quinta-feira, 12 de maio de 2016

Se eu não for, o Espírito não virá a vós




Cristo tinha cumprido a sua missão sobre a terra, e para nós havia chegado o momento de entrarmos em comunhão com a natureza divina do Verbo. Era preciso que a nossa vida anterior fosse transformada em outra diferente, come­çando um novo estilo de vida em santidade. Ora, isto só podia ser realizado pela participação do Espírito Santo.

O tempo mais oportuno para o envio do Espírito Santo e sua descida sobre nós foi o que se seguiu à ascensão de Cristo nosso Salvador.

De fato, enquanto Cristo vivia visivelmente entre os seus fiéis, ele mesmo, segundo julgo, dispensava-lhes todos os bens. Mas quando chegou o momento estabelecido para subir ao Pai celeste, era necessário que ele continuasse presente no meio de seus fiéis por meio do Espírito e habitasse pela fé em nossos corações, a fim de que pudésse­mos clamar com toda confiança: Aba - ó Pai! (Rm 8,15). E ainda nos tornássemos capazes de progredir sem demora no caminho da perfeição, superando com fortaleza invencível as ciladas do demônio e as perseguições dos homens, graças à assistência do Espírito todo-poderoso.

Não é difícil demonstrar, com o testemunho das Escri­turas, tanto do Antigo como do Novo Testamento, que o Espírito transforma e comunica uma vida nova àqueles em quem habita.

O servo de Deus Samuel, dirigindo-se a Saul, diz: O Espírito do Senhor virá sobre ti e tu te tomaras outro homem (cf. ISm 10,6). E São Paulo afirma: Todos nós, porém, com o rosto descoberto, contemplamos e refletimos a glória do Senhor, e assim seremos transformados à sua imagem, pelo seu Espírito. Pois o Senhor é Espírito (2Cor 3,18.17).

Vês como o Espírito transforma noutra imagem aqueles em quem habita? Facilmente ele os faz passar do amor das coisas terrenas à esperança das realidades celestes, e do temor e da indecisão à firme e generosa fortaleza de alma. Foi o que sucedeu com os discípulos: animados e fortaleci­dos pelo espírito, nunca mais se deixaram intimidar pelos seus perseguidores, permanecendo inseparavelmente uni­dos e fiéis ao amor de Cristo.

É verdade, portanto, o que diz o Salvador: É bom para vós que eu volte para os céus (cf. Jo 16,7), porque tinha chegado o tempo de o Espírito Santo descer sobre eles.



Do Comentário sobre o Evangelho de João, de São Cirilo de Alexandria, bispo
(Lib. 10,16,6-7: PG 74,434)       (Séc. V)

O que pendurar nas paredes da Igreja?


O costume é se usar as paredes das igrejas para pendurar tudo quanto é objeto, desde ventiladores, caixas de som, a avisos e quadros, entre outros. Isso causa uma grande poluição visual que atrapalha a liturgia, a participação e o ambiente de oração e recolhimento.

Mistura-se ventilador com Via-Sacra, cruz de consagração com cartaz para pagamento do dízimo. Na igreja cada coisa deve ter seu lugar. Lugar de avisos e cartazes é na entrada, no hall, onde as pessoas podem parar para ler sem atrapalhar o desenrolar da celebração.

Um bom planejamento do que deve ou não ser pendurado é necessário. A rigor não é necessário pendurar nada nas paredes, e caso as janelas tenham vitrais, é mais um motivo para que as paredes fiquem vazias. No máximo as cruzes de consagração.

A parede por trás do altar é sempre um problema de difícil solução para as comunidades. Muitas vezes essa parede é disputada por tudo que julgamos muito importante: o padroeiro, a cruz, o sacrário, cartazes, os arranjos florais, etc. O que acaba acontecendo é novamente a poluição visual onde tudo fica misturado e perde a sua importância.

Santa Joana de Portugal


Santa Joana nasceu no dia 6 de fevereiro de 1452. Filha primogênita do rei D. Afonso V, rei de Portugal, possuía grande beleza e personalidade marcante. Desejosa de se consagrar a Deus na Ordem dominicana, precisou vencer a resistência do pai que desejavam um casamento vantajoso para ela. Aos dezenove anos de idade, Joana habilmente convenceu seu pai de oferecer à Deus sua única filha em agradecimento às muitas e recentes vitórias que ele tinha conquistado. O comovente pedido da filha fez Afonso V perceber que o seu chamado à vida religiosa era verdadeiro e consentiu que a princesa entrasse no Mosteiro. Levava vida penitente, passando as noites em oração. Jejuava freqüentemente e como insígnia real usava uma coroa de espinhos. Os pobres, os enfermos, os presos, os religiosos viam nela a sua protetora e amparo. Conservava um livro onde ela anotava os nomes de todos os necessitados, o grau de pobreza de cada um e o dia em que deveria ser dada a esmola. Viveu despojada de tudo até a morte, no dia 12 de maio de 1490. Em vida amada pelo povo por sua santidade, após sua morte a princesa Joana passou a ser venerada e cultuada pelos milagres que ocorriam por sua intercessão.


Santa Joana de Portugal, vós que tudo tivestes para imperar como soberana entre honras e riquezas, vós que escolhestes os pobres como um de vossos maiores amores, vós que em tudo procurastes proceder como Jesus, eu vos louvo profundamente pela vida que abraçastes e vos peço com todo o coração, que intercedais por mim a Deus, para que também eu e toda a humanidade possamos ter este grande desejo de santidade acima de todas as coisas. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Papa explica que a condição de filhos de Deus é fruto do amor do Pai e pede paz e diálogo aos brasileiros diante da crise política.


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 11 de maio de 2016

Caros irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje, esta audiência acontece em dois lugares: como risco de perigo da chuva, os enfermos participam na Sala Paulo VI e nos acompanham por meio de telões; dois lugares mas uma só audiência. Vamos saudar os enfermos que estão na Sala Paulo Paulo VI. Queremos refletir hoje sobre a parábola do Pai Misericordioso. Ela nos fala de um pai e de seus dois filhos, e nos apresenta a misericórdia infinita de Deus.

Vamos partir do fim, isto é, da alegria do coração do Pai, que diz: “Façamos festa, porque este meu filho estava morto e voltou a viver, estava perdido e foi encontrado” (vv. 23-24). Com estas palavras, o pai interrompeu o filho menor no momento em que estava confessando sua culpa: “Não sou mais digno de ser chamado de teu filho…” (v. 19). Mas. Esta expressão é insuportável para o coração do pai, que se apressa em restituir ao filho os sinais de sua dignidade: a bela roupa, o anel, os calçados. Jesus não descreve um pai ofendido e ressentido, um pai que, por exemplo, diz ao filho: “Você vai me pagar”: não, o pai o abraça, o espera com amor.

Ao contrário, a única coisa que o pai tem no coração é que este filho está diante dele são e salvo e isto o faz feliz e faz festa. O acolhimento do filho que retorna é descrito de maneira comovente: “Quando ainda estava distante, seu pai o viu, teve compaixão, correu-lhe ao encontro, abraçou-o e beijou-o” (v. 20). Quanta ternura; viu-o ao longe: o que isso significa? Que o pai subia continuamente sobre o terraço para observar a estrada e ver se o filho voltava; aquele filho que tinha aprontado de tudo, mas o pai o aguardava. Que coisa mais bela a ternura do pai!

A misericórdia do pai é transbordante, incondicional, e se manifesta ainda antes de o filho falar. Certo, o filho saber que errou e o reconhece: “Pequei… trata-me com um de teus empregados” (v. 19). Mas estas palavras se dissolvem diante do perdão do pai. O abraço e o beijo de seu papai os fazem entender que sempre foi considerado filho, apesar de tudo. É importante este ensinamento de Jesus: a nossa condição de filhos de Deus é fruto do amor do coração do Pai; não depende de nossos méritos ou de nossas ações, e portanto ninguém pode tirá-la, nem mesmo o diabo! Ninguém pode nos tirar esta dignidade.

Esta palavra de Jesus nos encoraja a não desesperar jamais. Penso nas mães e nos pais apreensivos quando veem os filhos distanciando-se e tomando caminhos perigosos. Penso nos párocos e catequistas que, às vezes, se perguntam se o trabalho deles está sendo em vão. Mas penso também em quem está preso, e lhe parece que a sua vida tenha terminado; a muitos que fizeram escolhas erradas e não conseguem olhar para o futuro; a todos aqueles que tem fome de misericórdia e de perdão e creem não merecê-lo… em qualquer situação da vida, não deve esquecer que não deixarei jamais de ser filho de um Pai que me ama e espera o meu retorno. Mesmo na situação mais feia da vida, Deus me espera, Deus quer me abraçar, Deus me espera. 

Petista é surpreendida ao ir a Roma denunciar suposto golpe de Estado!

 
A atriz global Letícia Sabatella e a juíza Kenarik Boujikian Felippe participaram de um encontro oficial com o Papa Francisco na última segunda (9) e entregaram a ele uma carta dizendo que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff seria ilegal.

O Papa ouviu Sabatella e a juíza Kenarik Boujikian Felippe do Tribunal de Justiça de São Paulo. Os documentos entregues se tratam de uma carta escrita e assinada pelo advogado Marcello Lavenère, que foi o autor do pedido de impeachment de Fernando Collor e que hoje é assumidamente contra a saída de Dilma Rousseff e membro da Comissão Justiça e Paz da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB). O texto considera o impedimento da presidenta um “golpe parlamentar de Estado”, manipulado.

A carta foi solicitada por nada mais, nada menos que ele: João Pedro Stedile, que acreditou que direcioná-la ao Papa desencadearia alguma intervenção ou pressão para que Dilma não seja afastada, o que prejudica o exército vermelho que se camufla por trás de supostos movimentos sociais e que tanto amedrontam os brasileiros.

O Pontífice se expressou no dia seguinte através de sua assessoria:

A missão do Espírito Santo na Igreja


Terminada na terra a obra que o Pai confiou ao Filho, O Espírito Santo foi enviado no dia de Pentecostes a fim de santificar continuamente a Igreja e, por Cristo, no único Espírito, terem os fiéis acesso junto ao Pai. Ele é o Espírito da vida, a fonte de água que jorra para a vida eterna. Por ele, o Pai dá vida aos homens mortos pelo pecado, até ressuscitar em Cristo seus corpos mortais.

O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis como em um templo. Neles ora e dá testemunho da adoção de filhos. Conduz a Igreja ao conhecimento da verdade total, unifica-a na comunhão e nos ministérios, ilumina-a com diversos dons carismáticos e hierárquicos e enriquece-a com seus frutos.

Pela força do evangelho, rejuvenesce a Igreja, renovando-a constantemente e a conduz à perfeita união com seu Esposo. Pois o Espírito e a Esposa dizem ao Senhor Jesus: "Vem!"

Assim se apresenta a Igreja inteira como um povo reunido pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

O conjunto dos fiéis, consagrado pela unção do Espírito Santo, não pode enganar-se na fé. Esta peculiaridade se exprime através do sentido sobrenatural da fé, quando na sua totalidade, a hierarquia e os fiéis leigos, manifestam um consenso universal em matéria de fé e costumes.

Com este senso de fé, formado e sustentado pelo Espí­rito da verdade, o povo de Deus, guiado pelo sagrado ma­gistério a que obedece com fidelidade, acolhe não mais como palavras dos homens, mas, na realidade, a palavra de Deus, e adere sem esmorecimento à fé que, uma vez para sempre, foi transmitida aos santos (Jd 3). Nela penetra sempre mais profundamente, com reto julgamento, e cada vez mais plenamente a põe em prática em sua vida.

Além disso, por meio dos sacramentos e ministérios, o Espírito Santo não apenas santifica e conduz o povo de Deus e o adorna com virtudes, mas ainda distribui a cada um seus dons conforme quer (1Cor 12,11), e concede também graças especiais aos fiéis de todas as condições. Torna-os assim aptos e disponíveis para assumir deveras obras ou funções, em vista de uma séria renovação e mais ampla edificação da Igreja, conforme foi dito: A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum(ICor 12,5).

Estes carismas devem ser recebidos com ação de graças e consolação. Pois todos, desde os mais extraordinários aos mais simples e comuns, são perfeitamente apropriados e úteis às necessidades da Igreja.


Da Constituição dogmática Lumen gentiumsobre a Igreja, do Concílio Vaticano II
(N. 4.12)      (Séc. XX)

J’accuse! - A escola de criminalidade e violência que se tornou a televisão brasileira.




Do polêmico manifesto de Emile Zola estou plagiando somente o título – e, se puder, a veemência. Fora isso, não pretendo revisitar nesta crônica o clamoroso affaire Dreyfus. O meu j’accuse é assestado contra a televisão brasileira. E o lanço como brasileiro preocupado com meu País e como bispo responsável por grande número de fiéis.

Não quero, de modo algum, generalizar. Estou pronto a excetuar da minha acusação o canal dedicado à educação e cultura e os programas que, nos diferentes canais, contribuem para o crescimento e a elevação cultural e humana da população.

Feito isso, e tomando por testemunhas a sociedade brasileira em geral, os pais de família e os educadores em particular, os pastores de Igrejas e líderes religiosos, eu acuso a televisão brasileira pelos seus muitos delitos.

Acuso-a de descumprir sistematicamente as funções em vista das quais obteve do governo uma concessão: informar, educar, cultivar, formar consciência e divertir. Em vez disso, ávida somente de pontos no Ibope e de faturamento, ela não hesita em apelar aos instintos mais baixos do homem. Seu pecado mais grave é o que concerne à educação por ser esta a necessidade e as exigências fundamentais no nosso País. Com raras e louváveis exceções, a tevê brasileira não só educa, mas, com requinte de perversidade, deseduca. Abusando dos seus recursos técnicos, do seu poder de persuasão e de penetração nos lares do País inteiro, ela destrói o que outras instâncias pedagógicas e educativas, a duras penas, procuram construir.

Acuso a televisão brasileira de ministrar copiosamente à sua clientela os dois ingredientes que, por um curioso fenômeno, andam sempre juntos: a violência e a pornografia. A primeira é servida em filmes para todas as idades. A segunda impera, solta, em qualquer gênero televisivo: telenovelas, entrevistas, programas ditos humorísticos, spots publicitários e clips de propaganda. Há cerca de três anos, em artigo no JB, o editor e jornalista Sérgio Lacerda denunciava que, com sua enxurrada de pornografia, a TV brasileira está formando uma geração de voyeurs.

Acuso a televisão do nosso País de estar utilizando aparelhagens e equipamentos sofisticados com o objetivo de imbecilizar faixas inteiras da população. Uma geração de debilóides. O processo se torna consternador e inquietante quando, a pretexto de humor, um instrumento de educação, como a escola, se transforma em "escolinha", onde o mau gosto, a idiotice, o achincalhe são dados em pasto a crianças, adolescentes e jovens em formação. Em matéria de humor televisivo, aliás, poucos o analisaram tão profundamente como Moacyr Werneck de Castro, ao apontá-lo como verdadeira regressão à infância, por meio de um ‘repertório de boçalidades’ (Humor na Televisão, JB 06/07/91).

Acuso a TV brasileira de ser demolidora dos mais autênticos e inalienáveis valores morais, sejam eles pessoais ou sociais, familiares, éticos, religiosos e espirituais. Demolidora porque não somente zomba deles, mas os dissolve na consciência do telespectador e propõe, em seu lugar, os piores contravalores. Neste sentido, é assustadora a empresa de demolição da família e dos mais altos valores familiares – amor, fidelidade, respeito mútuo, renúncia, dom de si – realizada quotidianamente, sobretudo pelas telenovelas. Em lugar disso, o deboche e a dissolução, o adultério, o incesto. 

Santo Inácio de Láconi


Francisco Inácio Vincenzo Peis nasceu na cidade de Láconi em novembro de 1701. Seus pais eram muito pobres, mas educaram os filhos no fiel seguimento de Jesus Cristo. Inácio, desde a infância, sentiu um forte chamado para a vida religiosa. Ainda menino o chamavam de o santinho: não freqüentou nem um dia de escola e nem aprendeu a escrever, mas todos os dias assistia à Missa e era coroinha. Possuía dons especiais da profecia, da cura e um forte carisma. Antes de completar os vinte anos de idade decidiu que seguiria os passos de São Francisco de Assis. Procurou um convento, mas não pôde ser aceito, devido a sua frágil saúde. Somente depois de muitas tentativas é que foi aceito peos capuchinhos. Frei Inácio de Láconi, morou em vários conventos. Enfim, estabeleceu-se no Convento do Bom Caminho em Calhiari. Era encarregado da portaria, função que desempenhou até a morte. Tinha o verdadeiro espírito franciscano: exemplo vivo da pobreza, entretanto, de absoluta disponibilidade aos pobres, aos desamparados, aos doentes físicos e aos doentes espirituais. Durante seus últimos cinco anos de vida, Inácio ficou completamente cego. Mesmo assim continuou cumprindo com rigor a vida comum com todos os regulamentos do convento. Morreu no dia 11 de maio de 1781. Depois da morte a fama de sua santidade se fortaleceu com a relação dos milagres alcançados pela sua intercessão. 


Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de Santo Inácio de Láconi, a quem destes perseverar na imitação de Cristo pobre e humilde, seguir a nossa vocação com fidelidade e chegar àquela perfeição que nos propusestes em vosso Filho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.