Depois de duas tentativas frustradas em
1998 e 2002, Ciro Gomes (PDT) está de volta no páreo para disputar a presidência da República em 2018.
Membro de uma família tradicional na política cearense, Ciro se apoia em seu
largo currículo político e nas críticas ácidas contra possíveis adversários
dadas em entrevistas – entre os seus alvos, estão desde Lula e Marina Silva a João Doria e Jair Bolsonaro. No que
diz respeito aos temas morais, as muitas declarações dadas por Ciro
enquadram-se perfeitamente na categoria liberal, embora ele
próprio tente evitar o rótulo.
Nascido em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, Ciro mora
no Ceará, terra do seu pai, desde os quatro anos de idade. Formou-se em Direito
na Universidade Federal do Ceará e cursou Economia na Harvard Law School. Ele
entrou para a vida pública aos 20 anos, quando seu pai, então prefeito de
Sobral, o nomeou procurador do município.
Em 1982, aos 25 anos, conquistou seu primeiro cargo eletivo,
como deputado estadual. Aos 31, já era prefeito de Fortaleza, aos 33,
governador do Ceará e aos 37, ministro da Fazenda, no governo de Itamar Franco.
Nesse período, passou pelo PMDB e pelo PSDB. Em 1996, migrou para o PPS,
pelo qual concorreu à presidência da República em 1998 e 2002. Conquistou quase
10,97% dos votos na primeira tentativa e 11,97% na segunda. Durante o primeiro
mandato de Lula foi ministro da Integração Nacional. Entrou para o PSB em 2005
e foi eleito deputado federal em 2006. Em 2010 e 2014, não se candidatou a
nenhum cargo.
Desde 2015, depois de uma passagem pelo
PROS, está no PDT, seu sétimo partido, no qual é vice-presidente. Ele recusou
para si todas as aposentadorias derivadas dos cargos políticos que ocupou até
hoje. “Sou um socialista democrático em permanente revisão. No Brasil, até os
adjetivos esquerda e direita são malversados”, afirmou à BBC em 2017. “Eu sou
considerado um comunista para a direita e sou considerado um direitista para a
esquerda. Ou seja, estou na posição correta”.
Ao mesmo tempo em que considera o ícone conservador Winston
Churchill “o maior homem do século XX”, Ciro afirma que
concorrer à presidência em uma chapa com Fernando Haddad (PT) “seria o dream
team”.