Estimados
Diocesanos! Este período do ano é propício para olharmos para o nosso interior
e deixarmos aflorar o que de melhor temos na nossa vida, em termos de
espiritualidade, solidariedade e humanidade. É um tempo propício para deixarmos
falar, não tanto a voz da razão, mas a do coração que envolve o mistério e o
amor de Deus, manifestado de forma simples e despojado, na vida de uma frágil
criança. O local do nascimento de Jesus carecia de muitas coisas, não era um
lugar digno para uma família, nem para uma criança nascer, mas foi ali que o
Filho de Deus nasceu. A carência material não suprimiu o amor do coração de
Maria e de José para acolher a nova vida.
Penso
que muitos viveram os últimos dias preocupados e ocupados com a preparação da
celebração da Festa do Santo Natal. Esta preocupação pode ter tido seu foco
principal no social, que implicou na compra dos presentes, no arrumar bem a
casa para acolher as visitas, e, se a visita é alguém do círculo familiar, que
faz parte da nossa história de vida, dá um aperto ainda maior no coração, pela
emoção de poder dar um abraço, partilhar a vida com alegria e ternura,
fortalecendo nossos laços afetivos de casa ou de amizades e de vizinhança.
Creio que receber bem e ser bem recebido são dois critérios que fazem a
diferença nas relações humanas que envolvem a vida social, mas também a
comunidade de fé.
Creio
que quem vive a sua fé no Senhor Jesus se preparou com esmero para celebrar
espiritualmente, de forma digna o Santo Natal. Não só do ponto de vista
material, comprando presentes, arrumando a árvore e o presépio, mas também
colocando em ordem a casa interior; deixando a luz do amor de Deus iluminar a
sua vida e renovando-a com a sua graça misericordiosa.
O
Natal é sempre oportunidade para renascermos espiritualmente, lembrando esse
amor eterno de Deus, que não exclui ninguém, mas nos une como família humana.
Quem se deixa tocar por esse amor, mesmo tendo passado dois mil anos daquele
histórico acontecimento, ainda é capaz de olhar para Belém, de contemplar a
criança que nasceu na manjedoura e celebrar o seu nascimento, reavivando no
coração a esperança no amor, na vida, no presente e no futuro, por que Ele está
no meio de nós.
Desejo
de coração um Feliz e Santo Natal a todos.
Dom José Gislon
Bispo Diocesano de Erexim (RS)
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