! Em toda ocasião encorajei a valorizar a grande riqueza daquele país: riqueza natural e espiritual, constituída pelos recursos da terra, das novas gerações e dos valores que formam a sabedoria do povo. Neste contexto tão dramaticamente atual, tive a alegria de levar a palavra de esperança de Jesus: “Sejais fortes na fé, não tenhais medo”. Este era o lemae da visita. Uma palavra que é vivida todos os dias por tantas pessoas humildes e simples, com nobre dignidade; uma palavra testemunhada de modo trágico e heroico pelos jovens da Universidade de Garissa, mortos em 2 de abril passado porque eram cristãos. O sangue deles é semente de paz e de fraternidade para o Quênia, para a África e para todo o mundo.

Depois, em Uganda, a minha visita aconteceu na comemoração dos mártires daquele país, a 50 anos da sua histórica canonização pelo beato Paulo VI. Por isso o lema era: “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Um lema que pressupõe as palavras imediatamente precedentes: “Tereis força do Espírito Santo”, porque o Espírito que anima o coração e as mãos dos discípulos missionários. E toda a visita a Uganda se desenvolveu no fervor do testemunho animado pelo Espírito Santo. Testemunho em sentido explícito é o serviço dos catequistas, a quem agradeci e encorajei pelo seu empenho, que muitas vezes envolve também suas famílias. Testemunho é aquele da caridade, que toquei com a mão na Casa de Nalukolongo, mas que vê empenhadas tantas comunidades e associações no serviço aos mais pobres, aos deficientes, aos doentes. Testemunho é aquele dos jovens que, apesar das dificuldades, protegem o dom da esperança e procuram viver segundo o Evangelho e não segundo o mundo, vão contra corrente. Testemunhas são os sacerdotes, os consagrados e as consagradas que renovam dia após dia o seu “sim” total a Cristo e se dedicam com alegria ao serviço do povo santo de Deus. E há um outro grupo de testemunhas, mas falarei delas depois. Todo esse multiforme testemunho animado pelo mesmo Espírito Santo é fermento para toda a sociedade, como demonstra a obra eficaz realizada em Uganda na luta contra a Aids e no acolhimento aos refugiados. 

Homilética: 2º Domingo do Advento - Ano C: "Preparar-se para a vinda do Senhor".


O homem muitas vezes põe a sua confiança nos próprios projetos de felicidade. Por isso, opõe resistência ao encontro com a salvação oferecida por Deus. Tal resistência pode durar algum tempo mas, no fim, o homem acabará certamente por se deixar conquistar e preparar para O acolher.


O tempo do Advento recorda-nos que o Senhor continua a vir para realizar esta obra. Que fazer, então, para O acolher? A liturgia da Palavra deste domingo aponta-nos o caminho. Procuremos escutá-la com atenção e, no íntimo do coração, peçamos perdão ao Senhor pelas ocasiões em que recusamos acolhê-l’O.

Preparar o caminho do Senhor é o centro do anúncio de João Batista. A conversão exige empenho pessoal, mas ela é impulsionada por Deus, que é capaz de realizar em nós a mais profunda transformação. Essa transformação tem como ponto central a vivência sempre crescente do amor.

Alegria do Advento


Iniciamos mais um Ano Litúrgico, preparando-nos para o nascimento de Jesus Cristo no tempo do Natal. Nascimento que só tem sentido quando as pessoas conseguem abrir seus corações e deixarem acontecer o encontro íntimo com Aquele que vem como enviado do Pai. Assim se cumpre a realização da promessa de libertação projetada nos anúncios do Antigo Testamento.

Jesus foi prometido e proclamado como rei justo no meio de um mundo marcado pelas práticas de injustiça e de degradação da identidade da pessoa humana. O que vemos, na prática, e em todos os tempos, é o sofrimento condicionado pelos desvios do projeto querido pelo Criador. A injustiça, generalizada como está, diminui as condições necessárias para uma vida feliz e humana.

A vontade de Deus é a realização do direito e da justiça, isto é, de uma vida conforme as prescrições dos mandamentos e das indicações das bem-aventuranças do Evangelho. Não fomos criados para a destruição, indiscriminada, dos bens da natureza. “Dominai a terra” (Gn 9,7) significa construir, possibilitando o necessário para as pessoas terem uma vida saudável e digna.

A consistência do mundo depende do cuidado e de como ele é usado. Certas práticas causam medo e angústia nas pessoas, porque fragilizam a qualidade de vida e minam a alegria e as expectativas de um futuro promissor. A preparação para o Natal estimula uma concreta esperança, capaz de elevar o espírito abatido.