sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Nossa Senhora de Caná


Temos uma história muito bela na igreja, do amor e devoção a Nossa Senhora. Encontramos na sagrada escritura a presença da Virgem Maria, lemos textos na palavra de Deus que nos remete a figura de Nossa Senhora. A partir do concílio de Éfeso pudemos chamar Santa Maria Mãe de Deus.

Porém, a igreja tem um sentido honesto de verdade, o que acontecesse no decorrer dos séculos , confirma a presença de Maria em toda a sua história. Não há medo por parte da igreja de submeter-se , inclusive aos critérios de razão, por isso não existe contradição ente a sua fé e o que a sua inteligência vai mostrando .

Vamos agora a Sagrada escritura no lugar onde ela se mostrou discípula, em Caná da Galiléia, no Evangelho de João 2,1-12,. Na vida pública de Jesus, Maria aparece de uma forma bem marcada, quando movida pela compaixão fez Jesus o Messias dar início aos seus milagres. Assim a Virgem Maria avançou, progrediu, no caminho da fé.


O bem aventurado João Paulo II descreve no encíclica Redemptoris Mater esta peregrinação da fé feita por Maria. Voltemos a Caná, o casamento é um momento festivo , onde acontece o primeiro sinal e a manifestação da glória de jesus, os discípulos creem nele. Na bíblia o matrimônio é o simbolo da união de Cristo com a sua igreja. O Vinho na bíblia é um símbolo, vinho é o dom do amor, Deus que promete ao povo abundância, festa , fartura, e esse vinho é simbolo de algo muito importante , o verdadeiro noivo é Jesus.

E no casamento prefigurado a Virgem é mãe do verdadeiro noivo, ela faz as coisas acontecerem, leva aqueles servidores a Jesus que aprendem a ser discípulos: “Fazei tudo o que ele vos disser”.No que se baseia a eficácia da nossa oração? A eficácia de quem bate a porta, é o fundamento na bondade de quem está da porta para dentro, quando Jesus diz: “batei e abrirá”, Ele está dizendo da qualidade de quem acolhe os pedidos, no amor do Pai.

A igreja sabe bem da certeza da oração atendida, mas pedida em nome de Jesus Cristo. Toda nossa oração dirige-se ao Pai, por Cristo no Espírito, é o mesmo senhor que proclamou: “Sem mim nada podeis fazer”. Nosso Senhor garante que o Pai é bom, que sua oração será atendida, o espírito intercede por nós pois não sabemos como pedir, Ele clama em nós.



Ó Maria Santíssima Virgem Santíssima, que neste episódio do Evangelho, apareceis como suplicante, como medianeira pela primeira vez, nos relatos evangélicos; vós que intercedestes junto a vosso Divino Filho apesar de não ser ainda a hora, para pedir um milagre, vos que antecipastes, portanto, a vida pública de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vós que tendes a voz, vós sabeis pedir como ninguém sabe, tendes a súplica infalível, nós vos pedimos, ó Mãe, nesta meditação, que desde já entregamos em reparação ao vosso Imaculado Coração por tantos pecados, horrores e ofensas que se cometem no mundo de hoje contra vosso Imaculado Coração.

Pedimo-vos, nesta meditação, que estejais a cada passo conduzindo a nossa inteligência, iluminando-a, fortalecendo nossa vontade, inflamando-nos com o desejo de aceitar inteiramente todas as graças que Nosso Senhor nos dará durante esta meditação. Cada um de nós aqui presente, pede que Vós nos ensineis a compreender a beleza da vocação, a beleza de vossa mediação, a beleza da fé e da obediência, para que assim melhor possamos Vos servir. Assim seja!"

Espanha: Governo estudará incluir festas muçulmanas no calendário


O Ministério de Justiça da Espanha propôs durante esta legislação algumas mudanças acerca da relação com outras confissões religiosas diferentes da católica, como a inclusão de alguma festa muçulmana entre os dias festivos no país, embora isto suponha ter que eliminar algumas festas católicas ou civis.

Em uma entrevista concedida a ‘Europa Press’, o ministro de Justiça, Javier Herrera García-Canturri, afirmou que “estão querendo” incluir alguma festa religiosa dos muçulmanos como a Ruptura do Jejum no calendário do trabalho em 2018. No calendário de 2017, as comunidades de Ceuta e Melilla (cidades autônomas espanholas no norte da África) tem como dia festivo o dia da Festa do Sacrifício.

Esta inclusão de novas festas muçulmanas é, segundo o ministro, um pouco “complicada” pois a quantidade de dias festivos no país não pode ser modificada e no caso de introduzir uma nova festa, deveriam substitui-la por uma festa cristã ou civil.

Com estas medidas, conforme explicou o ministro da Justiça, pretendem realizar uma “sensibilização” em relação à pluralidade religiosa.

O subdiretor de Relações com as Confissões, Jaime Rossell, declarou também a ‘Europa Press’ que “cada vez se torna mais comum que os haja empresários que fazem com que o mês de férias de seus funcionários coincida com, por exemplo, com o Ramadã”, o que lhe permite estar livre em uma festividade da sua religião em vez de trabalhar no dia de Natal. 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Nota da CNBB sobre o massacre no Complexo Penitenciário de Manaus


NOTA DA CNBB SOBRE O MASSACRE
NO COMPLEXO PENITENCIÁRIO DE MANAUS
Estive na prisão e me visitastes (Mt 25,36)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, através da sua Presidência, manifesta seu repúdio e sua indignação diante do massacre de presos ocorrido, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus (AM). Nós nos unimos ao arcebispo de Manaus, Dom Sérgio Castriani, e à Pastoral Carcerária, para reafirmar a defesa incondicional da vida dos encarcerados e a solidariedade com as suas famílias. “Manifestamos nosso repúdio contra a mentalidade daqueles que banalizam a vida achando que a mesma é descartável e que se pode matar e praticar todo tipo de crime e violência contra os cidadãos” (Nota Pública da Arquidiocese de Manaus).  

O Papa Francisco, na audiência geral desta quarta-feira, 4 de janeiro, referindo-se a esse massacre, afirmou: “Renovo o apelo para que as prisões sejam lugares de reeducação e reinserção social, e que as condições de vida dos reclusos sejam dignas de pessoas humanas”. Nestes três pilares mencionados pelo Papa, estão construídas, há muitos anos, a posição e solicitude da Igreja, diante da realidade de vida dos encarcerados no Brasil: a reeducação, a reinserção social e o respeito pela dignidade humana. 

A Igreja tem oferecido a sua contribuição para defesa da dignidade dos encarcerados e promoção da justiça social. Por intermédio da CNBB, manifesta sua disposição de continuar trabalhando, para que se implante uma segurança que proporcione condições de vida pacífica para os cidadãos e para as comunidades.   

Festa dos Reis Magos: hora de desmontar a árvore de natal


A retirada da decoração natalina deve ser feita dia 6 de janeiro, quando se comemora o dia dos Reis Magos

Depois das festividades de fim de ano, é hora de desfazer a decoração natalina e desmontar a tradicional árvore de natal, mas quando fazer? De acordo com o assessor da Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), frei Faustino Paludo, o dia correto para desmontar a árvore e o presépio é em 6 de janeiro, quando é comemorado o Dia dos Reis Magos. No entanto, o tempo do Natal só se conclui com a festa do Batismo do Senhor que, neste ano, acontecerá na próxima segunda-feira, 9. “A festa dos Reis é a última grande festa do ciclo de Natal. Depois da festa do batismo de Jesus e festa dos Reis, inicia um novo tempo litúrgico. A primeira parte do tempo comum que se estende até a terça-feira de carnaval”, diz frei Faustino.

O dia 6 de janeiro, marca o momento em que os três Reis Magos encontraram o menino Jesus, revelando seu nascimento para o restante do mundo. É a data em que o Oriente celebra o Natal, como o Ocidente celebra no dia 25 de dezembro. A Igreja de Roma passou então a celebrar a Festa dos Reis Magos. É a festa da manifestação de Jesus como salvador da humanidade - de todos os povos. Epifania que quer dizer manifestação. “Para os cristãos, essa festa significa a acolhida da proposta salvadora de Deus para todos os povos. Três magos, representa o reconhecimento, acolhida da ação salvadora de Deus Pai que se realizará por meio de Jesus Cristo”, ressalta o frei.

Na tradição católica, a passagem bíblica em que Jesus foi visitado por reis magos, converteu-se na tradicional visitação feita pelos "três Reis Magos", denominados Melchior, Baltasar e Gaspar, os quais passaram a ser referenciados como santos a partir do século VIII. Segundo frei Faustino, em pesquisa literária, feita por Pergo, levantou-se que a tradição da “Folia de Reis” chegou ao Brasil por intermédio dos portugueses, ainda no período da colonização. Essa manifestação cultural era realizada em toda a Península Ibérica e era comum a ocorrência de doação e recebimento de presentes enquanto eram entoados cantos e danças nas residências da época. Baseado nessa argumentação, a Folia de Reis teria vindo ao Brasil no século XVI, cerca do ano de 1534, trazido pelos Jesuítas, e servindo como um instrumento na catequização dos índios e, posteriormente, dos negros escravos.

Em alguns países de origem latina, especialmente aqueles cuja cultura tem origem espanhola, a festa dos Reis Magos passou a ser a mais importante data comemorativa católica, mais importante, inclusive, que o próprio Natal. No estado do Rio de Janeiro, os grupos realizam folias até o dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião e padroeiro do estado. No Nordeste, a festa também é bem popular. Em Salvador, os fieis celebram a data com tríduos, procissões e missas. 

Seremos saciados com a visão do verbo


Quem poderia conhecer todos os tesouros da sabedoria e ciência ocultos em Cristo e escondidos na pobreza de sua carne? Ele, sendo rico, se fez pobre por nossa causa, a fim de enriquecermos com a sua pobreza (cf. 2Cor 8,9). Quando  assumiu a nossa condição e experimentou a morte, manifestou-se na pobreza; contudo, não perdeu suas riquezas, mas prometeu-as para o futuro.

Como é grande a riqueza de sua bondade, reservada para os que o temem, e concedida aos que nele esperam!

Agora nosso conhecimento é imperfeito, até chegar o que é perfeito. Para sermos capazes de alcançá-lo é que o Cristo, igual ao Pai na condição divina, fez-se igual a nós na condição de servo e nos recriou à semelhança divina. O Filho único de Deus, tornando-se filho do homem torna filhos de Deus a muitos filhos dos homens; e promovendo a nossa condição de servos com a sua forma visível de servo, tornou-nos livres e capazes de contemplar a sua forma divina.

Somos filhos de Deus, mas ainda não se manifestou o que seremos! Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é (IJo 3,2). ora, quais são esses tesouros da sabedoria e de ciência, para que servem essas riquezas divinas senão para manifestar a nossa pobreza? Para que essa imensa bondade senão para nos saciar? Mostra-nos o Pai e isso nos basta (Jo 14,8).

E, em certo salmo, um de nós, expressando nossos sentimentos ou falando por nós, diz ao Senhor: serei saciado quando se manifestar a vossa gloria (cf. Sl 16,15 Vulg.). Ele e o Pai são um só; e quem o vê, vê também o Pai. Por conseguinte, o Rei da glória Senhor Deus do universo (Sl 23,10). Voltando-se para nós, ele nos mostrará o seu rosto; seremos salvos e saciados, e isso nos bastará.

Mas até que isso aconteça, até mostrar o que nos basta, até bebermos e ficarmos saciados na fonte da vida que é ele mesmo, enquanto caminhamos na fé e peregrinamos longe dele, enquanto temos fome e sede de justiça e desejamos, com indizível ardor, contemplar a beleza de Cristo na sua condição divina, celebremos com amorosa devoção o nascimento de Deus na condição de servo.

Se ainda não podemos contemplar aquele que foi gerado pelo Pai antes da aurora, celebremos o seu nascimento da Virgem no meio da noite. Se ainda não podemos compreender aquele cujo nome subsistirá enquanto o sol brilhar (cf. Sl 18,6), reconheçamos que armou sua tenda ao sol (cf. Sl 18,6).

Se ainda não vemos o Unigênito que permanece no Pai, recordemos o Esposo saindo do quarto nupcial (cf. Sl 18,6). Se ainda não estamos preparados para o banquete do nosso Pai, conheçamos o presépio de nosso Senhor Jesus Cristo.


Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo 

(Sermo 194, 3-4: PL 38, 1016-1017)        (Séc.V)

Maria e as alegrias cotidianas


Quando São Lucas começa a narrar a vida pública de Cristo diz que, ao iniciar o seu ministério Jesus tinha cerca de trinta anos (Lc 3, 23).

Trinta anos! Quando Jesus começou a atrair as multidões com a sua palavra e os seus sinais milagrosos , os que o haviam conhecido antes ficavam assombrados: Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria? (Mc 6, 3); não é ele o filho do carpinteiro? (Mt 13, 55).

Você percebe o que isso significa? Durante pelo menos trinta anos, a vida de Jesus teve – com exceção de uns meses de exílio no Egito – a normalidade da vida diária de relacionamento familiar e de trabalho própria de um lar modesto. Vê-se que José, ao iniciar-se a vida pública, já tinha falecido, porque só é mencionado indiretamente, ao passo que a mãe é designada como pessoa conhecida, Maria.

Dirijamos agora o nosso olhar para a Virgem Mãe. Passados os acontecimentos extraordinários dos primeiros dois anos depois da Anunciação (cf. Lc,1, 39 a 2, 52), a vida dela entra na “rotina” de mãe de uma pequena família em Nazaré (Mt 2, 23). Maria, juntamente com Jesus e José, vê transcorrer os dias com a aparente monotonia de um calendário e um relógio que nunca marcam eventos extraordinários (se excetuarmos apenas dois dias e pouco de agonia, quando Jesus, aos doze anos de idade, ficou no Templo).

De onde tirava Maria as suas alegrias, nessa sequência de dias quase sempre iguais ao longo de quase trinta anos? Da mesma fonte de onde tirava todas as outras alegrias: do amor!

Vale a pena meditar nisto, porque é frequentíssimo que hoje as pessoas, alucinadas atrás de alegrias de fantasia, fora do comum, percam pelo ralo do tempo as verdadeiras alegrias do dia a dia.

A “rotina” dos dias

A rotina dos dias pode ser, para qualquer um, uma colheita de cinzas ou de ouro. Depende de nós. Para Maria, cada dia era uma arrecadação do ouro fino, um tesouro de gozo que, ao adormecer, lhe deixava um sorriso estampado nos lábios.

Não custa nada pensar nas pequenas alegrias cotidianas de Nossa Senhora: o convívio amável com Jesus e José, o cuidado do seu Menino, o encantamento com o filho que crescia em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens  (Lc 2, 52); as conversas íntimas no final do dia, o riso cristalino das brincadeiras puras; e as canções que animavam o trabalho: e a procura da água no poço, o fabrico doméstico do pão, o preparo de alimentos no fogão de chão, a tarefa de fiar, de tecer e costurar … Com que carinho Maria deve ter tecido a túnica sem costura, que os soldados sortearam ao pé do filho crucificado! (Jo 19, 23-24).

A rotina dos dias era para ela, como para nós, é «um tecido de pequenas insignificâncias que, conforme a intenção com que se fazem, podem formar uma tapeçaria esplêndida de heroísmo ou de baixeza, de virtudes ou de pecados» (Caminho, n. 826).

A “rotina” de Maria só tinha uma intenção: o amor. Era, assim, uma tapeçaria de virtudes. Como dizia O Card. Luciani, poucos dias antes de se tornar o Papa João Paulo I, num artigo sobre os ensinamentos de Mons. Escrivá, a “tragédia cotidiana” (quase diária nas rusgas, brigas e discussões de tantos lares) pode ser transformada pelo amor no “sorriso cotidiano”.

Com seu exemplo, Maria nos diz: «Na simplicidade do teu trabalho habitual, nos detalhes monótonos de cada dia, tens que descobrir o segredo – para tantos escondido – da grandeza e da novidade: o Amor» (Sulco, n. 489). 

Turquia: Histórica igreja de São Pedro e São Paulo é transformada em escola islâmica


A antiga igreja assíria de São Pedro e São Paulo na cidade de Urfa (Turquia) foi transformada em um centro cultural da municipalidade local e sede de uma escola islâmica da Universidade de Harran.

A notícia foi publicada por ‘The Armenian Weekly’, que apresentou este acontecimento como “outro exemplo de intolerância” contra a minoria cristã, pois, desde que foi abandonado em 1924 pelos assírios, que fugiram para Aleppo durante a perseguição turca, o edifício histórico foi usado para diferentes propósitos, menos para o seu objetivo original de ser uma igreja.

Deste modo, a igreja de São Pedro e São Paulo foi utilizada como uma fábrica de tabaco, um armazém de uvas e de tapetes. Em 2002, tornou-se o “Centro Cultural Kemalettin Gazezoglu” e atualmente uma parte do templo foi entregue a uma fundação que dirige a escola islâmica da universidade local.

Entretanto, Urfa, cujo nome original era Edessa, foi uma cidade que no ano 943 estava cheia de igrejas e mosteiros – inclusive sob o domínio árabe muçulmano –, e onde conviviam pelo menos três denominações cristãs diferentes, assinalou o estudioso Ian Wilson, ao mencionar a atual ausência de herança cristã nesta região.

Do mesmo modo, além de ser importante para os cristãos assírios, Edessa também tem um grande significado histórico para os armênios, pois acredita-se que nesta cidade foi inventado o alfabeto armênio.

Contudo, a cidade permaneceu sob o controle islâmico e bizantino constantemente, até que em 1144 foi conquistada pela dinastia turca Zengid e absorvida pelo Império Otomano em 1517.

Atualmente, é uma cidade totalmente muçulmana, depois que durante séculos os cristãos ficaram expostos a assassinatos em massa em várias ocasiões durante a chegada dos turcos da Ásia Central no século XI. 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Papa: "Diante da dor, palavras de coração, silêncio, gestos e carinho".


CATEQUESE
Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 4 de janeiro de 2016

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Na catequese de hoje, gostaria de contemplar com vocês uma figura de mulher que nos fala da esperança vivida no pranto. A esperança vivida no pranto. Trata-se de Raquel, a esposa de Jacó e a mãe de José e Benjamin, aquela que, como conta o Livro do Gênesis, morre ao dar à luz ao seu segundo filho, isso é, Benjamin.

O profeta Jeremias faz referência a Raquel dirigindo-se aos israelitas no exílio para consolá-los, com palavras cheias de emoção e de poesia; isso é, toma o pranto de Raquel mas dá esperança:

“Eis o que diz o Senhor:
ouve-se em Ramá uma voz,
lamentos e amargos soluços.
É Raquel que chora os filhos,
recusando ser consolada, porque já não existem”
(Jer 31,15).

Nestes versículos, Jeremias apresenta esta mulher do seu povo, a grande matriarca da sua tribo, em uma realidade de dor e pranto, mas junto com uma perspectiva de vida impensada. Raquel, que no relato do Gênesis morreu no parto e tinha assumido aquela morte para que o filho pudesse viver, agora, em vez disso, representada pelo profeta como viva em Ramá, ali onde se reuniam os deportados, chora pelos filhos que em um certo sentido são mortos indo ao exílio; filhos que, como ela mesma disse, “já não existem mais”, desapareceram para sempre.

E por isso Raquel não quer ser consolada. Esta recusa exprime a profundidade da sua dor e a amargura do seu pranto. Diante da tragédia da perda dos filhos, uma mãe não pode aceitar palavras ou gestos de consolo, que são sempre inadequadas, nunca capazes de aliviar a dor de uma ferida que não pode e não quer ser curada. Uma dor proporcional ao amor.

Toda mãe sabe tudo isso; e são tantas, também hoje, as mães que choram, que não se conformam com a perda de um filho, inconsoláveis diante de uma morte impossível de aceitar. Raquel personifica em si a dor de todas as mães do mundo, de todo tempo, e das lágrimas de todo ser humano que chora perdas irreparáveis.

Esta recusa de Raquel que não quer ser consolada nos ensina também quanta delicadeza nos é pedida diante da dor dos outros. Para falar de esperança a quem está desesperado, é preciso partilhar o seu desespero; para enxugar uma lágrima da face de quem sofre, é preciso unir ao seu o nosso pranto. Só assim as nossas palavras podem ser realmente capazes de dar um pouco de esperança. E se não posso dizer palavras assim, com o pranto, com a dor, melhor o silêncio; o carinho, o gesto e nada de palavras.

E Deus, com a sua delicadeza e o seu amor, responde ao pranto de Raquel com palavras verdadeiras, não falsas; assim prossegue o texto de Jeremias:

“Eis o que diz o Senhor:
Cessa de gemer, enxuga tuas lágrimas!
Tuas penas terão a recompensa – oráculo do Senhor.
Voltarão (teus filhos) da terra inimiga.
Desponta em teu futuro a esperança – oráculo do Senhor.
Teus filhos voltarão à sua terra”. (Jer 31,16-17).

Justamente pelo choro da mãe, há ainda esperança para os filhos, que voltarão a viver. Esta mulher, que tinha aceitado morrer, no momento do parto, para que o filho pudesse viver, com o seu pranto é agora princípio de vida nova para os filhos exilados, prisioneiros, distantes da pátria. À dor e ao pranto amargo de Raquel, o Senhor responde com uma promessa que agora pode ser para ela motivo de verdadeiro consolo: o povo poderá voltar do exílio e viver na fé, livre, a própria relação com Deus. As lágrimas geraram esperança. E isso não é fácil de entender, mas é verdade. Tantas vezes, na nossa vida, as lágrimas semeiam esperança, são sementes de esperança.

Como sabemos, este texto de Jeremias é depois retomado pelo evangelista Mateus e aplicado ao massacre dos inocentes (cfr 2, 16-18). Um texto que nos coloca diante da tragédia do assassinato de seres humanos indefesos, do horror do poder que despreza e suprime a vida. As crianças de Belém morrem por causa de Jesus. E Ele, cordeiro inocente, seria depois morto, por sua vez, por todos nós. O Filho de Deus entrou na dor dos homens. Não se pode esquecer isso. Quando alguém se dirige a mim e me faz perguntas difíceis, por exemplo: “Diga-me, padre, por que as crianças sofrem?”, realmente, eu não sei o que responder. Somente digo: “Olha para o crucifixo: Deus nos deu o seu Filho, Ele sofreu, e talvez ali encontrarás uma resposta”. Mas respostas daqui [mostra a sua cabeça] não há. Somente olhando para o amor de Deus que dá seu Filho que oferece a sua vida por nós, pode indicar qualquer caminho de consolação. E por isso dizemos que o Filho de Deus entrou na dor dos homens; partilhou e acolheu a morte; a sua Palavra é definitivamente palavra de consolo, porque nasce do pranto.

E na cruz será Jesus, o Filho que irá morrer, a dar uma nova fecundidade à sua mãe, confiando-a ao discípulo João e tornando-a mãe do povo crente. A morte foi vencida e alcançou, assim, o cumprimento da profecia de Jeremias. Também as lágrimas de Maria, como aquela de Raquel, geraram esperança e vida nova. Obrigado.