domingo, 17 de janeiro de 2016

Católicos e luteranos reúnem-se para o aniversário da Reforma


Católicos e luteranos deram mais um outro passo em direção à comemoração conjunta do 500º aniversário da Reforma em 2017 emitindo orientações litúrgicas comuns para as celebrações ecumênicas que marcarão a ocasião. As orientações, publicadas em uma cartilha chamada “Common Prayer” [orações em comum], fornece um modelo para as celebrações ecumênicas, com rezas sugeridas, hinos e temas para os sermões.

As lideranças católicas no país natal de Lutero, a Alemanha, onde o interesse pelo aniversário é mais forte, rejeitaram, primeiramente, a ideia de “celebrar” o que os luteranos locais já haviam dado o nome de “Reformationsjubiläum” (Jubileu da Reforma). Mas diálogos detalhados entre a Federação Luterana Mundial e o Vaticano produziram um relatório com 93 páginas intitulado “Do Conflito à Comunhão” em 2013 que anunciava que as duas tradições religiosas marcariam o aniversário conjuntamente e apresentariam a Reforma como o começo de uma caminhada compartilhada de 500 anos, em vez de um evento histórico singular e divisor.

As orientações dizem que todas as celebrações devem ressaltar os conceitos de ações de graças, arrependimento e compromisso comum, com o foco principal em Jesus. Elas foram apresentadas em 11 de janeiro pela sede da Federação Luterana Mundial em Genebra e pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidades dos Cristãos.

A Reforma, iniciada com a publicação das 95 Teses de Martinho Lutero em 1517, dividiu o cristianismo ocidental na medida em que os protestantes se distanciaram do catolicismo romano e formaram as suas próprias igrejas. Até cerca de 50 anos atrás, os dois lados viam-se com suspeitas em uma divisão teológica profunda. Porém os debates ecumênicos travados nas últimas décadas alcançaram uma tal reconciliação que os teólogos recentemente sugeriram se explorar a possibilidade de uma comunhão compartilhada, o que a Igreja Católica não se permite com outros cristãos.

Quando uma luterana casada com um católico perguntou ao Papa Francisco sobre a comunhão compartilhada em sua visita à comunidade religiosa dela em Roma no último mês de novembro, ele disse que não poderia decidir a questão, mas deu a entender que a apoia. “É uma questão que as pessoas devem responder por si mesmas (…) Há Um só batismo, um só Senhor, uma só fé. Fale com o Senhor e, em seguida, vá para frente”, disse ele à congregação reunida, que rompeu em aplauso.

A cartilha “Common Prayer” salienta as crenças partilhadas entre o 1,2 bilhão de católicos romanos e os 75 milhões de luteranos de todo o mundo, e aconselha os seus leitores a que as suas recomendações sejam ser ajustadas de acordo com o país e o idioma em que serão usadas.

A seção sobre o arrependimento admite que as guerras religiosas pós-Reforma causaram “mortes de centenas de milhares de pessoas” e enfraqueceram a mensagem evangélica. “Nós lamentamos profundamente as coisas más que os católicos e luteranos fizeram mutualmente uns aos outros”, lê-se. 

Santo Antão (Antônio)


Antão nasceu no Egito, em 251. Era o primogênito de uma família cristã de camponeses abastados e tinha apenas uma irmã. Numa missa foi tocado pela mensagem do Evangelho: "Vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e me segue". Foi exatamente o que ele fez. Distribuiu tudo o que tinha aos pobres, consagrou sua irmã ao estado de virgem cristã e se retirou para um deserto. 

Passou a viver na oração e na penitência, dedicado exclusivamente à Deus. Como era muito procurado, decidiu se retirar ainda para mais longe, vivendo numa gruta abandonada, por dezoito anos.

Aos cinqüenta e cinco anos, atendeu o pedido de seus discípulos, abandonando o isolamento do deserto. Com isto, nasceu uma forma curiosa de eremitas, os discípulos viviam solitários, cada um em sua cabana, mas todos em contato e sob a direção espiritual de Antonio.Passou a ser o modelo do monge recluso e chamado, até hoje, de "pai dos monges cristãos".

Ele também profetizou sua morte, depois de uma última visão de Deus com seus santos, que ocorreu aos cento e cinco anos, em 17 de janeiro de 356.


ORAÇÃO


Deus, doador da vida verdadeira, permite-me perseverar sempre na prática de tua palavra, e já que te conheci pela pregação do Evangelho, dá-me a graça de amar-te cada dia mais intensamente. Amém.

Diáconos: Chamados a ser servidores nas núpcias


Caros candidatos à ordenação! Caros irmãos e irmãs no Senhor!

É o mesmo evangelista João, com as primeiras palavras do Evangelho de hoje, a nos oferecer a chave para entender o misterioso relato das núpcias de Caná. Inicia, de fato, dizendo que aconteceram “no terceiro dia”. Os conhecedores da Terra Santa dizem que lá, segundo um costume que pode chegar à época de Jesus, o dia habitualmente escolhido para as núpcias era o terceiro dia da semana, a terça-feira, assim como para nós geralmente é o sábado. E assim essa notícia nos diz antes de tudo algo de muito comum: como de costume, as núpcias aconteceram no terceiro dia.

Todavia, em João, até mesmo as coisas habituais e simplesmente humanas deixam transparecer o que há de mais elevado, o mistério de Deus e de Jesus Cristo. E assim as palavras sobre esse usual “terceiro dia” são esclarecedoras, levando-nos antes de tudo à Antiga Aliança, onde, sobretudo na relação do Sinai, o terceiro dia é o dia da teofania, do manifestar-se de Deus, do ingresso da sua glória na história dos homens. E em segundo lugar se começa a entrever a luz do Mistério Pascal, que a cristandade, desde o tempo da Igreja primitiva, confessa com essas palavras: “no terceiro dia ressuscitou dos mortos”. A cristandade está persuadida de que só com o Mistério Pascal ocorreu a autêntica, verdadeira e própria teofania de Deus neste mundo, o ingresso da Sua potência e da Sua glória: a Sexta-feira Santa, com a humildade do seu amor que se esquece de si até o abandono total; e o Domingo de Páscoa, com a potência deste amor que destroça as portas da morte e apaga, assim, a lei primária deste mundo, a lei do Stirb und Werde (a “morte como criação” de Goethe), por meio da potência de uma vida não voltada para a morte. O primeiro sinal de Jesus aponta para este Mistério Pascal. Indica o sinal por excelência, que ao mesmo tempo é uma realidade nova que transforma o mundo.

Com este episódio e com a imagem que ele nos oferece, João nos põe diante daquilo que Marcos, ao início do seu Evangelho, sintetiza com poucas palavras, quando diz: “O tempo se completou e o Reino de Deus está próximo: convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 14 s.). Núpcias, comida e vinho são sinais do Mistério Pascal e, por isso, sinais do Reino de Deus. As núpcias e a comida significam que o mundo está em festa, que vem abaixo a cotidianidade cinza. Ocorre a irrupção de um amor que renova as barreiras entre os homens e libera o caminho para uma nova liberdade, para uma nova forma de estar juntos. E o vinho significa a superação das mesmas barreiras do humano, a remoção das barreiras existentes entre o homem e o mundo, assim como indica a riqueza e o refinamento dos dons. Em tudo isso se percebe que haverá um dia a festa de Deus com este mundo.

Na descrição do episódio do Evangelho de hoje é importante também um outro sinal: a abundância. Segundo o que nos indica João, Jesus colocou à disposição dos convidados entre quinhentos e setecentos litros de vinho; portanto, muito mais do que podia ser necessário naquele ponto avançado da festa. Entretanto, exatamente nisto se faz evidente a lei de Deus, a lei do amor: abundância que não tem medida, que não faz cálculos e não se pergunta ainda por quanto seria necessário, mas doa com as mãos cheias, sem perguntar, tornando assim evidente a grandeza, a liberdade festiva do amor. A superabundância é a lei de Deus, a lei do amor e aquela da Nova Aliança. A Nova Aliança inicia só onde cresce uma disposição parecida, que não faz cálculos, não mede, não pesa dizendo: “o que devo fazer ainda para que seja suficiente? ”. 

sábado, 16 de janeiro de 2016

Belém: Quatrocentos anos de evangelização


Santa Maria de Belém do Grão Pará, quatrocentos anos de fundação comemorados no dia 12 de janeiro de 2016. Quatrocentos anos do início da Evangelização da Amazônia. Assim a Arquidiocese de Belém eleva seu coração e sua voz, em preparação ao XVII Congresso Eucarístico Nacional, o presente que deseja oferecer à nossa cidade: "Jesus Eucaristia, fonte de vida para todos, coração dos corações! Nós te acolhemos presente entre nós. Ao recebermos teu Corpo e teu Sangue, mostra-nos a força redentora de teu sacrifício. Tu és partilha de vida e salvação para a vida do mundo. Abre nossos corações para compartilhar com todos os nossos bens. Ensina-nos a testemunhar, amar e servir e proteger a vida, aprendendo a lição do Altar. Em ti todas as coisas foram criadas e nossas terras amazônicas são obra do amor do Pai. Reconhecemos estes sinais de amor, presença e providência em nossa história, e desejamos irradiar na comunhão com Deus e com todos, a missão que nos confiaste. Senhor Jesus, há quatro séculos a Boa Nova do Evangelho aportou em nossas terras, para aqui plantar raízes. Os teus missionários se alegraram, ao verem as Sementes do Verbo de Deus, que o Espírito Santo havia espalhado, precedendo seus passos, e anunciaram corajosamente a tua Palavra. A partir do Forte do Presépio, sob a proteção de Nossa Senhora da Graça, chamando-a Santa Maria de Belém ou Senhora de Nazaré, a Amazônia recebeu a mensagem da salvação. Renova hoje, Senhor, com a força da Eucaristia, o vigor missionário em nossos povos, e brotem entre nós santas vocações para o serviço do Evangelho. Cristo Senhor, ao reconhecer-te no partir do Pão, faze arder nossos corações, para que do Altar da Eucaristia nasça um novo ardor missionário em nossa Pátria. Ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo sejam dadas, hoje e sempre, toda a honra e toda a glória! Amém."

A evangelização nasce do alto, é dom de Deus que nos anuncia o Cristo Senhor e Salvador, sentido e rumo para nossas lides nesta terra, rumo à eternidade. A evangelização é o que existe de melhor, nascida do coração da Trindade Santa, passando pelos caminhos da história humana, marcada por alegrias e esperanças, dores e angústias. Os instrumentos escolhidos por Deus são os corações, boca, olhos, mãos e sentidos das pessoas que acolhem a Boa Notícia e a transmitem. 

Não tinham natureza angélica os que trouxeram o Evangelho para a Amazônia. Com as gerações que o fizeram, dando sangue, suor e lágrimas, pedimos perdão a Deus pelos atrasos, fracassos e erros de abordagem com os quais atuaram. Ao mesmo tempo damos graças porque os acertos foram muito maiores. Os valores do Evangelho estão presentes em nossa cultura, as devoções, e devoções são provas de amor, suscitaram confiança imensa na Providência de Deus, cultivaram famílias piedosas, edificaram as igrejas, formaram gerações de sacerdotes, comprometeram-se com a educação de crianças e jovens, deram nomes a pessoas, logradouros, bairros. Por todo lado algum santo se tornou protetor, um título de Nossa Senhora se implantou e, mais do que tudo, o perene louvor a Deus se consolidou. Quatrocentos anos de Missa e de pregação da Palavra, quatrocentos anos de Batizados, Matrimônios, Sacramento da Penitência, Sepultura Cristã, quatrocentos anos de Oração! Quatrocentos anos de presença fiel da Igreja junto à sociedade, como sal e luz e fermento!  

São Berardo e companheiros, mártires


Em 1219, São Francisco enviou esses missionários para a Espanha, que estava tomada por mouros. Passaram por Portugal a pé, com dificuldades. Dependendo da Divina Providência, chegaram a Sevilha. Ali começaram a pregar, principalmente como testemunho de vida. Eram 3 sacerdotes e dois irmãos religiosos que incomodaram muitas pessoas ao anunciar o Evangelho.

Acompanhado pelo testemunho, teve quem abrisse o coração para Cristo e as conversões começaram a acontecer. Pregaram até para o rei mouro, porque, também ele merecia conhecer a beleza do Santo Evangelho. Porém, anunciar o Evangelho naquele tempo, como nos dias de hoje, envolve riscos e eles foram presos por isso. Por influência do rei mouro, eles foram deportados para Marrocos e, ao chegarem lá, continuaram evangelizando; uma pregação sobre o reino de Deus, sobre o único amor que pode converter.

Graças a Deus, devido aos sinais, principalmente àquele tão concreto de Deus, que é a conversão e a mudança da mentalidade, as pessoas começaram a seguir Cristo e a querer o batismo. Mas isso incomodou também o rei mouro que, influenciado por fanáticos, prendeu os cinco franciscanos, depois os açoitou e decapitou.

Os santos mártires que, em 1220, foram mortos por causa da verdade, hoje, intercedem por nós.

São Francisco, ao saber da morte dos seus filhos espirituais, exultou de alegria, pois eles tinham morrido por amor a Jesus Cristo.


São Berardo e companheiros mártires, rogai por nós!

Tudo tem seu tempo



  
O capítulo terceiro do Livro do Eclesiastes começa por dizer que “há um momento oportuno para cada coisa debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de lamentar e tempo de dançar”. Mais adiante, o autor afirma: “compreendi que nada de bom existe senão alegrar-se e fazer o bem durante a vida. Pois todo aquele que come e bebe, e vê o fruto do seu trabalho, isso é dom de Deus” (3,12-13).

O mês de janeiro, para muitos brasileiros, é tempo de curtir férias e fazer festa. Tempo de recarregar as baterias para os próximos 11 meses, que costumam ser de mais intenso trabalho. Por isso, não devemos ter escrúpulos em gozar as férias, fazer festa e aproveitar as coisas boas que Deus nos dá. Tudo isto, evidentemente, sem prejudicar a nossa saúde ou colocar em risco a vida das outras pessoas. Nada daquilo que fazemos deverá causar prejuízo ao próximo e nem ao meio ambiente.

Junto com as férias, tem as festas. No início do ano são poucas as pessoas que não fazem festa. Mesmo quem quer ficar afastado sente-se envolvido pelo ribombar dos foguetes e fogos de artifício. Além disso, existem algumas festas que envolvem toda a comunidade.  Lembro as festas dos Santos Reis em Arroio do Meio e Coqueiro Baixo e a Festa de São Paulo Apóstolo, em Ilópolis. Mas lembro, sobretudo, a Festa de São Sebastião Mártir em Venâncio Aires. 

Popularmente conhecida como a “Festa do Bastião”, a Festa de São Sebastião Mártir é a maior festa religiosa que acontece na nossa região. Com os seus 140 anos, penso que também é a festa religiosa mais antiga que temos.  

Milagres


Uns acreditam em milagres. Há também os incrédulos, apesar de receberem de presente a existência, sua continuidade e tantas coisas boas em si e a seu redor. Muitos vão atrás de religiões e lideranças religiosas em busca de curas e outros milagres. Não faltam  fundadores de religiões que abusam da fé das pessoas para lhes arrancar dinheiro com a promessa de prodígios e soluções de problemas delas.  As carências de muitos os fazem buscar a qualquer custo a melhoria de condições de saúde e de vida. Acreditando em superação de seus males através de bênçãos e ritos de líderes para a melhoria de condições materiais e solução de problemas pessoais, familiares e sociais. A chamada “Teologia da Prosperidade” reina com força nessas circunstâncias. Há quem deixe de tomar remédio receitado por médicos, instados por lideranças que prometem milagre sem precisar de terapia da medicina.

Jesus realizou milagres de verdade, mostrando, não só seu poder para isso, mas a força de sua pessoa divina, para motivar a fé das pessoas e lhes indicar o caminho que leva à vida de sentido e até à vida eterna feliz. Curou males físicos, psíquicos e espirituais. Ressuscitou mortos. Multiplicou alimentos. Mostrou que vale a pena cada um colaborar com o bem do semelhante, mesmo com o sacrifício pessoal. Ele não quis simplesmente chamar atenção para a função de taumaturgo ou realizador de milagres. Se os fez, a finalidade era para as pessoas perceberem que não ficariam apenas na cura física, mas deveriam mudar de vida para experimentarem a cura espiritual e segui-Lo no tocante à conduta ética e moral aceitável. Assim poderiam alcançar a finalidade da vida de acordo com o projeto divino. Até admoestou que não adianta ter tudo na vida se a pessoa perder a vida eterna feliz! Ele mostra seu poder divino de dar condição a todos de alcançarem esse objetivo. 

Eles não têm mais vinho


Depois das festas natalinas, inicia-se o Tempo Comum, em que continuamos a viver os principais Mistérios da Salvação na caminhada histórica da Igreja. O Evangelho deste Segundo Domingo do Tempo Comum (Jo 2, 1-11) nos fala das Bodas de Caná. O motivo da escolha desse texto para este domingo – o segundo depois da Epifania – é explicado na frase conclusiva: Jesus, em Caná da Galiléia, deu início aos sinais e manifestou sua glória, e seus discípulos creram Nele (Cf. Jo 2, 11).

Falar de bodas, casamento nos remete a vários trechos bíblicos em que a comparação do povo eleito com Deus se faz como um casamento, às vezes fiel e outros momentos infiel por parte do povo. Mas sempre demonstrando a fidelidade do Senhor que vai em busca da esposa perdida.

O início dos sinais de Jesus, segundo João, é justamente vir ao encontro do povo de Deus para restaurar a alegria da festa do casamento simbolizada no vinho novo, que é melhor que o antigo. Aparece a figura de Maria como mãe preocupada com a situação dos filhos e recomenda o caminho do recomeço da aliança: “fazei tudo o que Ele disser”. 

Corrobora com esse aspecto a primeira leitura deste domingo (Is 62, 1-5) em que se conclui a perícope com a clareza dos esponsais eternos: “assim como o jovem desposa a donzela, assim teus filhos te desposam; e como a noiva é a alegria do noivo, assim também tu és a alegria do teu Deus”! Esses dois textos do domingo (primeira leitura e o evangelho) se comentam entre si e nos fala do amor de Deus por seu povo, e a necessidade de colocar em prática o que Jesus, o Filho de Deus, nos coloca para que tudo se transforme na vida do povo de Deus.

Merecem ser destacadas as palavras de Maria: “Eles não têm mais vinho”; “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2, 3.5). Em ocasião de festas, era costume que as mulheres amigas da família se encarregassem de preparar tudo. A Virgem Maria, que presta a sua ajuda, percebe o que se passa. Mas Jesus, seu Filho e seu Deus, está ali; acaba de iniciar-se o seu ministério público. E ela sabe melhor que ninguém que o seu Filho é o Messias. E dá-se então um diálogo cheio de ternura e simplicidade entre a Mãe e o Filho, que o Evangelho nos relata: “A Mãe de Jesus disse-lhe: Não têm vinho”. Pede sem pedir, expondo uma necessidade. E desse modo nos ensina a pedir.

“Em Caná, ninguém pede à Santíssima Virgem que interceda junto de seu Filho pelos consternados esposos. Mas o coração de Maria, que não pode deixar de se compadecer dos infelizes, impele a assumir, por iniciativa própria, o ofício de intercessora e a pedir ao Filho o milagre. Se a Senhora procedeu assim sem que lhe tivessem dito nada, que teria feito se lhe tivessem pedido que interviesse?” (Santo Afonso Maria de Ligório). Que não fará quando – tantas vezes ao longo do dia! – lhe dizem “rogai por nós”? Que não iremos conseguir se recorremos a Ela?