Diante das leis de transexualidade aprovadas na Espanha, os Bispos do Sul publicaram algumas “orientações a ter em consideração” para dar algumas indicações sobre como ajudar as pessoas com transexualidade, o que fazer quando um filho diz que quer “mudar de sexo” ou quando uma criança da catequese manifesta que “mudou de gênero” e que irá vestido do sexo oposto.
Estas indicações dos Bispos do Sul da Espanha, que incluem as Dioceses de Sevilha, Granada, Almeria, Sidonia-Jerez, Cádiz e Ceuta, Canárias, Cartagena, Córdoba, Guadix, Huelva, Jaén, Málaga e Tenerife, se unem à nota publicada em janeiro, “como cristãos e como responsáveis de nossas comunidades”, para ajudar os fiéis a refletir e “diante das muitas interrogações que surgem e da preocupação de que não se alcance a finalidade de buscar a igualdade e o respeito de todas as pessoas”.
As indicações explicam que a transexualidade é uma “síndrome que se manifesta com um permanente conflito entre o sexo corpóreo e o sexo psíquico”, o que produz “um grande sofrimento pelo profundo mal-estar que lhe causa seu próprio corpo e pela incompreensão familiar e social”.
Mas, advertem que não se deve confundir a transexualidade com os estados intersexuais, a homossexualidade, o travestismo e o pseudotransexualismo.
Recordam que “todas as pessoas, seja qual for sua orientação sexual, merecem respeito e é justo evitar discriminações” e apontam que “as pessoas transexuais foram criadas a imagem e semelhança de Deus” e que também “são chamadas em Jesus Cristo a uma vocação de santidade e amor e a realizar a vontade de Deus em suas vidas”.
Mostram ainda que “75% das crianças que manifestam um desejo trans, quando chegam à adolescência este desaparece”. Por isso, recomendam aos pais o pequeno seja examinado por “um bom psiquiatra e um bom psicólogo, para descartar o que podemos chamar de pseudotransexualidade”, isto é, fruto de uma tentativa de chamar a atenção.
Além disso, insistem que os pais são os responsáveis pelo consentimento de seus filhos menores e “têm direito a discordar a medicina ideologizada”.
Diante da eventual situação de que uma criança na catequese manifeste que mudou de gênero e que irá vestida do sexo oposto, os bispos incentivam a se reunir com os pais e informa-los “da verdade científica e médica sobre o tratamento da disforia de gênero”.
“É preciso deixar claro que é temerário e arriscado diagnosticar disforia de gênero antes da puberdade e começar a trata-la com procedimentos irreversíveis. Do mesmo modo, é impossível afirmar uma disforia de gênero que não tenha persistido pelo menos durante dois anos e nunca antes dos cinco anos”, sublinham.
Também recomendam falar com os outros pais da catequese para explicar a situação e “conscientizá-los de que estamos diante de uma pessoa que sofre e precisa de nosso apoio. Pedir-lhes que expliquem isso aos seus filhos e busquem a melhor integração e respeito possível para as pessoas que têm disforia de gênero”.