segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Feliz de quem O tiver amado!


“A graça de Deus, nosso Salvador, apareceu a todos os homens e nos ensinou a viver no século presente com piedade, aguardando a beatitude que esperamos, e o futuro glorioso de nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo.” (Tt 2, 11)

Considera que, por essa graça de que aqui fala o apóstolo, entende-se o ardente amor de Jesus Cristo aos homens, amor que não merecemos e que por essa razão é chamada graça. Esse amor em Deus foi sempre o mesmo, mas não apareceu sempre.

Foi primeiro prometido por um grande número de profecias e anunciado por muitas figuras; mas apareceu manifestamente quando o Redentor nasceu, quando o Verbo eterno se mostrou aos homens sob a forma duma criancinha, reclinada sobre palha, chorando e tremendo de frio, começando assim a satisfazer pelas penas por nós merecidas, e fazendo-nos conhecer o afeto que nos tinha pelo sacrifício que fez de sua vida por nós.

Jesus veio primeiro sob a forma de uma criança pobre e reclinada sobre a palha. No último dia, porém, aparecerá como juiz sobre um trono glorioso.

“Nisto conhecemos o amor de Deus”, diz S. João, “em ter ele dado a sua vida por nós” (1Jo 3, 16). Apareceu pois o amor do nosso Deus e apareceu a todos os homens. Mas por que não o conheceram todos, e ainda hoje nem todos o conhecem? Eis como Jesus mesmo responde, a essa pergunta: “A luz veio ao mundo, e os homens preferiram as trevas à luz” (Jo 3, 19). Não o conheceram e não o conhecem, porque não querem conhecê-lo, amando mais as trevas do pecado do que a luz da graça.

Procuremos não ser do número desses infelizes. Se no passado fechamos os olhos à luz pensando pouco no amor de Jesus Cristo, procuremos no resto da nossa vida não perder jamais de vista as dores e a morte de nosso Salvador, a fim de amarmos, como devemos, Aquele que tanto nos amou. Assim teremos direito de esperar, segundo as divinas promessas, o belo paraíso que Jesus Cristo nos adquiriu com seu sangue, esperando a beatitude e o glorioso advento de nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo: “Vivendo a esperança, aguardamos a vinda de Cristo Salvador”.

No seu primeiro advento, Jesus veio sob a forma duma criança pobre e desprezada, nascida num estábulo, coberta de míseros paninhos e reclinada sobre palha; no segundo aparecerá como juiz sobre um trono glorioso. “Eles verão o Filho do homem vir sobre as nuvens do céu, com grande poder e majestade” (Mt 24, 30). Feliz de quem o tiver amado! Mas ai de quem não o tiver amado! 

domingo, 24 de dezembro de 2017

Feliz Natal!



Desejamos aos nossos leitores os votos de um Feliz Natal. Que a Luz do Senhor brilhe nos corações trazendo paz, amor e uma vida feliz a serviço d'Aquele que nos serviu primeiro porque nos amou primeiro.

Jerusalém e Belém: tensões se refletem nas comemorações de Natal


Milhões de cristãos em todo o mundo se preparam para celebrar, neste domingo (24), o Natal, como em Belém, onde, de acordo com a tradição cristã, Jesus Cristo nasceu. Mas as tensões continuam latentes na região após a onda de indignação causada pela decisão americana de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.

O controverso anúncio feito em 6 de dezembro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocou manifestações e confrontos em vários países e também em Belém, onde os cristãos celebram o nascimento de Jesus Cristo com a missa do Galo, à meia-noite.

Nesta época do ano, Belém, localizada na Cisjordânia, geralmente está lotada de turistas, mas até agora a cidade parece vazia devido aos temores de confrontos entre manifestantes palestinos e o Exército israelense.

O arcebispo Pierbattista Pizzaballa, um dos mais altos dignitários católicos do Oriente Médio, afirmou que “dezenas” de grupos cancelaram suas visitas devido ao medo.

“Claramente, isso criou uma tensão em torno de Jerusalém e desviou a atenção do Natal”, apontou, embora tenha acrescentado que a celebração do Natal não sofreu alterações.

Os quase 50.000 cristãos palestinos representam quase 2% da população da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, majoritariamente muçulmana.

Um porta-voz da polícia israelense declarou que novos efetivos serão implantados em Jerusalém e nos postos de controle de Belém para facilitar o acesso de “milhares de turistas e visitantes” ao local sagrado.

Síria: Apesar de livres de minas, igrejas de Raqa ficarão vazias no Natal


Duas igrejas históricas de Raqa ficaram livres das minas a tempo para o Natal, mas nenhum cristão ficou para as festas neste que foi o principal reduto dos extremistas islâmicos na Síria. Todos fugiram dos combates.

Antes de perder Raqa, em outubro, os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) plantaram minas em toda a cidade, transformada em ruínas pelos bombardeios aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos.

Seis sapadores (militares especializados em trabalhos diversos, como a retirada de minas) da organização especializada ROJ concluem a espinhosa tarefa em dois edifícios desfigurados: a Igreja dos Mártires e a da Anunciação. Eles levam detectores consigo e usam uniformes beges e uma braçadeiras vermelhas adornadas com caveiras.

Os dois prédios em ruínas estão livres de minas, mas não haverá missa de Natal, afirmam líderes religiosos. A imensa maioria dos moradores partiu de Raqa, tanto cristãos quanto muçulmanos.

“Como as festas se aproximam, nosso objetivo é permitir aos nossos irmãos cristãos que voltem para praticar seus ritos religiosos”, afirma o assessor técnico da ROJ, Abdelhamid Ayo.

Da igreja armênia católica dos Mártires, no centro da cidade, restou apenas o esqueleto de cimento. Os extremistas derrubaram a cruz no topo e transformaram o templo em uma prisão, após conquistarem a cidade, em 2014. Também cavaram um túnel subterrâneo para se deslocarem.

“Há milhares de minas. Terminamos a metade de Raqa e até agora retiramos 1.300”, reforça Ayo, de 33 anos.

As Forças Democráticas Sírias (FDS), uma coalizão curdo-árabe, apoiada pelos Estados Unidos, expulsaram o EI de Raqa. Mas apenas uns poucos moradores se arriscaram a voltar.

“Não há absolutamente nada previsto em Raqa”, afirma Butros Mariati, da diocese armênia católica de Aleppo (norte), à qual a igreja dos Mártires é subordinada.

“A igreja está em ruínas”, lamenta.

Os milhares de cristãos armênios e sírios que viviam em Raqa representam cerca de 1% da população local, muçulmana sunita em sua grande maioria.

Quando o EI chegou, em 2014, os cristãos e outras minorias religiosas fugiram por medo do terror imposto pelos extremistas, com os quais tinham três opções: se converter, pagar um imposto ou morrer.

Entre os poucos civis que decidiram voltar, um ou vários morrem diariamente na explosão acidental de minas. Uma mensagem nos muros de Raqa adverte: “Perigo! Minas”.

Nayef al Madfaa é um dos poucos que se aventurou. Ele o fez para checar o estado de sua casa, situada atrás da igreja dos Mártires.

“Em Raqa não havia diferença entre muçulmanos e cristãos. Todos vivíamos juntos, felizes”, garante este muçulmano, que suspira apontando para várias casas abandonadas.

“Todos os cristãos fugiram de Raqa. Antes, havia alegria em todas as partes, mas expulsaram a todos nós”, lamenta.

“O pinheiro de Natal era colocado neste canto e as crianças entravam na igreja com seus pais”, lembra o sexagenário. “Quando vejo apenas destruição ao meu redor, fico triste”. 

Hoje, na Cidade de Davi, nasceu-vos um Salvador...


"As nações verão a tua justiça, todos os reis verão a tua glória; serás chamada com um nome novo, que a boca do Senhor há de designar. E serás uma coroa de glória na mão do Senhor, um diadema real nas mãos do teu Deus! Não mais te chamarão Abandonada, e tua terra não mais será chamada Deserta; teu nome será Minha-Predileta e tua terra será a Bem-Casada, pois o Senhor agradou-Se de ti e tua terra será desposada" (Missa da Vigília do Natal, primeira leitura).

Promessas sempre antigas e sempre novas do Esposo Jesus que vem à Sua sofrida Esposa, a Igreja! Na Liturgia, elas se tornam atuais e atuantes, e o nosso coração se enche de esperança! Não estamos sozinhos; o Emanuel é o Esposo e o Pastor! Que neste Natal, nós vejamos as promessas cada vez mais realizadas...

Palavras do Cristo-Emanuel à Sua Igreja: seus filhos ainda sentirão orgulho dela; e ela será a alegria do seu Deus...

Promessa sempre esperada, sempre respeitada, sempre atual, sempre atuante e atuada na Liturgia!

"Assim como o jovem desposa a donzela, assim teus filhos te desposam; e como a noiva é a alegria do noivo, assim tu és a alegria do teu Deus" (Liturgia do Natal, Missas da Vigília - primeira leitura).

"Agora é a Solenidade da Teofania (manifestação de Deus) ou também da Natividade, porque ela é designada de uma maneira e de outra, sendo os dois nomes atribuídos à mesma realidade.

Com efeito, ao nascer, Deus apareceu aos homens...

O nome de Teofania vem do fato de Ele ter aparecido e o nome de Natividade, do fato de ter nascido. Essa é, para nós, a Solenidade, essa é a Festa que celebramos hoje: a Vinda de Deus aos homens! É por isso que nós celebramos a Festa não como uma solenidade profana, mas de maneira divina; não à maneira do mundo, mas de maneira acima do mundo; não como festa nossa, mas como Festa Daquele que é nosso!" (São Gregório Nazianzeno, Bispo do século IV).

Mas, que consolo: na Liturgia, na Eucaristia celebrada, no Sacrifício eucarístico, Banquete eterno do Divino Cordeiro, a graça do Natal faz-se realmente presente e a plenitude da salvação, que acontecerá no Fim, já nos é realmente dada como penhor, como presgustação verdadeira e efetiva da Parusia que virá!

Deus nascido da Virgem, salvai-nos! 

É Natal, contemple, deixe o amor falar!


Estimados Diocesanos! Este período do ano é propício para olharmos para o nosso interior e deixarmos aflorar o que de melhor temos na nossa vida, em termos de espiritualidade, solidariedade e humanidade. É um tempo propício para deixarmos falar, não tanto a voz da razão, mas a do coração que envolve o mistério e o amor de Deus, manifestado de forma simples e despojado, na vida de uma frágil criança. O local do nascimento de Jesus carecia de muitas coisas, não era um lugar digno para uma família, nem para uma criança nascer, mas foi ali que o Filho de Deus nasceu. A carência material não suprimiu o amor do coração de Maria e de José para acolher a nova vida.

Penso que muitos viveram os últimos dias preocupados e ocupados com a preparação da celebração da Festa do Santo Natal. Esta preocupação pode ter tido seu foco principal no social, que implicou na compra dos presentes, no arrumar bem a casa para acolher as visitas, e, se a visita é alguém do círculo familiar, que faz parte da nossa história de vida, dá um aperto ainda maior no coração, pela emoção de poder dar um abraço, partilhar a vida com alegria e ternura, fortalecendo nossos laços afetivos de casa ou de amizades e de vizinhança. Creio que receber bem e ser bem recebido são dois critérios que fazem a diferença nas relações humanas que envolvem a vida social, mas também a comunidade de fé. 

É Natal!


Natal é um acontecimento festivo, alegre, com troca de presentes e muitas luzes. Tudo isto para ressaltar o anúncio do anjo: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor!” (Lucas 2,10-11). Todas as manifestações externas, por mais grandiosas e belas que sejam, ainda são insuficientes para celebrar o mistério do Natal, isto é, Deus veio habitar entre nós e o sinal é “um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc 2,12).

Outra atitude fundamental para celebrar o Natal é o silêncio. Os textos bíblicos não falam de silêncio, mas fazem silêncio. A sobriedade e a brevidade dos relatos bíblicos impressionam. São breves dados e quase nada de falas, tudo reduzido a uma extrema simplicidade. Como dizemos com frequência: “não tem palavras para explicar”.

Pode-se caracterizar duas espécies fundamentais de silêncio: um que podemos chamar de ascético ou natural e o outro podemos chamar de sobrenatural. O silêncio ascético ou natural é realizado de muitas formas. Uma forma é a que busca o silêncio exterior em lugares e ambientes com menos ruídos, menos pessoas. Lugares privilegiados são aqueles que proporcionam o contato com a natureza. Também há o silêncio ascético interior que busca serenar o coração, a mente e o corpo. A espiritualidade da quietação do coração busca diminuir a influência da razão para dar lugar à oração. Encontramos esta busca em muitas religiões. O homem se impõe conscientemente o silêncio. 

São Charbel Makhlouf


São Charbel Makhlouf nasceu a 8 de maio de 1828, em BiqáKafra, aldeia montanhosa do norte, ao pé dos cedros do Líbano. Seu nome de batismo: José Zaroun Makhlouf. Com 23 anos ele toma o nome de Charbel em memória do mártir do século segundo, foge de casa e refugia-se no mosteiro de Nossa Senhora de Mayfoug, da Ordem libanesa maronita. Um ano depois, transfere-se para o mosteiro de S. Maron de Annayam, da província de Jbail, verdadeiro oásis de oração e fé, a 1300 metros de altitude. Depois de seis anos de estudos teológicos, em Klifan, é ordenado sacerdote. Exerce, então, com muita edificação, as funções do seu ministério sagrado, juntamente com toda a sorte de trabalhos manuais. Após dezesseis anos de vida ascética, Charbel obtém autorização, em 1875, para se retirar ao eremitério dos Santos Pedro e Paulo, de Annaya.

Durante 23 anos (1875-1898), São Charbel entrega-se com todas as forças da alma, à busca de Deus, na bem-aventurada e total solidão. Deus recompensa o seu fiel servidor, dando-lhe o dom de operar milagres, já em vida: afirma-se que os realizou não somente com cristãos, mas, também, com muitos muçulmanos.

No dia 16 de dezembro de 1898, em Annaya, enquanto celebrava a Santa Missa, sofreu um ataque de apoplexia; levou-o à morte, no dia 24, Vigília da Festa de Natal. Tinha 70 anos de idade.

Com o seu próprio punho, Pio XII assinou o decreto que dava início ao processo de beatificação do Padre Charbel, dizendo expressamente: “O Padre Charbel já gozava, em vida, sem o querer, da honra de o chamarem santo, pois a sua existência era verdadeiramente santificada por sacrifícios, jejuns e abstinências. Foi vida digna de ser chamada cristã e, portanto, santa. Agora, após a sua morte, ocorre este extraordinário sinal deixado por Deus: seu corpo transpira sangue, sempre que se lhe toca, e todos os que, doentes, tocarem com um pedaço de pano suas vestes constantemente úmidas de sangue, alcançam alívio em suas doenças e não poucos até se veem curados. Glória ao Pai que coroou os combates dos santos. Glória ao Filho que deixou esse poder em suas relíquias. Glória ao Espírito Santo que repousa, com suas luzes, sobre seus restos mortais para fazer nascer consolações em todas as espécies de tristezas”.

No segundo domingo de outubro de 1977, dia 9, o Santo Padre Paulo VI canonizou solenemente, na Basílica de São Pedro, em Roma, o bem-aventurado Charbel Makhlouf, monge eremita libanês. Foi a primeira canonização, realizada pelo Papa, de um membro da Igreja do Rito Oriental, desde que o Vaticano traçara, há quatro séculos, nova orientação para as canonizações. Antes da canonização atual, os santos maronitas eram proclamados pelo Patriarca da Igreja maronita.


Deus, infinitamente glorificado nos Santos, que inspirastes São Charbel a seguir a solitária vida da perfeição, Vos agradecemos por terdes feito resplandecer a força da Vossa graça, que concedeu a São Charbel a força necessária para afastar-se totalmente do mundo, para fazer triunfar o heroísmo das virtudes monásticas, a pobreza, a obediência e a castidade.

Vos suplicamos, concedei-nos tão grande graça, de amar-Vos e servir-Vos, conforme seu exemplo. Deus que nos mostrastes a poderosa intercessão de São Charbel com numerosas graças e verdadeiros milagres, concedei também a mim a graça (nominar) que Vos peço pela intercessão de São Charbel junto a Vós. Amém.



São Charbel Makhlouf, rogai por nós!