Hoje, segundo domingo da Quaresma, prosseguindo o caminho penitencial, a liturgia, depois de nos ter apresentado, no domingo passado, o Evangelho das tentações de Jesus no deserto, convida-nos a refletir sobre o acontecimento extraordinário da Transfiguração na montanha. Considerados juntos, os dois episódios antecipam o Mistério Pascal: a luta de Jesus com o tentador introduz o grande duelo final da Paixão, enquanto a luz do seu Corpo transfigurado antecipa a glória da Ressurreição. Por um lado vemos Jesus plenamente homem, que partilha conosco até a tentação, por outro, contemplamo-lo como Filho de Deus, que diviniza a nossa humanidade. Deste modo, poderíamos dizer que estes dois domingos servem de pilares sobre os quais se baseia todo o edifício da Quaresma até a Páscoa, e aliás, toda a estrutura da vida cristã, que consiste essencialmente no dinamismo pascal: da morte à vida ( cf. Mt 17, 1-9).
É mais fácil reconhecer a presença de Deus quando tudo vai bem, difícil é reconhecê-la quando as coisas vão mal. Nesses momentos, parece que Deus não ouve, não atende, não liga para nós. São momentos nos quais a nossa fé é provada, a nossa virtude pode ser evidenciada e os frutos podem amadurecer.
A caminho de Jerusalém, Jesus faz o primeiro anúncio da Paixão. Disse que iria sofrer e padecer em Jerusalém, e que morreria às mãos dos príncipes dos sacerdotes, dos anciãos e dos escribas. Os apóstolos tinham ficado aflitos e tristes com a notícia; por outro lado, alguns discípulos esperavam um messias político que vencesse pela força de um exército dominador o poder dos romanos, de cujo jugo desejavam ver-se livres. O caminho da salvação esperado pelos discípulos é bem diferente!
Tendo em conta tudo isso, podemos dizer que os discípulos encontravam-se bastante desnorteados e até mesmo desanimados. Para fortalecer o ânimo profundamente abalado dos discípulos, Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João e leva-os a um lugar à parte para orar. Aí, no Monte Tabor, revela-lhes a glória da divindade. “Enquanto orava, o seu rosto transformou-se e as suas vestes tornaram-se resplandecentes” (Lc 9, 29). Foi então que Pedro, extasiado, exclamou: “Senhor, é bom estarmos aqui. Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias” ( Mt 17, 4 ).
A transfiguração do Senhor é um consolo. São Beda diz que o Senhor, “numa piedosa autorização, permitiu que Pedro, Tiago e João fruíssem durante um tempo muito curto da contemplação da felicidade que dura para sempre, a fim de fortalecê-los perante a adversidade”. A lembrança desses momentos ao lado do Senhor, no Tabor, foi sem dúvida uma grande ajuda nas várias situações difíceis em que estes três Apóstolos viriam a passar. A transfiguração ficou tão gravada na mente dos três apóstolos que estavam com Jesus que anos mais tarde São Pedro lembrar-se-ia deste fato na sua segunda epístola: “Este é o meu filho muito amado, em quem tenho posto todo o meu afeto”. Esta mesma voz que vinha do céu nós a ouvimos quando estávamos com ele no monte santo” (2 Ped 1,17-18). Ele, Jesus, continua dando-nos o consolo – quando necessário – para podermos continuar caminhando e para que nunca desistamos. É preciso que façamos muitos atos de esperança, uma virtude muito importante para todos os membros desse estado da Igreja que nós chamamos de “militante”. Somos os que combatem e somos combatidos, a nossa força vem do Senhor, nele nós esperamos.
Quando passarmos por provas espirituais difíceis, quando parecer que Deus não nos ouve, que ele está longe de nós, que muda de planos e que “não está nem aí” para os meus planos, lembremo-nos do despojamento do Senhor. Os discípulos de Jesus têm uma sensação semelhante diante do anúncio da Paixão e do seguimento exigido por Jesus: encontravam-se diante de um projeto que eles não tinham imaginado. E agora, vale a pena Vale a pena, discípulos de Cristo Você que lê esse texto: vale a pena? Hoje em dia, você e eu só estamos no serviço do Senhor porque aqueles primeiros viram que valia a pena. Nós também, pessoalmente, vimos que vale a pena e estamos com Jesus.
Os discípulos da transfiguração são os mesmos do Monte das Oliveiras, os da alegria são também os da agonia. É preciso acompanhar o Senhor em suas alegrias e em suas dores. As alegrias preparam-nos para o sofrimento e o sofrimento por e com Jesus dá-nos alegria. Os discípulos, que estavam desanimados diante do Mistério da Cruz, são consolados por Jesus na transfiguração e preparados para os acontecimentos vindouros, como, por exemplo, o terrível sofrimento que Ele padecerá no Getsêmani. Vale a pena segui-lo Certamente.
Animemo-nos, irmãos e irmãos, a nossa pátria é o céu. Para o povo de Israel estar em qualquer lugar que não fosse Jerusalém era estar exilado, fora da pátria; para o cristão, todo este mundo é um exílio, já que a sua pátria é o céu, para lá se encaminha. Mas, paradoxalmente, qualquer lugar neste mundo é para o cristão uma pátria, pois sabe que está no mundo que é propriedade do seu Pai do céu. O nosso desejo de eternidade não anula as nossas responsabilidades para com esse mundo tão amado por Deus e por cada um de nós. Jesus mesmo mostra aos seus discípulos que deve ser assim quando, diante da proposta de Pedro para fazerem três tendas no monte Tabor, desce para continuar junto com eles a sua missão evangelizadora.
É mais fácil reconhecer a presença de Deus quando tudo vai bem, difícil é reconhecê-la quando as coisas vão mal. Nesses momentos, parece que Deus não ouve, não atende, não liga para nós. São momentos nos quais a nossa fé é provada, a nossa virtude pode ser evidenciada e os frutos podem amadurecer.
A caminho de Jerusalém, Jesus faz o primeiro anúncio da Paixão. Disse que iria sofrer e padecer em Jerusalém, e que morreria às mãos dos príncipes dos sacerdotes, dos anciãos e dos escribas. Os apóstolos tinham ficado aflitos e tristes com a notícia; por outro lado, alguns discípulos esperavam um messias político que vencesse pela força de um exército dominador o poder dos romanos, de cujo jugo desejavam ver-se livres. O caminho da salvação esperado pelos discípulos é bem diferente!
Tendo em conta tudo isso, podemos dizer que os discípulos encontravam-se bastante desnorteados e até mesmo desanimados. Para fortalecer o ânimo profundamente abalado dos discípulos, Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João e leva-os a um lugar à parte para orar. Aí, no Monte Tabor, revela-lhes a glória da divindade. “Enquanto orava, o seu rosto transformou-se e as suas vestes tornaram-se resplandecentes” (Lc 9, 29). Foi então que Pedro, extasiado, exclamou: “Senhor, é bom estarmos aqui. Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias” ( Mt 17, 4 ).
A transfiguração do Senhor é um consolo. São Beda diz que o Senhor, “numa piedosa autorização, permitiu que Pedro, Tiago e João fruíssem durante um tempo muito curto da contemplação da felicidade que dura para sempre, a fim de fortalecê-los perante a adversidade”. A lembrança desses momentos ao lado do Senhor, no Tabor, foi sem dúvida uma grande ajuda nas várias situações difíceis em que estes três Apóstolos viriam a passar. A transfiguração ficou tão gravada na mente dos três apóstolos que estavam com Jesus que anos mais tarde São Pedro lembrar-se-ia deste fato na sua segunda epístola: “Este é o meu filho muito amado, em quem tenho posto todo o meu afeto”. Esta mesma voz que vinha do céu nós a ouvimos quando estávamos com ele no monte santo” (2 Ped 1,17-18). Ele, Jesus, continua dando-nos o consolo – quando necessário – para podermos continuar caminhando e para que nunca desistamos. É preciso que façamos muitos atos de esperança, uma virtude muito importante para todos os membros desse estado da Igreja que nós chamamos de “militante”. Somos os que combatem e somos combatidos, a nossa força vem do Senhor, nele nós esperamos.
Quando passarmos por provas espirituais difíceis, quando parecer que Deus não nos ouve, que ele está longe de nós, que muda de planos e que “não está nem aí” para os meus planos, lembremo-nos do despojamento do Senhor. Os discípulos de Jesus têm uma sensação semelhante diante do anúncio da Paixão e do seguimento exigido por Jesus: encontravam-se diante de um projeto que eles não tinham imaginado. E agora, vale a pena Vale a pena, discípulos de Cristo Você que lê esse texto: vale a pena? Hoje em dia, você e eu só estamos no serviço do Senhor porque aqueles primeiros viram que valia a pena. Nós também, pessoalmente, vimos que vale a pena e estamos com Jesus.
Os discípulos da transfiguração são os mesmos do Monte das Oliveiras, os da alegria são também os da agonia. É preciso acompanhar o Senhor em suas alegrias e em suas dores. As alegrias preparam-nos para o sofrimento e o sofrimento por e com Jesus dá-nos alegria. Os discípulos, que estavam desanimados diante do Mistério da Cruz, são consolados por Jesus na transfiguração e preparados para os acontecimentos vindouros, como, por exemplo, o terrível sofrimento que Ele padecerá no Getsêmani. Vale a pena segui-lo Certamente.
Animemo-nos, irmãos e irmãos, a nossa pátria é o céu. Para o povo de Israel estar em qualquer lugar que não fosse Jerusalém era estar exilado, fora da pátria; para o cristão, todo este mundo é um exílio, já que a sua pátria é o céu, para lá se encaminha. Mas, paradoxalmente, qualquer lugar neste mundo é para o cristão uma pátria, pois sabe que está no mundo que é propriedade do seu Pai do céu. O nosso desejo de eternidade não anula as nossas responsabilidades para com esse mundo tão amado por Deus e por cada um de nós. Jesus mesmo mostra aos seus discípulos que deve ser assim quando, diante da proposta de Pedro para fazerem três tendas no monte Tabor, desce para continuar junto com eles a sua missão evangelizadora.