terça-feira, 10 de maio de 2016

Homilética: Solenidade de Pentecostes - Ano C: "A Missão do Espírito Santo".




Com a Solenidade de Pentecostes encerramos o Tempo Pascal! Pentecostes era uma das grandes festas judaicas; muitos israelitas iam nesses dias em peregrinação a Jerusalém, para adorar a Deus no Templo. A origem da festa remontava a uma antiqüíssima celebração em que se davam graças a Deus pela safra do ano, em vésperas de ser colhida. Depois acrescentou-se a essa comemoração, que se celebrava cinqüenta dias depois da Páscoa, a da promulgação da Lei dada por Deus no monte Sinai. Por desígnio divino, a colheita material que os judeus festejavam com tanto júbilo converteu-se, na Nova Aliança, numa festa de imensa alegria: a vinda do Espírito Santo com todos os seus dons e frutos.

Hoje é a plenitude do Mistério Pascal, com o Dom do Espírito Santo à Igreja. É o nascimento da Igreja. O Pentecostes é o cumprimento da promessa de Jesus: “… se Eu for, enviá-Lo-ei” (Jo 16,7).

O que aconteceu em Pentecostes é o contrário do que ocorreu em Babel. Na torre de Babel cada um começou a falar a sua língua e por isso não se entendiam. Em Babel, reina o egoísmo, o individualismo. Com a torre, os homens ambicionavam chegar aos céus com as próprias forças, com os próprios méritos. Em Pentecostes, há a união de línguas, todos reconhecem a linguagem que se fala pelo Espírito. É uma linguagem do amor, que une o que estava disperso. É uma linguagem que vai além dos aspectos culturais, cada um escuta como se fosse sua própria língua e compreende. Em Pentecostes não é o homem que tenta se alçar ao céu. É o Céu que desce ao homem no Espírito. Aqui não se trata de méritos, mas pura graça. Tanto no relato de Atos ( 2, 1-11), como no Evangelho de João ( 20, 19-23), fala-se que os discípulos recebem o Espírito Santo quando estão reunidos  em comunidade. Desde a fundação da Igreja, o Espírito se faz presente quando dois ou mais estão reunidos.

A vinda do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, não foi um acontecimento isolado na vida da Igreja. O Paráclito santifica-a continuamente, como também santifica cada alma, através das inúmeras inspirações que se escondem em “todos os atrativos, movimentos, censuras e remorsos interiores, luzes e conhecimentos que Deus produz em nós, prevenindo o nosso coração com as suas bênçãos, pelo seu cuidado e amor paternal, a fim de nos despertar, mover, estimular para o amor celestial, para as boas resoluções, para tudo aquilo que, numa palavra, nos conduz à nossa vida eterna. A sua ação na alma é suave e aprazível; Ele vem salvar, curar, iluminar” (São Francisco de Sales).

No dia de Pentecostes, os Apóstolos foram robustecidos na sua missão de anunciarem a Boa Nova a todos os povos. Todos os cristãos têm, desde então, a missão de anunciar, de cantar as maravilhas que Deus fez no seu Filho e em todos aqueles que crêem nEle. Somos agora um povo santo para publicar as grandezas dAquele que nos tirou das trevas para a sua luz admirável.

Ao compreendermos a grandeza da nossa missão, compreendemos também que ela depende da nossa correspondência às moções do Espírito Santo, e sentimo-nos necessitados de pedir-lhe freqüentemente que lave o que está manchado, regue o que está seco, cure o que está doente, acenda o que está morno, retifique o que está torcido. Porque sabemos bem que no nosso interior há manchas, e partes que não dão todo o fruto que deveriam porque estão secas, e partes doentes, e tibieza e também pequenos desvios, que é necessário retificar.

Não se pode conceber vida cristã nem Igreja sem a presença e a ação do Espírito Santo.

Depois que Jesus completou a sua obra, constituído Senhor a partir de sua ressurreição, envia ao mundo o seu Espírito, o Espírito do Pai. Conforme São João (Cf. Jo 20,19-23), Jesus comunica o seu Espírito, o mesmo Espírito que Ele entregou ao Pai no dia da ressurreição. Para isso, sopra sobre eles, transmitindo-lhes a vida nova, a força, o Espírito Santo: “Recebei o Espírito Santo…” e o Dom do Perdão e da Reconciliação. 

A chama do Espírito Santo transformou totalmente os apóstolos… Que essa mesma chama ilumine e aqueça a nossa vida no caminho da Unidade, do Bem e da Verdade…

“O Espírito Santo vem em socorro à nossa fraqueza”, diz S. Paulo (Rom. 8,26). Diz São João da Cruz que o Espírito Santo, com a sua chama está ferindo a alma, gastando e consumindo-lhe as imperfeições dos seus maus hábitos.

Para chegarmos a um convívio mais íntimo com o Espírito Santo, aproximemo-nos da Virgem Maria, que soube secundar como ninguém as inspirações do Espírito Santo. “Perseveravam unânimes na oração, com algumas mulheres e com Maria, a Mãe de Jesus” (At 1,14).

Rezemos hoje com a Igreja: Deus eterno e todo-poderoso, quisestes que o mistério pascal se completasse durante cinquenta dias, até a vinda do Espírito Santo. Fazei que todas as nações dispersas pela terra, na diversidade de suas línguas, se unam no louvor do vosso nome.

Cantemos: Vem, vem, vem, vem Espírito Santo de Amor, vem a nós, traz à Igreja em novo vigor.

Uma brevíssima análise política da crise política no Brasil

 
A revogação da revogação e a queima de pneus nas principais cidades do país… tal o desespero político do partido que está no poder há 13 anos, em suas últimas horas antes do afastamento da presidente da república.

Um grupo que tem demonstrado que lutou e luta por um único objetivo: permanecer no poder ao estilo chavista e madurista, aliás, diga-se de passagem, grandes aliados políticos.

Contudo, a sociedade brasileira, a população desse grande continente cresceu em consciência política e se organizou nas ruas, de forma pacífica, para exigir a saída democrática de tal situação, muito apesar das próprias instituições.

Todos os meios ilícitos foram usados para permanecer no poder, até mesmo a revogação ontem do presidente da câmara da decisão colegiada do afastamento da presidente. Revogação revogada pelo próprio presidente da câmara na madrugada de hoje.

A ação do Espírito Santo


Qual o homem que, ao ouvir os nomes com os quais é designado o Espírito Santo, não eleva seu  ânimo e o seu pensamento para a natureza divina? É chamado Espírito de Deus, Espírito da verdade que procede do Pai, Espírito de retidão, Espírito principal e, como nome próprio e peculiar, Espírito Santo.

Volta-se para ele o olhar de todos os que buscam a santificação; para ele tende a aspiração de todos os que vivem segundo a virtude; é o seu sopro que os revigora e reanima para atingirem o fim natural e próprio para que foram feitos.

Ele é fonte da santidade e luz da inteligência; é ele que dá, de si mesmo, uma certa iluminação à nossa razão natural para que encontre a verdade.

Inacessível por sua natureza, torna-se acessível por sua bondade. Enche tudo com o seu poder, mas comunica-se apenas aos que são dignos; não a todos na mesma medida, mas distribuindo os seus dons em proporção da fé. Simples na essência, múltiplo nas manifestações do seu poder, está presente por inteiro em cada um, sem deixar de estar todo em todo lugar. Reparte-se e não sofre diminuição. Todos dele participam e permanece íntegro, à semelhança dos raios do sol que fazem sentir a cada um a sua luz benéfica como se fosse para ele só, e contudo iluminam a terra e o mar e se difundem pelo espaço.

Assim é também o Espírito Santo: está presente em cada um dos que são capazes de recebê-lo, como se estivesse nele só, e, não obstante, dá a todos a totalidade da graça de que necessitam. Os que participam do Espírito recebem os seus dons na medida em que o permite a disposição de cada um, mas não na medida do poder do mesmo Espírito.

Por ele, os corações são elevados ao alto, os fracos são conduzidos pela mão, os que progridem na virtude chegam à perfeição. Ele ilumina os que foram purificados de toda mancha e torna-os espirituais pela comunhão consigo.

E como os corpos límpidos e transparentes, sob a ação da luz, se tornam também extraordinariamente brilhantes e irradiam um novo fulgor, da mesma forma também as almas que recebem o Espírito e são por ele iluminadas tornam-se espirituais e irradiam sobre os outros a graça que lhes foi dada.

Dele procede a previsão do futuro, a inteligência dos mistérios, a compreensão das coisas ocultas, a distribuição dos carismas, a participação na vida do céu, a companhia dos coros dos anjos. Dele nos vem a alegria sem fim, a união constante e a semelhança com Deus; dele procede, enfim, o bem mais sublime que se pode desejar: o homem é divinizado.


Do Tratado Sobre o Espírito Santo, de São Basílio Magno, bispo.
(Cap. 9,22-23: PG 32,107-110)
(Séc. IV)

Quem como Deus?


Travou-se um combate no Céu: Miguel e os seus Anjos lutaram contra o Dragão. O Dragão e os seus anjos lutaram também, mas foram derrotados e perderam o seu lugar no Céu para sempre. Foi expulso o enorme Dragão, a antiga serpente, aquele que chamam Diabo e Satanás, que seduz o universo inteiro foi precipitado sobre a terra e os seus anjos foram precipitados com ele. Depois ouvi no Céu uma voz poderosa que dizia: «Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e a autoridade do seu Ungido, porque foi precipitado o acusador dos nossos irmãos, aquele que os acusava dia e noite diante do nosso Deus. Eles venceram-no, graças ao sangue do Cordeiro e à palavra do testemunho que deram, desprezando a própria vida, até aceitarem a morte. Por isso, alegrai-vos, ó Céus, e vós que neles habitais». (Apocalipse 12, 7-12ª)

“Miguel” em hebraico Mi-kha-el quer dizer “quem como Deus?”. Era o protetor do antigo povo de Deus (Dan 10, 13.21), e que aparece agora como patrono e defensor da Igreja, o novo povo de Deus.

“O Dragão”. É identificado, com a “antiga serpente” que tentou os primeiros pais, por isso se chama antiga; é “aquele que chamam Diabo e Satanás”. Diabo é um nome grego correspondente ao hebraico Xatan (aramaico xataná), que significa caluniador, acusador, adversário.

“Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) no ares” (Ef 6,11-12). 

Santa Solange


O nome Solange significa "aquela que vive sozinha". Para esta menina francesa o senhor concedeu muitos dons, além de uma beleza impressionante e a disponibilidade para o trabalho. Não lhe faltaram pretendentes para o casamento, mas todos eles foram dispensados, pois Solange quis consagrar sua virgindade a Deus. Mas um deles, o conde de Gotie, foi o mais insistente. Um dia, ao caminhar pelo campo, o conde deparou-se com Solange, que estava em oração. A jovem, serenamente, que disse ao conde que tinha consagrado sua vida a Deus. O conde, que não gostou de ser reprovado pela jovem Solange, insistiu durante muitos dias, fazendo visitas até a casa dos pais da jovem. Sem resultados, o conde planejou então raptá-la. Pegou um cavalo e realmente raptou a jovem virgem. Conta-nos a história que quando passavam sobre uma ponte, Solange conseguiu assustar o cavalo. O conde e Solange foram lançados nas águas profundas do rio. Ainda conseguiram sair da correnteza, mas o conde, enfurecido, decapitou Solange às margens do rio. Era dia dez de maio de 880.


Deus Pai de amor e bondade, escolhestes Santa Solange para manifestar vosso amor pelos homens e mulheres, através da consagração e pureza de vida. Ajudai-nos a buscar uma vida cheia de virtudes e dons, e que em tudo que fizermos, seja feita a vossa vontade. Abençoe, pela intercessão de santa Solange, todas as mulheres discriminadas pela sociedade. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

A água viva do Espírito Santo




A água que eu lhe der se tornará nele fonte de água viva, que jorra para a vida eterna (Jo 4,14). Água diferente, esta que vive e jorra; mas jorra apenas sobre os que são dignos dela. Por que motivo o Senhor dá o nome de "água" à graça do Espírito Santo? Certamente porque tudo tem necessidade de água; ela sustenta as ervas e os animais. A água das chuvas cai dos céus; e embora caia sempre do mesmo modo e na mesma forma, produz efeitos muito variados. De fato, o efeito que produz na palmeira não é o mesmo que produz na videira; e assim em todas as coisas, apesar de sua natureza ser sempre a mesma e não poder ser diferente de si própria. Na verdade, a chuva não se modifica a si mesma em qualquer das suas manifestações. Contudo, ao cair sobre a terra, acomoda-se às estruturas dos seres que a recebem, dando a cada um deles o que necessita.

Com o Espírito Santo acontece o mesmo. Sendo único, com uma única maneira de ser e indivisível, distribui a graça a cada um conforme lhe apraz. E assim como a árvore ressequida, ao receber água, produz novos rebentos, assim também a alma pecadora, ao receber do Espírito Santo o dom do arrependimento, produz frutos de justiça. O Espírito tem um só e o mesmo modo de ser; mas, por vontade de Deus e pelos méritos de Cristo, produz efeitos diversos.

Serve-se da língua de uns para comunicar o dom da sabedoria; ilumina a inteligência de outros com o dom da profecia. A este dá o poder de expulsar os demônios; àquele concede o dom de interpretar as Sagradas Escrituras. A uns fortalece na temperança, a outros ensina a misericórdia; a estes inspira a prática do jejum e como suportar as austeridades da vida ascética; e àqueles o domínio das tendências carnais; a outros ainda prepara para o martírio. Enfim, manifesta-se de modo diferente em cada um, mas permanece sempre igual a si mesmo, como está escrito: A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum (ICor 12,5).

Branda e suave é a sua aproximação; benigna e agradá­vel é a sua presença; levíssimo é o seu jugo! A sua chegada é precedida por esplêndidos raios de luz e ciência. Ele vem com o amor entranhado de um irmão mais velho: vem para salvar, curar, ensinar, aconselhar, fortalecer, consolar, ilu­minar a alma de quem o recebe, e, depois, por meio desse, a alma dos outros.

Quem se encontra nas trevas, ao nascer do sol recebe nos olhos a sua luz, começando a enxergar claramente coisas que até então não via. Assim também, aquele que se tornou digno do Espírito Santo, recebe na alma a sua luz e, elevado acima da inteligência humana, começa a ver o que antes ignorava.



Das Catequeses de São Cirilo de Jerusalém, bispo
(Cat. 16, De Spiritu Sancto 1,11-12.16: PG 33,931-935.939-942)         (Séc. IV)

Se você invocar o demônio, ele virá cobrar a conta


O filme “Exorcistas no Vaticano” fala de comportamentos demoníacos e mostra supostas possessões. Isso é real? As coisas acontecem como o filme mostra?

No programa “Fim de Semana”, da rede COPE, entrevistaram o sacerdote José María Muñoz Urbano, exorcista oficial da diocese de Córdoba, que explicou como os exorcismos continuam sendo solicitados, inclusive “cada vez mais”: “O grande motivo é a crise espiritual que temos; fala-se cada vez menos de Deus, e nas redes sociais encontramos o tema do espiritismo com muita facilidade”.

As consequências de toda essa brincadeira com o demônio são as possessões ou infestações, e o padre explica que, na internet, é possível encontrar facilmente informações para realizar rituais satânicos. “Qualquer jovem tem esta informação e pode estar brincando com o diabo.”

Este é um tema sério: a ouija é bem perigosa. “Cerca de 70% dos casos que atendo de possessões ou pessoas infectadas pelo demônio começam com o tabuleiro ouija, explica o sacerdote, comentando que muitas vezes a ouija é feita como uma brincadeira, por curiosidade: “Por tentar falar com um defunto, por exemplo, apelam à ouija, e depois começam a acontecer coisas estranhas na casa, ou pessoas que começam a ficar doentes, ou aparelhos que param de funcionar de repente…”.

“Quando se invoca o demônio, ele vem cobrar a conta”, afirma muito sério o sacerdote, que mostra que a tarefa do exorcista é, em primeiro lugar, colocar a pessoa em graça de Deus. “Isso não é magia. Para que Deus possa curar você e expulsar os demônios, você precisa estar perto de Deus.” 

São Pacômio


São Pacômio nasceu em 287 no Egito, filho de pais pagãos. Tendo ingressado no exército, aos 20 anos foi feito prisioneiro em Tebas. Numa noite, algumas pessoas trouxeram para ele alimento em nome do Deus dos cristãos. Pacômio sentiu-se sensibilizado e pediu a Deus que o libertasse. Obtida a liberdade, ingressou numa comunidade religiosa cristã, onde recebeu o batismo. Ao perceber a força do cristianismo, Pacômio introduziu a vida monástica comum baseada na disciplina e na autoridade, substituindo os anacoretas. Os anacoretas eram os monges que viviam sozinhos no deserto. Os problemas desta vida individualizada começaram a se tornar insustentáveis. Pacômio resolveu fundar um mosteiro, com regras definidas, onde todos pudessem viver em comunidade. O mosteiro tinha uma estrutura rígida, baseada na disciplina e na obediência. Era formado por vários edifícios ou casas, construídas dentro de muralhas. Havia também uma igreja, um refeitório, uma cozinha, uma hospedaria e uma biblioteca. A base da vida religiosa era constituída pela castidade, pobreza e obediência ao superior. Pontualidade, silêncio, disciplina, recitação de certas preces, algumas penitências, tudo isso fazia parte do dia a dia de um mosteiro. São Pacômio morreu em 348, Na época os mosteiros por ele fundados abrigavam cerca de sete mil monges. 


Intercedei por nós, são Pacômio, para que fiéis a doutrina da Igreja possamos ser orientados pelo Espírito Santo em todas nossas decisões. Concedei-nos a pureza da vida, da mente e do espírito, o dom da oração e da penitência, da obediência e da fortaleza. Por Cristo nosso Senhor, damos glória pela sua vida e pelas vidas dos tantos monges que vos seguiram por amar a Deus sobre todas as coisas. Amém.