domingo, 3 de julho de 2016

Sacrifício para Deus, um espírito contrito




Reconheço o meu pecado, diz Davi. Se eu o reconheço, perdoa-me, Senhor! Mesmo procurando viver bem, de modo algum tenhamos a presunção de ser sem pecado. Que demos valor à vida em que se pede perdão. Os homens sem esperança, quanto menos atentam para os próprios pecados, com tanto maior curiosidade espreitam os alheios. Procuram não o que corrigir, mas o que morder. Não podendo escusar-se, estão prontos a acusar. Não foi este o exemplo de rogar e de satisfazer a Deus que Davi nos deu, dizendo: Porque reconheço meu crime e meu pecado está sempre diante de mim. Davi não estava atento aos pecados alheios. Caía em si, não se desculpava, mas em si mesmo penetrava e descia cada vez mais profundamente. Não se poupava, e por isso podia confiadamente pedir para si o perdão.

Queres reconciliar-te com Deus? Repara como procedes contigo, para que Deus te seja propício. Presta atenção ao salmo, onde lemos: Porque se quisesses um sacrifício, eu o faria certamente; não te causam prazer os holocaustos. Então ficarás sem sacrifício para oferecer? Nada oferecerás? Com nenhuma oblação tornarás Deus propício? Que disseste? Se quisesses um sacrifício, eu o faria certamente; não te causam prazer os holocaustos. Continua, escuta e dize: Sacrifício para Deus é o espírito contrito; o coração contrito e humilhado Deus não o despreza. Rejeitado aquilo que oferecias, encontraste o que oferecer. Como os antepassados, oferecias vítimas de animais, ditos sacrifícios: Se quisesses um sacrifício, eu o faria certamente. Não queres mais este gênero de sacrifícios, no entanto, procuras um sacrifício.

Não te causam prazer os holocaustos. Se não tens prazer com os holocaustos, ficarás sem sacrifício? De modo algum. Sacrifício para Deus é o espírito contrito; o coração contrito e humilhado Deus não o despreza. Tens o que oferecer. Não examines o rebanho, não aprestes navios e não atravesses as mais longínquas regiões em busca de perfumes. Procura em teu coração aquilo de que Deus gosta. O coração deve ser esmagado. Por que temes que o esmagado pereça? Lê-se aqui: Cria em mim, ó Deus, um coração puro. Para que seja criado o coração puro, esmague-se o impuro.

Sintamos aborrecimento por nós mesmos quando pecamos, porque os pecados aborrecem a Deus. Já que não estamos sem pecado, ao menos nisto sejamos semelhantes a Deus: o que lhe desagrada, desagrade também a nós. Em parte tu te unes à vontade de Deus, por te desagradar em ti aquilo mesmo que odeia aquele que te fez.


Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Serm. 19,2-3:CCL41,252-254)            (Séc.V)

Algumas orientações básicas sobre a Eucaristia


Tendo em vista a importância da celebração dos Sacramentos, a Santa Sé tem a Sagrada CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS, que regula como cada sacramento deve ser celebrado publicou a importantíssima Instrução “REDEMPTIONIS SACRAMENTUM”, aprovada pelo Papa João Paulo II, em 25 de março de 2004, sobre algumas coisas que se devem observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia. Separei aqui alguns itens iniciais; mas o importante é ler toda a Instrução:

[4.] Não há dúvida de que a reforma litúrgica do Concílio tem tido grandes vantagens para uma participação mais consciente, ativa e frutuosa dos fiéis no santo Sacrifício do altar». [João Paulo II, Carta Encíclica, Ecclesia de Eucharistia – EE n. 10]. Certamente, «não faltam sombras» [Sacrosanctum Concilium – SC, n. 48]. Assim, não se pode calar ante aos abusos, inclusive gravíssimos, contra a natureza da Liturgia e dos sacramentos, também contra a tradição e autoridade da Igreja, abusos que em nossos tempos, não raramente, prejudicam as Celebrações litúrgicas em diversos âmbitos eclesiais. Em alguns lugares, os abusos litúrgicos se têm convertido em um costume, no qual não se pode admitir e se deve terminar.

[5.] A observância das normas que têm sido promulgadas pela autoridade da Igreja, exige que concordem entre si pensamento e a voz, ações externas e a intenção do coração. A mera observância externa das normas, como resultado evidente, contraria a essência da sagrada Liturgia, com a que Cristo quer congregar a sua Igreja, e com ela formar «um só corpo e um só espírito». [1 Cor 12, 12-13; Ef 4, 4]. Por isto, a ação externa deve estar iluminada pela fé e a caridade, que nos unem com Cristo e nos unem aos outros, e suscitam nos outros a caridade com os pobres e necessitados. As palavras e os ritos litúrgicos são expressão fiel, amadurecida ao longo dos séculos, dos sentimentos de Cristo, nos ensinando a ter os mesmos sentimentos que Ele; [Fil 2,5] conformando nosso pensamento com suas palavras, elevamos ao Senhor nosso coração. Quando se fala nesta Instrução, intenciona-se conduzir a esta conformação de nossos sentimentos com os sentimentos de Cristo, expressados nas palavras e ritos da Liturgia.

[6.] Os abusos, sem dúvida, «contribuem para obscurecer a reta fé e a doutrina católica sobre este admirável Sacramento» [EE,10]. De esta forma, também se impede que possam «os fiéis reviver de algum modo a experiência dos discípulos de Emaús: Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram» [EE,6]. Convém que todos os fiéis tenham e revivam aqueles sentimentos que receberam pela paixão salvadora do Filho Unigênito, que manifesta a majestade de Deus, já que estão ante à força, à divindade e ao esplendor da bondade de Deus [Cf. Rom 1, 20], especialmente presente no sacramento da Eucaristia [Lc 24, 31].

[7.] Não é estranho que os abusos tenham sua origem em um falso conceito de liberdade. Posto que Deus nos tem concedido, em Cristo, não uma falsa liberdade para fazer o que queremos, mas sim a liberdade para que possamos realizar o que é digno e justo. [Cf. João Paulo II, Carta Encíclica, Veritatis splendor – VE, n. 35]. Isto é válido não só para os preceitos que provém diretamente de Deus, mas sim também, de acordo com a valorização conveniente de cada norma, para as leis promulgadas pela Igreja. Por isso, todos devem se ajustar às disposições estabelecidas pela legítima autoridade eclesiástica.

[8.] Além disso, constata-se, com grande tristeza, a existência de «iniciativas ecumênicas que, ainda sendo generosas em seu intenção, transgridem com práticas eucarísticas contrárias à disciplina com a qual a Igreja expressa sua fé». Sem dúvida, «a Eucaristia é o um dom demasiado grande para admitir ambiguidades e reduções». Por isso, convém corrigir algumas coisas e defini-las com precisão, para que também com isto «a Eucaristia siga resplandecendo com todo o esplendor de seu mistério» [EE,10].

[9.] Finalmente, os abusos se fundamentam com frequência na ignorância, já que quase sempre se rejeita aquilo que não se compreende seu sentido mais profundo e sua Antiguidade. Por isso, enraizadas na Sagrada Escritura, «as preces, orações e hinos litúrgicos estão penetrados em seu espírito e dela recebem seu significado nas ações e sinais» [SC n. 24]. No que se refere aos sinais visíveis, «usados na sagrada Liturgia e que foram eleitos por Cristo ou pela Igreja para significar as realidades divinas invisíveis» [Idem 23]. Justamente, a estrutura e a forma das Celebrações sagradas de acordo com cada um dos Ritos, seja da tradição do Oriente seja da Ocidente, concordam com a Igreja Universal e com os costumes universalmente aceitos pela constante tradição apostólica [Instr., Varietates legitimae – VL, n. 26], que a Igreja entrega, com solicitude e fidelidade, às gerações futuras. Tudo isto é sabiamente guardado e protegido pelas normas litúrgicas.

[10.] A mesma Igreja não tem nenhum poderio sobre aquilo que tem sido estabelecido por Cristo, e que constitui a parte imutável da Liturgia [S C, n. 21]. Posto que, caso seja rompido este vínculo que os sacramentos têm com o mesmo Cristo que os tem instituído e com os acontecimentos que a Igreja tem sido fundada [Instr., Varietates legitimae, n. 25] nada seria vantajoso aos fiéis, mas sim poderia ser gravemente danoso. De fato, a sagrada Liturgia está estreitamente ligada com os princípios doutrinais [Cf. Pio XII, Carta Encíclica, Mediator Dei], por que o uso de textos e ritos que não têm sido aprovados leva a uma diminuição ou desaparecimento do nexo necessário entre a lex orandi e a lex credendi.[ID]

São Tomé, apóstolo




O apóstolo Tomé tinha o apelido de Dídimo, que quer dizer "gêmeo”. Era pescador, natural da Galiléia. Quando Jesus o encontrou, o admitiu entre seus discípulos. São Tomé foi um dos doze apóstolos de Jesus e o seu nome consta na lista dos quatro evangelistas.

São três as grandes passagens do apóstolo Tomé no livro sagrado. A primeira é quando Jesus é chamado para voltar à Judéia e acudir Lázaro. Seu grupo tenta impedir que se arrisque, pois havia ameaças dos inimigos e Jesus poderia ser apedrejado. Mas Ele disse que iria assim mesmo e, aflito, Tomé intima os demais: "Então vamos também e morramos com Ele!".

Na segunda passagem Jesus reuniu os discípulos no cenáculo e os avisou de que era chegada a hora do cumprimento das determinações de seu Pai. Tomé queria mais detalhes, talvez até tentando convencer Jesus a evitar o sacrifício: "Se não sabemos para onde vais, como poderemos conhecer o caminho?". A resposta de Jesus passou para a história: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim".

E a terceira e definitiva passagem foi a que mais marcou a trajetória do apóstolo. Foi justamente quando todos lhe contaram que o Cristo havia ressuscitado, pois ele era o único que não estava presente ao evento. Tomé disse que só acreditaria se visse em Suas mãos o lugar dos cravos e tocasse em Seu peito dilacerado. A dúvida em pessoa, como se vê. Mas ele pôde comprovar tanto quanto quis, pois Jesus lhe apareceu e lhe disse: "Põe o teu dedo aqui e vê minhas mãos!...Não sejas incrédulo, acredite!". Ao que Tomé respondeu: “Meu senhor e meu Deus”.

Diz a tradição que Tomé levou o evangelho à Índia, onde foi martirizado com uma lança.  


Concedei-nos, Deus onipotente, a graça de celebrar com alegria a festa do apóstolo São Tomé, de modo que, ajudados pela sua intercessão, tenhamos a vida pela fé em Jesus Cristo, que ele reconheceu como Senhor. Amém.

sábado, 2 de julho de 2016

Comunidade protestante cria polêmica com pastor e fiéis nus durante culto nos EUA


Uma igreja no estado de Virginia (EUA) criou polêmica depois que decidiu permitir que os fiéis acompanhem nus o culto. O pastor Allen Parker, da capela White Tail, na cidade de Southampton, também fica nu durante a celebração.

Segundo o pastor, todos aqueles que estão reunidos na igreja são simples seres humanos. Ele destaca que, sem qualquer riqueza pessoal ou aparência glamourosa, todos são iguais quando estão nus.

Ofensa à sadia autonomia da atuação laical, em pronunciamentos políticos de bispos


Os leigos não atuam na política por delegação clerical, mas em nome próprio. Assim, quando um bispo, mormente em nome da Conferência Episcopal, denuncia um “golpe” ou o rompimento da ordem institucional e jurídica ali onde ela não existiu, invade o que não é de sua atribuição e desconsidera, de modo injusto, a responsabilidade política dos leigos católicos.

Recentemente, o Papa Francisco declarou, de modo muito veemente, que “a porta de entrada Igreja é o batismo, e não a ordenação episcopal ou sacerdotal” (Discurso do Papa Francisco aos 85 participantes na Assembleia do Pontifício Conselho para os Leigos, no Vaticano, 17 de junho de 2016). Assim, fica afastada qualquer possibilidade de que a Igreja caia num clericalismo, vale dizer, que os sacerdotes, em razão de sua condição de ordenado, imagine-se mais competente ou mais capaz do que os leigos batizados para aquilo que é próprio dos leigos, ou seja, o papel de, “por vocação própria, buscar o reino de Deus, ocupando-se das coisas temporais e ordenando-as segundo Deus. Vivem no mundo, isto é, no meio de todas e cada uma das atividades e profissões, e nas circunstâncias ordinárias da vida familiar e social, as quais como que tecem a sua existência. Aí os chama Deus a contribuírem, do interior, à maneira de fermento, para a santificação do mundo, através do cumprimento do próprio dever, guiados pelo espírito evangélico; e a manifestarem Cristo aos outros antes e mais nada com o testemunho da vida e com o fulgor da sua fé, esperança e caridade.” Aos leigos compete “muito especialmente esclarecer e ordenar todas as coisas temporais, com que estão intimamente comprometidos, de tal maneira que sempre se realizem segundo o espírito de Cristo, se desenvolvam e louvem o Criador e o Redentor.” (Vaticano II, Constituição Lumen Gentium, n.º 31). Os leigos não exercem este papel por delegação do clero, mas em nome próprio. Por isto, todo cuidado e toda responsabilidade é necessária, por parte do clero, quando vai denunciar, opinar ou mesmo se manifestar em tais assuntos. As manifestações do clero sobre estes assuntos fazer presumir a insuficiência dos leigos, ou seu equívoco, e portanto equivale a um corretivo. E por isso deve ser usado com extrema cautela. Sob pena de, ao confundir seu papel clerical com suas próprias preferências partidárias, o clérigo ofender, desnecessariamente, aos leigos e à sua luta legítima.

Mesmo porque, em muitos casos, e de modo acidental, somente o clero tem a possibilidade de fazer tais denúncias. Cito como exemplo a situação insustentável da Venezuela, comandada por um governo desastroso, em que o papel do clero tem sido essencial para alertar o mundo, já que os leigos, oprimidos por um socialismo destrutivo, não podem exercer a contento o seu papel ali. Quando o clero se esquece de que este papel é estritamente excepcional, e se mete diretamente na política, valendo-se da sua posição eclesial para promover suas próprias preferências partidárias, invade aquilo que é distinto e pode agir de modo, até, ofensivo. Além de perder credibilidade para quando as denúncias forem realmente necessárias.

A Igreja Católica tem culpa do atentado de Orlando?


Depois do massacre na boate gay Pulse em Orlando, nos Estados Unidos, que causou a morte de 50 pessoas e mais de 100 ficaram feridas, alguns responsabilizaram a Igreja Católica de ser um dos instigadores do ódio contra os homossexuais. Quanto de verdade existe nesta acusação? O Pe. Hugo Valdemar, diretor do Escritório de Comunicação Social do Arcebispado do México, responde.

Na madrugada de 12 de junho, Omar Mateen entrou na casa noturna e disparou contra os presentes, antes de ser morto pelas autoridades.

O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu o atentado. Relatórios posteriores revelaram que Mateen, em ligações telefônicas ao 911 durante o ataque, declarou-se fiel à organização extremista muçulmana.

Em uma recente entrevista ao semanário ‘Desde la Fe’, da Arquidiocese do México, o Pe. Valdemar disse que a Igreja “absolutamente” foi omissa à condenação do atentado de Orlando e destacou que o Arcebispo do México, Cardeal Norberto Rivera, “através de um comunicado, foi o primeiro a condenar o que chamou um atentado covarde e brutal”.

Nessa ocasião, recordou, o Cardeal Rivera “foi enfático ao recordar que ‘a Igreja Católica rechaça todo crime de ódio’, e nos recordou que ‘a vida é um dom que sob nenhuma circunstância ou justificação deve ser vulnerado’”.

O Papa Francisco também condenou duramente o massacre, recordou o sacerdote mexicano.

Desculpa aos gays?


Durante o voo da Armênia a Roma, o papa Francisco disse que devemos pedir desculpas aos gays. É verdade, quantas vezes esses nossos irmãos não foram maltratados, humilhados e, o pior, segregados das comunidades? O vigário de Cristo, mais uma vez, se baseou no Catecismo da Igreja Católica: “Devem [os homossexuais] ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta.” (n.º 2358).

Não se trata de referendar os chamados “atos homossexuais”, vale dizer, o modo de os gays se relacionarem sexualmente, proscrito pela ética (cf. Catecismo da Igreja Católica, n.º 2357), mas de respeitar quem pratica tais atos. Afinal de contas, é princípio da moral católica estabelecer diferença entre o erro e o errante. Este se ama; aquele se corrige.

Estado Islâmico assassina sacerdote copto no Egito


O grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) assassinou nesta quinta-feira, 30, o sacerdote copto Rafael Moussa, da paróquia de São Jorge de Al Arish no norte do Sinai (Egito), mesma região na qual há três anos extremistas muçulmanos assassinaram outro sacerdote, o Pe. Mina Aboud.

Em um comunicado, o grupo terrorista reivindicou o assassinato do Pe. Moussa, de 46 anos, que se encontrava com seu automóvel em uma oficina mecânica logo depois de ter celebrado a Missa. “Soldados do Estado Islâmico tiveram êxito ao se deparar com seu objetivo, o sacerdote Moussa Azmi, conhecido como Rafael, que combate o Islã”, indicou.

Por sua parte, a Igreja copta ortodoxa expressou suas condolências à família do sacerdote, casado e com dois filhos.

“A Igreja Copta Ortodoxa com o Papa Twadros envia suas condolências à família do mártir e condena todos os atos terroristas que ameaçam a segurança da pátria e tem como objetivo dividir seus filhos. Deus proteja o Egito de todo perigo”, indica o texto.