quinta-feira, 31 de março de 2016

Santa Balbina


Apesar de poucas certezas sobre a vida de Santa Balbina, seu nome é venerado em uma antiquíssima igreja na via Ápia, nas proximidades de Roma. Também temos um cemitério que leva seu nome, supostamente o local onde Balbina foi enterrada.

É venerada como mártir, mas destaca-se sua consagração a Deus pela virgindade e sua perseverança de servir ao Cristo.

Diz-se a história que Balbina, filha do militar Quirino, foi curada milagrosamente, pelo papa e mártir são Adriano,que estava na prisão. Este fato levou a família de Balbina à conversão e todos foram batizados. Balbina, por sua vez, ofereceu a Deus virgindade perpétua. Seu pai, Quirino, também recebeu a coroa do martírio.

Sua vida era muito representada no teatro medieval, o que causa certa confusão histórica, uma vez que a arte mistura muito realidade e ficção. Mas é pelo teatro que ficamos sabendo do martírio de Balbina e de sua consagração. Dizem as histórias sobre santa Balbina, que muitos jovens quiseram desposá-la, mas sua firmeza de caráter a manteve fiel ao seu voto de castidade.

Balbina sofreu o martírio sob o imperador Adriano II e encontrou-se com Deus no dia em que lhe cortaram a cabeça. Viveu santamente e recebeua glória de ter o nome marcado na história da igreja.  



Senhor Deus e Pai, vossa bondade supera todas nossas expectativas. Sua graça nos concede muito mais do que precisamos. Fica sempre conosco e dai-nos, pela intercessão de santa Balbina, a coragem de enfrentar todas as adversidades do dia-a-dia. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

quarta-feira, 30 de março de 2016

Cristo, autor da ressurreição e da vida


Lembrando a felicidade da salvação recuperada, Paulo exclama: assim como por Adão entrou a morte neste mundo, da mesma forma por Cristo foi restituída a salvação ao mundo. (cf. Rm 5,12). E ainda: O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo homem, que vem do céu, é celeste (1Cor 15,47).

E prossegue, dizendo: Como já refletimos a imagem do homem terreno, isto é, envelhecido pelo pecado, assim também refletimos a imagem do celeste (1Cor 15,49), ou seja, conservaremos a salvação do homem recuperado, redimido, renovado e purificado em Cristo. Segundo o mesmo Apóstolo, Cristo é o princípio, quer dizer, é o autor da ressurreição e da vida; em seguida, vêm os que são de Cristo, isto é, os que vivendo na imitação da sua santidade, podem considerar-se sempre seguros na esperança da sua ressurreição e receber com ele a glória da promessa celeste. É o próprio Senhor quem afirma no Evangelho: Quem me segue não perecerá, mas passará da morte para a vida (cf. Jo 5,24).

Deste modo, a paixão do Salvador é a salvação da vida humana. Precisamente para isso ele quis morrer por nós, a fim de que, acreditando nele, vivamos para sempre. Ele quis, por algum tempo, tornar-se o que somos, para que, alcançando a sua promessa de eternidade, vivamos com ele para sempre.

É esta a imensa graça dos mistérios celestes, é este o dom da Páscoa, é esta a grande festa anual tão esperada, é este o princípio da nova criação.

Nesta solenidade, os novos filhos que são gerados nas águas vivificantes da santa Igreja, com a simplicidade de crianças recém-nascidas, fazem ouvir o balbuciar da sua consciência inocente. Nesta solenidade, os pais e mães cristãos obtêm, por meio da fé, uma nova e inumerável descendência.

Nesta solenidade, à sombra da árvore da fé, brilha o esplendor dos círios com o fulgor que irradia da pura fonte batismal. Nesta solenidade, desce do céu o dom da graça que santifica os recém-nascidos e o sacramento espiritual do admirável mistério que os alimenta.

Nesta solenidade, a assembleia dos fiéis, alimentada no regaço materno da santa Igreja, formando um só povo e uma só família, adorando a Unidade da natureza divina e o nome da Trindade, canta com o Profeta o salmo da grande festa anual: Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos (Sl 117,24).

Mas, pergunto, que dia é este? Precisamente, aquele que nos trouxe o princípio da vida, a origem e o autor da luz, o próprio Senhor Jesus Cristo que de si mesmo afirma: Eu sou a luz. Se alguém caminha de dia, não tropeça (Jo 8,12; 11,9), quer dizer, aquele que em todas as coisas segue a Cristo, chegará, seguindo os seus passos, ao trono da eterna luz. Assim pedia ele ao Pai em nosso favor, quando ainda vivia em seu corpo mortal, ao dizer: Pai, quero que onde eu estou, aí estejam também os que acreditaram em mim; para que assim como tu estás em mim e eu em ti, assim também eles estejam em nós (cf. Jo 17,20s).


Da Homilia pascal de um Autor antigo

(Sermo 35, 6-9:PL17 [ed. 1879],696-697)

Comunismo x Capitalismo


Na minha coleção de pedras, guardo como “relíquia” um pedaço do destruído muro de Berlim, erguido pelos comunistas, que, durante 28 anos, dividiu a Alemanha. Dia 9 de novembro é o aniversário de sua derrubada, em 1990. Muitíssimos fugitivos, tentando escapar do regime comunista para o mundo ocidental, - é claro, pois ninguém quis passar de cá para lá - perderam a vida, na tentativa de atravessar a barreira de 154 km de extensão. Boa ocasião para falarmos do comunismo e do seu suposto opositor, o chamado “capitalismo”.

A queda do “muro da vergonha” simbolizou a falência do comunismo, como regime econômico e ideológico. Para tanto, contribuíram vários personagens importantes: Mikhail Gorbachev, com a Perestroika, Lech Walesa, com o Solidariedade, Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos, Margareth Thatcher, primeira ministra da Inglaterra e, especialmente, São João Paulo II, Papa oriundo de um país atrás da cortina de ferro, que, com sua influência, muito contribuiu para a queda do regime comunista. O próprio Gorbachev disse que o colapso do comunismo teria sido impossível sem a influência de João Paulo II. 

Esse Papa, em 1991, fazia a pergunta: “Após a falência do comunismo, pode-se dizer que o sistema social vencedor é o capitalismo e que para ele se devem encaminhar os esforços dos países que procuram reconstruir as suas economias e a sua sociedade?” E ele mesmo responde: “Se por ‘capitalismo’ se indica um sistema econômico que reconhece o papel fundamental e positivo da empresa, do mercado, da propriedade privada e da consequente responsabilidade pelos meios de produção, da livre criatividade humana no setor da economia, a resposta é certamente positiva, embora talvez fosse mais apropriado falar de ‘economia de mercado’, ou simplesmente de ‘economia livre’”.

Mas então a Igreja aprova simplesmente o chamado “capitalismo liberal e selvagem”? O próprio João Paulo II ensina: “Se por ‘capitalismo’ se entende um sistema onde a liberdade no setor da economia não está enquadrada num sólido contexto jurídico que a coloque ao serviço da liberdade humana integral e a considere como uma particular dimensão desta liberdade, cujo centro seja ético e religioso, então a resposta é sem dúvida negativa” (Enc. Cent. Annus, 42). 

São João Clímaco


No século IV, depois das perseguições romanas, vários mosteiros rudimentares foram construídos no Monte Sinai. Neste local os monges que se entregavam à vida de oração e contemplação. Esses mosteiros tornaram-se famosos pela hospitalidade para com os peregrinos e pelas bibliotecas que continham manuscritos preciosos. Foi neste ambiente que viveu e atuou o maior dos monges do Monte Sinai, João Clímaco.

João nasceu na Síria, por volta do ano 579. De grande inteligência, formação literária e religiosa, ainda muito jovem, aos dezesseis anos, optou pelo deserto e viajou para o Monte Sinai, tornando-se discípulo em um dos mais renomados mosteiros. Isso aconteceu depois de renunciar a fortuna da família e a uma posição social promissora. Preferiu um cotidiano feito de oração, jejum continuado, trabalho duro e estudos profundos. Só descia ao vale para recolher frutas e raízes. São João Clímaco decidiu nunca mais comer carne, fosse ela vermelha ou branca. Também passou a sair de sua cela apenas para participar da Eucaristia, aos domingos.

Sua fama se espalhou e muitos peregrinos iam procurá-lo para aprender com seus ensinamentos e conselhos. Inicialmente eram apenas os que desejavam seguir a vida monástica, depois eram os fiéis que queriam uma benção do monge, já tido em vida como santo. Aos sessenta anos João foi eleito por unanimidade abade geral de todos os eremitas da serra do Monte Sinai.

Nesse período ele escreveu muito e o que dele se conserva até hoje é um livro chamado, "Escada do Paraíso". Seu sobrenome, Clímaco (“Klímax”) em grego significa "aquele da escada", e foi-lhe dado em homenagem ao livro que escreveu. No livro ele estabeleceu trinta degraus necessários para alcançar a perfeição da vida.

João Clímaco morreu no dia 30 de março de 649, amado e venerado por todos os cristãos do mundo oriental e ocidental, sendo celebrado por todos eles no mesmo dia do seu falecimento.  



São João Clímaco quantos jovens se sentem chamados a uma vida contemplativa, santa e não tem forças ou oportunidades para se integrar neste mundo de elevação espiritual. Concedei aos vocacionados serem corajosos para assumir o compromisso com Deus e com a Igreja. Só mesmo em um coração puro, sem orgulho, egoísmo, um coração cheio de Deus pode realizar milagres. E se não os realizamos é porque não fomos nem puros, nem santos, segundo a vontade de Deus. Intercedei junto a Deus por mim, por nós, para que desapareçamos para que somente Deus apareça. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

terça-feira, 29 de março de 2016

Seita "Irmandade da Santa Cruz" se espalha em mais de 170 aldeias da Amazônia


A marca é invariavelmente uma cruz vermelha, com 14 metros de altura, plantada no ponto mais alto da comunidade. As iniciais RDSM (Recordação da Santa Missão) também são obrigatórias, bem como a data de fundação de cada irmandade, gravada em números brancos.

O dízimo é lei: 10% de toda a renda vai para a igreja. Quem não tiver, contribui com bens domésticos --um rádio, um animal de estimação, o que for-- sempre na proporção de 10% de tudo o que houver na casa. Quem ainda assim não tiver o que dar, dá seu próprio trabalho.

Perdida nos cafundós da Amazônia, a Missão da Ordem Cruzada, Católica, Apostólica e Evangélica --ou simplesmente Irmandade da Santa Cruz-- cresce a passos largos entre as comunidades indígenas do Alto Solimões, especialmente nas etnias ticuna e cocama.
 
A congregação segue o rastro do rio Solimões e se espalha em mais de cem pequenas aldeias entre os 500 quilômetros que separam Tabatinga de Tefé.

Na região de Tabatinga, na fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, já existem 49 comunidades ostentando a cruz vermelha no ponto mais alto da vila. No Amazonas, único Estado do Brasil onde a seita tem seguidores, a Santa Cruz está presente em 109 aldeamentos.

Do outro lado da fronteira, nas comunidades indígenas do Peru, a seita já colheu adeptos em 52 comunidades, incluindo a reserva do Javari --uma das mais isoladas da Amazônia.

Na capital, Lima, a primeira igreja foi aberta há dois anos. Nos anos de 1980, até então auge da congregação, a seita estava presente em pouco mais de 40 aldeias.

A expansão acaba de chegar à Argentina: em janeiro, foi estabelecida a primeira missão em Buenos Aires.

Era necessário que Cristo sofresse para assim entrar em sua glória


Cristo, por suas palavras e ações, revelou que era verdadeiro Deus e Senhor do universo. Ao subir para Jerusalém com seus discípulos, dizia-lhes: Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos gentios, aos sumos sacerdotes e aos mestres da Lei, para ser escarnecido, flagelado e crucificado (Mt 20,18.19). Fazia, na verdade, estas afirmações em perfeita consonância com as predições dos profetas, que haviam anunciado sua morte em Jerusalém.

Desde o princípio, a Sagrada Escritura havia predito a morte de Cristo com os sofrimentos que a precederiam, e também tudo quanto aconteceu com seu corpo depois da morte; predisse igualmente que aquele a quem tudo isto sucedeu é Deus impassível e imortal. De outro modo, nunca poderíamos afirmar que era Deus se, ao contemplarmos a verdade da encarnação, não encontrássemos nela razões para proclamar, com clareza e justiça, uma e outra coisa, ou seja, seu sofrimento e sua impassibilidade. O motivo pelo qual o Verbo de Deus, e portanto impassível, se submeteu à morte é que, de outra maneira, o homem não podia salvar-se. Este motivo somente ele o conhece e aqueles aos quais revelou. De fato, o Verbo conhece tudo o que é do Pai, como o Espírito que esquadrinha tudo, mesmo as profundezas de Deus (1Cor 2,10).

Realmente, era preciso que Cristo sofresse. De modo algum a paixão podia deixar de acontecer. Foi o próprio Senhor quem declarou, quando chamou de insensatos e lentos de coração os que ignoravam ser necessário que Cristo sofresse, para assim entrar em sua glória. Por isso, veio ao encontro do seu povo para salvá-lo, deixando aquela glória que tinha junto do Pai, antes da criação do mundo. Mas a salvação devia consumar-se por meio da morte do autor da nossa vida, como ensina São Paulo: Consumado pelos sofrimentos, ele se tornou o princípio da vida (cf. Hb 2,10).

Deste modo se vê como a glória do Filho unigênito, glória esta que por nossa causa ele havia deixado por breve tempo, foi-lhe restituída por meio da cruz, na carne que tinha assumido. É o que afirma São João, no seu evangelho, ao indicar qual era aquela água de que falava o Salvador: Aquele que crê em mim, rios de água viva jorrarão do seu interior. Falava do Espírito, que deviam receber os que tivessem fé nele; pois ainda não tinha sido dado o Espírito, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado (Jo 7,38-39); e chama glória a morte na cruz. Por isso, quando o Senhor orava, antes de ser crucificado, pedia ao Pai que o glorificasse com aquela glória que tinha junto dele, antes da criação do mundo.


Dos Sermões de Santo Anastácio de Antioquia

(Oratio 4, 1-2: PG 89, 1347-1349)        (Séc.VI)

Para onde caminha o Papa Francisco?


Depois de três anos e meio do início do pontificado do Papa Francisco, são oportunas as perguntas: para onde o Papa caminha? Para onde ele quer levar a Igreja? A fim de se ter uma resposta adequada, é necessário conhecer e compreender as ideias que se encontram na base de suas alocuções, escritos, decisões etc.

Percebe-se que há uma linha-força no pontificado do Papa Francisco - e essa linha-força se traduz pela palavra "misericórdia". Desde a primeira vez que se dirigiu ao mundo, ele tem feito referências a esse tema; volta-se a ele constantemente e sobre ele escreveu diversas vezes; publicou uma Bula instituindo um Ano Santo, em torno da misericórdia, e um documento que traduz, concretamente, o olhar da Igreja voltado para aqueles que enfrentaram problemas no casamento; refere-se à misericórdia em audiências públicas e nas conversas pessoais etc. Na visita que a Presidência da CNBB lhe fez, no início de setembro passado, ele destacou a importância de ensinarmos aos sacerdotes a serem misericordiosos.

Mas o que o Papa Francisco entende por "misericórdia"? Busco a resposta na Bula "Misericordiae Vultus" (O rosto da misericórdia - 11.04.15). A misericórdia, lembra ele, é a fonte da alegria, da serenidade e da paz; é a condição de nossa salvação; é a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade; a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida; o caminho que une Deus e o homem (cf. MV 2).

Na carta apostólica "Mitis Iudex Dominus Iesus" (O Senhor Jesus, Juiz manso - 15.08.15), o Papa Francisco afirmou: "Alimenta o impulso reformador o enorme número de fiéis que (...) muitas vezes se afastam das estruturas jurídicas da Igreja por causa da distância física ou moral; a caridade e a misericórdia, portanto, exigem que a própria Igreja como mãe se aproxime dos filhos que se consideram segregados" (Introdução). 

São Segundo


Segundo era um soldado pagão, filho de nobres, nascido em Asti, norte da Itália, no final do século primeiro.

Profundo admirador dos mártires cristãos, que o intrigavam pelo heroísmo e pela fé em Cristo. Chegava a visitá-los nos cárceres de Asti, conversando muito com todos. Consta dos registros da Igreja, que foi assim que tomou conhecimento da Palavra de Cristo.

Entretanto, sua conversão aconteceu mesmo durante uma viagem a Milão, onde visitou no cárcere os cristãos Faustino e Jovita. Esta conversão está envolta em muitas tradições cristãs. Os devotos dizem que Segundo teria sido levado à prisão por um anjo, para lá receber o batismo através das mãos daqueles mártires. A água necessária para a cerimônia teria vindo de uma nuvem. Logo depois, uma pomba teria lhe trazido a Santa Comunhão.

Depois disso, aconteceu o prodígio mais fascinante, narrado através dos séculos, da vida deste santo. Conta-se que ele conseguiu atravessar a cavalo o Pó, sem se molhar, para levar a Eucaristia ao bispo Marciano, antes do martírio. O Pó, minúsculo apenas no nome, é um rio imponente, tanto nas cheias, quanto nas baixas.

Passado este episódio extraordinário, Saprício, o prefeito de Asti, soube finalmente da conversão de seu amigo. Tentou de todas as formas fazer Segundo abandonar o cristianismo, mas como não conseguiu, mandou então que o prendessem, julgassem e depois de torturá-lo deixou que o decapitassem. Era o dia 29 de março do ano 119.

No local do seu martírio foi erguida uma igreja onde, num relicário de prata, se conservam as suas relíquias mortais. Uma vida cercada de tradições, prodígios, graças e sofrimentos foi o legado que nos deixou São Segundo de Asti, que é o padroeiro da cidade de Asti. Seu culto é muito popular no norte da Itália e em todo o mundo católico.  



Querido Deus de bondade, fortalecei-nos com o dom da fé e dai-nos a perseverança nas dificuldades da vida. Permita que, pela intercessão de São Segundo, sejamos coroados com a graça da santidade. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!