O diretor da Sala de
Imprensa do Vaticano, Greg Burke, disse que o Vaticano não autorizou uma
suposta “auto-ordenação” episcopal realizada recentemente por um sacerdote na
China.
“Nas
últimas semanas circularam diversas notícias sobre algumas ordenações
episcopais, conferidas sem Mandato Pontifício a sacerdotes da comunidade não
oficial da Igreja Católica na China Continental”, disse
Burke em um comunicado.
“A
Santa Sé não autorizou nenhuma ordenação, nem foi oficialmente informada a
respeito de tais acontecimentos. Se as referidas ordenações episcopais fossem
verdadeiras, contribuiriam para uma grave violação das normas canônicas”.
O
comunicado ressaltou que “a Santa Sé faz votos de que tais notícias sejam
infundadas. Caso contrário, deverá aguardar informações seguras e documentação
precisa, antes de avaliar adequadamente os casos”.
No
entanto, assegurou Greg Burke, a Santa Sé “reitera que não é lícito proceder
com ordenações episcopais sem o necessário Mandato Pontifício, nem mesmo
fazendo apelo à particulares convicções pessoais”.
A declaração do
Vaticano, que não menciona nenhum nome, aparece logo depois que o sacerdote
chinês Paulus Dong Guanhua anunciou a sua própria ordenação episcopal em
setembro.
Nesse
mês, o sacerdote vestiu-se como bispo e celebrou uma Missa da sua "toma de posse" em uma
igreja na diocese de Zhengding, na província de Hebei, acompanhado por vários
de seguidores.
Antes
da declaração do Vaticano, o bispo legítimo de Zhengding, Dom Julius Jia
Zhiguo, divulgou aos sacerdotes da diocese um comunicado anunciando a
excomunhão latae sententiae (automática) do Pe. Dong
Guanhua, por sua “auto-ordenação” episcopal realizada sem a autorização do
Papa.
A Igreja na China
A
China permite o culto católico unicamente à Associação Patriótica Católica
Chinesa, subordinada ao Partido Comunista da China, e rechaça a autoridade do
Vaticano para nomear bispos ou governá-los. A Igreja Católica fiel
ao Papa não é completamente clandestina; embora seja assediada constantemente.
As
relações diplomáticas entre a China e o Vaticano se romperam em 1951, dois anos
depois da chegada ao poder dos comunistas que expulsaram os clérigos
estrangeiros.
Em
dezembro de 2010, a nomeação de um bispo legitimamente ordenado como presidente
da associação, durante uma assembleia na qual sacerdotes e bispos fiéis a Roma
tiveram que comparecer a força, gerou um distanciamento entre o Vaticano e a
China.
Em
seguida, a Santa Sé tentou se aproximar das autoridades do governo da China.
Entre
2012 e 2015, a China permitiu a ordenação de dois bispos aprovados pelo
Vaticano, fato que possibilitou certa aproximação.
Em
agosto de 2014, enquanto se dirigia para a Coreia do Sul, o Papa Francisco
enviou um telegrama ao presidente da China, Xi Jinping, quando seu avião
sobrevoava o espaço aéreo do país para expressar-lhe seus melhores desejos e
enviar uma bênção para esta nação.
O
fato de que o Papa tenha recebido a permissão para sobrevoar o espaço aéreo
chinês foi considerado como um pequeno avanço. O Papa João Paulo II teve que
evitar o espaço aéreo deste país durante suas viagens à Ásia.
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ACI Digital
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