sábado, 2 de setembro de 2017

Santa Doroteia


Nascida em Cesareia da Capadócia no Século III, Santa Doroteia teve seus pais martirizados. Em sua liberdade e formação herdada principalmente dos pais, Doroteia escolheu viver sua juventude na castidade perfeita (virgindade consagrada), em jejum e com muita oração, atraindo desta maneira a afeição daqueles que eram testemunhas de sua humildade, doçura e prudência.

Doroteia foi uma das primeiras vítimas do governador Fabrício, que recebeu ordens imperiais para exterminar a religião cristã. Após um interrogatório, que não a fez renunciar a Jesus, ela continuava cheia de alegria, e dizia: “Tenho pressa de chegar junto de Jesus, meu Senhor, que chamou para si os meus pais”.

Teófilo, um advogado, em tom de brincadeira, disse para Doroteia que enviasse do jardim de seu esposo frutos ou rosas, e Doroteia, levando a sério, disse que se ele acreditasse em Deus ela faria o que ele havia pedido.

Aconteceu que antes dela morrer, pediu uns instantes para rezar, chamou um menino de seis anos e entregou-lhe o lenço com o qual havia enxugado o rosto a fim de que chegasse para o advogado Teófilo.


O menino entregou o lenço, justamente na hora em que Doroteia foi decapitada (no ano de 304) e Teófilo entendeu a mensagem de Cristo, e de perseguidor dos cristãos, converteu-se pelo testemunho e intercessão da santa mártir aceitando livremente morrer decapitado por causa do nome de Jesus.


Santa Dorotéia, que conservastes com cuidado o lírio da pureza, obtende a bondade do Senhor, de conservar íntegra em nosso coração a virtude da castidade, para possuir contigo a alegria do Paraíso (Glória ao Pai). Santa Dorotéia, que com o exemplo e a palavra conservastes o Evangelho as tuas irmãs, conceda-nos a graça de sermos mensageiros de Deus, capazes de anunciar Sua Palavra com amor aos irmãos, para conduzi-los à estrada da justiça e da santidade. Gloriosa Mártir Santa Dorotéia, que do céu mandaste um cesto de frutos e flores ao seu perseguidor Teófilo, e ele, experimentando no íntimo da alma a tua bondade e a tua glória, se converteu ao cristianismo, obtende-nos a graça de vivermos fielmente o nosso batismo, anunciando à todos a fé e, levar assim, o nosso atributo para realizar na terra a paz e o amor. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Amém.


Santa Doroteia, rogai por nós!

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Não somos deuses


“O sonho do ser humano é ser Deus e seu pesadelo é ver-se obrigado a simular que alcançou esse propósito”. - Guilhermo Cabreira Infante, escritor cubano radicado em Londres

A serpente disse à mulher: “não, não morrereis! Mas Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e vós sereis como deuses” (Gn 3,4. 5).

A primeira e a mais soberba e exacerbada  das tentações é querermos ser como Deus ou até mesmo sermos deuses. Como exemplo, Pedro se recusou a ser tratado como um deus (At 10,26), enquanto Herodes aceitava o título de “deus” (At 12,22-23). Herodes, no entanto, “... roído de vermes, expirou.” (At 12,23). Quando Paulo e Barnabé ouviram a multidão chamando-os de deuses, pelos nomes de “Mercúrio” e de “Júpiter”, perceberam como era grande essa tentação. “Ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram seus mantos e precipitaram-se em meio à multidão e disseram: amigos, que estais fazendo? Nós também somos seres humanos, sujeitos aos mesmos sofrimentos que vós” (At 14, 15). De modo a corrigir o povo sobre o erro de atribuir divindade a eles (At 14,14-15). Contrariamente ao que é pregado por outros cultos, nós não somos deuses.

Ao invés de cada um de nós tornarmo-nos deuses, Deus se fez um de nós. Ele se fez um ser humano. Ao invés de nos fazer homens-deuses, Ele se fez Deus-homem. Desse modo, nós não tornamos Deus, mas podemos ter parte  em sua natureza divina (2 Pd 1,4) e “... a fim de que, por ele, nos tornemos justiça de Deus.” (2 Co 5,21). Podemos até mesmo ter Deus, o Pai, Filho, e Espirito Santo estabelecendo uma morada conosco (Jo 14,23). Não somos deuses; somos tabernáculos e templos de Deus (1Co 6,19) (1).

Somos pecadores que carecem do perdão, de mudanças via a graça maravilhosa de Cristo e de progressiva santificação no amor de Deus. A nossa vida deve caminhar na humildade e simplicidade da doutrina do Evangelho de Jesus. 

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O rico, o pobre, o sofrimento, a morte...


Caríssimos irmãos e irmãs, a sagrada liturgia vem nos exortar, mais uma vez quanto ao nosso relacionamento com as riquezas terrestres e bens materiais que possuímos. Como estamos lidando com eles? Estamos colocando eles como sendo as coisas mais importantes de nossas vidas? Eles estão nos cegando? A primeira leitura nos mostra que Deus chama a atenção daqueles que vivem despreocupados, dos que só pensam em esbanjar as riquezas e os bens que possuem e curtir a vida sem ligar para nada, com um coração fechado para Deus e para o pobre; com um coração seco, egoísta e avarento que não foi tocado pela graça de Deus pois fechou-se em si mesmo - e nem liga para isso; pois Deus, para uma pessoa com uma alma que se encontra assim, está muito longe do seu pensamento. Uma pessoa assim não quer nem saber de Deus; e quando, por benevolência do Criador, pensa em Deus, não quer desapegar do seu tesouro, pois não tem coragem. Deus se torna algo ameaçador e desconfortável para ela; tal pessoa não quer se por sob autoridade do Pai. Seu coração e sua mente estão em outro lugar. Onde está o teu tesouro, ai estará teu coração.

Ai dos que vivem despreocupadamente em Sião. Ora, isso é o mesmo que dizer: Ai dos que vivem preocupados demais com as coisas desse mundo passageiro e não com Deus, porque estão ocupados demais em amontoar, com avidez, tesouros corruptíveis; em inflar seu orgulho com suas posses; em colocar sua segurança nesses mesmos bens e mesmo assim não se sentem satisfeitos. Tudo isso é passageiro; a traça e a ferrugem corroem. E é nesse sentido que a voz de Deus se levanta contra esse mundo materialista, descrente e de propostas ilusórias quando nos diz claramente o próprio Jesus Cristo, Nosso Senhor: “de que adianta ganhar o mundo inteiro se vier a perder sua alma?” E ainda: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. Bem claro fica que Deus não quer que seus filhos sejam escravos do dinheiro. Isso é idolatria. Deus não quer que seus queridos filhos, pelos quais Jesus sofreu a paixão e morreu na cruz, mergulhem numa cegueira demoníaca que é a busca e gozo desenfreado pelo dinheiro. Ora, uma vez dentro, é difícil sair.

Amados, para complementar com mais sentido esta nossa reflexão, e sem excluir o caráter de exortação, o Apóstolo São Paulo, na segunda leitura, nos ensina o dever do cristão de fugir das coisas perversas; fugir daquilo que desagrada a Deus e por isso não convém ao batizado. O pecado mortal que causa o coração duro e torna a alma insensível deixando-a cega pelo amor ao dinheiro e às riquezas terrenas, é uma dessas coisas perversas que o Apóstolo nos adverte a fugir. A avareza e o orgulho são pecados mortais, perversidades que rodeiam os filhos de Deus e atacam como um leão feroz a qualquer das almas visando devorá-las e consumi-las por dentro. Dentro de nós, em nossa alma; eis o campo de batalha no qual somos chamados a lutar o bom combate da fé. Irmãos e irmãs caríssimos, é justamente na alma, na vida interior que se encontra um bem maior, a nossa vida espiritual, que Deus deixou em nós e que o inimigo, o diabo, quer destruir com a suas propostas sedutoras, porém pecaminosas e mortíferas, como é a proposta materialista, como já disse, da busca e gozo insaciáveis por dinheiro, posses e prazeres. É na alma de cada um que pode crescer o bem ou o mal, o fruto bom ou o fruto ruim. Depende de como acolhemos, ou melhor, depende de que tipo de terreno nos dispomos a ser.

Enfim chegamos ao Evangelho, caríssimos filhos do Bom Pai. E a história já a conhecemos por demais: o rico, o pobre, o sofrimento, a morte, o céu, o inferno, a suplica… Mesmo assim ainda vale, e sempre valerá, uma profunda reflexão sobre esse ensinamento de Cristo. Ora, havia um homem rico; mas rico tão somente de bens materiais e corruptíveis e pobre de tesouros espirituais e eternos; ele era rico para o mundo, mas era pobre para com Deus, a tal ponto de ter um semelhante a ele bem próximo de sua casa, bem próximo de sua vida, onde tinha meios abundantes para socorrer o pobre Lázaro. Talvez sequer tenha percebido a existência de Lázaro ao pé de sua porta, gritando os mais altos pedidos de ajuda que a sua necessidade evidenciava. Aquele era um filho de Deus. Mas o que se passava com aquele rico? Como era sua vida? Que fizera ele? Quanto a isso, que pensar senão aquilo sobre o que já foi dito antes? A saber: o coração duro, escravo das riquezas. De fato, são muitas as pessoas que, como o rico da parábola, têm bem próximo de si Lázaros da vida em relação aos quais não prestam a louvável e preciosíssima virtude de caridade. E não estou falando de pessoas ricas apenas; estou falando de todos nós, eu e você. Se nós, ricos ou pobres, não abrirmos nossa alma a Deus, se nós não buscarmos conversão diária, o combate, nosso coração não será diferente do coração rico da parábola e, talvez, o fim seja o mesmo. Àquele rico talvez, fosse dado misericórdia, se ele tivesse feito um gesto concreto de caridade sincera para com aquele pobre diante de Deus, o que teria sido um gesto feito ao próprio Jesus; um ato de bondade é um sinal de que Deus age por meio de nós, é uma esperança de salvação. E como uma alma pode se tornar insensível assim para as coisas eternas nos dias de hoje? É muito simples. Basta, no mínimo, ter uma vida razoável, saúde, dinheiro, não ter sofrimentos e não ter contratempos com o que quer que seja. Basta viver despreocupadamente em seus altares em suas casas confortáveis, gozar de seus bens e prazeres, ir para seus trabalhos dia a dia, o que não parece ser problema algum. Então, qual o problema afinal? O problema, irmãos caríssimos, está em esquecer de Deus e do próximo.

Ora, amados, o Inimigo de Deus não parece estar interessado em perder as nossas almas aparecendo diretamente diante de nós e nos arrastando para o inferno, ou causando grandes estragos ou fenômenos sobrenaturais para nos assustar, na maioria dos casos ele não vem literalmente onde nós estamos e nos obriga a pecar e perecer. O diabo não age às vistas. Sua ação é em escondido. É sutil. Para ele pode ser suficiente que os cristãos sejam batizados tenham alguma, ou nenhuma, vida espiritual, e que vivam tranquilos em suas casas e em seus trabalhos, mas sem pensar em Deus. E se pensar em Deus que seja em um deus particular, ajustado aos caprichos do homem e não em um Deus verdadeiro. Para o Inimigo pode ser o bastante que o católico viva sua vida em paz, falsa paz, e deixe Deus de lado, pois ele não quer que o homem se preocupe com as coisas de Deus ou com religião, mas antes, quer as pessoas todas cegas desleixadas e frouxas sem coragem nem força de ir à Missa e sem determinação para abandonar os seus pecados. O inimigo das almas também não quer que essas pensem na morte, antes deseja que todos vivam como se ela não existisse, como se fosse proibido tocar no assunto porque deixa todo mundo triste. Não é politicamente correto falar sobre morte, pois é deprimente saber que essa vida tem um fim, que eu tenho fim. Mais proibido ainda é dizer que, no dia de tal morte, o homem dever prestar conta de seus atos à alguém; é proibido dizer que tem pessoas agindo errado e que suas obras vão ser julgadas por Deus no dia da morte. Isso é impensável, um absurdo. Quem imaginaria uma coisa horrível dessas? Porém, caros irmãos e irmãs, a morte é uma realidade implacável e inevitável para os homens, que cai sobre o pobre e sobre o rico. A morte não faz distinção por carteiras. É uma coisa que inquieta, e até assusta os despreparados. 

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A Verdade é uma Pessoa


Todos os dias eu peço à Santíssima Virgem Maria que me ajude a enunciar claramente a Verdade que ela portou no ventre.

Além de súplica de filho que olha para as mãos da mãe como a serva as da sua senhora (Sl. 122,2), é uma lembrança a mim mesmo da centralidade absoluta da Encarnação do Verbo. O Verbo Se fez Carne (Jo 1,14); a Palavra de Deus, que é a própria Verdade (Jo 14,6), tornou-Se um bebezinho no ventre imaculado de Sua mãe, nasceu, cresceu (Lc 2,52), caminhou, comeu, bebeu, morreu na Cruz por nós e por nós ressuscitou como primícia dos que morremos (1Cor 15,4).

O fato de a Verdade ser uma Pessoa, de a Verdade ter andado entre nós e fazer-Se ainda presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade no Santíssimo Sacramento do altar (Jo 6,55), é o ponto central da Boa-Nova evangélica. Sócrates, diz-nos Platão, amou a verdade. Era ela, contudo, uma verdade apenas mental, uma mera adequação do intelecto à realidade circundante. Nós temos, no Cristo, a chance de amar a Verdade que é Pessoa e, nesta mesmíssima Verdade, amar à sua luz o próximo.

Ele mesmo, que é a própria Verdade, nos disse que devemos amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mc 12, 29–31). E como é isso, de nos amarmos? Como é um amor verdadeiro a si próprio, que possa servir de modelo para o nosso amor para com o próximo? O enunciado deste duplo mandamento já nos dá uma dica importante. Primeiro, devemos amar a Deus sobre todas as coisas, ou seja, nunca preferir uma criatura ao Criador. Isto ocorre porque, como nos ensina São Tomás de Aquino a partir da revelação da Sagrada Escritura (Ex 3,14), só Deus efetiva e objetivamente é. Apelando para a riqueza do nosso vernáculo, a aproveitando que ninguém vai ter a inglória tarefa de traduzir este arrazoado verborrágico para outro idioma, podemos dizer que nós não somos, mas estamos. Só somos na estrita medida em que participamos do Ser de Deus, como o que é gelado participa do gelo sem ser gelo, como o ferro em brasa participa do fogo sem ser fogo.

Temos, todavia, a tentação sempre presente de tentar “ser” em outra coisa que não Deus. Tentamos “ser” no prazer, no dinheiro, no poder, no status, na certeza de termos razão, na ilusão de sermos superiores, estarmos certos, salvos, que sei lá eu.

Ora, “amar uma coisa sobre Deus” é exatamente isto. É tentar “ser” em algo que não é Deus, basear a própria identidade nalgo quecomo nós mesmos sem Deusnão é capaz de ser. Quem é você? Se a resposta é algo que você tem, algo que você faz, algo que você prefere a outras coisas, você está perdendo o ponto principal. Você é um ser único, muito mais único que qualquer bem de consumo, posição social, prazer ou privilégio. E este ser foi criado por um Criador amorosíssimo, quee aí estamos de volta ao início deste textoé a própria Verdade.

Amar a Deus sobre todas as coisas, destarte, é algo que se faz amando o que cada coisa criadaeu mesmo inclusive, você inclusive, seu cônjuge, seus pais e filhos…efetivamente é em Deus. É amar aquela criatura na sua plenitude, onde ela se encontra ontologicamente pela ordem da Graça com a Pessoa por Quem tudo foi criado, Que é a própria Verdade. É amar verdadeiramente.

Daí, desse amor que acontece no terreno da Verdade, vem os corolários igualmente amorosos que o definem na prática. Quem ama um viciado em drogas, por exemplo, ama nele a abstinência, não o abuso. Quem ama um fornicador ou um adúltero ama nele a castidade que o faz elevar-se acima da triste escravidão da carne. É o que quereríamos para nós mesmos, se nos amássemos em Deus: quereríamos ser quem Deus nos criou para ser, quereríamos que aquilo em nós que não é em Deus diminuísse em benefício da presença divina que nos santifica (Jo 3,27–30), para que seja Cristo quem vive em nós (Gál 2,20). Instaurare omnia in Christo, “tudo estabelecer em Cristo”. Era este o sapientíssimo lema de S. Pio X, que pode e deve nos servir de manual para a vida. 

São Cesário de Arles


Cesário nasceu em Chalon-sur-Saône filho de Burgúndios. No momento de seu nascimento, os reis germânicos regiam Borgonha. Ao contrário de seus pais, Cesário nasceu com um sentimento muito forte e intenso para a religião, que distanciou-o de sua família grande parte de sua adolescência. Cesário saiu de casa aos dezessete anos e estudou com Bispo Sylvester por alguns anos. Depois, ele encontrou seu caminho para o mosteiro de Léris, um mosteiro sobre uma ilha, que era conhecido por ser um dínamo importante para as forças criativas do trabalho na Igreja da Gália Romana. Após a formação como um monge em Lérins, ele se dedicou a ler e aplicar as escrituras na esperança de melhorar a qualidade ea organização da vida cristã e servir os pobres. Ele rapidamente se tornou mestre de toda a aprendizagem e disciplina do mosteiro, e foi nomeado despenseiro. No entanto, ele mostrou-se impopular em Lerins, quando, como despenseiro do mosteiro, ele reteve a comida de monges, porque sentiu que não estavam suficientemente austeros. Como resultado, o Abade Porcarius retirou Cesário de seu posto quando então ele começou a parar de comer; o abade interveio e mandou Cesário ostensivamente para atendimento médico. Depois de viver em Lerins por mais de uma década e ter sua saúde cada vez debilitada por excesso de esforço, Cesário procurou uma comunidade clerical diferente em Arles.

A comunidade cristã a qual ele se juntou promoveu-lo de volta à saúde e ele logo foi eleito pelo povo como seu bispo. Na meia-idade, ele tinha "tornado-se e permaneceu como principal estadista eclesiástico e força espiritual de sua idade". Sua preocupação com os pobres e doentes era famosa em toda a Gália. Quando chegou na cidade, Cesário diz que descobriu, completamente para sua surpresa, que o bispo de Arles - Aeonius - era um conterrâneo de Chalon. Aeonius mais tarde ordenou seu jovem conterrâneo diácono e depois presbítero. Durante três anos, ele presidiu um mosteiro em Arles, mas deste edifício não sobrou um só vestígio.

Com a morte de Aeonius, cidadãos e pessoas de autoridade procederam, como o próprio Aeonius tinha sugerido, eleger Cesário, que foi consagrado bispo em 502, tendo provavelmente cerca de 33 anos de idade. No cumprimento de suas novas funções, ele foi corajoso e exibiu grande poder de adaptação. Ele fez um grande esforço para induzir os leigos a participar do ofício sagrado. Ele também pediu para que os fiéis estudassem a Bíblia em casa, e tratar a palavra de Deus com a mesma reverência como os sacramentos.

Por duas vezes ele foi acusado de traição contra Alarico II e depois contra Teodorico , mas nas duas vezes ele foi honrosamente absolvido.

Em 512, fundou o mosteiro São João de Arles, onde sua irmã era abadessa. Em 513, o Papa São Símaco lhe impôs o pálio. Uma biografia de Cesário, foi escrita por seu discípulo Cipriano, bispo de Toulon.

São Cesário presidiu diversos concílios, em 506 , ele presidiu o Concílio de Agde, foi ele também que preparou os trabalhos, sugeriu e auxiliou nas decisões do concílio. Nomeado vigário da Sé Apostólica, para e Gália e a Espanha em 514, ele convocou e presidiu vários concílios; entre os quais;o Concílio de Arles, em 524, o Concílio de Carpentras em 527, o Concílio de Vaison em 529 e o II Concílio de Orange em 529, talvez o mais importante, no qual o Semipelagianismo foi condenado e foi adotada a formulação teológica da graça, como defendida por Agostinho de Hipona, contra aqueles que, a exemplo de João Cassiano, haviam dado um papel mais importante ao livre arbítrio. Mesmo estando ausente nos Concílio de Valência, em 530 e nos Concílios de Orleans em 533, 538 e 541, e no Concílio de Clermont, em 535, sua idéias serviram de inspiração e muitas delas foram adotadas.

Ele escreveu vários tratados: Libellus de mysterio sanctae Trinitatis, Breviarium adversus haereticos, Opusculum de gratia, Exhortationes e alguns livretos publicados pela Bibliotheca Patrum (Leida, 1677). Estes incluem os sermões e homilias, cerca de 238, alguns publicados em Basileia, 1558 e outros publicados pela Bibliotheca Patrum em Veneza, 1776.

Suas obras mais conhecidas são as duas regras monásticas que escreveu: Regula ad monachos, para comunidades monásticas masculinas, e Regula ad virgines, para comunidades monásticas femininas. A combinação das duas regras é conhecida como a Regra de São Cesário.

Até entrar no Céu com 73 anos de idade, ocupou-se até o fim com a salvação das almas e isto fazia, concretamente, pela força da Palavra anunciada e escrita, tornando-se assim o grande orador popular do Ocidente latino e glória para a vida monástica. Já que escreveu duas Regras monásticas. Em tudo buscava comunicar a ortodoxia da Fé e aquilo que lutava para viver com o Espírito Santo e irmãos, por isto no campo da moral cristã, Cesário de Arles salientava o cultivo da justiça, prática da misericórdia e o cuidado da castidade.


Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Cesário de Arles, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, ara participarmos de sua glória. Amém. 

São Cesário de Arles, rogai por nós!

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Padre dá emocionante testemunho sobre o uso da batina


Domingo passado (20), fui pregar num encontro vocacional. No momento das dúvidas, um jovem se levantou e perguntou sobre a minha batina. O que disse para ele, digo para todos:

Eu uso a batina porque desejo ser reconhecido como Padre.

Uso porque quero lembrar a este mundo descrente que ainda existem jovens querendo se consagrar a Deus por inteiro.

Isso não me faz ser mais santo que os outros.
Não me faz ser mais padre que os outros.

Pelo contrário: há padres que nunca vestiram uma batina e que rezam mais do que eu, são mais piedosos e mais fiéis do que eu.

Também conheci padres que usam a batina, que vestem todos aqueles paramentos antigos, mas não são tão santos assim...

Algumas pessoas me dizem que não suportariam o calor, mas a realidade é que, quando gostamos de algo, todo sacrifício é válido.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

O protestante é aquele que “protesta contra a Igreja Católica”.

  


Sua doutrina não tem unidade, suas igrejas não são infalíveis, sua hierarquia não é rígida, seus preceitos são secundários, pois o que importa é “crer”em Cristo.
 
Sobre a unidade, eles se unem contra a Igreja.
 
Sobre a infalibilidade, eles negam na Igreja Católica, mas defendem em sua interpretação pessoal, que não admite provas em sentido contrário,ainda que mais absurdas sejam suas teses.
 
Sobre a hierarquia, eles obedecem apenas enquanto lhes convém, paralogo depois fundarem uma Igreja que melhor se adapte à suas convicções subjetivas. 
 
Sobre os preceitos, basta ter fé, pois aquele que tem fé se salva…  
 
No fundo, eles só acreditam neles mesmos, pois utilizam-se da Bíblia para justificar suas crenças, já que não seguem uma Igreja determinada e nem devem obediência ao seu pequeno líder.
 
Em vez de consultarem as aves, como os romanos, ou os astros, como os gregos, os protestantes consultam a Bíblia, dando eles mesmos, ao texto,o sentido de que precisam e que mais se adapta a seus caprichos ou seus interesses. 

Todo o livro precisa de uma interpretação autêntica, feita por uma autoridade competente, senão é uma letra morta, e a letra morta só pode dar a morte. 
 
É o que clara e energicamente exprime S. Paulo: “A letra mata e o espírito vivifica” (2 Cor 3, 6). 
 
E ainda: “Para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra” (Rom 7, 6). Os judeus estavam na velhice da letra; Cristo trouxe a novidade de espírito e os protestantes rejeitam este espírito.   

domingo, 27 de agosto de 2017

O Protestante é alguém furiosamente cheio de ódio a Nossa Senhora.


Assim, se lê em São Lucas: 
 
“Aconteceu que, apenas Isabel OUVIU A SAUDAÇÃO DE MARIA, o menino saltou em seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo”  (Luc. 1, 41). 
 
Repare que com o Protestante acontece o contrário:  

Basta ouvir a “saudação de Maria”, Que o Protestante não fica cheio do Espírito Santo, mas sim, cheio de furor contra a Virgem Maria.

Qual será então o espírito que enfurece o Protestante? 

 
Meditem bem nisso, mas não é difícil descobrir.