terça-feira, 2 de outubro de 2018

As loucuras de Guilherme Boulos



É difícil imaginar o que faria um cristão cogitar em votar em um candidato como Guilherme Boulos.

Consigo me convencer de que outros candidatos ainda são providos de certa demagogia muito sedutora que poderiam induzir-nos a crer estarem em certa conformidade com um ou outro princípio da Doutrina Social da Igreja. Porém, o candidato em questão é nitidamente uma monstruosidade para tudo aquilo que o Magistério condensa em suas encíclicas sociais.

De qualquer maneira, não custa expor às claras toda aberração que esse presidenciável propõe.

Um homem jovem, de apenas 36 anos, Boulos, pupilo de Luiz Inácio Lula da Silva, conforme propagandeado por este em seu último discurso antes de ser preso, militou no Partido Comunista Brasileiro até 2000.

Como já amplamente evidenciado em outros artigos, o comunismo se trata de uma ideologia que, assim como denuncia o Papa Leão XIII, “é uma peste mortífera que invade a medula da sociedade humana e a conduz a um perigo extremo” ou ainda como denota o Papa Pio XI, na encíclica Divini Redemptoris, “o comunismo é intrinsecamente perverso e não se pode admitir em campo nenhum a colaboração com ele”.

Bolsonaro: um mal menor, mas necessário na atual conjuntura



Desde a redemocratização, o “Teatro das Tesouras”, protagonizado pelos grandes partidos políticos, tem tomado conta da política nacional. Sob a fachada de uma aparente oposição, políticos de alto escalão revezam entre si no poder, perpetuando a troca de favores e o aparelhamento estatal em função de interesses partidários e relegando a população ao segundo plano.

Em meio a esse cenário, Jair Messias Bolsonaro tem condensado em si, o clamor popular que nos últimos anos exige mudanças, abarcando em sua plataforma política pautas de clara oposição ao ideário revolucionário de esquerda, seja no âmbito moral, seja no da segurança pública, seja no econômico.

Às vésperas dessa eleição que, certamente, é uma das mais importantes da história da República Brasileira e a mais importante desde a redemocratização, surge a necessidade de analisar as propostas de Bolsonaro à luz dos princípios da Doutrina Social da Igreja (DSI) e das exigências que devem nortear a reflexão do católico ao decidir o seu voto. Essa é a proposta deste texto.

De plano, cabe refletirmos que, qualquer que seja o próximo presidente, a realidade temporal só será efetivamente transformada quando os católicos, buscando a santidade, lançarem a semente de Cristo no seio das instâncias sociais. Por essa razão, certa idealização ufanista que se tem feito em torno da figura do Bolsonaro não é saudável: ela revela, antes, a tendência de as pessoas depositarem a esperança da mudança na ação centralizada do governante, enfraquecendo a noção de responsabilidade individual.

Isso atenta contra o Princípio da Subsidiariedade, da DSI, segundo o qual as instâncias menores são preferíveis às instâncias maiores para a solução dos problemas. Dessa forma, tenhamos sempre a consciência de que o Reinado Social de Cristo depende eminentemente da santidade de nós leigos, em especial na criação e educação de nossas famílias, que são a pedra primeira e angular da sociedade, das quais virão futuros leigos, padres e políticos santos que contribuirão para a conversão do mundo.

Passemos, então, a analisar o candidato: O que pensa Bolsonaro sobre o aborto, ideologia de gênero, casamento gay, contracepção e homeschooling? Quais suas propostas para a educação pública? Como se posiciona quanto à segurança? Qual linha seguirá na administração da economia? E nas relações de trabalho? Como será sua política de relações exteriores? 

O Banheiro de Alckmin



A internet está repleta de boatos sobre o envolvimento de Geraldo Alckmin, ex-governador do estado de São Paulo, com o Opus Dei – uma Prelazia da Igreja Católica que é vista por muitos como uma instituição profundamente conservadora. Numa entrevista no Roda Viva, em 2005, Alckmin negou qualquer ligação direta com a Prelazia [1]. De fato, é difícil não acreditar nele, já que muitos de seus posicionamentos e obras não são nada condizentes com a Doutrina Católica.

Ideologia de gênero

Apesar de afirmar que este é um assunto do qual "é a família quem deve cuidar" [2] – seja lá o que isso queira dizer – o governo de Alckmin se empenhou na disseminação da tal ideologia e, inclusive, implementou os nefastos "banheiros de gênero" nas escolas estaduais. Essa medida permitia que meninos usassem os mesmos banheiros de meninas, por exemplo, caso se identificassem com o sexo feminino.

A Secretaria de Educação de seu governo foi a mais obstinada em promover o conceito de gênero como mera construção social, aderindo com orgulho – sem medo de admiti-lo – às teses de Judith Butler. Assim, Alckmin atende à agenda dos socialites universitários, enquanto filtra o seu discurso para os setores conservadores, como bom populista que é. [3]

Aborto

Da mesma maneira, no tema do aborto, o candidato apresenta um discurso café-com-leite, claramente para não se comprometer com uma pauta específica. Apesar de não apresentar um posicionamento tão vil quanto de outros candidatos, que pretendem legalizar a prática do aborto, o PSDBista pretende manter a legislação atual, que prevê abortos em casos de estupro e anencefalia.

Seu discurso é palatável aos pró-vida desavisados – "Eu não vejo o aborto como solução" [4] –, mas também aos abortistas, já que essa falta de convicção moral, evidenciada pelas exceções possíveis ao assassinato do nascituro, é um terreno primoroso para que o aborto seja, aos poucos, legalizado no Brasil.

"É verdade que, muitas vezes, a opção de abortar reveste para a mãe um caráter dramático e doloroso: a decisão de se desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente egoístas ou de comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns bens importantes como a própria saúde ou um nível de vida digno para os outros membros da família. Às vezes, temem-se para o nascituro condições de existência tais que levam a pensar que seria melhor para ele não nascer. Mas estas e outras razões semelhantes, por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de um ser humano inocente." - Papa São João Paulo II 

Haddad: a cartada final do PT



37 pessoas já ocuparam o Gabinete Presidencial da República Brasileira em quase 130 anos. Ao todo, foram 29 eleições, diretas e indiretas. A de 2018 será a 30ª eleição presidencial no Brasil e, provavelmente, uma das mais importantes – senão a mais importante da história nacional.

Ao lado da eleição de 1950 (que elegeu Getúlio Vargas) e a de 1989 (que elegeu Fernando Collor), o pleito de 07 de outubro de 2018 parece ser uma daquelas ocasiões para as quais, mais uma vez, toda a história de uma nação irá tender; um daqueles momentos decisivos em que um povo tem a derradeira chance de escolher um caminho ou outro.

2018 tem um diferencial: todas as vezes que o brasileiro foi chamado às urnas, o mundo político que o governava e os candidatos que se lhe apresentavam estavam como que cobertos por um véu de mentiras. Agora não! Agora tudo está despido! As verdades estão aí! Descobrimos quem de fato são aqueles que se exaltavam como os “redescobridores” do Brasil: mentirosos!

O partido que governou o Brasil por 13 anos, em 4 sucessivas eleições, que promoveu o maior esquema de corrupção da história humana, que aparelhou o Estado para a realização de seu projeto criminoso de poder, que, com sua língua venenosa, conquistou o povo e ensinou-o a encará-lo como seu “defensor”, que foi duramente arrancado do poder em um legítimo processo de impeachment e que tem seu principal líder e mentor preso por corrupção e lavagem de dinheiro, apresenta-se, novamente, como uma opção salvacionista ao povo brasileiro.

O nome que oferece é novo – Fernando Haddad -, mas o nome a ele associado já conhecemos bem: Haddad é Lula. Não é mera figura de linguagem da campanha petista: o presidiário que foi barrado pela lei da ficha-limpa oferece ao Brasil outro presidente após a malfadada Dilma, por trás de quem governará.

O que precisa ficar claro aos brasileiros – católicos, outros cristãos e demais pessoas de boa-vontade -, é que o Partido dos Trabalhadores (PT) não é apenas mais um partido corrupto, nem sequer o mais corrupto: ele é o partido que, com sua militância aguerrida, com o aparelhamento da máquina estatal, com a drenagem dos cofres públicos, com a sedução do povo comum , e em aliança com ditaduras sanguinárias, pretende levar a cabo um projeto de natureza verdadeiramente demoníaca projetado nas mentes doentes de seus fundadores e líderes.

Este artigo se propõe a analisar não apenas Fernando Haddad, mas todo o projeto criminoso de poder de Lula e do Partido dos Trabalhadores, que agora nós temos talvez a última chance de expurgar. O projeto está disponível no site do Partido.

Em artigo que publicamos sobre Lula, destrinchamos alguns dos muitos aspectos em que o projeto do PT se opõe à Doutrina Social da Igreja e aos demais valores cristãos: é sabido que defende o aborto, a ideologia de gênero, o Estado máximo e controlador, a manipulação da sociedade civil e que promoveu o maior escândalo de corrupção da história da humanidade (Petrolão). Apenas essas questões já deveriam impedir um voto cristão ou de boa-fé no candidato do PT.

Mas não é só isso.

O projeto criminoso de poder do Partido dos Trabalhadores não se restringe a encher os fartos bolsos de seus líderes, mas tem como objetivo institucionalizar, por meio de uma suposta legalidade e de forma paulatina, um sistema ideológico de orientação marxista-leninista no Brasil e na América Latina.

É um projeto amplo e ambicioso, realizado através de um processo de quatro etapas. Três já se consolidaram, resta a quarta. 

Por que Marina Silva perdeu o apoio dos evangélicos e do movimento pró-vida?



Eu entendo por que alguns amigos pró-vida ainda simpatizam com Marina Silva, mas tenho certeza de que estão desatualizados. A origem desse sentimento está em 2013, quando a Rede Sustentabilidade foi lançada, ainda como embrião de partido. Naquele momento, algumas das lideranças pró-vida mais influentes do país chegaram a se unir oficialmente à ambientalista, pois havia mesmo a esperança de que dali sairia algo novo, promissor e com chances de vencer o PT.

Hoje, porém, todas as pessoas admiráveis que eu conheci e que estavam no nascimento da Rede pularam fora, pois não resistiram à violenta pressão que a ala mais esquerdista do partido – quase todos provenientes do PT – soube fazer. Quem tinha chance de influenciar, de modo a transformar a Rede no primeiro partido de centro-esquerda que fosse contra o aborto – seria uma inovação e tanto! – acabou empurrado para longe do processo decisório e o que sobrou é o que se vê na campanha de Marina em 2018:

Um vice problemático

– Eduardo Jorge, seu vice e ex-petista, foi autor do PL 1135/91, que pedia a legalização do aborto, uma praga que tramitou durante dez anos e só foi enterrado definitivamente em 2011; isso pra falar apenas uma das muitas pautas estapafúrdias que defende, como os projetos que limitam o consumo de carne em determinados dias da semana e a descriminalização da maconha.

A rejeição dos evangélicos

– Marina perdeu quase todo o apoio que já teve de líderes evangélicos. Pra vocês terem uma ideia, em 2014, até o Silas Malafaia estava do lado dela. Em 2018, ela não conquistou a confiança nem dos líderes da denominação à qual pertence, a Assembleia de Deus. O pastor José Wellington, por exemplo, que foi presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil durante nove anos, declarou publicamente que votará em Jair Bolsonaro. Trata-se do segmento evangélico mais numeroso do país. 

SP: Bispo de Jales critica Bolsonaro e orienta católicos a votarem em candidatos comunistas.


Num texto denominado "votar com lucidez" e publicado no site da CNBB Regional Sul 1, Dom Reginaldo Andrietta, bispo da diocese de Jales, afirma em relação ao candidato Jair Bolsonaro, indiretamente, sem citar seu nome, que “São escandalosas as posturas alienadas de muitos cristãos e as adesões a um candidato à presidência que dissemina violência, ódio, racismo, homofobia e preconceito contra mulheres e pobres. Ele utiliza falsamente as temáticas do aborto, gênero, família e ética; faz apologia à tortura, à pena de morte e ao armamentismo; e é réu por injúria e incitação ao crime de estupro.”

No texto o bispo diz que um bom candidato é o que “apresenta critérios para a escolha de bons candidatos, afirmando que os bons políticos são conhecidos especialmente por seus compromissos com a classe trabalhadora", aludindo diretamente à luta de classes marxista e por definição anti-cristã.

Ele já assinou manifesto e escreveu artigo, por exemplo, contra a Reforma da Previdência do governo de Michel Temer, lido e exaltado em novembro de 2017 na tribuna do Senado pelo petista Paulo Paim.

Para Andrietta, a reforma “reduz direitos constitucionais e ameaça a vida de milhões de brasileiros, especialmente os mais pobres”.

O verniz ideológico de seus artigos também fica claro com os ataques “ao rolo compressor de medidas econômicas neoliberais”. Exemplo:

“Os seres humanos tendem a reproduzir modelos escravizantes de vida, tais como ocorreram no Brasil colonial e imperial, e continuam ocorrendo, hoje, sob a forma neoliberal, submetendo-nos ao poder do grande capital, especialmente financeiro.”

Usar posições políticas de teólogos da libertação (ou assemelhados) alinhados com o PT para desgastar um adversário como Bolsonaro com o eleitorado cristão é apenas uma amostra do cinismo petista.

A “bíblia” dessas autoridades eclesiásticas é o marxismo que, bem ou mal, Bolsonaro combate.

Não é de hoje que o PT conta com autoridades eclesiásticas para legitimar suas narrativas políticas. O bispo da diocese e Jales é um dos preferidos da base lulista porque, como qualquer teólogo da libertação, dá ao Evangelho um sentido político de “luta de classes”.

Anos atrás, Lula foi filmado dizendo o seguinte:

"Mas por que eu cheguei onde cheguei? Porque eu tenho por trás de mim um movimento. Eu tenho por detrás de mim uma grande parte dos estudantes, do PT, a CUT, a base da Igreja católica".

Para pensar... E seu voto está implicado nesta realidade!


Em essência, o grande desafio do mundo ocidental - e também do Brasil, que faz parte deste mundo -, se não quiser se perder de vez, perdendo o rumo de sua consciência e de seu coração, é reconhecer novamente o ser humano como estruturalmente aberto para Deus.

Não basta pensar nos problemas econômicos e sociais! Há mais, muito mais em jogo: o que é o ser humano, qual o sentido da sua existência, qual o seu caminho neste mundo e o seu destino no tempo e na eternidade!

Sem atenção a estas questões, todas as outras - inclusive as questões sociais, econômicas, políticas... - ficarão distorcidas e deformadas, podendo mesmo matar o ser humano pessoal e socialmente! Em outras palavras: uma sociedade que caminha sem Deus ou contra Deus caminha para a destruição, para a necrose de todos os seus tecidos! O homem sem Deus perece! Uma sociedade sem Deus definha! Uma cultura sem Deus ou contra Deus se estiola!

Para recordar, em tempos de escolher candidatos


A primeira dentre todas as liberdades é a liberdade religiosa; o ato mais fundamental do ser humano é a fé em Deus e a liberdade de professar essa fé publicamente, sem ser ridicularizado, coibido ou perseguido moral ou fisicamente.

É necessário que se compreenda que o valor incomensurável que é a liberdade religiosa não deve ser confundido com a privatização da fé e da religião; em outras palavras: a verdadeira liberdade religiosa se dá quando as pessoas têm direito de externar sua fé e trazer seus valores religiosos para, com eles, participar na edificação de uma sociedade plural e aberta para a Transcendência. 

A experiência religiosa é um valor imprescindível para a humanidade e a religião, como tal, pode e deve influenciar a consciência e o comportamento social, deve forjar um modo de ver o mundo e a vida, deve plasmar um jeito de encarar os problemas, realizar as escolhas e afrontar os desafios.

É verdade que a religião não pode nem deve impor, mas pode e deve propor, insistir, recordar valores, exigências éticas, critérios morais. Sem isso, é a barbárie! Sem Deus, o humanismo é capenga, falso, simples e pura ideologia! Não resiste muito uma afirmação da dignidade do homem que não se funde na consciência do seu ser-amado-por-Deus.