quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

“Samurai de Cristo” é beatificado no Japão


No dia 7 fevereiro foi beatificado em Osaka (Japão), Justo Takayama Ukon, um samurai do século XVI que preferiu renunciar os seus bens, viver a pobreza e morrer no exílio a renunciar a sua fé católica.

Takayama nasceu em 1552, três anos depois que o missionário jesuíta São Francisco Xavier introduziu o cristianismo no Japão. Sua família, que era nobre, ajudava nas atividades missionárias no Japão e protegia os cristãos e missionários jesuítas.

Em 1587, quando começou a perseguição contra a Igreja em seu país, Takayama e seu pai optaram por abandonar as suas terras e os seus títulos para permanecer firmas na fé.

Mais tarde, quando o shogun Tokugawa proibiu definitivamente o cristianismo em 1614, Takayama foi ao exílio e liderou um grupo de 300 católicos japoneses que partiram com ele para as Filipinas. O agora Beato faleceu em Manila, no dia 4 de fevereiro, debilitado por causa da perseguição.

A cerimônia de beatificação foi celebrada na terça-feira, no estádio de Osaka-jo Hall e foi transmitido pela televisão japonesa. Durou três horas e mais de 10.000 pessoas estiveram presentes.

Foi presidida pelo Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, representando o Papa Francisco.

Durante a homilia, o Cardeal Amato disse que a Igreja do Japão foi abençoada com o grandioso testemunho de muitos mártires e que Justo Takayama Ukon era “um esplêndido testemunho de Cristo para toda a Igreja”.

“Estava fascinado por Jesus Cristo, pelo seu trabalho de caridade e seu sacrifício pela redenção. Esta convicção o converteu em um promotor da evangelização no Japão. Foi um autêntico testemunho e guerreiro de Cristo, não com armas, mas com o seu exemplo e a sua palavra. Perdeu todos os seus privilégios e preferiu uma vida pobre”, disse o Cardeal. 

Holanda: Médica e outros envolvidos são acusados de aplicar eutanásia a idosa com problemas mentais


A Procuradoria da Holanda abriu um inquérito contra os envolvidos em um caso de eutanásia forçada, no qual uma médica decidiu aplicar drogas em uma idosa de aproximadamente 70 anos, que sofria de demência e, portanto, não tinha a capacidade de se expressar claramente.

Segundo informações de ‘DutchNews’, há 4 anos esta idosa foi diagnosticada com demência e indicou que estava disposta a pôr fim à sua vida através da eutanásia, “mas não agora”.

Entretanto, a casa de repouso onde ela estava decidiu que já era hora de aplicar este procedimento, porque a sua condição estava piorando e havia começado a vagar à noite e se comportar de forma agressiva.

Este é o primeiro caso no qual uma médica é formalmente remetida ao Ministério Público por ir além do que a lei permite. Além disso, de acordo com a comissão de avaliação para aplicar a eutanásia, a doutora “ultrapassou uma linha” por não ter interrompido o processo, embora a paciente “reagisse negativamente” quando começaram aplicar a droga por via intravenosa.

Segundo o relatório, a médica colocou uma droga no café da idosa para ela dormir. Quando a mulher tentou impedir que lhe colocassem o soro, a doutora deveria ter interrompido o processo, expressou o comitê.

Entretanto, a doutora pediu à família para que segurasse a idosa, enquanto retomava o processo.

Além disso, o comitê advertiu que o desejo de morte expressado por esta senhora quando ela entrou nesse asilo não demonstra um desejo bem informado sobre a eutanásia.

A lei holandesa permite a administração da eutanásia desde 2002 apenas nos casos de sofrimento insuportável, porém, é cada vez mais aplicada em pessoas com demência e problemas mentais.

As últimas cifras mostram que a quantidade de pacientes com problemas mentais assassinados pela aplicação da eutanásia quadruplicou em apenas quatro anos na Holanda. 

Até que Cristo Se forme em vós


Diz o Apóstolo: Sede como eu, que, sendo judeu de nascimento, segui um critério espiritual e abandonei as considerações exclusivamente materiais. Porque também eu sou como vós, isto é, sou homem. Depois, com discrição e delicadeza, recorda-lhes a sua afeição por eles, para que não o considerem como inimigo. E adianta: Irmãos, em nada me ofendestes; como se dissesse: «Por isso, não penseis que eu vos queira ofender».

Acrescenta ainda: Meus filhos, para que o imitem como a um pai. Por quem sinto novamente as dores da maternidade até que Cristo Se forme em vós. Isto o dizia personificando a Igreja, nossa mãe; de facto, noutra passagem, afirma: Fiz-me generoso para convosco, como a mãe que alimenta os seus filhos.

Cristo forma-Se, pela fé, naquele que acredita, no homem interior, chamado à liberdade da graça, manso e humilde de coração, que não se envaidece com os méritos das suas ações, que nada valem, mas atribui todo o mérito à graça divina. A este pode chamar um dos seus pequenos irmãos e identificá-lo consigo mesmo Aquele que disse: Tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes. Cristo é formado naquele que recebe a forma de Cristo; e recebe a forma de Cristo quem se une a Ele com amor espiritual.

O resultado deste amor espiritual é a imitação perfeita de Cristo, na medida em que isto lhe é possível. Quem diz que está em Cristo, afirma São João, deve viver como Ele viveu.

Como os seres humanos são concebidos por suas mães e nelas se vão formando e, uma vez formados, se dão à luz e nascem, pode surpreender-nos a afirmação citada: Por quem sinto novamente as dores da maternidade, até que Cristo Se forme em vós. A não ser que entendamos estas dores da maternidade como referência às angústias e cuidados com que o Apóstolo os formou até nascerem em Cristo; e novamente sente as dores da maternidade por causa dos perigos da sedução com que os vê perturbados. Esta solicitude que lhe causa tantos cuidados a respeito deles, e que ele compara com as dores da maternidade, pode durar até que eles cheguem à medida da estatura de Cristo na sua plenitude, de modo que já não se deixem arrastar por qualquer vento de doutrina.

Por conseguinte, quando diz: Por quem sinto novamente as dores da maternidade, até que Cristo Se forme em vós, não se refere ao início da fé, pela qual já tinham nascido, mas ao fortalecimento e aperfeiçoamento na fé. A estas dores da maternidade se refere também noutra passagem, com palavras diferentes, quando diz: E, além de tudo isto, a minha preocupação de cada dia, o cuidado solícito de todas as Igrejas. Quem é fraco, sem que eu também o seja? Quem se escandaliza, sem que eu não me consuma?



Do Comentário de Santo Agostinho, bispo, sobre a Epístola aos Gálatas (Nn. 37.38: PL 35, 2131-2132) (Sec. V)

Padre… eu matei!


Num confessionário cabe todo o mundo. O confessionário é um lugar de missão. É como ir a terras desconhecidas e evangelizar, anunciar a redenção de Cristo, a sua misericórdia pelo homem, anunciar o Amor de Deus a quem ainda não O conhece.

Num confessionário entra muita dor, muito sofrimento, muita necessidade de ser escutado, de compartilhar situações que não podem mais ser suportadas em solidão; num confessionário entra muito desejo de ser perdoado.

É grandiosa a obra que Deus realiza nos peregrinos que chegam ao Santuário de Pompeya, em Buenos Aires.

Já ouvi a confissão de adultos que mataram. E também de jovens.

Um me disse que não tinha matado em defesa própria, mas para roubar. Ele estava arrependido pelo ato terrível que tinha cometido. Aquilo o tinha transtornado. Quando ele veio até mim, tinha nas mãos uma Bíblia. Disse que queria sair daquela situação. Que queria mudar.

Já passei por vários casos de pessoas que tinham matado. Elas achavam que Deus não podia perdoá-las. Será mesmo que Ele pode? Eu lhes respondo que sim. Digo isso com toda a alma, com força, com toda a clareza. Deus se fez homem para estar conosco. Ele veio para perdoar, para amar, para abraçar. Ele se encarnou para caminhar conosco.

O perdão de Deus é uma força de amor que nos concede a dor pelo mal que cometemos; uma dor que vai muito além do sentimento natural de desgosto pelo mal que fizemos; e também a vontade de repará-lo, de corrigir a nossa vida.

Muitas mães vieram até o meu confessionário com a dor de ter abandonado os seus filhos. Mesmo depois de já terem passado muitos anos. Por diversas razões: porque tinham perdido o trabalho e não sabiam como fazer para lhes dar de comer, ou porque o marido as tinha abandonado, ou pelas duas razões.

Há mulheres que me procuram muitos anos depois, ainda com esse peso. Não conseguem apagar o que fizeram: abandonar seus filhos pequenos que tiveram de crescer com os avós ou com os tios. Ou com estranhos.

Pedem perdão, tentam se justificar com a necessidade, mas sempre com uma grande dor, da qual não conseguem se libertar. São mães que sabem que, em vários casos, cometeram um crime – e isso amargurou a sua vida, embora deem explicações e mais explicações sobre os motivos que tiveram. 

São Miguel Febres


Nascido no Equador, em 1854, São Miguel Febres recebeu como nome de batismo Francisco. Nasceu com uma grave deformação física nos pés, mas seus pais amaram, acima de tudo, aquele filho do Senhor. Sua deficiência não o impediu de dar passos concretos para a vontade de Deus.

O santo entrou para a Congregação dos Lassalistas depois de conhecer a vida religiosa e, ali, foi dando frutos para o Reino de Deus. Dotado de muitos dons para lecionar e escrever, pertenceu à Academia de Letras do Equador. Prestou um grande serviço em Quito, no colégio de La Salle coordenando 1200 crianças. Em tudo buscou a vontade de Deus.

Numa pobreza interior muito grande, a infância espiritual foi o seu segredo; colocou-se no lugar do ser humano, que é o coração de Deus. Totalmente dependente d’Ele e amando o próximo, seu nome de batismo era Francisco, mas seu nome religioso era Miguel. Mais do que uma mudança de nome, uma mudança constante de vida.

Como todos os santos, conseguiu corresponder ao belo chamado do Senhor. São Miguel Febres deu o seu testemunho até o último instante. Quando, no Equador, rompeu-se a perseguição aos cristãos e um grande levante anticlerical, por obediência este santo foi para a Europa. Lá, ele pôde lecionar línguas.

Em 1910, ele partiu para a glória. Suas últimas palavras foram: “Jesus, José e Maria, eu vos dou o meu coração e a minha alma”. Palavras essas que bem representam toda uma vida entregue nas mãos de Deus.

Rezemos, pedindo a intercessão desse santo para que a nossa vida seja assim também.


Santo Irmão Miguel, amigo de crianças e jovens, curado numa aparição da Virgem Maria das pernas entrevadas, que tantos favores já obtiveste de Deus para teus devotos, alcança-me, te peço com fervor, a graça, (pedido). Por Nosso Senhor Jesus Cristo.Amém.


São Miguel Febres, rogai por nós!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Cardeal Muller dá interpretação final da Amoris Lætitia


Na semana passada foi publicada uma entrevista com o Cardeal Gerhard Muller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Além do Papa, é ele que tem autoridade para interpretar os documentos da Igreja de acordo com o Magistério, como ele próprio diz na entrevista.

Nos últimos meses surgiram entre alguns bispos dúvidas sobre a interpretação correcta da exortação apostólica Amoris Lætitia. Nesta entrevista o Cardeal Muller não disse nenhuma novidade, mas voltou a esclarecer que a única interpretação possível da Amoris Lætitia é a que está de acordo com o Catecismo da Igreja Católica.

Aqui fica parte da entrevista:
  
Pode haver alguma contradição entre a Tradição e a própria consciência?

Não, é impossível. Por exemplo, não se pode dizer que haja circunstâncias em que um adultério não constitui um pecado mortal. Para a doutrina católica é impossível a coexistência entre o pecado mortal e a graça santificante. Para superar esta absurda contradição, Cristo instituiu para os fiéis o Sacramento da Penitência e Reconciliação com Deus e com a Igreja.

Esta é uma questão que se discute muito a propósito do debate em torno da exortação pós-sinodal Amoris Lætitia.

Amoris Lætitia deve ser interpretada claramente à luz de toda a doutrina da Igreja. (...) Eu não gosto disto, não está certo que tantos bispos estejam a interpretar a Amoris Lætitia de acordo com a sua maneira de entender o ensinamento do Papa. Isto não está de acordo com a doutrina Católica. O magistério do Papa é interpretado apenas por ele ou pela Congregação para a Doutrina da Fé. O Papa interpreta os bispos, não são os bispos que interpretam o Papa, isto é uma inversão da estrutura da Igreja Católica. Eu insisto com todos os que estão a falar demais para estudarem a doutrina sobre o papado e o episcopado. O bispo, como mestre da Palavra, tem que ser primeiro bem formado para não cair no risco do cego a guiar os cegos. (...)

A exortação Familiaris Consortio de São João Paulo II estipula que os casais divorciados e recasados que não se podem separar, para receberem os sacramentos, têm que decidir viver em continência. Este requisito ainda é válido?

Claro, não é dispensável. Porque isto não é apenas uma lei positiva de João Paulo II. Ele expressou um ensinamento essencial da teologia moral Cristã e da teologia dos sacramentos. A confusão neste ponto também tem a ver com a incapacidade de aceitar a encíclica Veritatis Splendor, com a doutrina clara sobre o "intrinsece malum." (...) Para nós o matrimónio é a expressão da participação na união entre o noivo, Cristo, e a Igreja, sua noiva. Isto não é, como alguns diziam durante o Sínodo, uma analogia simples e vaga. Não! É a substância do sacramento, e nenhuma autoridade no céu ou na terra, nem um anjo, nem o Papa, nem um concílio, nem a lei dos bispos, tem o poder para mudar isso. 

Austrália: Bispos se desculpam por fracasso ante crise de abusos sexuais


Alguns dias antes da Comissão Real de Resposta Oficial dos Abusos Sexuais de Menores na Austrália começar a sua audiência final sobre a resposta da Igreja a esta crise, os bispos do país emitiram várias declarações expressando seu pesar pelas falhas ocorridas e se comprometeram a proteger os menores de idade.

“Profundamente consciente da dor causada pelo abuso, peço mais uma vez desculpas em nome da Igreja Católica”, expressou o Arcebispo de Melbourne e Presidente da Conferência Episcopal da Austrália, Dom Denis Hart, em uma carta dirigida aos fiéis em 5 de fevereiro.

“Sinto o dano causado à vida das vítimas de abuso sexual. Como disse recentemente o Papa Francisco, ‘é um pecado que nos envergonha’”, sublinhou.

De acordo com inúmeros testemunhos recolhidos, 384 sacerdotes diocesanos, 188 sacerdotes religiosos, 579 religiosos e 96 religiosas foram acusados de cometer abusos sexuais contra menores desde 1950.

Também foram realizadas denúncias contra aproximadamente 543 trabalhadores leigos da igreja e outras 72 pessoas cujo status religioso é “desconhecido”.

Entre os institutos religiosos, 40% dos membros dos Irmãos de São João de Deus na Austrália foram acusados de abuso sexual infantil. Assim como mais de 20% dos Irmãos Cristãos, Salesianos e Irmãos Maristas.

O Arcebispo emitiu a declaração enquanto a Comissão Real Oficial dos Abusos Sexuais de Menores começava a revisão final – de três semanas de duração – sobre como a Igreja Católica na Austrália havia respondido às acusações.

A comissão foi estabelecida em 2013 e investiga o controle das denúncias de abuso sexual infantil dos grupos religiosos, escolas, organizações governamentais e associações esportivas. 

Em seu comunicado, o Arcebispo Hart assinalou que durante a próxima audiência muitos bispos do país e líderes católicos darão seus testemunhos, explicando o que a Igreja fez até agora para mudar a “antiga cultura” que permitiu que o abuso continuasse durante tanto tempo, assim como o que está sendo feito atualmente para proteger as crianças. 

Papa: "A esperança é fonte de conforto recíproco".


PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Não se aprende, sozinho, a esperar. Não é possível. A esperança, para se alimentar, precisa dum «corpo», no qual os vários membros se apoiem e animem mutuamente. Isto significa que esperamos, porque muitos irmãos e irmãs nos ensinaram a esperar e mantiveram viva a nossa esperança. A morada natural da esperança é um «corpo» solidário; no caso da esperança cristã, este corpo é a Igreja. Nela, os primeiros chamados a alimentar a esperança são aqueles a quem está confiado o cuidado e a orientação pastoral; e não por serem melhores do que os outros, mas em virtude dum ministério divino, que supera de longe as suas próprias forças. Por isso têm tanta necessidade do apoio orante, do respeito e compreensão de todos. Depois dos responsáveis, o apóstolo Paulo pede a nossa atenção aos irmãos e irmãs cuja esperança corre maior risco de apagar-se: os desanimados, os frágeis, os oprimidos pelo peso da vida e das próprias culpas que estão sem forças para se levantar. Nestes casos, a proximidade solidária da Igreja deve fazer-se ainda mais intensa e amorosa, sob as formas de compaixão, conforto e consolação. Como escreve Paulo aos Romanos, «nós, os fortes, temos o dever de carregar com as fraquezas dos que são frágeis e não procurar aquilo que nos agrada». Este dever não está circunscrito aos membros da comunidade eclesial, mas estende-se a todo o contexto civil e social como apelo a não criar muros mas pontes, a não pagar o mal com o mal mas vencer o mal com o bem, a ofensa com o perdão, a viver em paz com todos. Esta é a Igreja; e isto é o que realiza a esperança cristã, quando assume os lineamentos fortes e, ao mesmo tempo, ternos do amor. Ora o sopro vital, a alma desta esperança é o Espírito Santo; é Ele a moldar as nossas comunidades, num Pentecostes perene, como sinais vivos de esperança para a família humana.