quarta-feira, 10 de agosto de 2016

São Lourenço




Lourenço era o primeiro dos sete diáconos a serviço da Igreja de Roma. Devia ter uma boa formação acadêmica, pois, seu cargo era de muita responsabilidade e importância. Depois do Papa Xisto II, era o responsável pela Igreja. Ele era o assistente do Papa nas celebrações e na distribuição da Eucaristia.

Além disto, ele era o único administrador dos bens da Igreja, cuidando das construções dos cemitérios, igrejas e da manutenção das obras assistenciais destinadas ao amparo dos pobres, órfãos, viúvas e doentes.

No ano 257 o imperador romano Valeriano ordenou uma perseguição contra os cristãos: proibiu as reuniões dos cristãos, fechou as catacumbas, exilou os bispos e exigiu respeito aos ritos pagãos. Finalmente ordenou que os bispos e padres fossem todos mortos.

Por causa da perseguição religiosa, o Papa Xisto II foi morto, junto com seis diáconos. Conta a tradição que Lourenço conseguiu conversar com o Papa um pouco antes dele morrer. O Papa teria lhe pedido para que distribuísse aos pobres todos os seus pertences e os da Igreja também, pois temia que caíssem nas mãos do governador.

Lourenço distribuiu riquezas aos pobres e cuidou de esconder os livros e objetos sagrados. Em seguida, reuniu um grupo de cegos, órfãos, mendigos, doentes e os colocou na frente do governador, dizendo: "Pronto, eis aqui os tesouros da Igreja". Irado, o chefe pagão mandou que o amarrassem sobre uma grelha, para ser assado vivo e lentamente. O suplício cruel não desviou Lourenço de sua fé. Lourenço morreu no dia 10 de agosto de 258, rezando pela cidade de Roma.


Onipotente Deus, que ao vosso bem aventurado mártir São Lourenço destes forças para triunfar os tormentos, concedei-me que se extingam em mim as chamas do pecado. Reparti comigo vossa coragem para enfrentar os perigos e vossa fé para depositar em Deus vossa vida e vossa alma. Por Cristo, Nosso Senhor, que convosco vive e reina, Amem!

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Homilética: 20º Domingo do Tempo Comum - Ano C: "Opção por ou contra Cristo".





A Palavra de Deus que hoje nos é servida convida-nos a tomar consciência da radicalidade e da exigência da missão que Deus nos confia. Não há meios-termos: Deus convida-nos a um compromisso, corajoso e coerente, com a construção do “novo céu” e da “nova terra”. É essa a nossa missão profética.

A primeira leitura apresenta-nos a figura do profeta Jeremias. O profeta recebe de Deus uma missão que lhe vai trazer o ódio dos chefes e a desconfiança do Povo de Jerusalém: anunciar o fim do reino de Judá. Jeremias vai cumprir a missão que Deus lhe confiou, doa a quem doer. Ele sabe que a missão profética não é um concurso de popularidade, mas um testemunhar, com verdade e coerência, os projetos de Deus.

Evangelho reflete sobre a missão de Jesus e as suas implicações. Define a missão de Jesus como um “lançar fogo à terra”, a fim de que desapareçam o egoísmo, a escravidão, o pecado e nasça o mundo novo – o “Reino”. A proposta de Jesus trará, no entanto, divisão, pois é uma proposta exigente e radical, que provocará a oposição de muitos; mas Jesus aceita mesmo enfrentar a morte, para que se realize o plano do Pai e o mundo novo se torne uma realidade palpável.

A segunda leitura convida o cristão a correr de forma decidida ao encontro da vida plena – como os atletas que não olham a esforços para chegar à meta e alcançar a vitória. Cristo – que nunca cedeu ao mais fácil ou ao mais agradável, mas enfrentou a morte para realizar o projeto do Pai – deve ser o modelo que o cristão tem à frente e que orienta a sua caminhada.

EUA: Milhares pedem deter nova “missa negra” em Oklahoma


Milhares de pessoas assinaram um alerta da plataforma CitizenGO, exigindo que se suspenda a realização de uma “missa negra” programada para o dia 15 de agosto – Solenidade da Assunção da Virgem Maria – no Civic Center Music Hall de Oklahoma City, nos Estados Unidos.

O ritual satânico é convocado por Adam Daniels, condenado por agressão sexual em 2009, que realizou um ritual semelhante em 2014.

Naquela ocasião, Daniels roubou uma hóstia consagrada com o objetivo de profaná-la. A oportuna intervenção legal do Arcebispo de Oklahoma, Dom Paul Coakley, obrigou o satanista a devolver a Eucaristia antes de realizar seu ritual.

A campanha de CitizenGO conta até então com mais de 22.000 assinaturas dirigidas ao Civic Center Music Hall de Oklahoma City, e pede a suspenção do ritual satânico “em prol da decência da cidade, da convivência cidadã e do sentido comum”.

Para os que creem no Crucificado abre-se a porta da vida




Cristo tomou sobre Si o jugo da Lei, cumprindo plenamente a Lei e morrendo pela Lei e através da Lei. Assim libertou da Lei aqueles que querem receber d’Ele a vida. Mas eles sabem que só poderão recebê-la se oferecerem a sua própria vida. Porque os que foram baptizados em Cristo foram baptizados na sua morte. Submergiram-se na vida de Cristo, para se tornarem membros do seu Corpo, destinados a sofrer e morrer com Ele, mas também a ressuscitar com Ele para a vida eterna, a vida divina.

Para nós, evidentemente, esta vida atingirá a sua plenitude no Dia do Senhor. Contudo, já desde agora – «na carne» – participamos da sua vida se acreditamos; se acreditamos que Cristo morreu por nós para nos dar a sua vida. É esta fé que nos permite ser uma só realidade com Ele, como os membros com a cabeça, e nos abre a torrente da sua vida. Assim, esta fé no Crucificado – a fé viva, que está associada ao vínculo do amor – constitui para nós a entrada na vida e o princípio da futura glorificação. Por isso a cruz é o nosso único título de glória: Longe de mim gloriar-me, senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.

Quem decidiu aderir a Cristo morreu para o mundo e o mundo para ele. Leva no seu corpo os estigmas do Senhor. É débil e desprezado perante os homens; mas por isso mesmo é forte, porque na fraqueza se manifesta o poder de Deus.

Tendo consciência disto, o discípulo de Jesus aceita não somente a cruz que lhe é imposta, mas crucifica-se a si mesmo: Os que são de Cristo crucificaram a sua carne com as suas paixões e concupiscências. Suportaram um combate implacável contra a sua natureza, a fim de que morra neles a vida do pecado e dê lugar à vida do espírito. Porque é esta que importa.

Contudo a cruz não é um fim em si mesma: ela eleva-nos para as alturas e revela-nos as realidades superiores. Por isso ela não é somente um símbolo; ela é a arma poderosa de Cristo; é o cajado de pastor com que o divino David sai ao encontro do Golias infernal e com o qual bate fortemente à porta do Céu e a abre. Então brotam as torrentes da luz divina que envolvem todos aqueles que seguem o Crucificado.



Do livro «A ciência da cruz» de Santa Teresa benedita da Cruz
(Edith Steins Werke, ed. L. Gelber - R. Leuven, T. I, Freiburg 1983, pp. 15-16)

Infalibilidade do Sumo Pontífice



Muitos, por desconhecimento dessa doutrina ou por má fé, questionam aos Católicos como pode o PAPA ser isento de erro se ele peca. Para isso é necessário elucidar que infalibilidade é diferente de impecabilidade.

A doutrina da Infalibilidade do PAPA diz que o Sumo Pontífice é infalível quando fala nas condições "ex cathedra", isto é:

1. Quando, na qualidade de Pastor Supremo e Doutor de todos os fiéis, se dirige a toda a Igreja;

2. Quando o objeto de seu ensinamento é a moral, fé ou os costumes;

3. Quando manifesta a vontade de dar decisão dogmática e não simples advertência, instrução de ordem geral.

Em suma, o PAPA é infalível quando se dirige, como tal, a toda a Igreja; quando o objeto de seu pronunciamento é moral, fé ou os costumes e quando pronuncia que dará decisão dogmática, ou seja, ele define, manifesta tal decisão.

Em outras palavras, o PAPA está passível de falha fora dessas três condições. É necessário elucidar, no entanto, que quando dizemos que o Santo Padre faz um pronunciamento passível de falha, não significa necessariamente que ele falhou, apenas que tal ensinamento ou pronunciamento não foi emitido nas condições "ex-catedra".

Santa Edith Stein (Teresa Benedita da Cruz)

 

Edith Stein (Edit Stain) nasceu na Alemanha, no dia 12 de outubro de 1891, em uma próspera família de judeus. Desde menina, Edith era brilhante nos estudos. Na adolescência viveu uma crise, abandonou a escola, as práticas religiosas e a crença em Deus. Depois, terminou os estudos, recebendo o título de doutora.

Depois de ler a autobiografia de Santa Teresa d'Ávila, a jovem judia foi tocada pela luz da fé e converteu-se ao catolicismo. Sua mãe e os irmãos nunca compreenderam ou aceitaram sua adesão ao Cristo.

Em 1933, chegavam ao poder o partido nazista. Todos os professores que não eram alemães foram demitidos. Para não ter que abandonar o país, Edith fez-se noviça da Ordem do Carmelo. Com o hábito Carmelita passou a ser chamada de Teresa Benedita da Cruz.

Quatro anos depois, a perseguição nazista aos judeus alemães se intensificou e Edith foi transferida para a Holanda. Em julho de 1942, publicamente, os Bispos holandeses emitiram sua posição formal contra os nazistas e em favor dos judeus. Hitler considerou uma agressão da Igreja Católica local e revidou.

Em agosto, oficiais nazistas levaram Edith do Carmelo. Neste dia, outros duzentos e quarenta e dois judeus católicos foram deportados para os campos de concentração. Edith Stein procurava consolar os mais aflitos, levantar o ânimo dos abatidos e cuidar do melhor modo possível das crianças. Assim ela viveu alguns dias, suportando com doçura, paciência e conformidade a Vontade de Deus.

No dia 07 de agosto de 1942, Edith Stein e centenas de homens, mulheres e crianças foram de trem para o campo de extermínio de Auschwitz (auschuits). Dois dias depois foram mortas na câmara de gás e tiveram seus corpos queimados.  


Deus Pai de bondade, dai-nos ser abençoados pela intercessão de santa Edith Stein e concedei-nos a graça da conversão cotidiana. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Falava com Deus ou de Deus


Era tão admirável na vida de Domingos a santidade de costumes e o fervor do espírito que todos viam nele um instrumento escolhido da graça divina. A sua tranquilidade e firmeza de ânimo apenas se alterava pelos sentimentos de compaixão e de misericórdia. A alegria de coração transparecia na jovialidade do seu rosto, revelando a paz e harmonia da sua vida interior.

Em toda a parte se mostrava, nas palavras e nas obras, como um homem do Evangelho. Durante o dia, no trato com os irmãos e companheiros, ninguém era mais simples e agradável. Durante as horas da noite, ninguém era mais assíduo em vigílias e orações. Raramente falava, a não ser de Deus, ou com Deus na oração, e exortava os seus irmãos a fazerem o mesmo.

Uma coisa pedia a Deus com especial insistência: que Se dignasse conceder-lhe uma verdadeira caridade, que o levasse a trabalhar eficazmente para a salvação dos homens, consciente de que só seria verdadeiramente membro de Cristo, quando se dedicasse com todas as suas forças à salvação das almas, como o Salvador de todos nós, o Senhor Jesus, que totalmente Se ofereceu para nossa salvação. Com esta finalidade, fundou a Ordem dos Pregadores, que era um projecto em que meditava profundamente já há muito tempo.

Com frequência exortava de palavra e por cartas os irmãos desta Ordem para que sempre se aplicassem ao estudo do Novo e do Antigo Testamento. Trazia sempre consigo o Evangelho de São Mateus e as Epístolas de São Paulo, e tanto as estudava que quase as sabia de cor.

Por duas ou três vezes foi eleito bispo, mas sempre recusou, preferindo viver em pobreza com os seus irmãos, a governar uma diocese. Conservou intacta até ao fim a glória da sua pureza. Desejava ser flagelado e despedaçado e martirizado pela fé de Cristo. A seu respeito afirmou Gregório IX: «Conheci um homem tão fiel cumpridor das regras apostólicas que não duvido estar agora no Céu, associado à glória dos mesmos Apóstolos».


De escritos diversos da História da Ordem dos Pregadores
(Libellus de principiis O.P.: Acta Canonizationis S. Dominici: Monum. O. P. Mist. 16, Romae, 1935; pp. 30 ss., 146-147) (Sec. XIII)