É difícil
imaginar o que faria um cristão cogitar em votar em um candidato como Guilherme
Boulos.
Consigo me
convencer de que outros candidatos ainda são providos de certa demagogia muito
sedutora que poderiam induzir-nos a crer estarem em certa conformidade com um
ou outro princípio da Doutrina Social da Igreja. Porém, o candidato em questão
é nitidamente uma monstruosidade para tudo
aquilo que o Magistério condensa em suas encíclicas sociais.
De
qualquer maneira, não custa expor às claras toda aberração que esse
presidenciável propõe.
Um homem
jovem, de apenas 36 anos, Boulos, pupilo de Luiz Inácio Lula da Silva, conforme
propagandeado por este em seu último discurso antes de ser preso, militou
no Partido Comunista Brasileiro até 2000.
Como já
amplamente evidenciado em outros artigos, o comunismo se
trata de uma ideologia que, assim como denuncia o Papa Leão XIII, “é uma peste
mortífera que invade a medula da sociedade humana e a conduz a um perigo
extremo” ou ainda como denota o Papa Pio XI, na encíclica Divini Redemptoris, “o comunismo é intrinsecamente
perverso e não se pode admitir em campo nenhum a colaboração com ele”.
Guilherme Boulos e Lula |
Como se
não bastasse esse início de militância decadente, Guilherme atualmente integra
o Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) em que
atua como coordenador nacional. Conhecido como “braço urbano do MST” por alguns
escritores e “indústria de ocupações urbanas” pelo Ministério Público, o MTST
se trata de um grupo de baderneiros, alimentados por partidos de esquerda como
PT, PCdoB e PSOL – recebem verbas milionárias [1] – e fundamentados na
filosofia marxista-leninista, que fomentam o caos social por meio de protestos
violentos e agressivos e invasões às propriedades privadas.
Não é à
toa que o Papa Leão XIII, na encíclica Rerum Novarum,
manifesta que “[a solução socialista] é sumamente injusta, por violar os
direitos legítimos dos proprietários, viciar as funções do Estado e tender para
a subversão completa do edifício social”. Acrescenta São João XXIII, na
encíclica Pacem in Terris, que “a paz na
terra, anseio profundo de todos os homens de todos os tempos, não se pode
estabelecer nem consolidar senão no pleno respeito da ordem instituída por
Deus”.
O MTST
atua em conjunto com a CUT e como o MST, todos movimentos já delatados como
instrumentos partidários para a subversão social e o agigantamento estatal [2].
Possuem uma política de ação totalmente contrária àquilo que ensina a Doutrina
Social da Igreja quando instrui acerca da propriedade privada.
Como
leciona o Papa São João XXIII, na encíclica Mater et Magistra, “a
propriedade privada, mesmo dos bens produtivos, é um direito natural que o
Estado não pode suprimir”. Ou seja, é totalmente ilegítimo que o Estado
mantenha com qualquer movimento social uma aliança que atente contra tão
precioso direito fundamental. O caminho correto deveria ser outro, valorizando
o princípio da solidariedade e do bem comum, como aponta o Bem-Aventurado Papa
Paulo VI, na encíclica Octagesima Adveniens,
quando diz que “sem uma renovada educação, no que se refere à solidariedade,
uma excessiva afirmação da igualdade pode dar azo a um individualismo em que
cada qual reivindica os seus direitos, sem querer ser responsável pelo bem
comum”.
Guilherme Boulos em protesto |
Depois de
preencher o currículo com diversos protestos com degradação de patrimônio
público e várias invasões, como o caso famoso do prédio da Presidência da
República em São Paulo [3], Guilherme Boulos, neste ano de 2018, se filiou
ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), partido que não
possui voz uníssona contrária aos ditadores latino-americanos. Lembremos que
recentemente muitos de seus integrantes estiveram presentes no último encontro
do Foro de São Paulo, organização continental socialista fundada por Lula e
Fidel Castro e que, atualmente, defende, inescrupulosamente, Nicolas Maduro,
Daniel Ortega e Evo Morales. O próprio Boulos já afirmou, em entrevista na Rede
Jovem-Pan [4], que Cuba e Venezuela não são ditaduras.
Ao
notarmos, portanto, sua identificação com as ideologias
socialistas e comunistas, não seria surpresa revelar que o
candidato, no âmbito das pautas morais, seja totalmente aderente àquilo
amplamente combatido pelo Magistério, posicionando-se a favor do aborto – conforme constantemente utiliza-se do
argumento da “saúde pública” [5] --, da união homoafetiva –
fundamentando-se no relativismo argumentativo de que “as pessoas definem suas
formas de amar” [6] --, da legalização das drogas –
sob a alegação de que “a política de guerra às drogas fracassou” [7] --, e
da ideologia de gênero – ante a justificativa de que
“a escola precisa saber respeitar a orientação sexual das pessoas” [8].
De fato,
como diz São João Paulo II, com muita lucidez na encíclica Christifidelis Laici, “é totalmente falsa e ilusória a
comum defesa, que aliás justamente se faz, dos direitos humanos – como, por
exemplo, o direito à saúde, à casa, ao trabalho, à família, e à cultura – se
não se defende com a máxima energia o direito à vida, como primeiro e frontal
direito, condição de todos os outros direitos da pessoa”.
Na esfera
da segurança pública, Boulos se posiciona plenamente antagônico à posse de armas para os cidadãos, alegando que
“acreditar que armar a população vai reduzir a violência é a mesma coisa que
querer distribuir cachaça para acabar com o alcoolismo. É um contrassenso, é um
absurdo, e todos os estudos mostram isso. Nos lugares onde as pessoas têm mais
arma, isso só aumenta a insegurança porque as pessoas reagem de uma maneira
mais ofensiva" [8].
Depois de
uma analogia hilária, o candidato diz haver um consenso científico em relação
ao assunto, ou seja, de que a posse de armas induz ao aumento da violência.
Isso contrasta com um prestigiado estudo [10], que certifica ter havido um
crescimento de 178% do porte de armas nos Estados Unidos, perfazendo 12,8
milhões de novas autorizações, de 2007 até 2015, enquanto o índice de crimes
violentos reduziu 25% e a taxa de homicídios por 100 mil habitantes saiu dos
5,6 para os 4,2. Outros dois dados interessantes desse estudo demonstram que as
mulheres e os negros – que são frequentemente instrumentalizados pela demagogia
das minorias - se armam mais que homens e brancos, respectivamente.
De fato,
o porte de armas – ou seja, a possibilidade de o
cidadão portar uma arma em qualquer local e a qualquer momento – é uma questão
complexa que exige um estudo cauteloso do contexto sócio-político do país que
dê base para uma decisão prudente. Porém, a posse de armas –
a possibilidade de uma família poder exercer sua legítima defesa sem depender
da tutela estatal – é indispensável. Contudo, as afirmações irredutíveis do
presidenciável se opõe àquilo ensinado no Catecismo da Igreja Católica e no
Compêndio da Doutrina Social sobre o desarmamento, conforme explicitado com
mais detalhes em outro artigo deste site.
Perante
todo o descrito, percebemos, sem muita dificuldade, que Guilherme Boulos está
extremamente afastado do que propõe a Doutrina Social da Igreja como caminho
para o Reinado Social de Cristo. Seus ideais políticos e os de seu partido são
um atentado aos valores cristãos e devem ser rechaçados com veemência para que
não possuam nem agora, nem futuramente, qualquer potencial de serem aplicados
na ordem temporal.
Nicholas Phillip
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Referências
Bibliográficas
[6]Ibid.
[7]Ibid.
[8]https://pleno.news/brasil/eleicoes-2018/boulos-defende-respeito-a-orientacao-sexual-nas-escolas.html
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ISPA Brasil
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