sábado, 2 de janeiro de 2016

São Gregório Nazianzeno


São Gregório nasceu de família nobre, em Arianzo, Capadócia, em 330. Sua mãe, Nona, era uma mulher piedosa, que consagrou-o a Deus quando o concebeu. Ela também obteve a conversão de seu marido, igualmente chamado Gregório, o qual alguns anos mais tarde, em 325,  foi sagrado Bispo de Nazianzo. São Gregório estudou primeiramente na escola de Retórica de Cesárea da Capadócia; depois foi para a escola cristã de Cesárea na Palestina. Logo em seguida à Alexandria e finalmente para Atenas. Teve por companheiros de estudos a São Basílio e Juliano, o apóstata.

Depois de brilhantes estudos literários, recebeu o batismo, por volta de 358, e tomou a decisão de viver a “filosofia” monástica. Entretanto, não estava inteiramente decidido, como havia prometido, a deixar a família para reunir-se a São Basílio. No entanto, passou alguns breves períodos com este, na solidão do ermo, durante os quais ambos se aplicaram ao aprofundamento teológico, estudando os escritos de Orígenes.

No Natal de 361 foi ordenado sacerdote por seu próprio pai. Em 372, São Basílio o obrigou, por necessidades de sua política religiosa, a aceitar o episcopado na estação postal de Sásima, mas acabou não indo para esta cidade. Depois da morte de seu pai, em 374, dirigiu por pouco tempo a igreja de Nazianzo, mas logo se retira a Selêucia de Isáuria, onde ficou um tempo muito breve, pois um grupo de cristãos de Constantinopla dirigiu-se a ele pedindo que fosse àquela cidade, a fim de ajudar a reorganizar a igreja oprimida por uma série de Imperadores filo-arianos, mas esperançosa de melhores dias por causa da morte do Imperador Valente. São Gregório aceitou, passando dois anos em Constantinopla, desenvolvendo ação muito benéfica para os católicos. Ao chegar à cidade, encontrou todas as igrejas e prédios locais em mãos dos arianos, conseguindo residência apenas pelo fato de ter um parente na região. Conseguiu uma igreja que dedicou-a a Santa Anastácia. Seus sermões atraíam público sempre mais numeroso e em consequência abundantes conversões.

Em 380, no dia 24 de Dezembro, Teodósio foi aclamado Imperador. Este apoiou os católicos e devolveu-lhes os bens que estavam em posse dos arianos. Em maio de 381 o I Concílio Geral de Constantinopla reconheceu São Gregório como Bispo da capital. Aconteceu, porém, que os Bispos do Egito e da Macedônia impugnaram tal designação. E São Gregório foi obrigado a retornar à Nazianzo, onde por mais ou menos dois anos se dedicou à cura pastoral daquela comunidade cristã. Finalmente retirou-se para Arianzo a fim de se dedicar aos estudos e levar uma vida ascética. Em 390, Deus acolheu em seus braços este servo fiel, o qual, com inteligência perspicaz, O tinha defendido nos escritos e cantado em suas poesias.


Ó Deus, que iluminastes a vossa Igreja com o exemplo e a doutrina de São Gregório Nazianzeno, fazei-nos buscar humildemente a vossa verdade e segui-la com amor em nossa vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Palavra de Vida: “Sois chamados a proclamar os grandes feitos do Senhor.” (Cf. 1Pd 2,9)


Quando Deus age, realiza grandes feitos. Quando criou o universo, logo “viu que era bom” (Gn 1,25); mas depois de ter criado o homem e a mulher, confiando-lhes toda a criação, “viu que era muito bom” (Gn 1,31). Mas o seu feito que supera todos os outros é aquele que Jesus realizou: com a sua morte e ressurreição criou um mundo novo e um povo novo. Um povo ao qual Jesus deu a vida do Céu, uma fraternidade autêntica no acolhimento mútuo, na partilha, no dom de si. A carta de Pedro conscientiza os primeiros cristãos sobre o que o amor de Deus fez por eles: “Mas vós sois a gente escolhida, o sacerdócio régio, a nação santa, o povo que Ele adquiriu, a fim de que proclameis os grandes feitos daquele que vos chamou das trevas para a sua luz maravilhosa. Vós sois aqueles que antes não eram povo, agora, porém, são povo de Deus; os que não eram objeto de misericórdia, agora, porém, alcançaram misericórdia” (1Pd 2,9-10).

Se também nós, como os primeiros cristãos, nos conscientizássemos realmente daquilo que somos, de tudo o que a misericórdia de Deus realizou em nós, entre nós e ao nosso redor, ficaríamos  deslumbrados, não conseguiríamos conter a alegria e sentiríamos a necessidade de compartilhá-la com os outros, de “proclamar os grandes feitos do Senhor”.

Mas será difícil, quase impossível, testemunhar de maneira eficaz a beleza da nova socialidade que Jesus fez surgir, se ficarmos isolados uns dos outros. Por isso é lógico que o convite de Pedro seja dirigido a todo o povo. Não é possível mostrarmos desavenças e partidarismos, ou mesmo só indiferença de uns para com os outros, e depois proclamarmos: “O Senhor criou um povo novo, libertou-nos do egoísmo, do ódio e dos rancores, deu-nos por lei o amor mútuo que faz de nós um só coração e uma só alma…”. No nosso povo cristão existem, sim, diferenças nos modos de pensar, nas tradições e culturas. Mas essas diversidades devem ser acolhidas com respeito, reconhecendo a beleza dessa grande variedade, com a consciência de que a unidade não é uniformidade.

É esse o caminho a ser percorrido durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que no hemisfério Norte se celebra de 18 a 25 de janeiro. Mas isso deve ser vivido também durante o ano todo. A Palavra de Vida nos convida a procurar conhecermo-nos melhor entre os cristãos de Igrejas e comunidades diferentes, a narrar uns aos outros os grandes feitos do Senhor. Então, sim, haverá credibilidade quando “proclamarmos” essas obras: se testemunharmos que estamos unidos entre nós justamente nessa diversidade e que nos sustentamos concretamente uns aos outros. 

São Basílio Magno


Basílio nasceu na Capadócia no ano 329. Pertencia a uma família de santos. O jovem estudou em Atenas e Constantinopla e foi sua irmã, Macrina, que o levou para a vida religiosa. Após fecunda experiência de vida com os monges do deserto, Basílio escreveu suas famosas "Constituições", primeira Regra de vida espiritual destinada aos religiosos e referência para toda a vida religiosa posterior. 

Seu jeito de pregar encantava cristãos e judeus. Era tão admirado que recebeu a alcunha de “Magno”, ou seja, era um grande pregador e evangelizador. Basílio mantinha uma intensa atividade em favor dos pobres. Doava tudo o que ganhava à eles. Foi o primeiro bispo a fundar um hospital para aos carentes e depois criou asilos e orfanatos.

Seus sermões são repletos de citações da Sagrada Escritura. Escreveu seus textos de maneira agradável, clara, profunda e convincente. Muito belas são suas cartas, cerca de quatrocentas, que nos inspiram gestos e palavras de amor pelo próximo. Trabalhava e escrevia sem cessar, apesar da saúde débil. Sofrendo de hepatite, quase não podia se alimentar, a ponto de sua pele tocar os ossos.

Morreu dia 01 de janeiro de 379, com apenas quarenta e nove anos. 

ORAÇÃO:

Deus, nosso Pai, enriquecestes a Igreja e deste-nos em São Basílio um exemplo de que a vossa Palavra é vida e luz para nossos corações. Por sua intercessão, sejamos dignos da vocação a que fomos chamados, e tudo façamos para que o vosso Reino de justiça cresça no meio dos homens. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
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A12

Deus quer a vida que vem de um estupro?


Em um mundo perfeito, onde não existia o pecado, Deus quis que uma nova vida surgisse da intimidade sexual entre um homem e uma mulher unidos em matrimônio. Mas, precisamente porque Deus nos deu o livre arbítrio – inclusive a possibilidade de pecar -, pode acontecer que uma gravidez seja resultado de um pecado.

O estupro é um pecado gravíssimo, mas esta ação malvada de um dos pais não afeta o valor da vida de uma pessoa inocente. Cada vida, apesar das circunstâncias em que foi concebida, é querida por Deus.

O estupro é sempre um ato intrinsecamente mau, porque se exerce uma violência contra outro ser humano.

O Senhor quis que a intimidade sexual acontecesse somente no contexto do matrimônio entre um homem e uma mulher. No Gênesis, podemos ver como Adão exclama: “Esta sim que é osso dos meus ossos e carne da minha carne!”. A Escritura continua dizendo: “Por isso, o homem deixa seu pai e sua mãe e se une à sua mulher, e os dois formam uma só carne” (Gn 2, 23-24).

A intimidade da união sexual se dá entre os esposos e Deus quis que esta fosse livre, confiante e frutífera. A Igreja sustenta que tal união não é somente física, mas também espiritual: “No matrimônio, a intimidade corporal dos esposos torna-se sinal e penhor de comunhão espiritual” (CIC 2360).

Está claro que um estupro é um ato violento e um pecado gravíssimo que atenta diretamente contra o que deveria ser a intimidade sexual. O Catecismo afirma: “A violação designa a entrada na intimidade sexual duma pessoa à força, com violência. É um atentado contra a justiça e a caridade. A violação ofende profundamente o direito de cada um ao respeito, à liberdade e à integridade física e moral” (CIC 2356).

O Senhor nunca quis que o ato sexual fosse realizado de maneira tão violenta. O estupro é sempre um pecado gravíssimo.

Em todos os casos, a vida humana é sempre sagrada, a partir do momento da concepção, seja qual for a maneira pela qual o filho foi concebido. 

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Chegou o aplicativo oficial do Jubileu da Misericórdia


Agora, você poderá assistir e viver, de qualquer cidade do mundo, o Jubileu especial da Misericórdia com o Papa Francisco. Graças ao aplicativo oficial do Jubileu 2015-16, com o logotipo oficial: SPES NOSTRA ONLUS.

O APP permitirá que todos os fiéis participem virtualmente deste grande acontecimento cristão do Ano Santo, com links em live-straeaming que estarão disponíveis a partir de 8 de dezembro de 2015 até a conclusão no dia 16 de novembro de 2016. Não somente os eventos "ao vivo" mas qualquer informação oficial, incluindo o programa e os principais compromissos do Jubileu estarão disponíveis em 5 línguas.

Através do APP da Misericórdia, disponível para download em todas as plataformas on-line, você poderá fazer um tour virtual nas quatro basílicas papais: São Pedro, São João de Latrão, São Paulo fora dos Muros e Santa Maria Maior e nas três igrejas da Misericórdia: Espírito Santo em Sassia, Santa Maria in Traspontina e Santuário do Divino Amor. Imagens inéditas e exclusivas feitas com a mais moderna tecnologia, incluindo o impressionante trabalho realizado com drones, que permitiu capturar todos os detalhes internos e externos. Tudo isso e muito mais estará disponível nos celulares de todos os fiéis do mundo.

A apresentação do Jubileu virtual foi realizada por meio de um vídeo do arcebispo Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, que ilustra a importância e o significado deste evento extraordinário da Misericórdia, convidando todos a rezar com o Papa Francisco.

Uma seção específica é dedicada à oração: Oração da Misericórdia, Orações da manhã, Orações vespertinas entre outras. Outra seção é dedicada a interatividade entre os fiéis, que poderão fazer upload de vídeos e fotos da própria igreja jubilar local ou de sua paróquia. Os vídeos e fotos serão postados no Facebook, Twitter e Instagram conectados ao APP. 

Pedagogia Litúrgica para o mês de Janeiro de 2016: "Vimos a sua luz e caminhos nos seus caminhos!"


A pedagogia litúrgica, no decorrer do mês de janeiro, divide-se em dois momentos. No primeiro, a conclusão do Tempo Natalino, que acontece com a celebração da festa do Batismo de Jesus. No segundo, inicia-se a primeira parte do Tempo Comum que, neste Ano Litúrgico, constará de apenas cinco Domingos.

Tempo Natalino

Dentro do contexto Natalino, a primeira celebração de janeiro acontece no início do ano civil de 2016, com a celebração de Maria, Mãe de Deus. Uma celebração que professa a fé da Igreja na maternidade divina de Maria. Celebra também, em Maria, a contribuição da humanidade em favor da encarnação. Na prática, trata-se de uma celebração natalina que manifesta a misericórdia divina, agindo em favor da humanidade e, por isso e para isso, o caminho da encarnação. Maria torna-se assim modelo da humanidade acolhedora do Verbo feito carne.

Ainda no contexto do Tempo Natalino, a Liturgia ajuda os celebrantes a ir ao encontro do Senhor a exemplo dos Reis Magos, na Epifania; a manifestação de Deus em Jesus Cristo. Como os Reis Magos, a Igreja se coloca a caminho para buscar o Rei que acaba de nascer. Com esta finalidade de peregrinação, neste ano, estamos propondo refletir a Epifania a partir da Teologia Paulina, presente na 2ª leitura, para compreender e para participar do Mistério divino, manifestado na pessoa do Menino Jesus, como a luz que veio ao mundo para iluminar a vida humana e social.

Por fim, a terceira celebração do Tempo Natalino, e aquela que conclui o Tempo Natalino, o Batismo do Senhor. Nesta celebração João Batista anuncia a promessa de Jesus batizará que se fizer discípulo e discípula dele no Espírito Santo. Não mais viver guiado pelo espírito do mundo, mas pelo Espírito Santo de Deus. É neste sentido que Jesus se torna a referência existencial de cada celebrante e de toda a sociedade. Em Jesus, no Evangelho que ele prega e propõe, existe um modelo de vida a ser vivenciado e uma estrada que conduz à realização pessoal, iniciada no Batismo. Pelo Batismo, além do mais, cada cristão se compromete a favor do projeto divino; para que o projeto divino aconteça nele e na sociedade.

Tempo Comum

Como dito, uma vez concluído o Tempo Natalino, que conduz os celebrantes a se comprometerem com o projeto divino, o Tempo Comum tem a finalidade de aprofundar cada celebrante no caminho do discipulado. Um caminho feito passo a passo, em cada momento da vida e em todos os momentos existenciais. Isto tem início com um conselho e uma orientação da Mãe de Jesus “Fazei tudo o que ele vos disser” (2DTC-C).

O símbolo do casamento, presente no 2º Domingo do Tempo Comum, é um dos símbolos mais expressivos da Bíblia para indicar o relacionamento amoroso de Deus com a humanidade. Deus tanto ama a humanidade que a desposa, que a toma como esposa para derramar nela todo seu amor. Por isso, como membros da humanidade amada por Deus, somos convidados a celebrar e saborear o vinho novo oferecido por Jesus, com sabor de vida plena e de muita alegria interior. Isto acontece com que se coloca no caminho do discipulado e faz do Evangelho a luz da sua vida.

O início das atividades de Jesus como evangelizador e como Mestre de vida, acontece com uma mensagem programática, da parte de Jesus: "Para proclamar um ano da graça do Senhor" (3DTC-C). Uma frase programática que nos remete diretamente ao Ano Jubilar que estamos vivendo agora, com o Ano Santo da Misericórdia. Por isso, considerando este Ano Santo da Misericórdia que estamos vivendo e celebrando, sugerimos para o 3º Domingo do Tempo Comum – C um contexto próprio de reflexão sobre o sentido e a finalidade de um tempo especial dedicado à Misericórdia, enfatizando a libertação e o perdão em vista da vida digna; da vida vivida na liberdade de Deus.

Este projeto divino, na vida pessoal, que tem início no Batismo, passa pela recomendação da Mãe para fazer o que Jesus pede, ingressando assim no discipulado passa, no 4º Domingo do Tempo Comum – C, pela experiência do chamado vocacional. Inicialmente, o chamado a ser profeta, testemunhando a caridade. A vocação do profeta Jeremias e a narrativa do episódio de Jesus, na conclusão do Evangelho deste Domingo, destacam o destino dos profetas, mas destacam também o poder divino, capaz de transformar tudo, até mesmo o deserto, em caminho de Salvação.  

Santa Maria, Mãe de Deus e nossa!


No oitavo dia de Natal, a Igreja celebra a Solenidade de Maria, Mãe de Deus. É o dia 1º de janeiro, abertura de um ano civil e celebra-se também o DIA MUNDIAL DA PAZ.

A piedade cristã plasmou de mil formas diferentes a festa da Mãe de Deus que celebramos hoje! Um exemplo disso é que inúmeras são as imagens de Maria com o Menino nos braços. A Maternidade de Maria é o fato central que ilumina toda a vida da Virgem e é o fundamento dos outros privilégios com que Deus quis adorná-la.

Maria é a Senhora, cheia de graça e de virtudes, concebida sem pecado, que é Mãe de Deus e Mãe nossa, e está nos céus em corpo e alma. A Bíblia fala-nos dela como a mais excelsa de todas as criaturas, a bendita, a mais louvada entre as mulheres, a cheia de graça (Lc 1,28), Aquela que todas as gerações chamarão bem-aventurada (Lc 1,48).

A Igreja ensina-nos que Maria ocupa, depois de Cristo, o lugar mais alto e o mais próximo de nós, em função da sua maternidade divina. Diz o Concilio Vaticano II, na Lumen Gentium, 63: “Ela, pela graça de Deus, depois do seu Filho, foi exaltada sobre todos os anjos e todos os homens.”

Ensina S. Paulo: “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei…” (Gl 4,4). Jesus não apareceu de repente na terra vindo do céu, mas fez-se realmente homem, como nós, tomando a nossa natureza humana nas entranhas puríssimas da Virgem Maria. Enquanto Deus, é eternamente gerado, não feito, por Deus Pai. Enquanto homem, nasceu, “foi feito”, de Santa Maria. “Muito me admira –diz por isso São Cirilo- que haja alguém que tenha alguma dúvida de que a Santíssima Virgem deve ser chamada Mãe de Deus. Se Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, por que a Santíssima Virgem, que o deu à luz, não há de ser chamada Mãe de Deus? Esta é a fé que os discípulos do Senhor nos transmitiram, ainda que não tenham empregado essa expressão. Assim nos ensinaram os Santos Padres”.

“Quando a Virgem respondeu livremente Sim àqueles desígnios que o Criador lhe revelava, o Verbo divino assumiu a natureza humana: a alma racional e o corpo formado no seio puríssimo de Maria. A natureza divina e a natureza humana uniam-se numa única Pessoa: Jesus Cristo, verdadeiro Deus e, desde então, verdadeiro Homem; Unigênito eterno do Pai e, a partir daquele momento, como Homem, filho verdadeiro de Maria. Por isso Nossa Senhora é Mãe do Verbo encarnado, da segunda pessoa da Santíssima Trindade que uniu a si para sempre –sem confusão- a natureza humana. Podemos dizer bem alto à Virgem Santa, como o melhor dos louvores, estas palavras que expressam a sua mais alta dignidade: Mãe de Deus” (São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 274). 

Ano novo


Estamos entrando em mais um “Ano Novo”. Marcamos o tempo transcorrido de nossa era cristã com o número 2016. Desde o evento histórico do nascimento de Jesus, passaram-se 2016 anos.

Passaram-se também vários anos de nossa vida. A espécie humana está presente sobre o planeta Terra há milhões de anos. Nosso próprio planeta possui milhardes de anos. Vemos, pois, que o tempo de nossa existência transcorre, porém ele é insignificante diante da idade da Terra. A imensidade se torna para nós inimaginável, e o efêmero, nossa possibilidade. 

O ser humano foi aprendendo a marcar o transcorrer do tempo, observando a efemeridade, o ritmo do nascer e do pôr do sol, a mudança das estações, o subir e o descer das marés, as fases da lua. 

Uma questão se impôs ao longo dos séculos: o que é o tempo? Santo Agostinho, refletindo sobre essa questão, observou: “Se estou só comigo mesmo, eu sei o que é o tempo, mas se me perguntam, não o sei”. Alguns antigos afirmavam que o tempo era um círculo eterno. Para os egípcios, ele era como uma serpente que morde a cauda; muda de pele e rejuvenesce cada vez, porém seu corpo envelhece. Ensinavam que o ser humano se encontra dentro deste ritmo, e que o tempo o vai consumindo. Para os hindus, o tempo é como uma linda mulher que tudo gera e produz, que tudo envolve e resgata para si. 

Iniciamos um novo ano! Novo significa inusitado, desconhecido, não experimentado; algo a respeito do qual não se pode oferecer resposta segundo esquemas preordenados.  Por isso, a partir da compreensão da fé, nos abrimos à possibilidade nova de um tempo que irrompe diante de nós com sentimentos de prosperidade, com votos de felicidade, confiantes de que o Senhor haverá de nos sustentar e inspirar, acompanhar e conservar. 

Temos consciência de sermos únicos. Por isso nos empenhamos em tornar cada instante que o tempo nos concede em algo precioso, com sabor de eternidade.