ENCONTRO COM OS ASSISTIDOS
NAS OBRAS SOCIO-CARITATIVAS DA IGREJA
DISCURSO DO SANTO PADRE
Estônia - Catedral dos Santos Pedro e Paulo em Tallinn
Terça-feira, 25 de setembro de 2018
Queridos irmãos e irmãs!
Obrigado por me terdes recebido, esta tarde, na vossa casa. Para mim, é importante fazer esta visita e poder encontrar-me aqui no vosso meio. Obrigado pelo vosso testemunho e por terdes partilhado connosco tudo aquilo que trazeis no coração.
Antes de mais nada, quero congratular-me contigo, Marina, e com o teu marido pelo belíssimo testemunho que nos destes. Fostes abençoados com nove filhos, com todo o sacrifício que isso implica como no-lo fizestes notar. Onde existem crianças e jovens, há muito sacrifício, mas sobretudo há futuro, alegria e esperança. Por isso mesmo, é reconfortante ouvir-vos dizer: «Damos graças ao Senhor pela comunhão e o amor que reina na nossa casa». Nesta terra, onde os invernos são duros, não vos falta o calor mais importante: o da casa, o que nasce de estar em família. Com discussões e problemas? Sim, é normal, mas com o desejo de prosseguir juntos. Não se trata de palavras bonitas, mas dum exemplo claro.
E obrigado por terdes compartilhado também o testemunho destas Irmãs que não tinham medo de sair e ir aonde vos encontráveis vós, para serem sinal da proximidade e da mão estendida do nosso Deus. Tu disseste que eram como anjos que vos vinham visitar. É assim: são anjos.
Quando a fé não tem medo de deixar as comodidades, de se envolver e tem a coragem de sair, consegue manifestar as palavras mais belas do Mestre: amai-vos uns aos outros assim como Eu vos amei (cf. Jo 13, 34). Amor que rompe as cadeias que nos isolam e separam, lançando pontes; amor que nos permite construir uma grande família onde todos nos podemos sentir em casa, como nesta casa. Amor que sabe de compaixão e dignidade. E isto é bonito. [olhando os nove filhos de Marina sentados num único banco, conta-os] Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove. Bonita família! Bonita família!
A fé missionária vai, como estas Irmãs, pelas estradas das nossas cidades, dos nossos bairros, das nossas comunidades, dizendo com gestos muito concretos: Fazes parte da nossa família, da grande família de Deus onde todos nós temos um lugar. Não fiques fora! É isto que vós, irmãs, fazeis! Obrigado.
Tal é – acho eu – o milagre que nos contaste tu, Vladimir. Encontraste irmãs e irmãos que te proporcionaram a possibilidade de despertar o coração e ver que, a todo o momento, o Senhor te procurava incansavelmente para vestir-te de festa (cf. Lc 15, 22) e para celebrar porque cada um de nós é o seu filho predileto. A maior alegria do Senhor é ver-nos renascer, pelo que nunca Se cansa de nos conceder uma nova oportunidade. Por este motivo, são importantes os laços, sentir que pertencemos uns aos outros, que toda a vida tem valor e que estamos prontos a gastá-la para a fazer valer.
Quero convidar-vos a continuar a criar laços, a sair pelos bairros dizendo a quantos encontrais: Também tu fazes parte da nossa família. Jesus chamou os discípulos; e ainda hoje chama cada um de vós, queridos irmãos, para continuardes a semear e transmitir o seu reino. Ele conta com a vossa história, a vossa vida, as vossas mãos para percorrer a cidade e partilhar a mesma realidade que vós vivestes. Hoje Jesus pode contar convosco? Cada um de vós responda…
Obrigado pelo tempo que me oferecestes. E, agora, quero dar-vos a bênção, para que o Senhor possa continuar a fazer milagres através das vossas mãos. E, por favor… Também eu preciso de ajuda; por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Obrigado!
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Santa Sé
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