Diferente do que
muitos pensam, a bíblia menciona em diversas passagens a possibilidade do
celibato. A ideia de vida consagrada não surgiu dentro do ambiente eclesial, ao
contrário disso, o próprio Jesus Cristo manifestou sua vontade de possuir
homens que dedicassem suas vidas inteiramente ao Reino de Deus.
A primeira
referencia que encontramos, está no evangelho segundo Mateus:
“Eunucos por amor ao Reino de Deus”
Mt 19,10-12 – “Os discípulos disseram-lhe: Se é assim a condição do homem em
relação a mulher, não vale a pena casar-se. Eles acrescentou: Nem todos são
capazes de compreender essas palavra, mas só aqueles a quem é concedido. Com
efeito, há eunucos que nasceram assim, do ventre materno. E há eunucos
que foram feitos eunucos pelos homens. E há eunucos que se fizeram eunucos por causa do Reino dos Céus. Quem tiver capacidade para
compreender, compreenda!”
Alguns versos
antes desses aqui expostos (Mt 19,1-9),
mostra-nos Jesus em conversa com os Fariseus a respeito do “matrimônio”. Cristo
ensina que o casamento é insolúvel e aquele que larga sua esposa para desposar
outra mulher, comete adultério. Como conclusão dessa conversa, os apóstolos
questionam o Senhor sobre tal prática e concluem que o ideal seria não se casar. Em reposta, Jesus usa de exemplo uma
posição que na época antiga, em alguns casos, eram de homens que trabalhavam
como servidores domésticos: o eunuco.
Eunuco é um homem
que não possui os “testículos” por motivos congênitos (má formação no período
de gestação) ou porque teve seu órgão removido por orquidectomia (remoção dos
testículos), em outras palavras, são homens “celibatários” de forma
involuntária. Jesus Cristo usa dessa ideia para dizer aos discípulos que alguns
são eunucos não por escolha, mas por consequência ou obrigatoriedade,
entretanto, o messias coloca uma nova classe: os eunucos que assim se tornaram
por amor ao Reino de Deus. Esses novos eunucos, se ofertaram por amor ao Reino
e optaram por não se casar. Os eunucos do reino não passaram por uma espécie de
castração física, mas sim, optaram pela castidade por amor a Deus e aos irmãos.
Cristo deixa isso claro ao dizer que o celibato é possível ao decidir-se por
guardar os ímpetos carnais.
As próximas
referencias que identificamos sobre o celibato, encontram-se no capítulo 7
(sete) da primeira carta aos coríntios. Em alguns versículos, conseguiremos
visualizar que o pensamento paulino sobre a castidade é a principal formação da
Igreja usada até os nossos dias.