Quando
alguém tem um ódio mortal contra uma pessoa, deseja matá-la. Mas, e se não
puder matá-la? Fixa a sua imagem na parede e arremessa dardos contra ela. Os
dardos não ferem a pessoa, mas pelo menos atingem a sua imagem.
O demônio
tem um ódio mortal contra Deus. Seu desejo supremo é matá-lo. Mas Deus é
imortal. Na impossibilidade de matar a Deus, o demônio investe contra a imagem
de Deus.
Qual é a
imagem de Deus? O homem, conforme está escrito:
“Deus criou o homem à sua imagem,
à imagem de Deus ele o criou,
homem e mulher ele os criou” (Gn 1,27).
Por isso,
o demônio é “homicida desde o princípio” (Jo 8,44). Deseja destruir aqueles que
são imagem de Deus.
Mas,
entre os homens, quais aqueles que refletem com maior esplendor a imagem de
Deus? Sem dúvida, as criancinhas.
Por isso,
o desejo homicida do demônio dirige-se principalmente contra os pequeninos. Sua
ira contra os bebês aparece na Bíblia, por exemplo, quando o Faraó do Egito
ordenou às parteiras, e depois a todo o povo, que jogasse ao rio Nilo todo
menino que nascesse, poupando apenas as meninas (Ex 1,16.22). Aparece também quando
o rei Herodes, na tentativa de matar o Menino Jesus, mandou matar em Belém e
arredores todos os meninos de dois anos para baixo (Mt 2,16).
Não nos
enganemos. A busca frenética por implantar o aborto em nosso país pode ter
vários motivos: permitir que as potências estrangeiras exerçam sobre nós o
controle demográfico — e, portanto, a dominação política — impedindo que no
Brasil nasçam brasileiros; beneficiar as clínicas de aborto, que anseiam por
praticar seu lucrativo negócio sem a proibição da lei; fornecer às indústrias
de cosméticos a preciosa matéria prima dos cadáveres de bebês abortados;
favorecer o hedonismo e a permissividade sexual… Mas, por trás de tudo está o
“homicida desde o princípio”.
Nossa
luta contra o aborto é, portanto, sobretudo uma luta espiritual. “Nosso
combate não é contra o sangue nem contra a carne, mas contra os Principados,
contra as Autoridades, contra os Dominadores deste mundo de trevas, contra os
Espíritos do Mal, que povoam as regiões celestiais” (Ef 6,12).
Um pecado
que clama aos céus
O
Catecismo da Igreja Católica (n. 1867) lembra que existem “pecados que bradam
aos céus”. Entre eles ocupa o primeiro lugar o homicídio voluntário. De fato,
logo após ter matado Abel, Caim ouve de Deus: “Que fizeste? Ouço o sangue de
teu irmão, do solo, clamar para mim!” (Gn 4,10).
De todos
os homicídios, o mais grave é o aborto. De fato, ele difere dos outros pelas
seguintes notas:
- a) a vítima é totalmente
inocente;
- b) a vítima é totalmente
indefesa;
- c) quem pratica o homicídio
é a mãe ou o pai da vítima, que mais deveriam amá-la, ou um médico, que
fez o juramento de sempre defender a vida;
- d) a vítima morre sem poder
ser batizada;
- e) os meios utilizados para
matá-la são horrendos: aspiração em pedaços (sucção), esquartejamento
(curetagem), envenenamento em solução salina (que queima toda a pele do
bebê), expulsão precoce do útero (a criança respira, chora, e é deixada
para morrer à míngua);
- f) a vítima não tem honras
fúnebres. Seu cadáver é misturado aos detritos hospitalares (ou então,
utilizado para alimentar indústrias de cosméticos, que se aproveitam da
gordura fetal).
Com razão
dizia Dom Manoel Pestana Filho, fundador do Pró-Vida de Anápolis: “Uma nação
que legaliza o aborto não merece subsistir”.