Todas as
nações, quaisquer que sejam os povos e suas Religiões, todas as nações sonharam
com uma 'idade de ouro' ou 'estação de felicidade', isto é, com um tempo e um
lugar, em que todos os homens e mulheres, crianças, jovens, adultos e anciãos
se sentiriam felizes e bem-aventurados, porque saciados e realizados
plenamente. Mas entre todos os povos, os judeus sonharam com 'uma era
messiânica', 'idade de ouro também', na realização de todas as promessas que
Deus fez à humanidade decaída.
No começo
da história, em cima da miséria, o homem e a mulher quiseram ser 'como deuses,
conhecendo o bem e o mal (Gn 3,5). A terra, 'o Paraíso das delicias', pela
opção absolutamente maluca de Adão e Eva, tornou-se 'terra maldita'... onde
comerás o pão com o suor de teu rosto, até que voltes à terra donde vieste,
pois és pó e em pó te hás de tornar (Gn 3, 17-19).
Isto, de
fato, aconteceu, mas o Senhor e Pai das Misericórdias olhou bem mais alto, viu
bem mais longe e fez com que eles vissem, na distância e no futuro do amanhã, o
reencontro com a felicidade e com o amor que haviam perdido. Aqui está, pois, a
Grande Promessa, a Grande Profecia, matriz e mãe de todas as outras profecias,
que passou, através de todos os 73 ou 66 livros do Antigo e Novo Testamento,
até chegar à 'plenitude dos tempos', como afirma São Paulo (Gl 4,4-7): 'Quando
chegou a plenitude dos tempos, Deus mandou Seu Filho, nascido de uma Mulher, a
fim de remir todos os que estavam debaixo da Lei, para que recebessem a adoção
de filhos e pudessem clamar 'Aba-Papai'.
Essa
promessa passou de geração em geração. Já o Profeta Isaias declarou
abertamente, visualizando a Grande Utopia (Is 11, 6-8; 65, 25): 'O lobo e o
cordeiro morarão juntos, o leão e o boi comerão juntos, a pantera se deitará ao
lado do cabrito, a vaca e o urso se confraternizarão e, mais ainda, o leão
passará a comer palhas como o boi e uma criança brincará na toca da
serpente...'.
Essa
Utopia messiânica acontecerá com todos os que aceitarem Jesus, o Messias, o
Deus-Conosco. Isto ainda não existe, de fato, totalmente, mas já existe
realmente em todos os que acolheram Jesus, o Deus-Conosco, o Emanuel. 'A
multidão era um só coração e uma só alma... Ninguém tinha nada e todos tinham
tudo... Era grande a graça e a alegria... E todos viviam unidos e tinham tudo
em comum... (At 4, 32-34; 2, 42-47).