Bento XVI completa 91 anos. Este gigante, que já se curva pelo peso do tempo e da responsabilidade, permanece bem vivo e, ao que tudo indica, ativo. Claro, a idade e incidentes com sua saúde retiraram um pouco seu vigor, mas jamais sua vivacidade; seus olhos penetrantes. Que eu devo minha conversão a muitas pessoas, é público e notório, mas Papa Bento é uma daquelas que foi decisiva; tão decisiva quanto Santa Teresinha de Lisieux, não só porque dois de seus livros de teologia e catequese foram luzes no meu caminho de fé, mas pelo inacreditável fato de um deles ter sido canal para um milagre das rosas como resposta à minha primeira novena a jovem santinha: encontrei uma discreta pétala de rosa ainda viva no último dia da novena dentro das páginas escritas pelo então Cardeal Ratzinger.
Segundo a melhor tradição católica, sempre que Santa Teresinha ouve e atende uma novena, ela também concede, como sinal, uma rosa, as quais já me apareceram de ene modos: desde uma grande amiga deixar, sem saber absolutamente de nada, uma rosa em minha escrivaninha, até um completo estranho entregar nas minhas mãos, no fatídico nono dia da novena, um santinho com uma imagem da Santa segurando rosas. É assim. Explicações fogem; o fato nos abarca. Deve ser assim.
Não espero de modo algum um milagre de Santa Teresinha neste dia. Aguardo, porém, um outro milagre: que bispos e cardeais brasileiros dêem o mais sério tratamento às ainda mais sérias denúncias. Há quem julgue que os bispos envolvidos têm de se explicar porque os leigos assim demandam. Erra rudemente quem acha que esta é a razão. Nunca foi. Obviamente o calor das massas comovem corações, mas não é o centro. Respostas públicas, pormenorizadas e, se possível, exaustivas devem ser dadas pela natureza dos fatos apresentados, em grande parte, por mim desde o último janeiro.
Estar à espera de um milagre não é de forma alguma um deboche. Longe disto. Se a coisa sair do procedimento padrão de emitir notinhas evasivas, que nunca destrincham fatos e só deixam a emenda pior que o soneto; se a coisa responder a cada acusação no melhor estilo da apologética católica; se tivermos o privilégio de contemplar públicos e sinceros pedidos de perdão ‘mea maxima culpa’; se houver anúncio de uma série de medidas administrativas e canônicas para começar a resolver a coisa; se se fixarem, evocando o Magistério da Igreja, palavras sérias e necessárias a respeito da Teologia da Libertação de cunho marxista, a única existente; se, e somente se, tais e tais ações forem tomadas, aí sim saberemos que o episcopado brasileiro, ou pelo menos parte dele, ainda não se curvou covardemente perante o corporativismo, camaradagem e falsa tolerância.
Rezo neste preciso momento para que a verdade e o zelo pela fé não sejam outra vez sacrificados no altar do “deixa disso”.