quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

MS: Sacrário é roubado e profanado em capela do interior


Um sofrimento imenso, assim representantes da capela São Vicente Palotti, em Dourados (MS), descreveram o fato vivido na segunda-feira, 8 de janeiro, quando o sacrário foi roubado, com as hóstias consagradas em seu interior.

O roubo foi notado por uma funcionária da limpeza da capela, que pertence à Paróquia de Nossa Senhora de Fátima.

Segundo a tesoureira da comunidade, Maria Lúcia Barbosa de Souza, esta funcionária foi à sua casa e informou que a capela havia sido roubada.

“Fui correndo para a igreja e segui direto para o Santíssimo, quando vi que tinham roubado o sacrário”, contou em entrevista à ACI Digital, ressaltando que, naquele momento, sentiu-se como Maria Madalena diante do sepulcro vazio e pensou “levaram meu Jesus”.

“Logo comecei a chorar e depois liguei para a coordenadora da capela e informei no grupo de WhatsApp que temos. Dois minutos depois, ela já estava na igreja e mais umas 15 pessoas, todos muito tristes”.

Segundo a tesoureira, não se sabe ainda como o indivíduo entrou na capela. “Arrancaram o vidro de uma janela e também estouraram a porta da cozinha. Levaram o botijão de gás, violão, caixa de som e, o principal, o sacrário com as âmbulas e o Santíssimo”.

Maria Lúcia recordou que, no intervalo de tempo em que as pessoas se encontravam na igreja após o ocorrido, uma moça que trabalha em um mercado próximo informou que o sacrário tinha sido encontrado em um carrinho de coleta de lixo reciclável.

“A senhora que pega lixo reciclável achou o sacrário e pensou que o padre tivesse jogado fora. Ela ficou desesperada quando soube que tinha sido roubado e logo devolveu para ser levado para a igreja”. 

O Segredo dos Deuses: Justiça portuguesa podia ter travado adoções há 14 anos

Há 14 anos, o Tribunal de Menores de Lisboa foi avisado de um esquema para a adoção de Fábio, o mais novo dos três irmãos, e nada fez para que este processo fosse travado

Há 14 anos o Tribunal de Menores de Lisboa foi avisado de um esquema para a adoção de Fábio,  o mais novo dos três irmãos, e nada fez para que este processo fosse travado.

Desde 5 de dezembro de 2003 que a Justiça tem conhecimento de uma carta de Márcia, mulher do bispo que agora comanda a IURD em Portugal, onde ela relata como a criança foi enviada no avião privado de Edir Macedo para o Brasil.

Homilética: 2º Domingo Comum - Ano B: "Quem é “discípulo” de Jesus? Quem pode integrar a comunidade de Jesus?"


No Brasil, a festa do Batismo do Senhor, com a qual se dá o encerramento do tempo do Natal, substitui o primeiro domingo do tempo comum, de modo que este começa com o segundo domingo. A espinha dorsal da liturgia da Palavra nos domingos do tempo comum é a leitura contínua do evangelho do ano (no caso, Marcos), e os textos evangélicos são ilustrados, na 1ª leitura, por episódios do Antigo Testamento. A 2ª leitura não se integra nesse sistema e recebe sua temática, de modo independente, da leitura semicontínua das cartas do Novo Testamento (hoje, a questão da fornicação em Corinto).

O início da vida pública de Jesus, o começo de sua missão, é marcado pelo chamamento (VOCAÇÃO) dos primeiros discípulos. O Evangelho (Jo 1, 35-42) nos fala da vocação de João e André. O chamado nasce do testemunho de João Batista que aponta Jesus presente entre o povo: “Eis o cordeiro de Deus”. E segue aquela cena comovente. Jesus volta-se para eles e pergunta: “Que procurais?”  Eles responderam: “Rabi, onde moras?”  Ele disse: “Vinde e Vereis”! Eles foram e viram onde morava, e permaneceram com Ele aquele dia. O encontro causou tal impressão que o evangelista nunca mais esqueceu a hora.

A experiência do encontro com Cristo faz de André, um dos dois que O haviam seguido, um apóstolo: Encontrou seu irmão Simão e lhe disse: “Encontramos o Messias”. Ele o conduziu a Jesus!

Coisa maravilhosa! André conduz Pedro a Jesus. A experiência do convívio com Jesus transforma as pessoas em apóstolos! Todo o Cristão de acordo com o seu estado de vida, é um chamado a seguir Jesus, à santidade, ao apostolado.

Será que nossa experiência de encontro com Cristo, o Messias, é tão forte que sejamos capazes de conduzir outras pessoas a Jesus? Cada Domingo deveria repetir-se esta experiência do nosso encontro com Jesus Cristo, na Eucaristia, na escuta da Palavra, no encontro com os irmãos…

A Liturgia, além da vocação dos primeiros discípulos, apresenta-nos a vocação de Samuel (1Sm 3, 3-10. 19). No silêncio da noite Samuel se encontra com Deus que o chama.

A vocação é sempre uma iniciativa misteriosa e gratuita de Deus.

Seguir o Senhor, tanto naquela época como hoje, significa entregar-lhe o coração, o mais íntimo, o mais profundo do nosso ser, a nossa própria vida. Entende-se, pois, que para corresponder ao chamamento de Jesus, seja necessário guardar a castidade e purificar o coração. É São Paulo que nos ensina: “Fugi da fornicação… Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que habita em vós, que o recebestes de Deus e que, portanto, não vos pertenceis? Fostes comprados por um grande preço. Glorificai a Deus no vosso corpo” (1Cor 6, 13-15; 17-20). Jamais ninguém como a Igreja ensinou a dignidade do corpo. “A pureza é glória do corpo humano perante Deus. É a glória de Deus no corpo humano” (São João Paulo II).

A castidade, fora ou dentro da vida matrimonial, segundo o estado e a peculiar vocação recebida por cada um, é absolutamente necessária para se poder seguir a Cristo e exige, juntamente com a graça divina, uma grande luta e esforço pessoais. As feridas do pecado original (na inteligência, na vontade, nas paixões e nos afetos), que não desaparecem com o Batismo, introduziram um princípio de desordem na nossa natureza: a alma, de maneiras muito diversas, tende a rebelar-se contra Deus, e o corpo resiste a submeter-se à alma; os pecados pessoais revolvem o fundo ruim que o pecado original deixou em nós e aumentam as feridas que causou na alma.

Os atos de renúncia, ainda que sejam imprescindíveis, não são tudo na guarda da castidade; a essência desta virtude é o amor: delicadeza e ternura com Deus, respeito pelas pessoas, que devem ser encaradas como filhos de Deus. A castidade “mantém a juventude do amor, em qualquer estado de vida” (São Josemaria Escrivá, É Cristo que passa, nº 25).

Para seguirmos o Senhor com um coração limpo, é necessário que pratiquemos um conjunto de virtudes humanas e sobrenaturais, apoiados sempre na graça, que nunca nos há de faltar se a pedimos com humildade e se desenvolvemos todos os esforços ao nosso alcance.

Entre as virtudes humanas, merece destaque a laboriosidade, o trabalho constante e intenso; muitas vezes, os problemas de pureza são uma questão de ociosidade ou de preguiça: “Cabeça vazia é oficina do diabo”. Também são necessárias a valentia e a fortaleza, para fugirmos da tentação…; a sinceridade na confissão e na direção espiritual.

Nenhum meio humano seria suficiente se não recorrêssemos ao trato íntimo com o Senhor na Oração e na Eucaristia. Nelas encontramos sempre a ajuda necessária, as forças que vêm em socorro da nossa fraqueza pessoal, no amor que nos cumula o coração, criado para o que é eterno, e, portanto, sempre insatisfeito com tudo o que há neste mundo. E o Sacramento da Penitência (Confissão) purifica-nos a consciência, concede-nos as graças específicas do sacramento para vencermos naquilo em que fomos vencidos, seja em matéria grave ou leve.

A beleza deste tempo está no fato de que nos convida a viver a nossa vida ordinária como um itinerário de santidade, isto é, de fé e de amizade com Jesus, continuamente descoberto e redescoberto como Mestre e Senhor, Caminho, Verdade e Vida do homem. É o que nos sugere o Evangelho de João, apresentando – nos o primeiro encontro entre Jesus e alguns dos que se tornarão seus apóstolos. Eles eram discípulos de João Batista, e foi precisamente ele quem os orientou para Jesus, quando, depois do Batismo no Jordão O indicou como “Cordeiro de Deus” ( Jo 1, 36). Então dois dos seus discípulos seguiram o Messias, o qual lhes perguntou: “Que procurais?”. Os dois perguntaram – Lhe: “Mestre, onde moras?”. E Jesus respondeu: “Vinde e vereis”, isto é, convidou – os a segui – Lo e a estar um pouco com Ele. Nas poucas horas transcorridas com Jesus, eles ficaram tão admirados, que imediatamente um deles, André, falou com o irmão Simão dizendo – lhe: “Encontramos o Messias”. Eis duas palavras singularmente significativas; “procurar”, “encontrar”.

Procurar e encontrar Cristo, fonte inexaurível de verdade e de vida: a Palavra de Deus convida – nos a retomar, neste início de ano novo, o caminho de fé que nunca se conclui. “Mestre, onde moras?”, dizemos também nós a Jesus e Ele responde – nos: “Vinde e vereis”. Para o crente é sempre uma incessante busca e uma nova descoberta, porque Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre; mas nós, o mundo, a História, nunca somos os mesmos, e Ele vem ao nosso encontro para nos oferecer a sua comunhão e a plenitude da vida. Peçamos à Virgem Maria que nos ajude a seguir Jesus, saboreando todos os dias a alegria de compreender cada vez mais o seu Mistério.

Como Samuel, sejamos disponíveis: “Fala, Senhor, que teu servo escuta” (1Sm 3, 10).

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Boato de que Pe. Reginaldo Manzotti engravidou uma jovem é falso.


Celulite bacteriana transmitida por mosquito, filhote de cachorro nasce com cara e corpo de gente, mulher diz que está grávida de Padre Reginaldo Manzotti. O que essas três manchetes têm em comum? São boatos. São Fake News (falsas notícias) desvendadas pelo site especialista nesse tipo de assunto na internet, o  boatos.org

De acordo com a história que inundou as redes sociais, Adriele Fernandes afirma que encontrou o padre diversas vezes em shows e que as coisas não andam fáceis depois da descoberta da gravidez. “Tem sido difícil para mim. Já entrei em contato com ele (Reginaldo), mas diz que não me conhece, que nada aconteceu, mas, eu vou  provar. Assim que a criança nascer, vou entrar na justiça e exigir exame de DNA e isso vai esclarecer tudo”, diz a postagem.

O site Boatos apurou que a notícia foi publicada por primeiro no portal “Mais vistas”, que “normalmente publica histórias falsas ou mal contadas”. O site retirou a notícia do ar. Outro ponto divergente na história é a existência da denunciante, chamada na matéria de Adriele Fernandes, de 21 anos, residente em Porteirinha. O Boatos buscou sem sucesso encontrar a suposta grávida. Não foi encontrada nem nas redes sociais, muito menos algum registro seu em Porteirinha. 

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

IURD: Mulher de bispo líder em Portugal confirma adoções ilegais


A mulher do líder máximo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Portugal confirmou as adoções ilegais denunciadas na investigação “O Segredo dos Deuses”, emitida na TVI durante o mês de dezembro. A confissão de Márcia Barbosa Panceiro, mulher de Romualdo, bispo e um dos braços direitos de Edir Macedo, surge na forma de uma carta escrita, de 11 páginas, divulgada pela TVI.

“Fábio Miguel Tavares foi-me entregue no dia 8 de abril de 1997 para ser meu filho”, escreve Márcia Panceiro. Fábio, o mais novo de três, viveu até aos cinco anos longe dos irmãos.

Edir Macedo pediu à secretária pessoal, a portuguesa Alice Andrade, que se inscrevesse com um pedido de guarda para retirar as crianças do Lar da IURD. De acordo com as jornalistas, Vera, Luís e Fábio foram levados por Alice para os Estados Unidos e entregues em casa de Viviane. A filha do líder da IURD e o marido, o bispo Júlio Freitas, rejeitam Fábio e decidem ficar apenas com Vera e Luís. Ilegalmente, “enviam” Fábio para o Brasil, para que seja adotado por outro bispo — Romualdo.

Na sequência das informações que vieram a público, o Ministério Público abriu um inquérito sobre a alegada rede de adoções ilegais de crianças portuguesas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Já a IURD emitiu um comunicado onde afirma estar a ser vítima de uma “campanha difamatória, falsa”.

Num comunicado divulgado no Brasil, a igreja brasileira afirmou que a investigação realizada pelos repórteres da estação portuguesa de televisão TVI baseia-se no depoimento falso de um ex-bispo chamado Alfredo Paulo, que teria sido expulso da igreja por conduta imprópria.

Palavra de Vida: “A tua direita, Senhor, resplandeceu de força” (Ex 15, 6).


A Palavra de Vida deste mês recorda um versículo do hino de Moisés. É uma passagem do Antigo Testamento em que Israel exalta a intervenção de Deus na sua história. Neste cântico, Moisés proclama a ação decisiva de Deus para a salvação do povo, durante o longo percurso de libertação, desde a escravidão no Egito até à chegada à Terra prometida.

Um caminho que conhece dificuldades e sofrimentos, mas que decorre sob a orientação segura de Deus, contando com a colaboração de alguns homens. Moisés e Josué colocaram-se ao serviço do Seu plano de salvação.

«A tua direita, Senhor, resplandeceu de força».

Quando nós pensamos em força, facilmente a associamos ao exercício do poder pela força. Muitas vezes, esta é causa de opressão e de conflitos entre pessoas e entre povos. Pelo contrário, a Palavra de Deus revela-nos que a verdadeira força é o amor, como se manifestou em Jesus. Ele viveu toda a experiência humana até à morte, para nos abrir o caminho da libertação e do encontro com o Pai. Graças a Ele, o poderoso amor de Deus manifestou-se para com os homens.

«A tua direita, Senhor, resplandeceu de força».

Se olharmos para nós próprios com sinceridade, temos que reconhecer os nossos limites. A fragilidade humana, em todas as suas expressões – física, moral, psicológica, social –, é uma realidade inegável. Mas é precisamente aí que podemos experimentar o amor de Deus. De facto, Ele quer a felicidade de todas as pessoas. Para isso está sempre pronto a oferecer a sua ajuda poderosa a todos os que se colocam, sem resistência, sob a sua orientação, prestando-se a construir o bem comum, a paz, a fraternidade.

Esta frase foi sabiamente escolhida para celebrar, neste mês, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Quanto sofrimento fomos capazes de infligir uns aos outros, durante tantos séculos, criando brechas e suspeitas, dividindo comunidades e famílias.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Como o demônio atua na vida das pessoas?


O demônio atua de maneiras diferentes na vida do homem, principalmente porque é um “ser vivo, espiritual e perverso”, segundo indica Pe. Doriam Rocha Vergara, um dos exorcistas mais jovens do mundo.

Em uma entrevista ao Grupo ACI, o presbítero explica as duas maneiras através das quais o demônio atua para interferir na relação entre o homem e Deus.

O sacerdote nascido na Colômbia indicou que, em primeiro lugar, o demônio atua por meio de uma ação ordinária através da tentação, que é a incitação a pecar, tanto pela persuasão, como pela proposta de algum bem ou prazer.

Em segundo lugar, atua através de uma ação extraordinária, que é subdividida em quatro:

1. Opressão demoníaca

“A primeira é chamada de opressão demoníaca, ou seja, cria uma dependência. Por exemplo, dependência do álcool, das drogas, do sexo desenfreado, dos jogos, da obsessão com o dinheiro, que começa com feridas emocionais, distúrbios, situações que marcaram a vida desde muito pequeno”, indicou o Pe. Rocha.

2. Infestações

Também recebem o nome de “contaminações”. Por exemplo, o sacerdote assegura que costumam ser contaminados “lugares, roupas ou alimentos através de enterros, vudu, bonecos que representam o corpo da pessoa ou alimentos para criar transtornos”.

“Afetam a cabeça com enxaquecas contínuas, insônia, pesadelos, medos, fadigas excessivas, nojo de tudo, tristeza sem causa, ansiedade, dificuldade para dirigir, anorexia, bulimia, tentativa de vômito, espuma branca, aversão às coisas sagradas, distração na Missa, incapacidade de rezar, fadigas, sonolências, bocejos, aversão aos lugares sagrados”, indica o Pe. Rocha.

Nesse sentido, afirma que tudo isso é provocado pelo demônio para interferir na vida espiritual.

“O demônio ataca as emoções e o espírito com inquietação, pressão, raiva, ódio, medo, obsessão, ciúmes, tristeza, confusão, indecisão, perda de memória, incapacidade de concentrar-se”, etc. 

sábado, 6 de janeiro de 2018

Os santos e os papas ensinam o objetivo da Arte Sacra


Além de possuírem o mesmo nome e de terem ingressado na mesma ordem religiosa - as carmelitas descalças - as santas Teresa D'Ávila e Teresa do Menino Jesus têm outro ponto em comum: ambas deram grandes saltos espirituais a partir da contemplação da imagem das chagas de Cristo.

"Aconteceu-me de, entrando um dia no oratório, ver uma imagem guardada ali (...). Era um Cristo com grandes chagas que inspirava tamanha devoção que eu, ao vê-lo, fiquei perturbada, visto que ela representava tão bem o que Ele passou por nós. Foi tão grande o meu sentimento por ter sido tão mal agradecida àquelas chagas que o meu coração quase se partiu; lancei-me a seus pés, derramando muitas lágrimas e suplicando-Lhe que me fortalecesse de uma vez para que eu não O ofendesse." - Sta. Teresa D'Ávila (Vida 9,1)

Tratava-se de uma imagem do Senhor flagelado, atado à coluna. Essa meditação marcou profundamente a vida da futura reformadora do Carmelo; a partir de então, ela teve uma mudança de vida radical, passando a trilhar com muito mais fidelidade e firmeza o caminho que a levaria a ser uma grande mística.


Notem essa observação da santa: a imagem representava muito bem o que o Senhor passou por nós, e inspirava grande devoção. As peças de arte sacra em estilo moderno ou contemporâneo também podem ser capazes de inspirar a devoção e a reflexão profunda sobre a nossa fé. Por exemplo: o Cristo atado à coluna, presente na fachada do Templo da Sagrada Família, em estilo cubista (foto acima); a expressão no rosto da escultura comunica intensamente a solidão e o sofrimento de Jesus.

Uma obra de arte sacra, seja qual for o estilo adotado pelo artista, deve ter a capacidade de "conduzir o espírito do homem até Deus” (Sacrosanctum Concilium).

Agora, com a palavra, a santa de Lisieux:

"Num domingo, ao olhar uma foto de Nosso Senhor na Cruz, fiquei impressionada com o sangue que caía de uma das suas mãos divinas. Senti grande aflição pensando que esse sangue caía no chão sem que ninguém se apressasse em recolhê-lo. Resolvi ficar, em espírito, ao pé da Cruz para receber o divino orvalho que se desprendia, compreendendo que precisaria, a seguir, espalhá-lo sobre as almas...". - Sta. Teresinha do Menino Jesus (História de uma Alma)

Daí em diante, muita gente conhece a história: Santa Teresinha descobriu a sua vocação para a vida de oração, e "adotou" um criminoso condenado à morte como seu "primeiro filho" espiritual. Bem, vamos fazer um esforço imaginativo. Construam em suas mentes a cena descrita pela santa, pensem nela olhando a imagem do Senhor na cruz. Agora, digam com sinceridade: tal meditação poderia ter sido desencadeada pela visão do "crucifixo" abaixo (fica em uma igreja na Tijuca, no Rio de Janeiro)? Por favor, pensem.


Quando postamos esta imagem na nossa fanpage (com a devida gongada), recebemos algumas críticas. Teve gente nos chamando de radicais, dizendo que esse lance de bonito ou feio não importa muito em arte sacra, que o que interessa é a "intenção do artista". Ora, não é isso que ensina a Igreja por meio da sua Tradição e dos seus documentos; devemos nos preocupar com o impacto objetivo que a obra provoca.

A arte sacra produz efeitos, tem consequências profundas sobre a alma das pessoas. Ela deve ser facilmente compreensível (nada de coisas estranhas e indecifráveis), pra qualquer pessoa simples ou criança poder se instruir e contemplar. Deve ser “teologia em imagens”.

Na Encíclica Mediator Dei, o Papa Pio XII determina que a obra de arte sacra deve considerar “as exigências da comunidade cristã, mais do que o juízo e o gosto pessoal dos artistas...”. E a constituição conciliar Sacrosanctum Concilium esclarece que as obras de arte sacra feitas pelas mãos humanas devem tender, de algum modo, a exprimir “a infinita beleza de Deus”.

É fato: os critérios de feio ou bonito variam, razoavelmente, de pessoa para pessoa. Porém, há alguns padrões que são praticamente universais. Alguém aí acha que o "crucifixo" acima exprime, ainda que de raspão, a "beleza infinita de Deus"? Vou consultar a opinião da Britney, que é uma jurada internacionalmente reconhecida. E então, curtiu, Bri?


Ok, a Britney considerou apenas a tragédia estética do "crucifixo" (o que, em si, já é algo de grande peso), mas a isso podemos acrescentar a inadequação litúrgica, além da falta de sentido catequético. Essa imagem pode ser mesmo considerada um crucifixo católico? Ela favorece o culto divino, como manda a Igreja? Ora, vemos um homem de barriga tanquinho com os braços e pernas esticados (parece mais um ginasta fazendo exercício nas argolas). Mas cadê as santas chagas? Onde foi parar a coroa de espinhos, saiu da moda? Cadê a cruz? E os pregos?

Não digo que um crucifixo, tenha, necessariamente, que apresentar todos esses elementos típicos, mas... Nenhum deles?! É uma descaracterização quase que completa. "Crucifixos" assim - ainda que sejam belíssimos - não evangelizam, não remetem à Paixão de Cristo e não ajudam a transportar a mente para o Calvário. Portanto, apresentam sérias lacunas em termos de espiritualidade, de liturgia e de teologia.

Pra quem pensa que deveríamos nos dedicar a "assuntos mais importantes", considerem então no site da BBC este caso pitoresco de uma igreja (creio que é anglicana) na Grã-Bretanha: o crucifixo que colocaram na fachada do templo era tão grotesco que repelia as pessoas. As criancinhas, em especial, ficavam morrendo de medo de se aproximar dali.


E sobre esse crucifixo, Britney, o que você tem a dizer?


É hoje que a Bri não vair dormir à noite, coitada! Para não ter que fechar a igreja por falta de fiéis, o vigário britânico recobrou a lucidez e decidiu remover a tal imagem pavorosa pra bem longe dali. E aí, ao saber de uma situação dessas, vocês ainda se animam a seguir em frente com essa teoria de que o importante é a "intenção do artista"?