terça-feira, 24 de maio de 2016

Homilética: 9º Domingo do Tempo Comum - Ano C: “Nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”.

  
A liturgia deste domingo dá-nos conta da expansão da fé, não mais confinada ao território histórico de Israel. Este tema está bem presente no convite do refrão do Salmo, a anunciar o Evangelho em todo o mundo.

Na primeira leitura, o rei Salomão constrói um grandioso templo em Jerusalém como habitação para Deus. Nesse lugar, Salomão invoca o Senhor, pedindo que escute as orações que os estrangeiros lhe dirigirem no Templo de Jerusalém, de modo que o Senhor seja conhecido para lá das fronteiras de Israel e todos os povos possam prestar culto ao Deus de Israel. Pelo que se percebe na oração de Salomão, todos os povos teriam oportunidade de conhecer o nome de Deus conforme revelado ao povo de Israel.

Na segunda leitura, Paulo apresenta-se como guardião do verdadeiro Evangelho de Cristo que é anunciado também aos pagãos, reclamando a falsidade de qualquer outra mensagem que negue que a salvação de Deus vem pela fé em Jesus Cristo, de quem ele recebeu o Evangelho que agora transmite. Na defesa dessa boa notícia da salvação gratuita, Paulo enfrenta toda espécie de conflitos.

O Evangelho mostra-nos a grande fé de um estrangeiro, um oficial romano, que coloca toda a sua confiança na misericórdia de Jesus e na sua Palavra, enquanto pede a cura de um seu servo.

O centurião romano, equivalente a um capitão na hierarquia militar atual, foi elogiado por Jesus pela sua grande fé: “Em verdade vos digo: nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”. Depois de professar uma fé tão viva em Jesus e de ser assim elogiado por ele, é de pensar que a vida daquele homem não foi mais a mesma. Jesus cede à sua súplica e mostra admiração pela grande fé deste homem estrangeiro revelando o verdadeiro nome de Deus, que não se circunscreve num recinto sagrado, não faz acepção de pessoas, ultrapassa barreiras culturais e manifesta-se a todos os povos, oferecendo-lhes gratuitamente a salvação em Jesus Cristo.

Um livrinho titulado “Cartas dos amigos de Cristo” traz uma carta imaginária do centurião a Jesus. Gostaria que você também a conhecesse:

“Senhor: não pude agradecer-te; tive fé em ti, e vejo que a minha fé não foi confundida. O meu servo está são, mais forte do que antes. Que poder o da tua palavra! Queremos visitar-te, a minha mulher, o meu criado que curaste – que quer ir a todo custo – e eu. Mais do que nunca, sou indigno de que venhas a minha casa; também não preciso que o faças, e não o digo por desprezo nem por egoísmo, mas porque notamos a tua presença em nós e entre nós, invisível, mas palpável; não saberia explicá-lo, Tu me entenderás. (…) a tua presença nesta casa onde nunca estiveste é constante e viva, e enche-nos de paz e de serenidade interior. (…) Venho de um ambiente em que prevalecem o poder, o domínio, a política, e em ti não encontro nada disso. No entanto, parece que, misteriosamente, tens o segredo de exercer toda a autoridade ou todo o poder, mas de outra maneira, com outro estilo. (…) Embora não tenha neste momento grandes problemas de comando, receio que possam vir a aparecer quando eu tiver de obedecer e os meus superiores não exercerem devidamente a autoridade; penso que até poderão dar-se graves conflitos entre as exigências de algumas ordens e os imperativos da minha consciência. Há tantas injustiças e tantas extorsões… Mas também espero que a tua luz e a tua palavra, remota e presente, sempre eficaz, me iluminem e me levem a aceitar sacrifícios e renúncias a serviço da verdade. (…) Um abraço.”

A abertura a todos os povos completa-se com a vinda de Jesus. Ele (e não mais o templo) é a fonte e o caminho de salvação universal.


RS: crucifixos retornarão às paredes dos fóruns gaúchos




Em decisão recente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anulou um ato administrativo praticado em 2012 pelo Conselho Superior da Magistratura do Estado do Rio Grande do Sul. Através do referido ato administrativo, a cúpula do poder judiciário gaúcho havia determinado a retirada dos crucifixos das dependências dos fóruns.

Quem reclamou dos crucifixos? Constam do voto do relator do processo, conselheiro Emmanoel Campelo, as seguintes entidades reclamantes: Rede de Saúde Feminista, Comunicação Saúde e Sexualidade, Marcha Mundial de Mulheres, Grupo pela Livre Orientação Sexual e Liga Brasileira de Lésbicas.  

Quem lutou pela anulação do ato e, consequente recolocação dos crucifixos nos prédios forenses, que deverá ocorrer dentro em breve (assim esperamos)? A Arquidiocese de Passo Fundo. Portanto, cumprimentemos o povo de Deus dessa Igreja particular, na pessoa do administrador apostólico, dom Paulo de Conto!

Na decisão monocrática que anulou a ordem de recolhimento dos crucifixos, o conselheiro Campelo não se fundamentou em razões religiosas, mas em motivos culturais. Vejamos alguns excertos do brilhante voto:

“(…) entendo que os símbolos religiosos são também símbolos culturais, que corporificam as tradições e valores de uma cultura ou civilização, sintetizando-os. Nesse sentido, o crucifixo é um símbolo simultaneamente religioso e cultural, consubstanciando um dos pilares – o mais transcendente – de nossa civilização ocidental.”

“Evidencio, assim, que para acolher a pretensão de retirada de símbolos religiosos sob o argumento de ser o Estado laico, seria necessário, também, extinguir feriados nacionais religiosos, abolir símbolos nacionais, modificar nomes de cidades e até alterar o preâmbulo da constituição federal.” De fato, os constituintes erigiram um novo Estado sob a proteção de Deus, conforme está grafado no preâmbulo da constituição em vigor (cf. Edson Luiz Sampel in “Católico até debaixo d’água”, editora LTR, 2016, p. 77).

“(…) resta claro que a presença do crucifixo não significa uma mistura de religião e Estado, mas remete a uma questão histórico-cultural, sem ferir a liberdade religiosa ou privilegiar apenas uma crença.”

“O ato de retirar um crucifixo de espaço público, que tradicionalmente e historicamente o ostentava, é ato eivado de agressividade, intolerância religiosa e discriminatório, já que atende a uma minoria, que professa outras crenças, ignorando o caráter histórico do símbolo no judiciário brasileiro.”

Seja eu quem for, sou a ti manifesto, Senhor






Que eu te conheça, ó conhecedor meu! Que eu também te conheça como sou conhecido! Tu, ó força de minha alma, entra dentro dela, ajusta-a a ti, para a teres e possuíres sem mancha nem ruga. Esta é a minha esperança e por isso falo. Nesta esperança, alegro-me quando sensatamente me alegro. Tudo o mais nesta vida tanto menos merece ser chorado quanto mais é chorado, e tanto mais seria de chorar quanto menos é chorado. Eis que amas a verdade, pois quem a faz, chega-se à luz. Quero fazê-la no meu coração, diante de ti, em confissão, com minha pena, diante de muitas testemunhas.

A ti, Senhor, a cujos olhos está a nu o abismo da consciência humana, que haveria de oculto em mim, mesmo que não quisesse confessá-lo a ti? Eu te esconderia a mim mesmo, e nunca a mim diante de ti. Agora, porém, quando os meus gemidos testemunham que eu me desagrado de mim mesmo, enquanto tu refulges e agradas, és amado e desejado, que eu me envergonhe de mim mesmo, rejeite-me e te escolha! Nem a ti nem a mim seja eu agradável, anão ser por ti.

Seja eu quem for, sou a ti manifesto e declarei com que proveito o fiz. Não o faço por palavras e vozes corporais, mas com palavras da alma e clamor do pensamento. A tudo o teu ouvido escuta. Quando sou mau, confessá-lo a ti nada mais é do que não o atribuir a mim. Quando sou bom, confessá-lo a ti nada mais é do que não o atribuir a mim. Porque tu, Senhor, abençoas o justo, antes, porém, o justificas quando ímpio. Na verdade minha confissão, ó meu Deus, faz-se diante de ti em silêncio e não em silêncio porque cala-se o ruído, clama o afeto.

Tu me julgas, Senhor, porque nenhum dos homens conhece o que há no homem a não ser o espírito do homem que nele está. Há, contudo, no homem algo que nem o próprio espírito do homem, que nele está, conhece. Tu, porém, Senhor, conheces tudo dele, pois tu o fizeste. Eu, na verdade, embora diante de ti me despreze e me considere pó e cinza, conheço algo de ti que ignoro de mim.

É certo que agora vemos como em espelho e obscuramente, ainda não face a face. Por isto enquanto eu peregrino longe de ti, estou mais presente a mim do que a ti e, no entanto, sei que és totalmente impenetrável, ao passo que ignoro a que tentações posso ou não resistir. Mas aí está a esperança, porque és fiel e não permites sermos tentados acima de nossas forças e dás, com a tentação, a força para suportá-la.

Confessarei aquilo que de mim conheço, confessarei o que desconheço. Porque o que sei de mim, por tua luz o sei; e o que de mim não sei, continuarei a ignorá-lo até que minhas trevas se mudem em meio-dia diante de tua face.



Dos Livros das Confissões, de Santo Agostinho, bispo
(Lib. 10,1,1-2,2;5.7: CCL 27,155.158)            (Séc.V)

Indícios do apóstolo Pedro em Roma


Muitas são as tentativas dos teólogos evangélicos de provar que Pedro nunca esteve em Roma, porém como a verdade é sempre verdade, ela não pode ser mudada, portanto exporemos aqui as provas da estadia de Pedro em Roma refutando muitas objeções caluniadoras!

1ª Prova, bíblica.

1Pedro 5, 13. A igreja escolhida de Babilônia saúda-vos, assim como também Marcos, meu filho.

Está é a principal prova de que Pedro esteve em Roma, visto que Roma era tida como a Babilônia na época pela semelhança que tinha com a Babilônia (Ap 17,5; 18, 10). Assim, na mente de Pedro, a Roma dos seus dias lembrava a antiga Babilônia em riqueza, luxúria e licenciosidade.

Objeção:

Alguns dizem que esta Babilônia era a Babilônia do Egito ou ainda mais fortemente a Babilônia do Eufrates é considerada por muitos como o lugar aí designado, pois muitos Judeus, ainda moravam em Babilônia.

Refutação:

A babilônia do Egito, sendo provavelmente um posto militar do Império Romano, no local onde hoje é a cidade do Cairo, não existe nenhum registro das missões e da tradição que havia uma comunidade de cristãos ali naquela época muito menos que Pedro tenha estado ali, não encontramos nenhum indicio de cristianismo lá.

Já a Babilônia do Eufrates não existe notícia nem tradição de qualquer apóstolo ter estado na Mesopotâmia, salvo Tomé.

Ou seja, em nenhuma das outras babilônias literais há qualquer noticia de comunidade cristã por perto, somente Roma se encaixa na descrição de Pedro. 

São Vicente de Lérins


As notícias que temos sobre o religioso Vicente são poucas. Ele viveu no mosteiro de Lérins, onde foi ordenado sacerdote no século V. Vicente era um soldado do exército romano, que decidiu abandonar a vida desregrada e combativa do exército para "espantar a banalidade e a soberba de sua vida e dedicar-se somente à Deus na humildade cristã". Vicente, então, optou pela vida monástica e nesta se despontou como teólogo e escritor famoso, grande reformador do mosteiro de Lérins. Foi ordenado sacerdote e eleito abade, pela retidão de caráter e austeridade de vida religiosa. Transformou o local num florescente centro de cultura e de espiritualidade, verdadeiro celeiro de Bispos e Santos para a Igreja. Em 434, escreveu sua obra mais famosa, o "manual de advertência aos hereges", que estabelece alguns critérios básicos para viver integralmente a mensagem evangélica. Vicente de Lérins morreu no mosteiro no ano 450. 


Deus, nosso Pai, dai-nos a graça de vos conhecer mais profundamente e fazei-nos viver os apelos do Espírito Santo, como os apóstolos, os santos, os mártires de todos os tempos viveram. Ajudai-nos a fazer a experiência de uma vida inspirada na fé, no amor e na esperança, na luta pela justiça, na promoção da paz, no serviço aos semelhantes, na defesa dos fracos, dos pobres e oprimidos de corpo e alma. Senhor, que ouvis os pobres e os pequeninos, que o vosso Reino aconteça no meio de nós, e nós, vosso povo santo e pecador, sejamos testemunhas e sinal da vossa presença amorosa no mundo. Amém.

Nossa Senhora Auxiliadora


Esta invocação mariana encontra suas raízes no ano 1571, quando Selim I, imperador dos turcos, após conquistar várias ilhas do Mediterrâneo, lança seu olhar de cobiça sobre toda a Europa. O Papa Pio V, diante da inércia das nações cristãs, resolveu organizar uma poderosa esquadra para salvar os cristãos da escravidão muçulmana. Para tanto, invocou o auxílio da Virgem Maria para este combate católico.

A vitória aconteceu no dia 7 de outubro de 1571. Afastada a perseguição maometana, o Santo Padre demonstrou sua gratidão à Virgem acrescentando nas ladainhas loretanas a invocação: Auxiliadora dos Cristãos.

No entanto, a festa de Nossa Senhora Auxiliadora só foi instituída em 1816, pelo Papa Pio VII, a fim de perpetuar mais um fato que atesta a intercessão da Santa Mãe de Deus: Napoleão I, empenhado em dominar os estados pontifícios, foi excomungado pelo Sumo Pontífice. Em resposta, o imperador francês seqüestrou o Vigário de Cristo, levando-o para a França. Movido por ardente fé na vitória, o Papa recorreu à intercessão de Maria Santíssima, prometendo coroar solenemente a imagem de Nossa Senhora de Savona logo que fosse liberto.

O Santo Padre ficou cativo por cinco anos, sofrendo toda espécie de humilhações. Uma vez fracassado, Napoleão cedeu à opinião pública e libertou o Papa, que voltou a Savona para cumprir sua promessa. No dia 24 de maio de 1814, Pio VII entrou solenemente em Roma, recuperando seu poder pastoral. Os bens eclesiásticos foram restituídos. Napoleão viu-se obrigado a assinar a abdicação no mesmo palácio onde aprisionara o velho pontífice.

Para marcar seu agradecimento à Santa Mãe de Deus, o Papa Pio VII criou a festa de Nossa Senhora Auxiliadora, fixando-a no dia de sua entrada triunfal em Roma.

O grande apóstolo da juventude, Dom Bosco, adotou esta invocação para sua Congregação Salesiana porque ele viveu numa época de luta entre o poder civil e o eclesiástico. A fundação de sua família religiosa, que difunde pelo mundo o amor a Nossa Senhora Auxiliadora, deu-se sob o ministério do Conde Cavour, no auge dos ódios políticos e religiosos que culminaram na queda de Roma e destruição do poder temporal da Igreja. Nossa Senhora foi colocada à frente da obra educacional de Dom Bosco para defendê-la em todas as dificuldades.

No ano de 1862, as aparições de Maria Auxiliadora na cidade de Spoleto marcam um despertar mariano na piedade popular italiana. Nesse mesmo ano, São João Bosco iniciou a construção, em Turim, de um santuário, que foi dedicado a Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos.

A partir dessa data, Dom Bosco, que desde pequeno aprendeu com sua mãe Margarida, a confiar inteiramente em Nossa Senhora, ao falar da Mãe de Deus, lhe unirá sempre o título Auxiliadora dos Cristãos. Para perpetuar o seu amor e a sua gratidão para com Nossa Senhora e para que ficasse conhecido por todos e para sempre que foi “Ela (Maria) quem tudo fez”, quis Dom Bosco que as Filhas de Maria Auxiliadora, congregação por ele fundada juntamente com Santa Maria Domingas Mazzarello, fossem um monumento vivo dessa sua gratidão.

Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de AUXILIADORA. Pode-se afirmar que a invocação de Maria como título de Auxiliadora teve um impulso enorme com Dom Bosco. Ficou tão conhecido o amor do Santo pela Virgem Auxiliadora a ponto de Ela ser conhecida também como a “Virgem de Dom Bosco”.

Escreveu Dom Bosco: “A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso”.



Santíssima Virgem Maria a quem Deus constituiu Auxiliadora dos Cristãos, nós vos escolhemos como Senhora e Protetora desta casa. Dignai-vos mostrar aqui Vosso auxílio poderoso. Preservai esta casa de todo perigo: do incêndio, da inundação, do raio, das tempestades, dos ladrões, dos malfeitores, da guerra e de todas as outras calamidades que conheceis. Abençoai, protegei, defendei, guardai como coisa vossa as pessoas que vivem nesta casa. Sobretudo concedei-lhes a graça mais importante, a de viverem sempre na amizade de Deus, evitando o pecado. Dai-lhes a fé que tivestes na Palavra de Deus, e o amor que nutristes para com Vosso Filho Jesus e para com todos aqueles pelos quais Ele morreu na cruz. Maria, Auxílio dos Cristãos, rogai por todos que moram nesta casa que Vos foi consagrada. Amém.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Orientações litúrgicas para a Celebração de Corpus Christi*



Grande Mistério, a Eucaristia! Mistério que deve antes de tudo, ser bem celebrado. É preciso que a Santa Missa seja posta no centro da vida cristã e que em cada comunidade se faça de tudo para celebrá-la com decoro (...) com uma séria atenção também aos aspectos da sacralidade que deve caracterizar o canto e a música litúrgica. É preciso, em particular, cultivar, quer na celebração da missa, quer no culto eucarístico fora da missa, a viva consciência da presença real de Cristo, tendo o cuidado de testemunhá-la com o tom da voz, gestos, movimentos e com todo o conjunto do comportamento. (...) o destaque que deve ser dado aos momentos de silêncio, seja na celebração, seja na adoração eucarística. É necessário que todo modo de tratar a Eucaristia por parte dos ministros seja marcado por um extremo respeito (...). 

A adoração eucarística fora da missa se torne, durante este ano, um empenho especial para cada comunidade paroquial e religiosa. Permaneçamos longamente prostrados diante de Jesus presente na Eucaristia, reparando com nossa Fé e nosso amor os descuidos, os esquecimentos e até os ultrajes que nosso Salvador deve sofrer em tantas partes do mundo (...).[1]  
 
A Solenidade do Corpo e do Sangue do Senhor

Na Quinta-feira após a Solenidade da Santíssima Trindade, a Igreja celebra a Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor. A Festa, estendida em 1264 pelo Papa Urbano IV a toda a Igreja latina, por um lado, foi uma reposta de Fé e de culto a doutrinas hereges sobre a presença real de Cristo na Eucaristia; por outro foi a coroação de um movimento de ardente devoção para com o augusto Sacramento do Altar.

A piedade popular, portanto, favoreceu o processo de instituição da festa de Corpus Christi; por sua vez esta festa foi a causa e o motivo do surgimento de novas formas de piedade eucarística no povo de Deus.

Durante séculos, a celebração de Corpus Christi foi o principal ponto de convergência da piedade popular em relação à Eucaristia. Nos séculos XVI-XVII, a Fé, reavivada pela necessidade de reagir às negações do movimento protestante, e a cultura (...) concorreram para tornar vivas e significativas muitas expressões da piedade popular para com o Mistério da Eucaristia.

A devoção eucarística, assim enraizada no povo cristão deve, contudo, ser educada a perceber duas realidades fundamentais:

1.    que o supremo ponto de referência da piedade eucarística é a Páscoa do Senhor; de fato, a Páscoa, segundo a visão dos santos Padres, é a Festa da Eucaristia e , por outro lado, a Eucaristia é antes de tudo Celebração da Páscoa, isto é, da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus;

2.    que toda forma de devoção cristã tem uma intrínseca referência ao Sacrifício eucarístico, seja porque dispõe à celebração, seja porque prolonga as orientações cultuais e existenciais por ela suscitadas.

Por isso, o Ritual Romano adverte: “Os fiéis, ao cultuarem o Cristo presente no Sacramento, lembrem-se de que esta presença decorre do Sacrifício e tende à Comunhão sacramental e espiritual”.[2]

A procissão da Solenidade de Corpus Christi é, por assim dizer, a “forma tipo” das procissões eucarísticas. De fato, ela prolonga a Celebração da Eucaristia: logo após a Missa, a Hóstia, que nela foi consagrada, é levada para fora do recinto eclesial a fim de que o povo cristão “dê testemunho público de Fé e de Veneração para com o Santíssimo Sacramento”.[3]

Os fiéis compreendem e amam os valores presentes na procissão de Corpus Christi: eles se sentem “povo de Deus” que caminha com o seu Senhor, proclamando a fé nele, que se tornou verdadeiramente o “Deus conosco”.

É preciso, porém, que nas procissões eucarísticas se observem as normas que regulam o seu desenrolar,[4] principalmente aqueles que garantem a sua dignidade e a reverência devida ao Santíssimo Sacramento;[5] e é também necessário que os elementos característicos da piedade popular, como o enfeite das ruas e das janelas, a homenagem das flores, os altares onde será colocado o Santíssimo nas paradas dos percursos, os cantos e as orações, “todos levem a manifestar a própria Fé em Cristo, unicamente voltados para o louvor do Senhor”,[6] e isentos de qualquer forma de competição.

As procissões eucarísticas geralmente se encerram com a Bênção do Santíssimo Sacramento. No caso específico da procissão de Corpus Christi , a Bênção é a conclusão Solene de toda a Celebração: no lugar da costumeira Bênção sacerdotal é dada a Bênção com o Santíssimo Sacramento.

É importante que os fiéis entendam que a bênção com o Santíssimo Sacramento não é uma forma de piedade eucarística por si só, mas é o momento conclusivo de um encontro cultual suficientemente prolongado. Por isso, a norma litúrgica evita “a exposição feita unicamente para dar a Bênção”. [7] 

Os 15 benefícios prometidos por Nossa Senhora a quem rezar o terço


As 15 promessas de Nossa Senhora a quem rezar o terço foram feitas ao monge dominicano Alan de la Roche, que morreu em 1945 e é considerado o apóstolo da devoção ao rosário em vários países, especialmente europeus.

Em suas memórias, Alan narra que recebeu diretamente da Virgem 15 promessas válidas para todos os devotos do santo terço, e todas elas ainda são de grande atualidade, manifestando a intensidade do amor que Nossa Senhora sente por todos nós.

Estas são as promessas feitas por Maria a todos nós:

1. A todos os que rezarem meu Rosário com devoção, prometo minha proteção especial e grandíssimas graças.

2. Aquele que perseverar na oração de meu Rosário receberá uma graça insigne.

3. O Rosário será uma defesa poderosíssima contra o inferno; destruirá os vícios, libertará do pecado, dissipará as heresias.

4. O Rosário fará florescerem as virtudes e as boas obras, e obterá para as almas a mais abundante misericórdia divina; fará que nos corações o amor ao mundo seja substituído pelo amor a Deus, elevando-os ao desejo dos bens celestes e eternos. Quantas almas se santificarão com esse meio!

5. Quem se confia a mim por meio do Rosário não perecerá.

6. Quem rezar meu Rosário com devoção, meditando seus mistérios, não será oprimido pela desgraça. Pecador, se converterá; justo, crescerá em graças e se tornará digno da vida eterna.

7. Os verdadeiros devotos de meu Rosário não morrerão sem os Sacramentos da Igreja.

8. Aqueles que rezam meu Rosário encontrarão durante sua vida e em sua morte a luz de Deus e a plenitude de suas graças, e participarão dos méritos dos bem-aventurados.