sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Institutos de pesquisa e grande mídia constroem narrativa de possível fraude eleitoral



Quantas pessoas você conhece que já participaram de uma pesquisa de intenção de votos? Essa é a pergunta feita em tom irônico por muitos que dizem desconfiar das pesquisas eleitorais, mas não é por menos.

Em tempos de redes sociais e mídias alternativas, a participação popular oferece uma estimativa espontânea do que pode acontecer nas urnas, podendo divergir bastante em relação às pesquisas encomendadas aos institutos como o DataFolha, Ibope e Vox Populi.

Mas será que isso é suficiente para tanta desconfiança? Ao que parece, sim! E o que torna isso evidente não são os resultados, apenas, mas o que parece ser uma ação coordenada de alguns setores contra determinada candidatura.

Um raciocínio simples

Quem procura analisar o comportamento do eleitor em redutos favoráveis ao candidato que o eleitor defende, obviamente está perdendo o seu tempo.

Pesquisas espontâneas nas redes sociais, por exemplo, criadas em páginas identificadas com certo viés político, naturalmente vão refletir um cenário favorável para suas pautas, pois quem participa dessas pesquisas comentando, curtindo e compartilhando, são os seguidores identificados com essas pautas.

Todavia, o que estamos vendo no Brasil, pelo menos quem acompanha diariamente os diferentes meios de comunicação, não é mais um cenário nitidamente dividido, onde cada qual é compatível com o reduto que frequenta.

O que vemos é a presença massiva de eleitores pró Bolsonaro em todos os sítios digitais, não importa qual. Até mesmo em mídias como a Carta Capital, Brasil247, Mídia Ninja, Diário Centro do Mundo e outros, há não uma, mas várias manifestações em favor do candidato.
 

Ataque em massa contra Jair Bolsonaro revela desespero e a falência do jornalismo no país



Nas últimas semanas o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, tem sido alvo de matérias que nitidamente revelam um grau de tendenciosidade jamais visto no jornalismo do país.

Não são uma, duas ou três matérias abordando cada passo do presidenciável Jair Bolsonaro, mas várias por dia, publicadas por veículos como o UOL, o portal G1, VEJA, Folha e Estadão, apenas como exemplo, todas trazendo informações com alguma distorção, omissão ou má interpretação dos fatos relacionados ao candidato.

O portal UOl, por exemplo, foi um dos veículos que repercutiram largamente a informação de que "
Bolsonaro decide não participar de novos debates com adversários". Todavia, a própria matéria informa que a suposta declaração foi transmitida por Gustavo Bebiano, presidente do PSL, e não pelo candidato. Ou seja, o título não corresponde à realidade, já que Bolsonaro não fez tal afirmação.

Com um pouco mais de atenção, observa-se que o "não participar" se referiu, na verdade, ao embate que promovido pela Jovem Pan e não aos demais. Mas o título da matéria, entretanto, faz o leitor entender de forma generalizada a não participação, como também fizeram o G1, o EXTRA e a VEJA com o título "
Bolsonaro não deve mais participar de debates com adversários".

Agora a informação divulgada é outra. Tanto a VEJA como o UOL, por exemplo, dizem que "
Bolsonaro recua..", decidindo participar dos debates. A matéria apresenta um jogo de disse-me-disse, fazendo parecer uma coisa com a fala do presidente do PSL, Gustavo Bebiano, e outra com a opinião do próprio Bolsonaro.

A intenção obvia nisso é confundir o leitor através da indução de pensamento mediante o título da matéria. Uma vez lido o título, o leitor desatento já possui uma conclusão, especialmente se não tiver o trabalho de ler o conteúdo da "reportagem", o que a maioria não faz.
 

Modelagem Cultural - Como seu pensamento, comportamento e identidade são manipulados diariamente



Modelagem Cultural é um conceito abrangente, tem a ver com Engenharia Social Política. Requer uma visão criteriosa para perceber seus mecanismos. Recomendo que leia esse texto com muita atenção, pois ele poderá te ajudar a esclarecer o motivo de alguns conflitos sociais e consequentemente pessoais.

Vamos pensar quais são as principais ferramentas utilizadas por aqueles que praticam a Modelagem Cultural e até que ponto isso pode afetar a nossa vida.

O que é Modelagem Cultural?

Modelagem Cultural é a influência direta ou indireta sobre o maior número possível de aspectos formadores de uma cultura, com a finalidade de criar, gradualmente, e de modo quase imperceptível, uma sociedade/cultura segundo os interesses de quem mais exerce essa influência.

A forma de pensamento, orientação científica, comportamentos, a produção artística, religiosidade, os princípios éticos, etc., são os elementos alvos desse processo.

Há uma diferença entre Modelagem Cultural e Engenharia Social Política. A Modelagem Cultural é voltada para às ruas, atuando no "inconsciente coletivo", apegando-se aos detalhes da vida cotidiana, alcançando a intimidade das pessoas. Não requer medidas políticas, jurídicas ou grandes intervenções para obter sucesso, basta a capacidade e objetivos de uma única pessoa de exercer influência para que a Modelagem Cultural tenha início.

A Engenharia Social Política, por outro lado, começa de cima, está no "topo da pirâmide". Faz uso mais específico da política e medidas jurídicas para alcançar suas metas. Alinhada com grandes organizações e políticos, ela oficializa o que é o resultado da Modelagem Cultural, fazendo com que as duas atuem simultaneamente. Em outras palavras, enquanto a Modelagem Cultural atua "no povo", a Engenharia Social Política atua "nos sistemas".

A propósito das eleições


Estamos novamente em período eleitoral. Elegeremos deputados estaduais, governadores, deputados federais, senadores e presidente da República.

Voltam os ingredientes de sempre para este tempo:

as promessas dos candidatos, as esperanças de mudança, as acusações, as compras de votos, os pactos eleitorais muitas vezes incompreensíveis, a demagogia, a mentira, o terrorismo eleitoral, o clima meio policial criado por uma lei eleitoral que trata o povo como bando de tolos com necessidade de tutela: "não pode isso, não pode aquilo"...

Mas, o que importa mesmo, o que deveria estar presente na consciência dos eleitores são algumas poucas e simples ideias. Ei-las, algumas, a seguir.

1. As eleições são parte importante da formação da nossa jovem democracia. Votando, aprende-se a participar, toma-se consciência de que o poder pertence originariamente ao povo e é este quem escolhe a quem confiá-lo. Os governantes são representantes da vontade do povo e a ele devem servir.

2. O período eleitoral deve ser ocasião para examinar com seriedade o caminho político dos candidatos. Distinguindo-se cuidadosamente os verdadeiros dos falsos argumentos da campanha, é necessário analisar atentamente a personalidade e o histórico de cada um dos que pleiteiam ser eleitos. Atenção que é importante para a democracia não somente votar, mas avaliar o que foi feito com o voto que se deu: foi ele honrado ou não no exercício do mandato anterior que tal político exerceu? Qual o histórico político do seu candidato: cesteiro que faz um cesto, faz um cento!

3. O eleitor deve votar pensando no bem comum, ou seja, nos grandes projetos para o bem da maioria. Seria imoral um voto dado pensando somente no próprio benefício! É preciso saber conjugar os legítimos interesses de cada um com o bem da sociedade em geral. No caso de um cristão, este nunca deve votar em quem defende valores contrários à fé: aborto, sexo "livre", dissolução da família, ideologia de gênero, artistas com shows imorais e que denigrem a fé, educação sexual aberrante nas escolas, laicismo, etc. A guerra contra o cristianismo é clara, pesada e metódica. Não dá para brincar com isto! Não vote em quem aprovou e defendeu leis contrárias aos valores cristãos! Não deixe que o cristianismo seja destruído em nosso País! Não vote, de modo algum, em quem é favorável ao aborto!

4. Os candidatos dignos do nosso voto devem ter preocupações com políticas públicas: saúde, educação, segurança pública e infraestrutura para o País. As promessas feitas pelos candidatos devem passar pelo crivo do realismo: donde virão os recursos para se cumprir o que se está prometendo? É uma promessas factível ou demagógica?

5. Deve-se prestar muita atenção no quesito corrupção, que tem causado enormes danos econômicos, morais e institucionais ao Brasil. Hoje, nosso País é uma nação desmoralizada pela praga da corrupção. A Lava Jato foi e é um bem enorme para o País; no entanto, muitos nela implicados são candidatos e muitos serão eleitos, constituindo uma tremenda desmoralização do próprio povo e para o próprio povo! Que vergonha para os brasileiros! Qual o futuro de um povo que escolhe ser governado e representado por ladrões? Que honra tem um povo assim? Merece ser roubado e espoliado, merece descambar para o atraso, o clientelismo e, por fim, para um regime ditatorial!

6. Nunca se deve trocar voto por benefícios particulares. Isto seria uma indigna compra de votos! Para o cidadão é imoral, para o eleitor é crime, para o cristão é pecado.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Espanha: Histórico convento fechará depois de 500 anos por falta de vocações


O convento de Santa Maria do Socorro da Congregação religiosa da Imaculada Conceição de Sevilha (Espanha) fechará as suas portas no dia 15 de outubro, depois de comemorar 500 anos de sua fundação de vida consagrada.

Este é o último convento de religiosas desta congregação que ainda está aberto na cidade de Sevilha, onde chegaram a ter até quatro.

A redução do número de vocações, assim como o gradual envelhecimento das religiosas, obrigou-as a fechar este mosteiro histórico.

Também informaram que as religiosas foram transferidas para o mosteiro da congregação na cidade de Mairena de Aljarafe, Sevilha (Espanha).

Mensagem do Santo Padre aos Católicos Chineses e à Igreja Universal


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO 
AOS CATÓLICOS CHINESES E À IGREJA UNIVERSAL

«O seu amor é eterno!
É eterna a sua fidelidade!»
(Sal 100/99, 5)

Caríssimos irmãos no episcopado, sacerdotes, pessoas consagradas e todos os fiéis da Igreja Católica na China, demos graças ao Senhor porque é eterna a sua misericórdia e reconhecemos que «foi Ele quem nos criou e nós pertencemos-Lhe, somos o seu povo e as ovelhas do seu rebanho» (Sal 100/99, 3).

Neste momento, ecoam no meu espírito as palavras com que vos exortava o meu venerado Predecessor, na Carta de 27 de maio de 2007: «Igreja Católica na China, pequeno rebanho presente e ativo na vastidão de um imenso povo que caminha na história, como ressoam encorajadoras e provocantes para ti as palavras de Jesus: “Não temas, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino” (Lc 12, 32) (…); por isso, “brilhe a vossa luz diante dos homens de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus” (Mt 5, 16)» (Bento XVI, Carta aos Católicos Chineses, 27 de maio de 2007, 5).

1. Nos últimos tempos, circularam muitas vozes contrastantes sobre o presente e, principalmente, sobre o futuro das comunidades católicas na China. Estou ciente de que semelhante tropel de opiniões e considerações possa ter criado não pouca confusão, suscitando sentimentos contrapostos em muitos corações. Nalguns, surgem dúvidas e perplexidade; outros vivem a sensação de ter sido como que abandonados pela Santa Sé e, ao mesmo tempo, colocam-se a questão pungente do valor dos sofrimentos que enfrentaram para viver na fidelidade ao Sucessor de Pedro. Em muitos outros, ao contrário, prevalecem expectativas positivas e reflexões animadas pela esperança dum futuro mais sereno para um testemunho fecundo da fé em terra chinesa.

Tal situação tem-se vindo a acentuar sobretudo a propósito do Acordo Provisório entre a Santa Sé e a República Popular Chinesa que, como sabeis, foi assinado em Pequim nos dias passados. Num momento tão significativo para a vida da Igreja e através desta breve Mensagem, antes de mais nada desejo assegurar que vos tenho diariamente presente nas minhas orações e partilhar convosco os sentimentos que moram no meu coração.

São sentimentos de gratidão ao Senhor e de sincera admiração – que é a admiração de toda a Igreja Católica – pelo dom da vossa fidelidade, da constância na provação, da arraigada confiança na Providência de Deus, mesmo quando certos acontecimentos se revelaram particularmente adversos e difíceis.

Estas experiências dolorosas pertencem ao tesouro espiritual da Igreja na China e de todo o Povo de Deus peregrino na terra. Asseguro-vos que o Senhor, através do crisol das próprias provações, nunca deixa de nos cumular com as suas consolações e preparar-nos para uma alegria maior. Estamos absolutamente certos de que «aqueles que semeiam com lágrimas – como afirma o Salmo 126 – vão recolher com alegria» (v. 5).

Por isso, continuemos a manter o olhar fixo no exemplo de tantos fiéis e Pastores que não hesitaram em oferecer o seu belo testemunho (cf. 1 Tim 6, 13) pelo Evangelho, chegando até ao dom da própria vida. Devem ser considerados verdadeiros amigos de Deus.

Papa na Estônia: "Quando a fé tem a coragem de sair, consegue manifestar as palavras mais belas do Mestre"


ENCONTRO COM OS ASSISTIDOS 
NAS OBRAS SOCIO-CARITATIVAS DA IGREJA

DISCURSO DO SANTO PADRE

Estônia - Catedral dos Santos Pedro e Paulo em Tallinn 
Terça-feira, 25 de setembro de 2018

Queridos irmãos e irmãs!

Obrigado por me terdes recebido, esta tarde, na vossa casa. Para mim, é importante fazer esta visita e poder encontrar-me aqui no vosso meio. Obrigado pelo vosso testemunho e por terdes partilhado connosco tudo aquilo que trazeis no coração.

Antes de mais nada, quero congratular-me contigo, Marina, e com o teu marido pelo belíssimo testemunho que nos destes. Fostes abençoados com nove filhos, com todo o sacrifício que isso implica como no-lo fizestes notar. Onde existem crianças e jovens, há muito sacrifício, mas sobretudo há futuro, alegria e esperança. Por isso mesmo, é reconfortante ouvir-vos dizer: «Damos graças ao Senhor pela comunhão e o amor que reina na nossa casa». Nesta terra, onde os invernos são duros, não vos falta o calor mais importante: o da casa, o que nasce de estar em família. Com discussões e problemas? Sim, é normal, mas com o desejo de prosseguir juntos. Não se trata de palavras bonitas, mas dum exemplo claro.

E obrigado por terdes compartilhado também o testemunho destas Irmãs que não tinham medo de sair e ir aonde vos encontráveis vós, para serem sinal da proximidade e da mão estendida do nosso Deus. Tu disseste que eram como anjos que vos vinham visitar. É assim: são anjos.

Quando a fé não tem medo de deixar as comodidades, de se envolver e tem a coragem de sair, consegue manifestar as palavras mais belas do Mestre: amai-vos uns aos outros assim como Eu vos amei (cf. Jo 13, 34). Amor que rompe as cadeias que nos isolam e separam, lançando pontes; amor que nos permite construir uma grande família onde todos nos podemos sentir em casa, como nesta casa. Amor que sabe de compaixão e dignidade. E isto é bonito. [olhando os nove filhos de Marina sentados num único banco, conta-os] Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove. Bonita família! Bonita família!

A fé missionária vai, como estas Irmãs, pelas estradas das nossas cidades, dos nossos bairros, das nossas comunidades, dizendo com gestos muito concretos: Fazes parte da nossa família, da grande família de Deus onde todos nós temos um lugar. Não fiques fora! É isto que vós, irmãs, fazeis! Obrigado.

Aos jovens na Estônia: "O amor não está morto, nos chama e nos envia"


ENCONTRO ECUMÊNICO COM OS JOVENS

DISCURSO DO SANTO PADRE

Estônia - Igreja Luterana de São Carlos em Tallinn
Terça-feira, 25 de setembro de 2018

Queridos jovens!

Obrigado pela vossa calorosa recepção, os vossos cânticos e os testemunhos de Lisbel, Tauri e Mirko. Agradeço as palavras amáveis e fraternas do Arcebispo da Igreja Evangélica Luterana da Estônia, Urmas Viilma, bem como a presença do Presidente do Conselho das Igrejas da Estônia, o Arcebispo Andres Põder, a do Bispo D. Philippe Jourdan, Administrador Apostólico da Estônia, e dos outros representantes das diversas confissões cristãs presentes no país. Agradeço também a presença da Senhora Presidente da República.

É sempre bom reunir-nos, partilhar testemunhos da vida, expressar o que pensamos e queremos; e é muito bom estarmos juntos, nós que cremos em Jesus Cristo. Estes encontros tornam realidade o sonho de Jesus na Última Ceia: «Que todos sejam um só (…) para que o mundo creia» (Jo 17, 21). Se fizermos esforço por nos vermos como peregrinos que fazem o caminho juntos, aprenderemos a abrir com confiança o coração ao companheiro de estrada, sem cultivar suspeitas nem difidências, olhando apenas para aquilo que realmente procuramos: a paz diante do rosto do único Deus. E, uma vez que a paz é artesanal, ter confiança nos outros é também algo de artesanal, constitui uma fonte de felicidade: «Felizes os pacificadores» (Mt 5, 9). E esta estrada, este caminho, não o fazemos só com os crentes, mas com todos. Todos têm qualquer coisa a dizer-nos; e nós, a todos, temos algo a dizer.

O grande quadro que se encontra na abside desta igreja contém uma frase do Evangelho de São Mateus: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei de aliviar-vos» (Mt 11, 28). Vós, jovens cristãos, podeis identificar-vos com alguns elementos deste texto do Evangelho.

Nas narrações anteriores, o evangelista mostra-nos que Jesus tem vindo a acumular decepções. Primeiro, lamenta-Se porque parece que, para aqueles a quem Se dirige, nada está bem (cf. Mt 11, 16-19). A vós, jovens, acontece muitas vezes que os adultos ao vosso redor não sabem o que querem ou esperam de vós; ou, quando vos veem muito felizes, ficam desconfiados; e, se vos veem angustiados, relativizam o sucedido. Na consultação preliminar do Sínodo, que está para se realizar e vai refletir sobre os jovens, muitos de vós pedem que alguém vos acompanhe e compreenda sem julgar e saiba escutar-vos bem como dar resposta às vossas questões (cf. Sínodo dedicado aos jovens, Instrumentum laboris, 132). Às vezes, as nossas Igrejas cristãs – e ousaria dizer todo o processo religioso estruturado institucionalmente – carregam consigo atitudes nas quais nos é mais fácil falar, aconselhar, propor a partir da nossa experiência, do que escutar, do que se deixar interpelar e iluminar por aquilo que vós viveis. Muitas vezes, sem dar por isso, as comunidades cristãs fecham-se e não escutam as vossas inquietações. Sabemos que vós quereis e esperais «ser acompanhados, não por um juiz inflexível nem por um pai receoso e superprotetor que gera dependência, mas por alguém que não tem medo da sua própria fraqueza e sabe fazer resplandecer o tesouro que guarda dentro de si, como num vaso de barro (cf. 2 Cor 4, 7)» (Ibid., 142). Aqui, hoje, quero-vos dizer que desejamos chorar convosco se estais a chorar, acompanhar com os nossos aplausos e nossos sorrisos as vossas alegrias, ajudar-vos a viver o seguimento do Senhor. Vós jovens, rapazes e moças, fixai isto: quando uma comunidade cristã é verdadeiramente cristã não faz proselitismo. Apenas escuta, acolhe, acompanha e caminha; mas não impõe nada.

Jesus queixa-Se também das cidades que visitou, nelas realizando mais milagres e reservando-lhes maiores gestos de ternura e proximidade, e lamenta a sua falta de perspicácia para perceber que a mudança que lhes viera propor era urgente, não podia esperar. Chega mesmo a dizer que são mais relutantes e cegos do que Sodoma (cf. Mt 11, 20-24). E quando nós, adultos, nos fechamos a uma realidade que é já um facto, dizeis-nos com ousadia: «Não o vedes?». E alguns mais decididos têm a coragem de dizer: «Não vos dais conta de que já ninguém vos escuta, nem crê em vós?». Verdadeiramente precisamos de nos converter, de descobrir que, para estar ao vosso lado, devemos derrubar muitas situações que, em última análise, são aquelas que vos afastam.