"Eu sempre deixei que os meus filhos decidissem o que queriam fazer, mas quando o Ayrton saiu do Seminário eu fiquei aguardando e perseverando em minhas orações". Essa declaração de dona Clenair Castro foi fundamental para garantir que a messe ganhasse mais um operário.
Ayrton Frank Castro Pinheiro, 30 anos, filho de Clenair Castro Pinheiro e de Armando Pinheiro Filho (em memória), é natural da cidade de Viana-MA e mudou-se junto com seus três irmãos para São Luís visando a oportunidade de estudo, passando a morar no bairro Cohatrac.
Segundoo dona Clenair, Ayrton foi um menino muito pacato, quase sempre silencioso, obediente, estudioso e inteligente. “Ele estava sempre com livros. Por ser o caçula, ele sempre andava comigo, e foi criado somente por mim, pois o pai faleceu quando ele tinha somente nove meses”.
Mesmo morando distante, Ayrton não esqueceu os ensinamentos de sua mãe e continuou a dedicar-se aos serviços da Igreja, agora atuante na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, onde seria o início de sua nova história.
“Nunca tinha passado pela minha cabeça ser padre. Inicialmente eu queria ser professor. Fou durante uma missa em preparação para o festejo de Nossa Senhora de Nazaré, que me veio o primeiro pensamento de ser padre, mas não associei a um chamado de Deus. Porém, as pessoas sempre me incentivaram a entrar no Seminário. O padre Clemilton, por exemplo, sempre me incentivou a pensar, a rezar, a pedir a Deus discernimento. Assim, através desses sinais, concluí que era Deus me chamando”, conta Ayrton Frank, diácono da Arquidiocese de São Luís desde 27 de fevereiro de 2016.
Após experiências de namoro, de encontros vocacionais, Ayrton entrou no Seminário aos 19 anos, no dia 10 de fevereiro de 2006. Tudo estava indo bem, e dona Clenair feliz com a bênção de ter um padre na família, porém Ayrton decidiu sair do Seminário em 2012.
Ayrton afastou-se por dois anos. “Eu procurei trilhar por um caminho de discernimento. A minha família esteve ao meu lado e me apoiou em todas as decisões, ninguém me julgou, e eu só queria estar convicto de um sim que era para toda a vida”, esclarece.
Apesar de seu afastamento, Ayrton continuou participando das celebrações. “Eu sentia dentro de mim que podia colaborar mais. Foi quando pedi ao padre Flávio Colins para ajudar na Catequese. Mas, dentro de mim, ainda tinha aquela sede de ajudar mais. Foi quando eu pensei em voltar. Porém, eu não me achava apto para o ministério, embora muitos dissessem o contrário. Foi quando eu me lancei nas mãos de Deus e disse: ‘Senhor, faça aquilo que tu achas que é o melhor para mim’. E em 2014, eu voltei ao Seminário, graças à permissão do arcebispo dom José Belisário. Hoje eu percebo que era isso que Deus queria para mim, eu gosto do que faço, e estou exercendo meu diaconato na Paróquia Nossa Senhora da Penha e o contato com o povo de Deus tem nutrido muito minha vocação”, evidencia Ayrton.