terça-feira, 16 de janeiro de 2018

México: Bispo condena assassinato dentro de uma igreja


O Bispo de Ecatepec (México), Dom Roberto Domínguez Couttolenc, condenou o recente ataque no qual um homem apunhalou cinco pessoas durante a celebração de uma Missa em uma igreja da sua jurisdição, causando a morte de uma delas.

O assassinato ocorreu na sexta-feira, 12 de janeiro, na Capela de Nossa Senhora de Guadalupe, pertencente à paróquia de São Martinho de Lima, no município de Ecatepec (Estado do México).

A pessoa assassinada era coordenadora pastoral da paróquia.

O assassino foi identificado como Héctor Miguel García Olguín, de 33 anos, que foi detido pelos paroquianos e, em seguida, levado ao Ministério Público de Ecatepec. Por outro lado, os feridos foram encaminhados para o hospital ‘Las Américas’.

“Como Igreja, sabemos que a nossa tarefa é condenar qualquer tipo de violência, especialmente quando se atenta contra a dignidade da pessoa, roubando o dom mais sagrado: a vida. Recordemos o Quinto Mandamento da lei de Deus: ‘Não matarás’”, indicou Domínguez em um comunicado emitido em 13 de janeiro. 

"Somos chamados e desafiados a caminhar nas Bem-aventuranças", diz Papa


Viagem do Papa Francisco ao Chile e Peru
15 a 22 de janeiro de 2018


SANTA MISSA

Parque O’Higgins – Santiago – Chile

Terça-feira, 16 de janeiro de 2018


«Ao ver a multidão…» (Mt 5, 1): nestas primeiras palavras do Evangelho de hoje, encontramos a atitude com que Jesus quer vir ao nosso encontro, a mesma atitude com que Deus sempre surpreendeu o seu povo (cf. Ex 3, 7). A primeira atitude de Jesus é ver, fixar o rosto dos seus. Aqueles rostos põem em movimento o entranhado amor de Deus. Não foram ideias nem conceitos que moveram Jesus; foram os rostos, as pessoas. É a vida que clama pela Vida, que o Pai nos quer transmitir.

Ao ver a multidão, Jesus encontra o rosto das pessoas que O seguiam; e o mais interessante é que elas, por sua vez, encontram, no olhar de Jesus, o eco das suas buscas e aspirações. De tal encontro, nasce este elenco de Bem-aventuranças, o horizonte para o qual somos convidados e desafiados a caminhar. As Bem-aventuranças não nascem duma atitude passiva perante a realidade, nem podem nascer de um espectador que se limite a ser um triste autor de estatísticas do que acontece. Não nascem dos profetas de desgraças, que se contentam em semear deceções; nem de miragens que nos prometem a felicidade com um «clique», num abrir e fechar de olhos. Pelo contrário, as Bem-aventuranças nascem do coração compassivo de Jesus, que se encontra com o coração de homens e mulheres que desejam e anseiam por uma vida feliz; de homens e mulheres que conhecem o sofrimento, que conhecem a frustração e a angústia geradas quando «o chão lhes treme debaixo dos pés» ou «os sonhos acabam submersos» e se arruína o trabalho duma vida inteira; mas conhecem ainda mais a tenacidade e a luta para continuar para diante; conhecem ainda mais o reconstruir e o recomeçar.

Como é perito o coração chileno em reconstruções e novos inícios! Como vós sois peritos em levantar-vos depois de tantas derrocadas! A este coração, faz apelo Jesus; para este coração são as Bem-aventuranças!

As Bem-aventuranças não nascem de atitudes de crítica fácil nem do «palavreado barato» daqueles que julgam saber tudo, mas não se querem comprometer com nada nem com ninguém, acabando assim por bloquear toda a possibilidade de gerar processos de transformação e reconstrução nas nossas comunidades, na nossa vida. As Bem-aventuranças nascem do coração misericordioso, que não se cansa de esperar; antes, experimenta que a esperança «é o novo dia, a extirpação da imobilidade, a sacudidela duma prostração negativa» (Pablo Neruda, El habitante y su esperanza, 5).

Jesus, quando diz bem-aventurado o pobre, o que chorou, o aflito, o que sofre, o que perdoou…, vem extirpar a imobilidade paralisadora de quem pensa que as coisas não podem mudar, de quem deixou de crer no poder transformador de Deus Pai e nos seus irmãos, especialmente nos seus irmãos mais frágeis, nos seus irmãos descartados. Jesus, quando proclama as Bem-aventuranças, vem sacudir aquela prostração negativa chamada resignação que nos faz crer que se pode viver melhor, se evitarmos os problemas, se fugirmos dos outros, se nos escondermos ou fecharmos nas nossas comodidades, se nos adormentarmos num consumismo tranquilizador (cf. Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 2). Aquela resignação que nos leva a isolar-nos de todos, a dividir-nos, a separar-nos, a fazer-nos cegos perante a vida e o sofrimento dos outros. 

Chile: Igrejas sofrem novos ataques durante visita do Papa


Três novos ataques contra igrejas em um bairro de Santiago e em La Araucanía (sul) foram registrados nesta terça-feira durante a visita do papa Francisco ao Chile.

Um dos ataques aconteceu na paróquia de Madre de la Divina Providencia, situada em Puente Alto, na área metropolitana.

A porta do templo foi queimada com um coquetel molotov.

Na região de Araucanía, que o Papa visitará nesta quarta, duas capelas foram destruídas pelo fogo. 

Morre menino com câncer que realizou seu último desejo: ser sacerdote por um dia


No dia 10 de janeiro, faleceu Brett Haubrich, um menino de 14 anos que padecia de um tumor cerebral inoperável de terceiro grau, o qual conseguiu realizar o seu desejo de ser sacerdote ao menos por um dia.

Em 2015, a organização americana ‘Make-A-Wish’ (Faça um pedido), conhecida por brindar alegria aos menores de 3 a 17 anos com enfermidades graves, ofereceu-se para realizar este pedido especial que foi além de todos os desejos.

“Com grande tristeza, lamentamos a morte de Brett Haubrich, de 14 anos, que morreu em paz em 10 de janeiro à noite, em casa e perto da sua família. Recordamos com carinho o dia em que, conforme o seu desejo, junto com a Fundação ‘Make-A-Wish’, Brett se uniu a 11 seminaristas de Kenrick-Glennon na cerimônia de Lava-pés, na Quinta-feira Santa, como ‘Sacerdote por um dia’”, informou o seminário Kenrick-Glennon da Arquidiocese de Saint Louis (Estados Unidos).

Por sua parte, a mesma Arquidiocese ofereceu orações pela família e pelos entes queridos de Brett: “Dai-lhe Senhor o descanso eterno e que a Luz Perpétua o ilumine. E que as almas de todos os fiéis defuntos, pela misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém”. 

Papa Francisco exorta o Chile a uma opção radical pela vida


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO AO CHILE E AO PERÚ
15 a 22 de janeiro de 2018

ENCONTRO COM AS AUTORIDADES, A SOCIEDADE CIVIL 
E O CORPO DIPLOMÁTICO

Palácio de la Moneda – Santiago – Chile
Terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Senhora Presidente,
Membros do Governo da República e do Corpo Diplomático,
Representantes da sociedade civil,
Distintas Autoridades,
Senhoras e senhores!

Estou feliz por poder encontrar-me de novo em solo latino-americano e começar a visita a esta amada terra chilena, que me hospedou e formou na minha juventude; gostaria que os dias passados convosco fossem também um tempo de agradecimento por tanto bem recebido. Conservo na memória esta estrofe do vosso Hino Nacional: «Puro, ó Chile, é o teu céu azulado, / brisas puras te cruzam também, / e o teu campo de flores bordado / é a cópia feliz do Éden». É um verdadeiro canto de louvor à terra que habitais, cheia de promessas e desafios mas sobretudo grávida de futuro. 

Obrigado, Senhora Presidente, pelas palavras de boas-vindas que me dirigiu. Na sua pessoa, quero saudar e abraçar o povo chileno do extremo norte da região de Arica e Parinacota até ao arquipélago do sul «dissolvendo-se em penínsulas e canais».[1] A vossa diversidade e riqueza geográfica permitem-nos vislumbrar a riqueza da polifonia cultural que vos carateriza.

Agradeço a presença dos membros do Governo, dos Presidentes do Senado, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal, bem como das demais Autoridades do Estado e seus colaboradores. Saúdo o Presidente eleito aqui presente, Senhor Sebastián Piñera Echenique, que recebeu recentemente o mandato do povo chileno para governar os destinos do país nos próximos quatro anos.

O Chile salientou-se, nos últimos decênios, pelo desenvolvimento duma democracia que lhe consentiu um notável progresso. As recentes eleições políticas foram uma manifestação da solidez e maturidade cívica alcançada, e isto adquire um relevo particular neste ano em que se comemora o bicentenário da declaração de independência. Momento particularmente importante, pois marcou o vosso destino como povo, baseado na liberdade e no direito, que teve também de enfrentar vários períodos turbulentos, conseguindo todavia – não sem dor – superá-los. Desta forma, soubestes consolidar e robustecer o sonho dos vossos pais fundadores.

Neste sentido, recordo as palavras emblemáticas do Cardeal Silva Henríquez, quando afirmava num Te Deum: «Nós – todos – somos construtores da obra mais bela: a pátria. A pátria terrena que prefigura e prepara a pátria sem fronteiras. Esta pátria não começa hoje, conosco; mas não pode crescer nem frutificar sem nós. Por isso a recebemos com respeito, com gratidão, como uma tarefa iniciada há muitos anos, como uma herança que nos orgulha e simultaneamente nos compromete».[2]

Cada geração deve fazer suas as lutas e as conquistas das gerações anteriores e levá-las a metas ainda mais altas. O bem como, aliás, o amor, a justiça e a solidariedade não se alcançam duma vez para sempre; hão de ser conquistados cada dia. Não é possível contentar-se com o que já se obteve no passado nem instalar-se a gozá-lo como se esta situação nos levasse a ignorar que muitos dos nossos irmãos ainda sofrem situações de injustiça que nos interpelam a todos. 

Alexandra Borges e Judite França falam sobre reportagens em Portugal que têm IURD como alvo


Foram sete meses de investigação em segredo absoluto até que a equipe da emissora portuguesa TVI colocou no ar o primeiro capítulo de uma série de reportagens que denuncia a existência de uma rede de adoções ilegais envolvendo os netos do líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Edir Macedo, um das maiores denominações cristãs do Brasil presente em quase 200 países. Batizada de O segredo dos deuses, a investigação levou o Ministério Público do país a abrir inquérito para investigar o suposto esquema. As repórteres Alexandra Borges e Judite França, que participaram da investigação, responderam às perguntas do EL PAÍS sobre os bastidores da reportagem.

Pergunta. Como vocês chegaram a esta história?

Resposta. Nós estávamos investigando outro assunto ligado aos negócios da IURD. Era uma reportagem empresarial sobre suposto enriquecimento ilícito e tropeçamos na história dos netos. Ouvimos que Edir Macedo havia escolhido os filhos adotados por sua filha Viviane [Freitas] e que os meninos eram portugueses. Achamos estranho porque não é fácil uma estrangeira adotar uma criança em Portugal. Além do mais, a legislação portuguesa não permite que se escolha a criança a ser adotada. E fomos investigar.

P. Como foi o processo de apuração?

R. Não foi fácil fazer a investigação porque em Portugal os processos de adoção são secretos. Começamos tentando contatar pessoas que saíram da IURD, porque quem está dentro da instituição não fala. Descobrimos que as adoções estavam protegidas por acordos de confidencialidade entre os participantes, para que nenhuma informação sobre o processo viesse a ser conhecida. Contatamos pessoas que trabalharam no lar onde as crianças foram adotadas. São pessoas que perceberam que haviam feito coisas erradas e por isso guardaram documentos da época.

P. Quais foram as maiores dificuldades?

R. Foram sete meses batendo às portas, juntando informações. Teve mães que morreram lutando pelos filhos. Apuramos que cerca de dez crianças foram adotadas nesse esquema. Algumas já estavam nas rédeas da rede quando a mãe conseguiu resgatá-las. É o caso de uma africana que teve malária e deixou seus filhos no lar da IURD para fazer o tratamento. Quando voltou, eles não queriam entregar as crianças, dizendo que ela precisava de advogado. Mas ela resistiu. Outras mães foram à polícia, mas não foram levadas a sério.

P. Por que não?

R. São mulheres vulneráveis, com histórico de problemas, algumas já conhecidas pela polícia. Vítimas de violência doméstica. Sem relações estáveis e cujos pais não queriam saber das crianças. Algumas eram dependentes químicas.

P. E como vocês chegaram às mães?

R. Chegar às mães foi mais complicado. Algumas pessoas com quem conversamos guardaram o nome das mães e das crianças. Mas não conseguimos encontrar todas. Também entrevistamos a babá portuguesa que viveu nos Estados Unidos quase três anos na casa do Edir Macedo e que nos contou sobre como era a vida das crianças.

P. O que vocês descobriram que as levou a entender que as adoções foram ilegais?

R. A filha do bispo escolheu as crianças por fotografia, com base em características que a interessavam, o que em Portugal é proibido. Viviane não esconde essa informação. Em seu blog, ela falava que adotou as crianças porque eram parecidas com Júlio Freitas, seu marido. Em Portugal, a Segurança Social te apresenta a criança, com base em diretrizes como idade. A pessoa que quer adotar e a criança têm seis meses para se conhecerem. Sempre de forma vigiada. Como a IURD era dona do lar, eles não passaram por esse processo e fizeram uma desvinculação forçada dos pais biológicos. Descobrimos um conjunto de mentiras que foi passado para o Tribunal [de Família e Menores de Lisboa], como as crianças serem tipificadas como soropositivos, sendo que a mãe biológica é doadora de sangue. Além disso, o tribunal não sabia que elas seriam levadas em aviões privados para fora de Portugal. Nem que seriam separadas. Viviane ficou com duas crianças e outra foi entregue para adoção de um bispo.

P. Mas o tribunal sabia que as crianças estavam sendo adotadas pela filha de Edir Macedo?

R. O tribunal pensava que estava atribuindo as crianças para guarda de uma portuguesa e não para a filha do bispo. Essa mulher é alguém de confiança do bispo Macedo, uma testa de ferro. 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

IURD: Mulher de bispo líder em Portugal confirma adoções ilegais


A mulher do líder máximo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Portugal confirmou as adoções ilegais denunciadas na investigação “O Segredo dos Deuses”, emitida na TVI durante o mês de dezembro. A confissão de Márcia Barbosa Panceiro, mulher de Romualdo, bispo e um dos braços direitos de Edir Macedo, surge na forma de uma carta escrita, de 11 páginas, divulgada pela TVI.

“Fábio Miguel Tavares foi-me entregue no dia 8 de abril de 1997 para ser meu filho”, escreve Márcia Panceiro. Fábio, o mais novo de três, viveu até aos cinco anos longe dos irmãos.

Edir Macedo pediu à secretária pessoal, a portuguesa Alice Andrade, que se inscrevesse com um pedido de guarda para retirar as crianças do Lar da IURD. De acordo com as jornalistas, Vera, Luís e Fábio foram levados por Alice para os Estados Unidos e entregues em casa de Viviane. A filha do líder da IURD e o marido, o bispo Júlio Freitas, rejeitam Fábio e decidem ficar apenas com Vera e Luís. Ilegalmente, “enviam” Fábio para o Brasil, para que seja adotado por outro bispo — Romualdo.

Na sequência das informações que vieram a público, o Ministério Público abriu um inquérito sobre a alegada rede de adoções ilegais de crianças portuguesas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Já a IURD emitiu um comunicado onde afirma estar a ser vítima de uma “campanha difamatória, falsa”.

Num comunicado divulgado no Brasil, a igreja brasileira afirmou que a investigação realizada pelos repórteres da estação portuguesa de televisão TVI baseia-se no depoimento falso de um ex-bispo chamado Alfredo Paulo, que teria sido expulso da igreja por conduta imprópria.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Bolívia: Novo Código Penal criminaliza conversões religiosas: penas vão de 7 a 12 anos de prisão!


Dias depois de se encontrar com o Papa, Evo Morales é alvo dos protestos vindos não só do Vaticano e de outras denominações cristãs, mas de todas as confissões religiosas existentes na Bolívia. O país editou um novo Código Penal que criminaliza algumas atividades de todas as religiões, principalmente a conversão religiosa ou o “recrutamento” para religião ou culto.

A  lei boliviana equipara a conversão religiosa ao recrutamento para o conflito armado: ambas ações fazem parte do mesmo inciso do artigo sobre imigração ilegal.


Aqui está o documento completo, as 259 páginas do Novo Código del Sistema Penal Boliviano, de 14 de dezembro de 2017: LEY-1005-Código-del-Sistema-Penal-14-12-17-PL-122-17-18

O artigo 88 fala sobre 'TRATA de personas', crime que, em muitos veículos da imprensa brasileira, é traduzido como tráfico de pessoas, já que as traduções são feitas por simples consulta ao dicionário e não por Direito Comparado. Os países latinoamericanos têm dois tipos jurídicos, “trafico de personas” e “trata de personas”: o primeiro é tráfico mesmo, o segundo é imigração ilegal ou indocumentada.