terça-feira, 8 de novembro de 2016

ENEM 2016: Nossa redação sobre Tolerância Religiosa


Gabarita, Povo Católico!

O MEC propôs o tema “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” para a redação do ENEM 2016. Que legal! Seria essa uma tentativa de esquerdar um pouco mais os nossos jovens ou de finalmente endireitá-los? Em todo o caso nós de O Catequista resolvemos dar a nossa contribuição e apresentar nossa redação também!

A intolerância religiosa no Brasil é algo absolutamente evidente e talvez um dos maiores problemas desse país. Discorda? Bem, vejamos… segundo o IBGE, 92% da população brasileira é religiosa, sendo 86% cristã e 65%… católica! Dito isto, como explicar que a esmagadora maioria das políticas públicas e da produção cultural sejam dedicadas a desconstruir e combater os valores da quase totalidade da população? Tanta forçação de barra só pode ser intolerância religiosa!

Nos perguntamos também: como explicar nosso judiciário tentando criar cada vez mais oportunidades para que a indústria do aborto se instale no país? A última desculpa esfarrapada foi a epidemia de Zika, que quase se tornou mais um motivo para matar bebês, com o devido apoio de toda a grande mídia.

Aliás, vale lembrar a repercussão da PL 5069/2013 que fecha a brecha para ao aborto indiscriminado no país. Ela nem foi a plenário ainda (apenas passou na Comissão de Constituição e Justiça) e já foi alvo de amplo mimimi de todos os lados. O engraçado é que quando se fala em religião, os defensores do aborto imediatamente tentam desqualificar qualquer argumentação. Ora… mas esse argumento não representaria 92% da população? Só pode ser intolerância.

A penitência de coração sincero


Façamos penitência enquanto vivemos na terra. Somos barro nas mãos de um artífice. O oleiro pode recompor o vaso que lhe sai defeituoso ou se lhe desfaz nas mãos, enquanto o está a modelar; mas depois de o introduzir no forno já não o retoca mais. Assim também nós, enquanto estamos neste mundo, façamos penitência e arrependamo‑nos sinceramente de todos os pecados cometidos, enquanto é tempo, para sermos salvos pelo Senhor.

Depois de partirmos deste mundo, já não poderemos confessar os nossos pecados nem fazer penitência. Por isso, irmãos, façamos a vontade do Pai, conservemos casto o nosso corpo e guardemos os mandamentos do Senhor, e assim alcançaremos a vida eterna. Diz o Senhor no Evangelho: Se não fostes fiéis no pouco, quem vos confiará o muito? Eu vos digo: Quem é fiel no pouco também será fiel no muito. Quer dizer: conservai o corpo casto e o caráter cristão imaculado, para que sejais dignos de receber a vida. E nenhum de vós ouse afirmar que o nosso corpo não será julgado nem ressuscitará.

Considerai bem: em que situação fostes redimidos e iluminados, senão enquanto vivíeis neste corpo? Por isso devemos guardar o corpo como um templo de Deus. Assim como fostes chamados neste corpo, também neste corpo vos apresentareis. Se Cristo Senhor, que nos salvou, sendo antes apenas espírito, Se fez homem e assim nos chamou, também nós receberemos a recompensa neste corpo. Amemo‑nos, portanto, uns aos outros, para chegarmos todos ao reino de Deus. Enquanto temos tempo para sermos curados, entreguemo‑nos a Deus, nosso médico, e demos‑Lhe a retribuição devida. Que retribuição? A penitência de um coração sincero. Deus conhece previamente todas as coisas; conhece tudo o que se passa no nosso coração. Tributemos‑Lhe o nosso louvor, não só com a boca mas também com todo o coração, para que nos receba como seus filhos. Porque o Senhor disse: Os meus irmãos são aqueles que fazem a vontade de meu Pai.


Da Homilia de um autor do século II

(Cap. 8, 1 – 9, 11. Funk 1, 152-156)

Se Maria é virgem, quem são os irmãos de Jesus?




Irmãos ou parentes próximos?

Viajando pelo país não é muito difícil perceber a variedade de termos usados na língua portuguesa. Sotaques, pronúncias e afins que podem ter sentidos variados de acordo com a região e o costume do lugar. Como não pensar nas Sagradas Escrituras cujos livros divinamente inspirados foram escritos em épocas, costumes, nações e povos diferentes e por vezes com distância de tempo consideradas? Pois bem, a língua hebraica possui apenas uma palavra para designar parentesco e que, ao se traduzir para o latim e o grego (que foram as primeiras traduções bíblicas do hebraico), a palavra hebraica que designava qualquer parentesco foi traduzida pela palavra “irmão”. Porém, como notamos a seguir, não se pode dizer que todos os irmãos citados na Bíblia sejam, de fato, irmãos de sangue. Vejamos:

NO ANTIGO TESTAMENTO

EXEMPLO 1

Estes são os descendentes de Taré: Taré foi pai de Abrão, Nacor e Arão. Arão foi pai de Ló, e morreu antes de seu pai Taré, em sua terra natal, Ur dos Caldeus. Abrão e Nacor casaram-se. O nome da mulher de Abrão era Sarai e o nome da mulher de Nacor, Melca filha de Arã, pai de Melca e Jesca. Sarai era estéril e não tinha filhos. Taré pegou o filho Abrão, o neto Ló filho de Arã, a nora Sarai, mulher de seu filho Abrão, e os fez sair de Ur dos Caldeus, para dirigir-se à terra de Canaã. Mas, quando chegaram a Harã, ali se estabeleceram. - Gênesis 11,27-31.

Levando consigo sua mulher Sarai, o sobrinho Ló e todos os bens que possuíam, além dos escravos que haviam adquirido em Harã, Abrão partiu rumo à terra de Canaã, aonde chegaram. – Gênesis 12,5

Conforme percebemos em destaque nos textos acima, entendemos que:

TARÉ, pai dos irmãos: Abrão e Arã.
ARÃO, pai de Ló.
ABRÃO, tio de Ló.
LÓ, sobrinho de ABRÃO.

Porém, no texto abaixo, Ló é chamado de “irmão” de Abrão, embora seja sobrinho:

Abrão disse a Ló: “Não deve haver discórdia entre nós e entre nossos pastores, pois somos irmãos”. – Gênesis 13,8.

Embora Abraão seja somente tio de Ló, ele o chama de “irmão”, pois na língua hebraica não existe outra palavra para designar este tipo de parentesco como sobrinho.

EXEMPLO 2

Rebeca tinha um irmão de nome Labão. Ele saiu correndo até a fonte em busca do homem, - Gênesis 24,29.

Isaac chamou Jacó, deu-lhe a bênção e ordenou: “Vai a Padã-Aram, à casa de Batuel, teu avô materno. Casa-te lá com uma das filhas de Labão, irmão de tua mãe”. – Gênesis 28,2

BATUEL, pai dos irmãos: Labão e Rebeca.
REBECA, mãe de Jacó.
LABÃO, tio de Jacó.
JACÓ, sobrinho de Labão.

Porém, no texto abaixo, Labão é chamado de “irmão” de Jacó, embora só seja seu tio:

Labão disse a Jacó: “O fato de seres meu irmão* não é motivo para que me sirvas de graça; dize-me que salário queres”. – Gênesis 29,15

EXEMPLO 3

Os filhos de Merali foram Mooli e Musi; os filhos de Mooli foram Eleazar e Cis. Eleazar morreu sem deixar filhos, mas teve filhas que se casaram com os filhos de Cis, seus irmãos.* – 1 Crônicas 23,21-22.

MOOLI, pai dos irmãos: Eleazar e Cis.
ELEAZAR teve filhas.
CIS teve filhos.
FILHAS de Eleazar são PRIMAS dos filhos de Cis.

As filhas de Eleazar são chamadas de irmãs dos filhos de Cis, embora só sejam primos.

EXEMPLO 4

Os filhos de Aarão, Nadab e Abiú, tomaram cada um seu turíbulo, puseram neles fogo, colocaram incenso e ofereceram diante do Senhor um fogo profano, que não havia sido autorizado. Então saiu um fogo enviado pelo Senhor, que os devorou, e morreram na presença do Senhor. Moisés disse para Aarão: “A isto se referia o Senhor ao dizer: Serei santificado pelos que se aproximam de mim, e glorificado diante de todo o povo”. Aarão ficou calado. Moisés chamou Misael e Elisafã, filhos de Oziel, tio de Aarão, e lhes disse: “Vinde e carregai vossos irmãos para longe do santuário, para fora do acampamento”. – Levítico 10,1-4

Filhos de Caat: Amram, Isaar, Hebron e Oziel. Caat viveu cento e trinta e três anos. – Êxodo 6,18

Amram casou-se com Jocabed, sua tia, da qual lhe nasceram Aarão e Moisés. Amram viveu cento e trinta e sete anos. – Êxodo 6,20

Filhos de Oziel: Misael, Elisafã e Setri. Aarão casou-se com Isabel filha de Aminadab, irmã de Naason; dela lhe nasceram Nadab e Abiú, Eleazar e Itamar. – Êxodo 6,22-23.

CAAT, pai dos irmãos: Amram e Oziel.
AMRAM, pai de Aarão.
AARÃO, pai de Nadab e Abiú.
OZIEL, pai dos irmãos Misael e Elisafã.
NADAB e ABIÚ são primos de 2º grau de MISAEL e ELISAFÃ.

Nadab e Abiú são filhos de Aarão, enquanto que Misael e Elisafã são filhos do tio de Aarão que se chamava Oziel. O que fica claro é que os dois filhos de Aarão e os dois filhos de Oziel são na verdade primos de segundo grau, porém, no hebraico não existe a palavra para designar primo, o que levou Moisés a trata-los como “irmãos”.

* Algumas traduções da Bíblia para facilitar ao leitor já usam aqui no lugar de “irmão” a palavra parente ou mesmo sobrinho.

São Godofredo


Godofredo, cujo nome significa “paz de Deus”, nasceu em 1066, filho de família nobre francesa. Com cinco anos foi entregue para ser educado pelos monges beneditinos. Ordenou-se sacerdote aos vinte e cinco anos de idade. 

A sua integridade de caráter, profundidade nos conhecimentos dos assuntos da fé, bem como a visão social que demonstrava, logo chamaram a atenção dos superiores. Foi nomeado abade, com a delicada missão de restabelecer as regras disciplinares dos monges, muito afastados do ideal da vida cristã. 

Ele próprio viveu uma vida simples e dedicada ao seguimento de Cristo. Era comum ver os mendigos e leprosos participando da sua mesa, pois acolhia todos os necessitados com abrigo e esmolas fartas. Suas virtudes levaram o povo e o clero a eleger Godofredo como Bispo de Amiens. 

Nesta diocese enfrentou os ricos e poderosos, que viviam apegados ao vício e aos prazeres corporais. Sua pregação era dura e acabou atraindo para si a ira de muitas pessoas. Houve uma ocasião em que tentaram envenená-lo. 

Godofredo ainda viveu longo tempo como pastor e reformador da sua diocese. Morreu no dia 08 de novembro de 1115. 



Deus, nosso Pai, ficai conosco, dissipai todo o medo e apaziguai os nossos corações, para que, mediante vossa ação libertadora em nós, a luz da fé renasça em nossas vidas. A exemplo de Godofredo, dai-nos a calma tranqüilidade para enfrentar as dificuldades da vida.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Vaticano não autorizou “auto-ordenação” episcopal na China, diz porta-voz


O diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Greg Burke, disse que o Vaticano não autorizou uma suposta “auto-ordenação” episcopal realizada recentemente por um sacerdote na China.

“Nas últimas semanas circularam diversas notícias sobre algumas ordenações episcopais, conferidas sem Mandato Pontifício a sacerdotes da comunidade não oficial da Igreja Católica na China Continental”, disse Burke em um comunicado.

“A Santa Sé não autorizou nenhuma ordenação, nem foi oficialmente informada a respeito de tais acontecimentos. Se as referidas ordenações episcopais fossem verdadeiras, contribuiriam para uma grave violação das normas canônicas”.

O comunicado ressaltou que “a Santa Sé faz votos de que tais notícias sejam infundadas. Caso contrário, deverá aguardar informações seguras e documentação precisa, antes de avaliar adequadamente os casos”.

No entanto, assegurou Greg Burke, a Santa Sé “reitera que não é lícito proceder com ordenações episcopais sem o necessário Mandato Pontifício, nem mesmo fazendo apelo à particulares convicções pessoais”.

A declaração do Vaticano, que não menciona nenhum nome, aparece logo depois que o sacerdote chinês Paulus Dong Guanhua anunciou a sua própria ordenação episcopal em setembro.

Nesse mês, o sacerdote vestiu-se como bispo e celebrou uma Missa da sua "toma de posse" em uma igreja na diocese de Zhengding, na província de Hebei, acompanhado por vários de seguidores.

Antes da declaração do Vaticano, o bispo legítimo de Zhengding, Dom Julius Jia Zhiguo, divulgou aos sacerdotes da diocese um comunicado anunciando a excomunhão latae sententiae (automática) do Pe. Dong Guanhua, por sua “auto-ordenação” episcopal realizada sem a autorização do Papa. 

Homilética: 33º Domingo do Tempo Comum - Ano C: "É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!".



Estamos no penúltimo domingo do Ano Litúrgico. A Palavra de Deus convida-nos a meditar no fim último do homem, no seu destino além da morte. A meta final, para onde Deus nos conduz, faz nascer em nós a esperança e a coragem para enfrentar as adversidades e lutar pelo Advento do Reino.

O Profeta Malaquias fala do juízo final, com acentos fortes: “Eis que virá o dia, abrasador como fornalha…” (Ml 3, 19)

O texto do Evangelho ( Lc 21, 5-19 ) é uma parte dos famosos discursos escatológicos de Jesus. Podemos interpretá-lo como anúncio de desventuras: aí se fala de guerras, revoluções, terremotos, carestias e pestes. Na realidade, ao invés, é um anúncio de paz. As desventuras – de acordo com o que o Evangelista Lucas diz à Igreja – continuarão a existir, porque fazem parte integral da história humana; não foi Jesus que as trouxe, o que Jesus trouxe foi, antes, a possibilidade de vencê-las mediante a fé em seu nome: “Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” ( Lc21, 18-19 ).

O texto não pretende incutir medo, falando do “fim do mundo”, mas fortalecer a esperança em Deus para enfrentar os dramas da vida e da história; esperança que devemos ter ainda hoje, apesar do que vemos…

São Paulo (2Ts 3, 7-12) fala da comunidade de Tessalônica, perturbada por fanáticos que pregavam estar próximo o fim do mundo, por isso não valia a pena continuar trabalhando. Paulo diz: “Quem não quer trabalhar, também não deve comer…” (2Ts 3, 10). O Apóstolo ressalta a importância do trabalho para a vida do homem.

A vida é realmente muito curta e o encontro com Jesus está próximo. Isto ajuda-nos a desprender-nos dos bens que temos de utilizar e aproveitar o tempo; mas não nos exime de maneira nenhuma de dedicar-nos plenamente à nossa profissão no seio da sociedade. Mais ainda: é com os nossos afazeres terrenos, ajudados pela graça, que temos de ganhar o Céu.

Para imitar Cristo, que trabalhou como artesão a maior parte de sua vida, longe de descuidar as tarefas temporais, os cristãos “estão mais obrigados a cumpri-los, por causa da própria fé, de acordo com a vocação a que cada um foi chamado (GS, 43).

Durante séculos, muitos pensavam que, para serem bons cristãos, bastava-lhes uma vida de piedade sem conexão alguma com as suas ocupações profissionais no escritório, na fábrica, no campo, na Universidade… Muitos tinham, além disso, a convicção de que os afazeres temporais, os assuntos profanos em que o homem está imerso de uma forma ou de outra eram um obstáculo para o encontro com Deus e para uma vida plenamente cristã. A vida oculta de Jesus veio ensinar-nos o valor do trabalho, da unidade de vida, pois com o seu trabalho diário o Senhor estava também redimindo o mundo.

O fiel cristão não deve esquecer que, além de ser cidadão da Terra, também o é do Céu, e por isso deve comportar-se entre os outros de uma maneira digna da vocação a que foi chamado, sempre alegre, irrepreensível e simples, compreensivo com todos, bom trabalhador e bom amigo, aberto a todas as realidades autenticamente humanas (cf. Fl. 1, 27; 2, 3-4; 2, 15; 4,4).

É algo verdadeiramente humano e nobre: ninguém quer morrer, ninguém quer ser enganado. E porque tantas pessoas se empenharam em saber a data do fim do mundo? A curiosidade também é algo assaz humana. Viver e conhecer a verdade são dois grandes desejos que estão no coração de cada ser humano. Nisso se pode ver que o céu será a realização de tudo isso: viveremos para sempre conhecendo e amando a Verdade, que é Deus. Quando? Para cada um, logo após a sua morte haverá um juízo na qual já se decidirá a sua sorte eterna (cfr. Hb 9,27). Para todos, na consumação dos tempos, haverá um juízo universal que reafirmará a sentença do juízo particular tendo em conta as consequências das nossas ações (cfr. Mt 25,31-46). Ambos os eventos são desconhecidos quanto ao tempo de sua realização.

De todas as maneiras, e contra qualquer teoria que pretenda saber mais que os desígnios do Altíssimo, no Evangelho, Jesus nos deixa de sobreaviso: “vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e ainda: O tempo está próximo. Não sigais após eles” (Lc 21,8). É verdade: Jesus voltará, ressuscitaremos com os nossos corpos, seremos julgados, há prêmio (céu) e castigo (inferno), haverá um novo céu e uma nova terra. Essas são verdades da nossa fé. Mas, quando acontecerá? Em primeiro lugar, o Senhor nos diz que tenhamos cuidado para não sermos enganados e depois nos diz que não sigamos os falsificadores da verdade. Em outra passagem lemos: “vigiai, pois, porque não sabeis a hora em virá o Senhor. (…) Por isso, estai também vós de preparados porque o Filho do homem virá numa hora em que menos pensardes” (Mt 24,42-44). O importante é vigiar e estar preparado sempre, isto é, em graça de Deus e praticando as obras da fé.

Diante das catástrofes Jesus exorta à esperança: não ter medo… Esses sinais de desagregação do mundo velho não devem assustar, pelo contrário são anúncio de alegria e esperança, de que um mundo novo está por surgir. “Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se, ergam a cabeça, porque a libertação está próxima” (Lc 21, 28). A vida do discípulo no mundo assume, de repente, um aspecto novo: é vida de espera, por isso de vigilância; é vida de peregrinos a caminho, não de domiciliados e de sedentários.

Quanto aos “presságios” do Novo Testamento sobre o fim – difusão do Evangelho, anticristo, conversão dos judeus –, parece que é preciso entendê-los como sinais enigmáticos presentes na história entre a primeira e a segunda vinda de Cristo que ajudam os cristãos a manter-se em estado de vigilância continua e a desejarem a vinda do Senhor. Há uma presença permanente de Cristo na história que se culminará com a sua Parusia gloriosa na consumação desses últimos tempos que estamos vivendo. Em efeito, já estamos nos últimos tempos desde a Encarnação do Filho de Deus: “Quando veio plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei” (Gl 4,4).

“É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida” (Lc 21, 19). Aproveitemos o tempo! Diante das dificuldades não nos deixemos levar pelo desânimo! Acreditemos na Vitória final do Reino de Cristo.

Congresso online busca preparar jovens para o matrimônio


“Educar os jovens para o Amor”, com este tema acontecerá de 21 a 26 de novembro o II Congresso Amor Autêntico. O evento é online e gratuito. É voltado principalmente para a juventude e abordará questões como vida afetiva, namoro, sexualidade, preparação para o casamento.

O Congresso Online é uma das inúmeras iniciativas da Campanha Amor Autêntico e tem como organizador Fernando Gomes, membro da Comunidade Católica Presença e Coordenador Nacional dos Jovens da Renovação Carismática Católica (RCC).

“Entendemos que a família é a base da civilização do amor”, considera. “Por isso, estamos empenhados na prevenção e formação das novas gerações, educando os jovens para o amor e preparando-os para o matrimônio”.

O organizador do evento recorda que no final da Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, em 2013, o Papa Francisco disse que “precisamos ser revolucionários, nadarmos contra a corrente e nos rebelar contra esta cultura do provisório que não acredita que somos capazes de amar de verdade”.

“Essas palavras do Papa ecoam em nosso coração e nos impulsionam a desbravar e oferecer um espaço de formação, informação e transformação, onde milhares de jovens podem se unir e levantar a bandeira de que existe o amor autêntico e que o matrimônio não está fora de moda”, pontua. 

Homilética: Dedicação da Basílica do Latrão (9 de novembro): "Somos templos vivos".


No dia 9 de novembro, a Igreja celebra a festa, o aniversário, da dedicação da Basílica de Latrão, a Catedral do Papa, Bispo de Roma, chamada “a primeira entre todas as Igrejas; ou seja, a Igreja-mãe de Roma”. Surgiu no século IV e é dedicada ao divino Salvador. Foi levantada, em Roma, pelo imperador Constantino. A festa é celebrada em toda a Igreja como o sinal de unidade com o Papa. Após a paz constantiniana se tornou a moradia do Papa. Numerosos e importantes concílios ecumênicos tiveram lugar nela. A dedicação daquela Basílica marcou a passagem e a saída da assembleia cristã, do interior das catacumbas para o esplendor das basílicas.

Evidentemente, o templo é um lugar de encontro do homem com Deus, é o lugar consagrado a Deus onde os fiéis se reúnem para dar-lhe culto. O templo é tão antigo como o homem. Em todas as civilizações, em todas as culturas das que temos notícia, aparece, com toda certeza, o templo. É lógico. O homem é um ser sociável e sensível: necessita coletiva e materialmente ter um lugar onde se aproximar de Deus, um lugar no qual o seu Deus receba culto e onde pode pacífica e serenamente falar com ele. São João, cuja festa nós celebramos neste domingo, é o primeiro grande templo cristão construído em Roma pelo imperador Constantino no Latrão, depois das perseguições, no século IV; é a catedral do Papa como bispo de Roma. A Basílica de Latrão é a igreja-mãe de Roma, dedicada primeiro ao Salvador e depois também a São João Batista. Foi consagrada pelo papa Silvestre no ano 324.

As Igrejas são o lugar de reunião dos membros do novo Povo de Deus, que se congregam para rezar juntos. Mas são sobretudo o lugar em que encontramos Jesus, real e substancialmente presente na Sagrada Eucaristia; está presente com a sua Divindade e com a sua Santíssima Humanidade, com o seu Corpo e a sua Alma. “Ali nos vê e nos ouve, e nos socorre como socorria aqueles que chegavam, necessitados, de todas as cidade e aldeias” (Mc 6,32). Temos, pois, de ir à igreja com toda a reverência, já que não há nada mais respeitável do que a casa do Senhor: Que respeito devem inspirarmos as nossas Igrejas, onde se oferece o sacrifício do Céu e da terra, o Sangue de um Deus feito homem?

Na oração do Prefácio a Igreja canta: “Vós quisestes habitar esta casa de oração para nos tornarmos, pelo auxílio da vossa graça, o templo do Espírito Santo, irradiando o brilho de uma vida santa. Assim, santificando-a sem cessar, conduzis para a vossa glória a Igreja, Esposa de Cristo e mãe exultante de inúmeros filhos, simbolizada pelos templos visíveis.” (1Cor 3, 16-17)


Possa a celebração de hoje despertar em nós este anseio pela casa do Senhor, fazendo-nos compreender seu profundo significado, animando-vos a nos encontrar nela no final de uma semana de trabalho passada em nossas casas, na escola, na fábrica ou no exercício de qualquer outra profissão! A Igreja deve ser o sinal do amor mútuo entre aqueles que partem o mesmo pão. Para quem não crê ainda, este deveria ser o “chamado” mais forte para entrar na Igreja.