sábado, 19 de dezembro de 2015

O que torna uma ação boa ou má?


O homem alcança o seu destino imortal e a salvação eterna fazendo o bem e evitando o mal.

Jesus disse: Se me amais, guardareis os meus mandamentos (Jo 14, 15). É fácil estabelecer o princípio geral de que é preciso fazer o bem e evitar o mal; mas não é fácil saber – em cada circunstância, aqui, agora – o que é bom e o que é mau.

Há princípios básicos de moral cristã com os quais todos os católicos devem estar familiarizados. Dentre eles, um dos primeiríssimos é este: para que qualquer ação possa ser qualificada moralmente, tem de ser consciente, humana. Um ato humano procede do conhecimento e do livre arbítrio; se faltarem a liberdade ou o conhecimento devidos, o ato não é completamente humano e, portanto, não é completamente moral. Assim, a digestão, o crescimento, o movimento do sangue nas veias, etc., uma vez que não estão sob o controle da nossa vontade, não podem de forma alguma ser chamados de atos morais. São atos da pessoa humana, mas não podem ser considerados “atos humanos”.

Um ato inteiramente humano, ou seja, um ato que procede do conhecimento e do livre arbítrio, pode ser moralmente bom ou moralmente mau. Como podemos fazer a distinção? Baseados em uma experiência de séculos, os teólogos chegaram à conclusão de que há três determinantes para a qualidade moral das nossas ações: o objeto, o fim ou a intenção, e as circunstâncias. 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Diocese chega a conclusão sobre caso de “hóstia que sangra” nos Estados Unidos


A Diocese do Salt Lake City (Estados Unidos) publicou recentemente o resultado de sua investigação no caso de um suposto milagre eucarístico com uma “hóstia que sangra” em uma igreja local.

Segundo o relatório, a cor vermelha foi devido ao mofo de pão e não a um milagre.

A Diocese norte-americana mencionou o caráter milagroso de cada Missa e sublinhou a necessidade de que os católicos evitem especulações sobre supostos milagres.

Em um comunicado publicado pela Diocese no dia 16 de dezembro, Dom Francis Mannion – sacerdote encarregado do comitê ad hoc para a investigação do suposto milagre – explicou que “na história da Igreja, pela Divina Providência, aconteceram milagres. O único propósito de um milagre é obter um bem”.

Entretanto, assinalou que “falsas alegações de milagres, por outro lado, causam danos aos fiéis e danificam a credibilidade da Igreja”, e pediu aos leigos e sacerdotes “agirem com grande prudência” e evitar “tirar conclusões imediatas”.

“Os católicos devem usar este tempo para renovar sua fé e devoção no grande milagre da Real Presença que se dá em cada Eucaristia”, disse. 

Futura Santa Teresa de Calcutá: brasileiro com hidrocefalia e oito abscessos no cérebro foi o “alvo” do milagre


A Madre Teresa de Calcutá será canonizada em setembro de 2016 depois do reconhecimento de um milagre atribuído à sua intercessão e ocorrido no Brasil em 2008.

O milagre

O homem a quem aconteceu o milagre tinha na época 35 anos de idade e estava em lua-de-mel quando teve de ser hospitalizado às pressas. No hospital, em Santos, ele foi diagnosticado com hidrocefalia e oito abscessos espalhados pelo cérebro.

Durante a internação, sua esposa foi buscar ajuda espiritual com o padre Elmiran Ferreira, da paróquia de Nossa Senhora Aparecida, na cidade vizinha de São Vicente.

O padre lhe deu a medalhinha da Madre Teresa de Calcutá, que a mulher colocou no travesseiro do marido no hospital, além de rezar pedindo a sua intercessão pela cura.

Com o esposo inconsciente no Centro Cirúrgico, um dos médicos saiu para buscar um dreno. Nesse ínterim, o homem acordou, recuperou plenamente os sentidos e tomou café sozinho. A cirurgia, marcada para o dia seguinte, foi cancelada.

A confirmação

A Congregação para as Causas dos Santos recorre à assessoria de uma equipe de 70 médicos e vários outros especialistas que avaliam todos os estudos clínicos aos quais o indivíduo curado foi submetido. Para que a cura seja considerada milagrosa, ela deve ter acontecido de forma instantânea, completa, duradoura e cientificamente inexplicável.

No caso do milagre atribuído à Madre Teresa, o exame por parte da Ordem dos Médicos, realizado meses depois do fato, levou ao reconhecimento unânime por parte de um colegiado de sete médicos de que a cura não tinha nenhuma explicação científica.

O Tribunal Diocesano, em seguida, ouviu 15 testemunhas e reuniu toda a documentação de comprovação do milagre, com cerca de 400 páginas remetidas depois ao Vaticano.

Depois de examinar todo o processo, o Vaticano confirmou hoje (18 de dezembro) que vai canonizar a Madre Teresa de Calcutá em setembro de 2016. 

Maria quer ajudar você a acreditar na Eucaristia


Que tal imaginar esta cena acontecendo com você durante a Missa, na companhia de Nossa Senhora? Faça a experiência e verá como sua Missa será incrível!

Certo sacerdote vivia muito atormentado por graves tentações contra a fé. Sofria dúvidas, principalmente sobre a presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento.

Tornaram-se tão graves e tão insistentes, que quase perdeu a coragem de celebrar a Santa Missa. Dirigiu-se então, aflitíssimo à Maria Santíssima suplicando que a ele fosse devolvida, a paz da alma, e afastasse tais tentações. A Virgem Mãe atendeu às orações deste pobre sacerdote.

Certo dia, celebrando ele a Santa missa, aconteceu que, depois do “Pai-Nosso”, desapareceu a Santa Hóstia!

Procurou-a muito aflito, mas, sem resultado, vendo neste incidente inexplicável, um castigo às suas dúvidas. Mas, eis que teve uma visão de Nossa Senhora, bela e sorridente, trazendo nos braços o Menino Jesus todo amável e carinhoso e diz: 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

E os escândalos, hein?


Caro Leitor meu, gostaria de propor-lhe algumas reflexões sobre Lc 17,1-6. Tenha a paciência de ler. Penso que possa lhe ser útil... Mas, aviso logo que não estou aqui pensando em alguma situação concreta; desejo apenas propor o que o Evangelho nos ensina como bússola para nossa vida de cristãos. Lá vai, portanto!

"Naquele tempo, Jesus disse a Seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos. Mas ai daquele que produz escândalos! Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos.

Prestai atenção: se o teu irmão pecar, repreende-o. Se ele se converter, perdoa-lhe. Se ele pecar contra ti sete vezes num só dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: ‘Estou arrependido’, tu deves perdoá-lo”.

Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” O Senhor respondeu: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”

Não lhe parece muito assunto neste texto do Evangelho, coisas diversas mal arranjadas na mistura? E, no entanto, veja como têm sentido!

Papa completa 79 anos e segue decidido na reforma da Cúria, diz Card. Castelló


Nesta quinta-feira, 17 de dezembro, o Papa Francisco completa 79 anos. Mensagens de felicitações já chegam de todo o mundo. Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, os fieis cantaram o “Parabéns”, enquanto uma jornalista mexicana presenteava o Papa com uma torta especial, em forma de “sombrero”, doada pelo povo mexicano, que o aguarda com expectativa em fevereiro de 2016. Ouçamos as felicitações ao Santo Padre do Cardeal Santos Abril y Castelló, Arcipreste da Basílica de Santa Maria Maior, onde o Papa “é quase de casa”:

“É uma grande alegria poder expressar ao Santo Padre a mais calorosa felicitação de um feliz aniversário e acrescentamos a isto também a fervorosa oração ao Senhor para que o ajude neste seu delicadíssimo e importantíssimo papel para a Igreja. Vemos que ele está cumprindo com grande dedicação, total, absoluta, este papel e por isto o acompanhamos com a oração, com o afeto e com o desejo de que o Senhor e que Nossa Senhora, a qual ele é muito devoto, possam ajudá-lo a continuar a desempenhar esta missão na maneira como a desempenhou até agora”.

RV: O Papa já veio tantas vezes à Santa Maria Maior, para venerar a Virgem...

“Sim, é muito, muito devoto de Nossa Senhora “Salus Populi Romani”, não somente agora, como Papa. Recordo que quando eu era Núncio na Argentina, frequentemente, depois das suas visitas a Roma, que fazia algumas vezes, sempre me dizia que vinha fazer uma visitinha para saudar Nossa Senhora e confiar a ela também as suas intenções pelas necessidades da Igreja e para poder desenvolver a sua missão da melhor maneira possível. Mais tarde, já como Papa, veio 28 vezes.  Isto revela muito o seu amor, a sua devoção. Sempre o faz quando está para realizar alguma viagem ao exterior e depois quando retorna, vem para saudá-la. Como ele me disse tantas vezes: “Não podia deixar de vir saudar a Senhora”.

RV: Como o senhor falou, o Papa está realizando uma ação muito forte, muito particular para a Igreja. Quais pontos principais o senhor destacaria desta ação, deste seu ministério?

“Evidentemente, é um ministério muito, muito rico, que tem tantos, tantos diferentes aspectos a serem considerados. Eu acredito que seja muito importante, antes de tudo, o seu papel de continuador da missão de Pedro na Igreja e como Bispo de Roma: ele fala frequentemente de seu papel como Bispo da Igreja de Roma. Como Papa, guia da Igreja, acredito que esteja dando à Igreja um exemplo de uma dedicação absoluta, completa, extraordinária, de um amor a esta Igreja, de maneira tal que isto o leva a não poupar nem mesmo forças, nem energias, nem riscos – porque sabe que às vezes se expõe a riscos – e o está fazendo precisamente com uma dedicação absoluta. E acredito que aquilo que está impressionando muito o mundo, é a maneira como ele está realizando esta sua missão: com uma grande delicadeza, com uma grande confiança no Senhor e ao mesmo tempo, também, com aquela simplicidade com a qual sabe se aproximar de todos. Prega muito a misericórdia: mas acredito que esteja demonstrando com o seu modo de agir, que esta misericórdia é uma norma, para ele, para com todos. Para aqueles que lhe são próximos e pela Igreja universal.”. 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Papa fala sobre sinais que caracterizam o Ano da Misericórdia


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 16 de dezembro de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Domingo passado foi aberta a Porta Santa na Catedral de Roma, a Basílica de São João Latrão, e se abriu a Porta da Misericórdia na Catedral em todas as dioceses do mundo, também nos santuários e nas igrejas indicadas pelos bispos. O Jubileu é em todo o mundo, não somente em Roma. Quis que este sinal da Porta Santa fosse presente em cada Igreja particular, para que o Jubileu da Misericórdia possa se tornar uma experiência partilhada por cada pessoa. O Ano Santo, deste modo, tomou o caminho em toda a Igreja e é celebrado em todas as dioceses, como em Roma. Também, a primeira Porta Santa foi aberta justamente no coração da África. E Roma, bem, é o sinal visível da comunhão universal. Possa essa comunhão eclesial se tornar sempre mais intensa, para que a Igreja seja no mundo o sinal vivo do amor e da misericórdia do Pai.

Também a data de 8 de dezembro quis destacar essa exigência, relacionando, a 50 anos de distância, o início do Jubileu com a conclusão do Concílio Ecumênico Vaticano II. De fato, o Concílio contemplou e apresentou a Igreja à luz do mistério da comunhão. Espalhada em todo o mundo e articulada em tantas Igrejas particulares é, porém, sempre e somente a única Igreja de Jesus Cristo, aquela que Ele quis e pela qual ofereceu a Si mesmo. A Igreja “una” que vive da comunhão própria de Deus.

Este mistério de comunhão, que torna a Igreja sinal do amor do Pai, cresce e amadurece no nosso coração, quando o amor, que reconhecemos na Cruz de Cristo e no qual nos imergimos, nos faz amar como nós mesmos somos amados por Ele. Trata-se de um Amor sem fim, que tem a face do perdão e da misericórdia.

Porém a misericórdia e o perdão não devem permanecer belas palavras, mas realizar-se na vida cotidiana. Amar e perdoar são os sinais concretos e visíveis de que a fé transformou os nossos corações e nos permite exprimir em nós a vida própria de Deus. Amar e perdoar como Deus ama e perdoa. Este é um programa de vida que não pode conhecer interrupções ou exceções, mas nos leva a ir sempre além sem nunca nos cansarmos, com a certeza de sermos sustentados pela presença paterna de Deus. 

Arquidiocese do RJ: Carta Pastoral "Com misericórdia olhou para ele e o escolheu".


Carta Pastoral

«Com misericórdia olhou para ele e o escolheu»



Aos irmãos e irmãs cujas vidas estão marcadas pelo sofrimento, 

particularmente a todos os que estão privados da liberdade nos presídios,

aos que vivem presos ao seu leito hospitalar ou doentes em suas residências,

aos mais esquecidos das periferias de nossas metrópoles, 

aos que já não conseguem vislumbrar uma centelha da misericórdia, vivendo fora da comunhão de Deus e da ação pastoral da Santa Igreja,

aos que experimentam cotidianamente a violência,

aos que deixaram de acreditar no amor e na bondade,

a todos os leigos e leigas que levam adiante com alegria a missão,

aos sacerdotes, diáconos, consagrados e consagradas

e aos irmãos bispos auxiliares,

que tanto auxiliam na minha missão na 

Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.

1. Pela quarta vez, dirijo-me aos irmãos e irmãs desta amada Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro através de uma Carta Pastoral. Tendo manifestado o que penso e sinto a respeito de minha missão como pastor desta parcela da Igreja de Deus , tendo expressado a felicidade da consagração  e tendo manifestado minha alegria de que «a esperança não decepciona» , em sintonia com o Santo Padre, o Papa Francisco, agora quero dirigir-me a todos os homens e mulheres de boa vontade para compartilhar minhas alegrias pelo Ano Santo Extraordinário: a misericórdia. Vamos, intensamente, viver o ano santo que se iniciou no dia 08 de dezembro de 2015 na Basílica de São Pedro, com a abertura da Porta Santa pelo Papa Francisco. «Atravessar hoje a Porta Santa nos compromete a adotar a misericórdia do bom samaritano» : este é o espírito com o qual se deve viver o Jubileu Extraordinário, afirmou o Papa Francisco ao transpor a Porta Santa da Basílica de São Pedro, fazendo explícita ligação às comemorações dos impulsos missionários que há cinquenta anos abriram as portas da Igreja, no espírito samaritano, para todos os homens e mulheres de boa vontade, adotando a misericórdia do bom samaritano, conforme nos pede o Concílio Ecumênico Vaticano II .

2. O Papa Francisco proclamou o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia no dia 11 de abril passado, com a Bula Misericordiae Vultus — «O Rosto da misericórdia do Pai é Jesus Cristo…» . O Ano Santo já iniciado na solenidade da Imaculada Conceição será concluído na festa de Cristo Rei, aos 20 de novembro de 2016. 

3. Será muito importante que todos façam uma leitura atenta e uma reflexão bem meticulosa da Misericordiae Vultus, bula de proclamação do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia . Esse é o texto-base do Jubileu da Misericórdia onde o Papa apresenta as grandes motivações para a celebração deste Ano Santo extraordinário, além de indicações importantes sobre como celebrar este tempo especial da graça de Deus.

ANOS JUBILARES

4. Anos Santos, ou Jubileus, são celebrados ordinariamente a cada 25 anos; fora dessa sequência, eles são Jubileus extraordinários . Por isso, o jubileu que estamos vivendo é um jubileu extraordinário, que tem como motivo especial para a sua celebração do cinquentenário da conclusão do Concílio Ecumênico Vaticano II, encerrado em 08 de dezembro de 1965. Além disso, o Papa Francisco coloca o Jubileu extraordinário da Misericórdia na perspectiva da «nova evangelização», com o objetivo de anunciar e testemunhar a misericórdia de Deus, que faz parte da essência do Evangelho. 

5. O Ano Santo, ou Jubileu, é um tempo propício para nos voltarmos para Deus de todo coração, para louvar e agradecer com alegria («júbilo» «yobel» ) pelas graças recebidas; mas é também um “tempo favorável” para acolher graças especiais de Deus, através do serviço da Igreja, e para buscar mais intensamente o encontro com Ele e com os irmãos.

6. A conclusão do Ano Jubilar, o 29º jubileu na história da Igreja Católica, que foi marcada para a festa da solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, nos faz refletir a importância de peregrinar viva e verdadeiramente este Ano Santo. Afinal, toda a nossa vida e toda a história da humanidade estão sob o signo da misericórdia de Deus, manifestada a nós por meio de Jesus Cristo. No final de nossa peregrinação terrena encontraremos Jesus Cristo glorificado, Senhor e Juiz da história e também de cada um de nós. E todos, esperamos que Ele seja um juiz clemente e misericordioso .

7. No Ano Santo somos chamados à conversão de vida, ao arrependimento, à reconciliação com Deus e com o próximo e a renovar-nos espiritualmente mediante o perdão de Deus, que abre «os tesouros de sua misericórdia» (Ef 2,4), sendo indulgente para conosco, pecadores.  O processo de conversão é amplo, mas precisa dar sinais de que está em andamento.

O QUE LEVOU O PAPA A DECLARAR UM ANO DA MISERICÓRDIA?

8. O Papa Francisco marcou, não por acaso, o início do Ano Jubilar extraordinário para o dia 08 de dezembro. Nesse dia, além de se comemorar a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, também se recorda que há 50 anos era encerrado o Concílio Ecumênico Vaticano II pelo Papa Paulo VI . O Santo Padre Francisco lembra-nos que o Concílio foi uma grande bênção para a Igreja e para a humanidade e que ele já produziu muitos frutos ao longo desses 50 anos. Portanto, temos muito a agradecer a Deus. 

9. O Papa Francisco explicou que a iniciativa nasceu da sua intenção de tornar «mais evidente» a missão da Igreja de ser «testemunha da misericórdia» . O Papa recordou que «ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus»  e que a Igreja «é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém» . «As suas portas estão escancaradas para que todos os que são tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão. Quanto maior é o pecado, maior deve ser o amor que a Igreja manifesta aos que se convertem» .

10. O Papa Francisco quer dar importância de viver a misericórdia de Deus através do sacramento da Reconciliação, como «sinal da bondade do Senhor»  e do «abraço» de Jesus. «Ser tocados com ternura pela sua mão e plasmados pela sua graça permite que nos aproximemos do sacerdote sem medo por causa das nossas culpas, mas com a certeza de ser acolhidos por ele em nome de Deus» . O Papa sublinhou que o julgamento de Deus é o da «misericórdia», numa atitude de amor que «vai para lá da justiça», e desafiou os fiéis a não ficar pela «superfície das coisas», sobretudo quando está em causa uma pessoa.

11. Deus responde com a plenitude do perdão. Esse ano santo lembra, também, o encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano II, há 50 anos (cinquentenário), o qual foi um verdadeiro sopro renovador do espirito na Igreja! O Papa Francisco, assim como os seus predecessores, quer a Igreja Católica nas trilhas do Concílio Vaticano II. Assim pronunciou São João XXIII na abertura do Concílio: «Nos nossos dias, a Esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia ao da severidade...» .  O ano santo é, portanto, um indicativo para a Igreja e todo fiel cristão agirem sempre na linha da misericórdia em relação aos irmãos. Porquanto, «a misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa» .

12. Na tradição atual, os Jubileus ordinários acontecem a cada 25 anos.  Na história da Igreja aconteceram 26 jubileus ordinários e 3 jubileus extraordinários . Em 1585, o Papa Sisto V, para inaugurar o seu pontificado convocou um jubileu que se estendeu até 1590, e muitos o enumeram como o primeiro extraordinário. Depois tivemos os de 1933, com o Papa Pio XI, para celebrar os 1.900 anos da redenção realizada por Jesus na Cruz, no ano 33. O último até agora foi em 1983, com São João Paulo II, para celebrar os 1.950 anos da redenção cristã. Temos agora o novo jubileu extraordinário iniciando neste ano de 2015 com o Papa Francisco, para lembrar os 50 anos do encerramento do Concílio Vaticano II (1962-1965), marco de renovação da Igreja, que abriu seu diálogo com o mundo.

13. O Papa apresenta em poucas palavras o fundamento e razão do ano santo: «Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai» (n.1) . A misericórdia é, pois, «o coração pulsante do evangelho» (n.12). O lema escolhido para esse jubileu é um chamado à vivência concreta da fé e a misericórdia: «Misericordiosos como o Pai» (Lc 6,36). O Papa estabelece que em todas as Dioceses, Santuários, Paróquias, Comunidades cristãs aconteça a celebração deste Ano Santo como um acontecimento extraordinário de graça e renovação espiritual. Além disso, o santo Padre recomenda a revitalização das obras de misericórdia corporal e espiritual fixadas pela Igreja para entrarmos no coração do evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina. As traduções são diferentes, porém podemos assim enumerar as obras de misericórdia corporal: dar comida aos famintos, bebida aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, visitar os doentes e enterrar os mortos. E também as obras de misericórdia espiritual: «Aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas inconvenientes, rezar pelos vivos e defuntos» (n.15). Aprendamos, portanto, no Ano Santo da Misericórdia, a ser misericordiosos uns com os outros para merecermos a misericórdia de Deus.